22 novembro 2018

Com que então... (Parte 2)


Pois... mas é mais difícil sem marcar!


A pedido de muitas famílias, aqui vão alguns lances de bom futebol nos jogos em que o Benfica perdeu, nomeadamente frente ao Belenenses e ao Moreirense. Estas são trazidas para o debate para demonstrar que o Benfica de Rui Vitória não é esse deserto de ideias que muita gente está por aí a papaguear, nomeadamente, muitos comentadores de futebol, cujo discurso está a escalar e a atingir proporções inadmissíveis. Até porque estão erradas e escondem verdadeiros interesses próprios e de terceiros.

Ao contrário do que toda essa gente fala, o Benfica não ataca com bola longa para o ponta-de-lança. Mas, mesmo que assim o fosse, bastava olharem para o exemplo mais a norte e perceber que esse modelo tem trazido enorme sucesso para o Porto de Sérgio Conceição com o seu "bola-longa-para-a-corrida-do-Marega". Portanto, é preciso ter atenção à forma perjurativa com que se fala de estilos e modelos futebolísticos, pois há que respeitar o carácter universal do desporto-rei.

O que acontece é que Rui Vitória pretende muita variedade na forma de atacar da equipa. Ele tanto trabalha a construção através dos centrais e do guarda-redes, como a soliticação directa do ponta-de-lança para aproveitar o espaço concedido pelo adversário nas costas da sua defesa. É por isso que vemos vários exemplos de como a equipa ataca, conforme puderam ver na Parte 1 desta série de artigos. E, isso nada tem a ver com o facto de termos jogado em Tondela com o Jonas. Aliás, se há um efeito Jonas, esse efeito tem haver com a eficácia que nos tem faltado nos jogos em que perdemos. Mas, reparem que frente ao Moreirense o Jonas também jogou...

Bem, o problema das últimas duas derrotas do Benfica para a 1ª Liga, frente ao Belenenses e ao Moreirense, assim como o empate em Chaves, tem muito a ver com duas perspectivas: a da defesa e a do ataque. Vou deixar o problema defensivo para outro momento, até porque tal como o Cruyff dizia, prefiro ganhar 5-4 do que ganhar por 1-0. Sendo assim, focamos-nos no problema ofensivo. Aqui, as maiores dores de cabeça têm sido (1) a eficácia na concretização, (2) a qualidade na tomada de decisão no último terço do terreno, (3) a qualidade de precisão do passe na construção, (4) o rigor nos posicionamentos e movimentos ofensivos e (5) alguma sorte que também por vezes é preciso, pois nota-se que a rapaziada bem tenta (olhem para o caso do Rafa).

Ora tudo isto treina-se é certo, mas para produzir resultados efectivos, requer para além do treino, tempo. Por outras palavras, não é ao final de um ou dois treinos que tudo isto se resolve. É um processo contínuo e ininterrupto.  E, perante maus resultados, requer ainda mais paciência, sobretudo por parte dos adeptos, que não deveriam colocar tudo em causa, como se tudo tivesse mal. O que me espanta nem são os adeptos de bancada, mas muitos comentadores de futebol que são ou foram igualmente treinadores, portanto, com conhecimento mais profundo do jogo e das nuances que gerir um balneário e uma densidade competitiva elevada acarretam. Talvez tenham estas atitudes eticamente reprováveis porque também eles querem entrar no circuito...

De qualquer forma, o treinador do Benfica também deve tentar consolidar primeiro um ou dois movimentos ofensivos tipo para aumentar a eficácia dos jogadores. Depois, paulatinamente ir adicionando outros graus de complexidade ofensiva para que eles consigam crescer em segurança sobre vitórias. Fiquemos então com os lances dos dois jogos.

