27 novembro 2016

Estamos cada vez...


Que jogão do Benfica frente ao Moreirense.


Digam o que disserem, mas o Benfica é a melhor equipa em Portugal. Não apenas no papel, mas também nas quatro linhas. Duvido muito que haja equipa portuguesa que esteja a jogar melhor que o tricampeão nacional. Se isto é euforia de um Benfiquista, pouco me importa. A verdade estão nos números, e estando o campeonato a terminar o seu primeiro terço, o Glorioso vai à frente com números fantásticos. Somos o melhor ataque da competição com 26 golos marcados e a melhor defesa, com apenas 5 golos sofridos. E, a juntar a isto, mantemos uma invencibilidade nesta competição, algo que mais nenhum clube em Portugal tem.

E, depois, não são apenas os números, somos a equipa que melhor joga em Portugal. Se duvidas existissem, basta verem como a nossa defesa joga. Hoje frente ao Moreirense era vermos o Luisão e Lindelöf consistentemente a jogarem dentro do meio-campo adversário. Alguma outra defesa tem princípios tão avançados em Portugal? No meio-campo, temos um pianista de primeira água, de seu nome Pizzi. Que jogão fez hoje o internacional português que tarda em ser titular da seleção campeã da Europa! Foram dois golos e um passe vertical a rasgar toda a defesa do Moreirense para o Rafa, que viria a dar origem ao terceiro tento dos encarnados... Isto a juntar ao Fejsa, o habitual carregador de piano sérvio. Nas alas, se na lateral direita há razões para estarmos "Semedo", o que dizer do terror das alas direitas adversárias: o Franco "Chucky" Cervi? E, já não falo da nossa baliza onde o "Smily" brasileiro dá uma segurança tremenda.

Talvez o que parece estar a falhar um pouco é o nosso ataque. Hoje, fizemos três golos, dentro da média do que temos feito. Isto por si só não é nada mau, mas ficamos sempre com a sensação que poderíamos fazer mais, e o Rui Vitória sabe disso, daí ter dito «podíamos ter marcado mais». De facto quando olho para a lista de melhores marcadores do campeonato, vejo lá, um Marega com 10 golos, e depois um André Silva e um Bas Dost, ambos com 7 golos. O nosso melhor marcador é mesmo o Pizzi com 5 golos no campeonato, seguido depois pelo Mitroglou com 4 e só depois o Raúl Jiménez com 3 golos, o mesmo que o central encarnado e goleador Lisandro López.

O lado positivo desta estatística é que permite verificar que temos um ataque envolvente, dado o número elevado de golos distribuídos por vários jogadores do Benfica. Contudo, jogamos invariavelmente com dois avançados, sendo que um deles é finalizador. Logo, no mínimo é exigido que tenhamos um nome no topo da lista de melhores marcadores. Atendendo a que o Mitroglou não produziu os números necessários para estar no topo da lista dos melhores marcados, penso que a ideia de dar agora uma oportunidade ao Raúl é óptima. Veremos o que o mexicano consegue fazer a partir de agora e se haverá continuidade por parte de Rui Vitória. Pelo menos, se depender deste encontro frente ao Moreirense, em que jogou, fez jogar e marcou o seu golo, por mim, fica com o lugar, por mais umas 10 jornadas.







P.S. 1: A lesão de Eliseu poderia ser problemática e é demonstrativa da importância que é termos três jogadores por sector preparados para jogar nesta fase da temporada. Inicialmente temi que o André Almeida acusasse a falta de ritmo que tem, mas vê-se claramente que é um jogador que se prepara muito bem. Daí que tenha estado envolvido no primeiro golo do Pizzi. A meu ver, a lesão do Eliseu até foi benéfica por obrigar o Rui Vitória a dar minutos ao camisola 34. No entanto, espero que o açoreano campeão europeu esteja recuperado para o próximo encontro.

P.S. 2: A propósito de lesões e laterais esquerdos, muito se tem falado do interesse do Benfica num miúdo brasileiro. Hoje vi o Rebocho a jogar pela primeira vez no estádio da Luz, como ele tanto sonhara. Vi-o a ser um dos mais esclarecidos da equipa nortenha. Vi-o a anular por diversas vezes as movimentações do Salvio (uma delas num movimento longo em diagonal da direita para a esquerda do ataque encarnado do Toto que poderia ter dado golo ao argentino). Vi-o a ser acutilante no ataque do Moreirense. Por tudo isto e mais aquilo que já conhecemos do Pedro, não sei até que ponto não seria tê-lo de olho. Fala-se na saída em Janeiro de Grimaldo... preferia apostarem neste miúdo made in Seixal, que outro desconhecido.

42 comentários:

  1. Quanto às 2 assistências do Sálvio que deram golo, nem uma palavra.....como é habitual, só se fala nele para dizer mal!
    Já seu substituto, nem sei quem foi....mas, "temos que dar tempo".....

    Viva o Benfica!

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    1. Já ontem fiz um artigo a defender o Salvio. Há coisas que ele pode melhorar e ele até tem feito. Por exemplo, está muito mais participativo e colaborador com os colegas nas acções ofensivas.

      Outro pormenor que reparei foi que esteve muito mais atento a nível defensivo. Há ali um lance em que foi marcado fora-de-jogo ao jogador do Moreirense, mas mesmo que não tivesse sido marcado o Salvio estava lá porque tinha acompanhado a movimentação desse jogador.

