Portanto, se o Porto deu 3 e o Sporting 4...

 

... não é verdade Mitroglou?

Sou daqueles Benfiquistas que acredita fielmente que temos a melhor equipa do campeonato. Sendo assim, e sem desprimor para os adversários, nomeadamente o desta noite, o Moreirense, penso que a nossa vitória nem sequer deve ser colocada em causa. Mas, exigente como sou com a nossa equipa e o futebol que ela pratica, só ficarei realmente satisfeito com os seguintes 5 objectivos.

1. Termos o melhor ataque da prova a nível nacional e se possível a nível europeu/internacional, ou seja, mais golos marcados e melhor ratio de golos marcado/jogo.
2. Termos a melhor defesa a nível nacional e se possível a nível europeu/internacional, ou seja, menos golos sofridos e me.
3. Termos o ponta-de-lança bota de prata nacional e, se possível, de ouro a nível europeu.
4. Termos o defesa e o médio mais goleador a nível nacional e, se possível, a nível europeu/internacional.
5. Termos o guarda-redes com mais minutos sem sofrer golos a nível nacional e, se possível, a nível europeu/internacional.

Como é óbvio, basta ganharmos hoje por "meio-a-zero", pois o que mais importa é a conquista dos 3 pontos rumo ao t3tr6. Contudo, não podemos limitarmos a apenas atingir a vantagem mínima no marcador, como muitas vezes parece contentarmos. Temos muito maior qualidade que qualquer outro adversário nacional e, tendo em conta que já não temos 3 jogos por semana, a desculpa da gestão do esforço já não deve ser colocada ou falada no seio do balneário. Daí que esteja a exigir estes objectivos extras.

Reparem que exigir estes objectivos é meio caminho andado para a vitória no campeonato. Por um lado, estamos a retirar aos nossos mais directos adversários os argumentos de que estamos em primeiro, mas nem sequer somos a melhor equipa nacional (pelo menos no que diz respeito aos números das estatísticas). Por exemplo, que fé poderá o Nuno Espírito Santo transmitir à equipa do Porto se todos eles olharem para os nossos jogos e verem que temos o melhor ataque e defesa do campeonato? Que por cada goleada que eles dão, nós conseguimos golear ainda mais os nossos adversários e com maior facilidade? Por outro lado, e porque estão todos a contar com um deslize do Benfica em Alvalade, o que poderá dizer o Jesus - que está a montar toda a sua equipa para jogar para o Bas Dost ser o melhor marcador nacional e europeu - ao seu Sporting, se o Benfica consegue colocar o Mitroglou a facturar o dobro do holandês até ao final do campeonato? Ou se o Benfica consegue secar qualquer ataque até ao final do campeonato? E, não podemos esquecer que o Moreirense nos afastou, quase "sem saber ler e escrever" da final da Taça da Liga, i.e., de sermos os campeões de inverno. Portanto, há também aqui uma espécie de ajustar de contas sadio para a competitividade que devemos ter nestes encontros.

Por tudo isto, conto que hoje o Mitroglou faça muitos golos. Gostaria que marcasse pelo menos 4 esta noite, que juntando aos 14 que possui na 1ª Liga, alcançaria o 2º lugar isolado. Por este motivo, espero que a equipa do Benfica jogue para a finalização dele. Por um lado, pedir isto poderá parecer um pouco contraditório. Se para ultrapassar a previsível defesa densa e compacta do Moreirense necessitamos de imprevisibilidade de movimentos e jogadas, por outro, termos uma referência como destino para a finalização dos nossos lances de ataque, dá-nos outra estabilidade na construção. O segredo será na imprevisibilidade do início das jogadas de ataque e no foco da procura por essa referência na cara do golo, chamado "MuitosGolos". Penso que foi isso que mais nos faltou durante boa parte do jogo frente ao Estoril, na 4ª-feira passada para a Taça de Portugal, na Luz. Notar que quando entrou o Jonas, passámos a ter uma referência no ataque que permitiu sermos muito mais objectivos na forma como atacávamos.

A propósito do brasileiro, este deverá formar dupla com o grego no ataque encarnado frente ao Moreirense. Esta dupla é uma dupla de avançados que gosta de receber a bola no pé e não tanto no espaço. Por esse motivo, entendo que o Rui Vitória tenha estado a apostar em jogadores como Salvio, Cervi e Rafa para os acompanhar nas faixas. Em Paços de Ferreira, com esta dupla ofensiva e com Salvio e Zivkovic de início, foi notório que o nosso ataque foi muito mais expectante para receber a bola no pé, do que propriamente estar constantemente a desgastar e a desestruturar a linha defensiva adversária. Apenas o camisola 18 tentava explorar a profundidade. Daí que na segunda parte, o Rui Vitória tenha tido necessidade de usar Rafa e Cervi no encontro. Mas, faltou-nos depois mais tempo para a solução produzir resultados. É verdade que o Jonas estava ainda a meio-gás, mas os princípios de jogo estavam lá todos, assim como a defesa do Paços de Ferreira estava devidamente preparada e confortável com o nosso ataque.

Sendo assim, qual será a dupla de extremos que o Rui Vitória irá levar a campo esta noite? Salvio e Rafa, como no clássico? Salvio e Cervi como no início da época? Salvio e Carrillo como frente ao Dortmund? Salvio e Zivkovic como frente ao Paços de Ferreira? Zivkovic e Rafa ou Carrillo como nos jogos da Taça? A meu ver, os nossos extremos devem jogar muito colados às linhas laterais de forma a alargar a linha defensiva do adversário e, porque, jogamos com dois avançados declarados (Jonas e Mitroglou). Desta forma, acabam por dar espaço para as penetrações vindas de trás nos espaços vazios da defesa adversária, de Pizzi, Eliseu, Semedo e do extremo do flanco contrário ao da bola. Pessoalmente, jogaria com falsos extremos, até porque dessa maneira é mais fácil estes jogadores combinarem com os referidos colegas. No entanto, esta disposição não desfavorece os extremos puros. O que realmente é importante é termos dois extremos capazes de jogar no espaço tão bem como com a bola nos pés. Isto reduz o nosso leque à escolha de 2 entre os seguintes 3 jogadores: Salvio, Cervi e Rafa.

A minha escolha recai então pelo Salvio e pelo Rafa. Quanto ao restante onze encarnado, na baliza a titularidade seria de Ederson, o quarteto defensivo seria o habitual, ou seja: Semedo, Luisão, Lindelöf e Eliseu, com a dupla do meio-campo recém formada e que tão boa conta tem dado do recado: Samaris e Pizzi. Na segunda parte da partida, faria entrar Cervi e Zivkovic, saindo Salvio e depois o Jonas, mantendo o Rafa em campo, mas jogando ao lado do Mitroglou. Sobraria uma última substituição para Grimaldo, ou Fejsa, ou André Horta. Força Benfica! Que hoje seja 0-5, com um poker do Mitroglou e o décimo golo no campeonato de Pizzi.

O meu onze titular, táctica e substituições para o jogo desta
noite em Moreira de Cónegos.