  • Frente ao Belenenses:








Todos estes lances aconteceram ainda antes do Belenenses ter marcado o primeiro golo. Logo a seguir vieram os dois golos de rajada dos azuis de Belém. Mas, mesmo assim, o Benfica reagiu desta maneira, primeiro ainda tentou esboçar uma primeira reacção ao 1 a 0 e depois ao 2 a 0:








E, mesmo, nos minutos finais, a atitude dos jogadores do Benfica é de louvar, porque não baixam os braços em pelo menos reduzir a desvantagem...


Como podemos verificar, atacámos de todas as maneiras e feitios, mas fomos totalmente ineficazes. Isso até fez tema em termos estatísticos. Aliás, parecíamos a selecção germânica no mundial do verão passado, com tanto desperdício. Assim é muito difícil porque a equipa acaba por se expor cada vez mais, arriscando atacar cada vez mais com mais jogadores e com isso poder ser apanhado em contra-pé.



  • Frente ao Moreirense:

Depois, surgiu o empate por parte do Chiquinho. Mas, mesmo assim os encarnados reagiram bem com dois lances:


Após essas duas jogadas, o Benfica sofre o segundo golo. Novamente, continuámos a atacar e a criar jogadas de perigo, se bem que com menos fulgor que frente ao Belenenses e porque, convenhamos, animicamente a equipa recente-se e duvida das suas capacidades:



Logo a seguir, os encarnados sofrem o terceiro golo. Mais uma vez, não baixam os braços, mas a equipa sente bem o impacto desta desvantagem, ainda por cima no estádio da Luz. Mesmo assim, continuamos a criar jogadas, quase sempre com uma ideia de jogo alicerçada numa variabilidade de caminhos para o golo. Reparem, que a quebra na tomada de decisão, na qualidade e precisão dos passes, no rigor das posições e movimentos e na falta de sorte, começam a ser cada vez maiores. Sem marcar, torna-se muito difícil (impossível mesmo!) conseguir dar a volta.




Aos 76' o Jardel foi expulso, pelo que não esquecer que terminámos o jogo contra 11 do Moreirense...



Já agora, não esquecer nestes dois casos para grande penalidade que não nos foi marcado e que em caso de concretização poderia dar-nos o empate nessa partida, para não falar de uma mudança anímica da equipa para o que faltava do encontro:


14 comentários:

  1. Comentar para quê?
    Ah tenho de elogiar o trabalhão do Caro PP ao mostrar-nos estes excertos.
    Mas, pelos vistos, tenho que dar a mão à palmatória, porque, perante a maneira de "jogar" do Glorioso...o que me admira é como ainda não fomos Campeões Europeus, tal a categoria do modelo de "jogo extraordinário" que o Rui Vitória implantou no Benfica..
    Que cego eu tenho sido....

    Viva o Benfica!

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    1. Caro pimenta, não o conheço, mas não acredito que esse 64 sejam de anos de vida, pois, perdoe-me a franqueza, mas não vejo que um adulto com 64 anos de idade possa ter uma forma tão imatura de debater. Percebo que o futebol movimenta paixões. Mas, tem de entender que quando entra aqui no meu blogue, está a entrar num espaço em que somos todos Benfiquistas e que todos queremos o melhor para o nosso Glorioso.

      O Rui Vitória tem as suas culpas. Mas, ao ponto de ouvir e ler o que se tem escrito... eu até lhe dou de barato os seus comentários. Mas, não o posso dar, quando vejo colegas da área a tecer os comentários e a publicarem o que publicam. Muitos deles com efectiva experiência de campo. Não acredito que seja imaturidade da parte deles, até porque eu com menos de metade de 64, já vi como a indústria por cá funciona: à base da cunha, do falar mal, da inveja e do lambe-botismo.

      Gostava que tentasse ao menos olhar para o que escrevo com outros olhos. Pessoalmente, já valeria a pena.

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    2. Caro PP
      Mas eu não estou a debater NADA!
      Só fiz uma constatação.
      Não tenho, como simples Benfiquista, de me armar em "percebedor" dos meandros da bola.
      Ah e tenho mesmo 64 e não me considero imaturo..."cego" talvez seja eheheheh

      Viva o Benfica!

