... da Champions, é por isso que escrevo este artigo.
Tenho reparado que muita gente anda a culpar o Toto pelo empate a meio da semana na Turquia. Contudo, a própria UEFA considerou a exibição do craque argentino como uma das melhores da semana, tendo inclusive o colocado na equipa da semana. Para muito contribuíram as 3 assistências do argentino neste jogo (consideraram aquela bola ao poste, e consequente ressalto para o Fejsa finalizar no terceiro golo encarnado, uma assistência para golo). Então em que é que ficamos? Terá o Salvio jogado bem ou mal?
Na minha opinião, o camisola 18 teve uma exibição francamente boa. A nível ofensivo foi fundamental. Inclusive na organização do jogo ofensivo, tendo sido o segundo médio com mais passes (53) neste encontro, mais que Fejsa (48) e Cervi (21), mas menos que Pizzi (82) que continua a ser o motor de jogo encarnado. Destaque para a estatística da UEFA quanto ao padrão de passes do Benfica frente ao Besiktas, em que se vê claramente a conexão na construção de jogo de Pizzi para o Salvio (15 passes) e deste para o Nélson Semedo (13 passes). Talvez por esta importância ofensiva e por ser o maior desequilibrador do lado do Benfica, o Salvio apresenta um valor elevado de perdas de bola (6). Antes de começarem já a dizer que é por isso que ele não joga bem, é preciso perceber que se por um lado o argentino é o jogador com maior liberdade para arriscar no um contra um no Benfica, por outro, se olharmos para esta estatística a nível de outros jogadores com as mesmas funções verificamos que o valor é absolutamente normal e até inferior a alguns. Por exemplo, do lado dos turcos o Ricardo Quaresma perdeu 8 vezes a bola (mais duas que o Salvio).
Sobre a componente defensiva do jogo do Toto, as estatísticas são peremptórias. O Salvio fez tantas intercepções (1) neste encontro como o Pizzi e o Cervi. Aliás, fez mais que o Fejsa (0). Quanto às acções defensivas de corte fez 2 em 4 tentativas. Um pouco inferior a Cervi que durante os 60 e poucos minutos que esteve em campo fez 3 em 3. No entanto, reparem que não é por aí que devemos criticar o Salvio. Pois para ele ter 4 tentativas é porque ele esteve no lugar certo à hora certa. Isto é, o argentino veio atrás e ajudou nas tarefas defensivas. Mas, se assim foi, porque razão ele na jogada que antecede o terceiro golo do Besiktas não acompanha o jogador turco?
É preciso contextualizar as coisas. Em primeiro lugar, o desgaste que o Salvio já tinha acumulado durante os até então 80 e poucos minutos. Segundo, se Raúl que tinha entrado para o ataque fazia a pressão sobre a defesa turca, Pizzi que tinha ido para as costas de Raúl após a entrada de Samaris, também estava desgastado e não fazia tanta pressão. Por seu lado, também pensava que ficaria mais como um 3º homem do meio-campo, do que um 2º avançado. Essa seria a função de um dos extremos, quer fosse o Salvio ou o Rafa. Terceiro, se um dos extremos, aquele em que a bola recaísse, funcionasse como 2º avançado, este teria que fazer a pressão necessária ao defesa turco, quando sem bola no pé. Como tal, a compensação por este avanço teria que ser feita duplamente pelo lateral e por um dos médios mais defensivos e mais próximos dessa ala, i.e., Samaris ou Fejsa. Ora no início do terceiro golo, a jogada começa com a saída de bola pelo lado esquerdo da defesa turca, isto depois de uma pressão inicial de Salvio sobre a defesa turca. Este acaba por passar ao extremo esquerdo turco que sofre a marcação de Nélson Semedo. O Salvio que depois de ter feito sprint para pressionar, faz também um sprint para apoiar o Semedo. Este fica concentrado no extremo que por sua vez consegue passar ao lateral que faz o "overlap". O Salvio não segue porque pura e simplesmente estava desgastado e entende que essa é a função do Semedo.
Contudo, deveria haver uma situação de 2 para 3, ou seja, de 2 turcos para 3 jogadores encarnados. O que faltou aqui? A cobertura de um dos médios defensivos, Fejsa ou Samaris. Estes ficaram demasiado na região central do terreno, quando deveriam ter ajudado a dupla da ala criando superioridade numérica nessa zona do terreno. Fiquei com a clara sensação de que os jogadores ficaram um pouco perdidos tacticamente, quanto às funções e compensações que deveriam existir durante a segunda parte. Os equilíbrios em 4-4-2 são diferentes dos equilíbrios em 4-2-3-1, sobretudo atendendo às características dos jogadores envolvidos na primeira e segunda parte do encontro. E, isso também é responsabilidade da equipa técnica encarnada. Por isso não podemos responsabilizar o Salvio por isso.
Foi bem merecido esta entrada de Salvio na equipa da semana da Liga dos Campeões. |
O Salvio não está na equipa da semana da Champions, o Salvio está na equipa da semana do FANTASY da Champions. Coisas completamente diferentes "para os que não entendem".
ResponderEliminarO que é o mesmo... "para os que não entendem", não dão a cara e enfiam a carapuça.
Eliminar;)
O Salvio esteve muito bem na primeira parte e uma boa parte do da segunda mas deveria ter saido no lugar do Cervi pois na fase mais adiantada da partida muito desgastado nao tendo dado o devido suporte a Nelson Semedo... Sendo que o problema do primeiro golo foi que os centrais estavam a olhar "pro boneco" nao marcado nimguem enquanto o Nelson tinha dois para marcar. Escolheu marcar quem o luisao deveria ter marcado mas teve azar visto que o centro foi direitinho para a suas costas e golo!
ResponderEliminarEu achei que a mudança táctica do Benfica não foi devidamente afinada nos treinos.
EliminarOs equilíbrios que falei no texto são um desses exemplos, mas há outros. Por exemplo, no segundo golo, o Fejsa foi cobrir o Semedo, o Luisão estava no primeiro poste, o Samaris estava perto deste, quando deveria estar na entrada da área. Claramente um posicionamento de um médio defensivo de 4-4-2 e não de 4-2-3-1, i.e., de um sistema de duplo pivot.
Por isso atribuo muitas responsabilidades ao Rui Vitória neste resultado...