30 novembro 2016

Pizzi deve jogar no Caldeirão?


A questão da gestão de risco.


O decisivo Pizzi
O transmontano é o jogador que mais desequilibra, com sete golos e seis assistências, valendo 28% da produção atacante da equipa encarnada, i.e., dos 46 golos marcados até ao momento pelo tricampeão nacional. Nem mesmo Salvio, que segue em segundo neste comparativo, com uma participação de 24%, com 5 tentos e também 6 assistências. Aliás, ambos têm fomentado uma parceria que são neste momento o motor ofensivo do Benfica. Mas, isso é tema para outro artigo.


O indispensável do treinador
O camisola 21 é o jogador mais utilizado pelo Rui Vitória desde que chegou à Luz. O técnico encarnado não prescinde do seu contributo, quer seja jogando nas alas, fundamentalmente à direita, quer seja no centro do meio-campo. O Pizzi já disputou 4830 minutos desde o início de 2015/16, o que equivale a 75,6 por cento do tempo de jogo possível, sendo acompanhado apenas por um quarteto que ultrapassou os quatro mil minutos: Eliseu tem 4271" (66,7 por cento de utilização), Mitroglou 4133" (64,7 por cento), Jardel 4069" (63,7 por cento) e Jonas 4013" (62,8 por cento). Neste momento, 2 estão no banco (Mitroglou e Jardel) e dois estão lesionados (Eliseu e Jonas).


A gestão de risco
O problema que está em causa é que o craque encarnado está a um amarelo da suspensão de um jogo por acumulação de 5 cartões amarelos neste campeonato. E, esta situação faria com que o jogador ficasse impedido de jogar o derby na Luz no próximo dia 11 de dezembro de 2016. Tendo em conta o ambiente pressionante à volta do campeonato, muito criado pelo Sporting, diga-se a bem da verdade, colocar o Pizzi em campo no "Caldeirão" do Estádio dos Barreiros no Funchal, é um risco. Caberá agora à equipa técnica encarnada se o risco é elevado ou não.


A análise de risco
É verdade que ambos os encontros - frente ao Marítimo já na sexta-feira, como frente ao Sporting, no domingo da próxima semana - são importantes e valem todos 3 pontos. No entanto, o adversário, quer se goste ou não, não valem o mesmo. Resumindo, quer com isto dizer que jogar sem Pizzi no Barreiros é bem diferente de jogar sem Pizzi frente ao Sporting na Luz. É este o verdadeiro risco que deve ser devidamente avaliado. Por outro lado, com um André Horta ainda lesionado, um Guilhermo Celis em adaptação ao futebol europeu e um Danilo ainda sem ritmo de jogo, sobra-nos um Samaris que desde que chegou à Luz, basicamente jogou como médio mais recuado, mas que pela seleção helénica joga a "8". Outra possível solução será ir à equipa B. Por exemplo, o Dálcio que até deu bons pormenores no amigável frente ao Santos. Mas, será que este não apresenta um risco maior?


A solução do sete
A meu ver, havendo uma decisão de não jogar o Pizzi, a solução deveria passar pela inclusão do grego no onze encarnado. O Andreas Samaris está mais do que capaz para jogar no meio-campo e funcionando como um "8". No entanto, exigirá mais dos restantes colegas, porque quer se queira quer não, o camisola 7 encarnado tem um estilo de jogo diferente do Pizzi. Em termos práticos, jogando o Fejsa e o Samaris no meio-campo, este último terá maior liberdade para atacar, algo que penso estar no seu ADN e que por isso poderá surtir numa agradável surpresa no "Caldeirão dos Barreiros". Obviamente que o acerto e a tomada de decisão serão diferentes, até porque o grego e os restantes colegas não terão o mesmo nível de entrosamento. Contudo, a reacção à perda pode ser maior e em linhas mais avançadas que o normal. Se jogarmos com a mesma dupla atacante que jogou frente ao Moreirense - Guedes e Jiménez - estes poderão ter o espaço necessário para aumentar o seu volume de jogo. Noutra perspectiva, o próprio Cervi e Salvio poderão intervir mais, uma vez que Fejsa e Samaris são dois jogadores que poderão proteger-lhes as costas. Ou seja, é só uma questão de afinar um pouco os processos. O bom desta solução é que permite também dar minutos ao Samaris que poderá vir a ser determinante na gestão de esforço dos 3 jogos na próxima semana.