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    3. Fazes uma constatação e eu contra-argumento. A partir daí começa o debate. É normal que tu depois queiras esgrimir os teus argumentos.

      Deves ver as opções assim como também fazes opções na tua vida que para quem esteja de fora possa criticar. Mas, tu sabes que essas pessoas não sabem na realidade o contexto que tens tomar certas decisões. Assim é muita vezes a vida de um treinador.

      Depois, devemos exigir o que é possível e não embandeirarmos em arco com ilusões. As grandes equipas são construídas ao longo de vários anos.

      Basta olharmos para as grandes equipas. Se o PSG e o City que sofreram injecções de dinheiro nos últimos anos ainda não chegaram às meias-finais da Champions, por exemplo, porque é que temos de exigir muito mais ao Benfica? Porque não focarmos a nossa exigência no percurso que nos conduza até aí?

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  2. Helder Silva24/11/18, 18:14

    Fdx. Temos nós um visionário como treinador e não lhe damos o devido valor. Pensar que o Everton poderia contratar o homem por 15 milhões o ano passado e talvez estivesse a lutar para não descer ou talvez esta época estivesse na championship. Continua assim meu caro, pode ser que os nossos adversários ao defrontar o Benfica se caguem todos ao saber que temos um génio como treinador

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    1. Por acaso já viste o Everton a jogar esta temporada? É que a bola não pára de chorar naquele relvado...

      Por fim, lamento que não tenha percebido o teor deste artigo e continue a ver o copo meio vazio.

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    2. FDX digo eu. O visionário és tu mas não viste o RM a perder hoje contra o Eibar por 3-0.
      O RM com uma equipa de 363M e o Eibar com 16M.
      A culpa será do RV ou do Vieira com toda a certeza.

      O problema não é não perceber, o problema é não ter capacidade intelectual para perceber. Como diz o ditado, não podemos ensinar um burro a falar.

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    3. E não esquecer do Bayern Munique anónimo (era bom assinares os teus comentários, não achas?) que esta tarde deixou-se empatar com erros no meio-campo muito, mas mesmo muito semelhantes aos do Benfica.

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  3. pimenta 64 e anónimo, eliminei os vossos comentários porque não é essa conduta que quero ter na caixa de comentários do meu blogue.

    Acredito que vocês são mais do que escreveram e como tal tentem-se comportar como dois adultos capazes de debater assuntos de forma construtiva.

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    1. Muito bem fizeste Caro PP
      Mas como não levo desaforo para casa e muito menos de "Anónimos" cheguei-lhe.
      Já não basta uma pessoa andar aborrecida com o futebol do Glorioso e ainda tem de ser insultado por Anónimos...
      De qualquer modo, obrigado Caro PP

      Viva o Benfica!

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  4. Caro PP, é minha primeira vez comentando no teu blog. Como já te conheço desde os primórdios do blog Lateral Esquerdo e o do Blessing (falha-me o nome agora), sei que és benfiquista, mas tb sei que por vezes defendes o indefensável. A única coisa que estes vídeos comprovam é que tivemos chances de golos(muitas caídas do céu, e outras em fora de jogo kkkkkk, vide 3 dos videos do contra o Belém) contra estas duas monstruosas equipas, recheadas de craques (e pensar que Chiquinho era nosso), mas o que esqueceste foi de contabilizar as quantidades de vezes que qualquer adversário consegue chegar com perigo dentro da nossa área. Esqueceste de falar das escolhas absurdas do Vitória, jogadores passam de titular a bancado num ápice, não há continuidade na aposta de jogadores que já demonstraram serem uma mais valia. Estes lances só demonstram que o futebol do Benfica vive dos erros alheios, da genialidade do Jonas, e mais uns poucos que ainda conseguem remar contra o marasmo que é o nosso futebol. O que o nosso Benfica precisa é de um treinador de verdade, que ache que o mais importante são os treinos e não jogar de 3 em 3 dias. Só espero que não seja Jesus, grande treinador, mas depois do que falou, espero não vê-lo mais no Benfica, afinal das contas ainda existe vida para além do binário Vitória-Jesus kkkkkkk.