A solução poderá estar representada nesta figura: Samaris por Pizzi.




P.S.: Não se esqueçam de responder à sondagem no topo do blogue ↑.

12 comentários:

  1. conhecendo o rui vitoria, talvez ele va jogar, mostrando a equipa de como o jogo com o nacinal e importante e que nao ha jogador mais importante que a equipa, se pizzi vir o amarelo de certo que ira arranjar mais soluçoes com o beneficio de que o 11 inicial contra o sporting sera mais imprevisivel visto que o pizzi nao joga e que de certo levara a mudanças tacticas

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    1. Mas, se calhar é exactamente por ser importante para a equipa que o Pizzi não jogue no Caldeirão...

      ;)

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  2. Os três pontos na Madeira valem o mesmo que contra os Lagartos por isso para mim deveria jogar... O que vier depois virá...

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    1. Mas e o adversário valerá? Penso que essa é a questão...

      ;)

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  3. Titular. Sair quando estiver resolvido. Ponto. Samaris seria a última opção!!!!!!!!!!!! Horta, Danilo, Celis ou outro qualquer.

    Entregar a organização do jogo ofensivo do Benfica a um gajo que não faz um passe a um metro é como meter um cego a conduzir um autocarro.

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    1. Mas, o Horta já está recuperado da lesão? O Danilo tem ritmo de jogo? O Celis merece mais que o Samaris?

      Sobre a entrega da organização do jogo ofensivo do Benfica ao Samaris... Primeiro, não seria entregá-lo só a ele, mas seria envolver outros jogadores nesse processo, nomeadamente o Cervi, o Guedes e o Salvio. Segundo, até parece que o grego não sabe passar... isso é mais um mito vindo de quem ele não agradou.

      http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2016/11/fejsa-ou-samaris-em-istambul.html

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  4. Oh amigo, eu gosto do seu blogue mas quando vem cantar loas ao pizzi... lá está vc com o pizzi outra vez.

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    1. Anónimo, agora canto "loas" ao Pizzi?! Já nem vou discutir isso aqui, até porque neste momento é consensual a sua importância na equipa encarnada. Neste tópico, pelo que podemos ler noutros comentários, até estou a defender a solução Samaris.

      Eu gosto de soluções ótimas. Não gosto de soluções tipo receita culinária, i.e., que é assim e será sempre assim. Há um motivo para utilizar uma chave de fendas e outro para utilizar uma chave inglesa. O motivo tem a ver com o tipo de aperto, se parafuso, se porca. O mesmo se passa no futebol.

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  5. O próximo é sempre o jogo mais importante, nas palavras do RV, é sempre uma final, portanto, por maioria de razão jogará o Pizzi, e quanto a mim, bem.

    Viva o Benfica!

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    1. Ele até pode começar o jogo com o Pizzi, mas não deve ser ingénuo o suficiente para manter o português até ao fim. E nem falo pelo risco de apanhar o amarelo. Falo sim, por neste momento não existir ninguém que consiga "safar" a posição em caso do Pizzi não poder jogar ali.

      Eu acho, que fica muito bonito dizer que o próximo jogo é sempre o mais importante, mas dizer isto não significa que se abdique de pensar a médio prazo.

      Penso que muitas pessoas confundem um pouco as coisas.

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  6. Joga a titular na Madeira, com o Nápoles e com o Sporting. Já deu para perceber que com o R.Vitória não há espaço para poupanças,pensa-se jogo a jogo e eu concordo.

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    1. Pensar jogo-a-jogo nada tem a ver com utilizar ou não o Pizzi. Aliás, é exactamente por pensar jogo-a-jogo que ele pode achar que o Pizzi não é a melhor solução.

      Parte-se do pressuposto que o Pizzi é sempre a melhor solução. Isso é a cultura dos titulares versus suplentes. E o Rui Vitória já disse que não há titulares no Benfica...

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