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    1. Não se trata de defender o indefensável, mas sim mostrar a realidade, sem qualquer filtro emocional que tolda muitos dos comentários que se lê e ouve-se na praça pública.

      Estes vídeos comprovam mais do que as chances de golo, de que há princípios de jogo ofensivo no Benfica. Há um princípio, meio e fim nas jogadas. Nota-se que há procura por determinados posicionamentos como tentativa de explorar as dificuldades do adversário.

      Se o Reginaldo tivesse lido o artigo, teria visto os 5 pontos que mencionei para que, a nível ofensivo, as coisas não estarem a resultar. Todas elas dependem do acerto do jogador.

      A missão de um treinador é levar a equipa até ao último terço do terreno, depois a partir daí são os jogadores que devem tomar as melhores decisões (isto é algo que o Pep Guardiola diz aos seus jogadores), ser precisos nos passes, ser rigorosos no posicionamento e aparecerem no momento certo no sítio certo, pois tudo isto potencia a variável "sorte" e, por conseguinte, a eficácia. O Rui Vitória, por mais que não gostem do homem, trabalha para que os jogadores consigam chegar ao último terço e à terceira fase de construção (a finalização).

      Tive o cuidado de referir que não iria falar das questões defensivas neste artigo. Isso vou deixar para outra altura, mas posso apenas adiantar duas coisas. Uma delas referi acima: para mim, prefiro ganhar 5-4 do que ganhar 1-0. Isto quer dizer, que prefiro que a equipa se desequilibre para atacar, do que estar constantemente a deixar jogadores atrás para estar sempre equilibrada na transição defensiva. Não esquecer que defender com mais um é bem diferente do que defender com menos um. Mas, isso é assunto para outro dia.

      O segundo ponto, é o que já comecei a referir noutros artigos. Nós temos um modelo defensivo, contudo, devido à renovação do plantel em posições chave, é normal que os jogadores levem tempo a entrosarem-se.

      O que esses lances demonstrariam é que as equipas adversárias só vivem dos nossos erros.

      Já agora, se vivêssemos da genialidade do Jonas, estávamos ferrados, porque foi sem Jonas em campo que vencemos os 6 ou 7 jogos anteriores... Não é por aí!

      As escolhas do RV prendem-se com impossibilidades de castigo, lesões, indisposições, condição física, etc.

      Quando se joga de 3 em 3 dias, se vais impôr uma carga elevada nos treinos, estás pura e simplesmente a arrebentar com os jogadores. Estás a potenciar as lesões. O que o RV disse, é o que todos os treinadores de top fazem nas suas equipas.

      O Jesus, não é assim tão grande treinador. Se o fosse teria evoluído em termos tácticos. Se o fosse estaria agora no Real Madrid ou Inglaterra, mas ninguém o pega. Porque será? Aqui em Portugal vive da boa imprensa, porque o acha piada. Mas, em termos técnico-tácticos, minha nossa, já está 10 anos atrasado.

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    2. «O Jesus, não é assim tão grande treinador. Se o fosse teria evoluído em termos tácticos. Se o fosse estaria agora no Real Madrid ou Inglaterra, mas ninguém o pega.» Se isto é critério, vamos ver quem pega em Vitória quando Vieira o deixar cair...

      E agora aquilo que JJ é ou não, não limpa o que foi. E naquilo que foi, foi muito mais revolucionário do que RV até agora.

      E sobre renovação de posições chave, volto a martelar na tecla de me fazeres os três 11 tipo de Rui Vitória só para percebermos como ele tem sido vítima da rotatividade em posições chave.

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    3. Tinha outros argumentos... mas, quando teve que reconstruir, também passou por um calvário de títulos e exibições.

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