      São estes pormenores que o pessoal não nota. Se um jogador lhes cai mal no goto, será sempre visto como um péssimo jogador, por mais que ele renda. Vejo isso acontecer também com o Raúl e com o Eliseu.

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    2. 2 assitências de Sálvio? Só se uma contar por 2. E até podia ter feito as 3, que só serviria para escamotear as 213214324324 jogadas perdidas pelo mesmo Sálvio com remates entre a falta de lucidez e a idiotice pura.

      PP, de todos os jogos em que podes elogiar uma maior participação de Sálvio com os colegas de ataque, ontem não pode ser.

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    3. RB, ainda há muito que afinar. É o primeiro jogo com o Raúl a titular depois de muito tempo com Mitroglou. Há mecanismos a afinar, mas eu gostei muito do que vi ontem.

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  2. o benfica contratando o dudu roger guedes e erik lima do palmeiras era campeao 10 anos seguidos ah e ja agoa o thiago martins :D a equipa toda do palmeiras :D

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    1. O quê? Só porque estes foram campeões 22 anos depois da última equipa campeã do Palmeiras? E mesmo assim não falaste num dos melhores da equipa deles: o Zé Roberto que aos 42 anos está ali para as curvas.

      A última vez que o Palmeiras tinha sido campeão, jogava lá o Amaral, o coveiro, que jogou no Benfica na década de 90, o Roberto Carlos que depois se transferia para o Real Madrid e o Rivaldo que iria para o Deportivo da Coruña.

      ;)

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    2. Acho que o Roberto Carlos fez uma perninha no Inter antes de Madrid, mas posso estar enganado.

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    3. Tens razão sim senhor! Ele não se adaptou bem ao Inter e depois foi para o Real.

      Quem também fez parte desse "time" maravilhoso do Palmeiras e também passou pela Luz, foi o Edilson. Nunca percebi porque é que ele não continuou na Luz... jogava tanto...

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  3. O Rebocho já em Alvalade fez um bom jogo. Pode ser que seja uma venda "com umas cláusulas" e ainda faça a viagem de regresso como o Ederson ou o Horta.

    Quanto ao jogo, gostei do Jiménez mas a equipa e ele precisam de se adaptar. A frente ressentiu-se muito da mudança de estilo e o tipo precisa mesmo de melhorar o critério, porque o que Mitro dá vai muito para lá do golo. Mesmo assim acho que está em dois golos (marca o terceiro e salvo erro está no início da jogada do primeiro). Pese isso tudo, sim mais minutos ao mexicano para estarem todos fresquinhos para Dezembro e o Rui Vitória de barriga cheia de qualidade!

    Sálvio foi mau demais na frente. Parece que só sabe contribuir para um momento em cada jogo. Bem a tapar as subidas do NS, mal, demasiado mal, no último terço. Premiado com uma assistência no único (?) lance em que não opta por um remate sem sentido. Está num momento que me faz lembrar o Quaresma no Porto: por cada boa acção tinha 9 em que era um jogador do adversário. É impossível defender-se minutos para Jiménez a titular, face à baixa de Mitro, e não se defender minutos no banco para Sálvio.

    Celis é diabólico. Para o nosso campeonato é o pesadelo do corredor direito adversário. Ora aparece por fora, ora por dentro, ora mais ao meio. E com uma taxa bem apreciável de boas decisões. Se melhorar mais não fica cá muito tempo, portanto é ir aproveitando.

    Almeida demorou a engatar. Muito melhor depois do intervalo, mostrou ser útil, não sei se para vôos de top na lateral esquerda (leia-se Nápoles e Sporting). Para o resto do campeonato serve como alternativa.

    Rafa entrou benzinho, mas no lance do golo fico com a impressão de forçou demasiado a jogada individual. Se antes de ser atropelado tivesse tocado na frente ao meio fico com a impressão que o Jiménez tinha chegado antes da defesa e sem ninguém à frente. Assim foi fortuito que a bola ressaltasse para o mexicano...

    Em resposta a minutos para Samaris, antes do jogo, quando era difícil adivinhar, eu também o teria dito. Depois do jogo acho que só poderia ter sido Deus... perdão, Fejsa. Muito trabalho, imenso, a limpar aquela linha do meio. Samaris está longe da capacidade do sérvio de estar meia hora antes no sítio certo, pedir um café, beber o café e limpar o lance. Se precisa de minutos? Sim, depois do 3-0 e com menos de 10 minutos para jogar...

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    1. FDX!!! Onde se lê Celis deve-se ler CERVI. Que insulto! Vou-me chicotear 22 vezes para nunca mais me esquecer.

      (Mas a frase "Celis é diabólico" também se justifica. Aliás, quase que se pode dizer Celis é o anti-Cervi.)

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    2. Podes crer! Lol! =D

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    3. Sobre o teu texto...

      - Espero que o Rui Vitória mantenha a titularidade do mexicano e reserve 30 minutos ao Mitroglou na próxima semana.

      - O problema é que nem Carrillo, nem Rafa (e muito menos o Zivkovic) têm ritmo de jogo para fazer 90 minutos. Enquanto o peruano e o português não ganharem esse ritmo, vais ver o argentino no onze titular. Depois, este é para vender, se é que me entendes.

      - Estão todos espantados com o índice de trabalho do Cervi, mas esta característica já ele tinha na Argentina. É um caso flagrante de como a maioria avalia o jogador pelo que faz com a bola e não sem ela... A única coisa que pode merecer reparo nele, é a sua adaptação ao futebol europeu. Para muito se deve a forma de lidar com os jogadores do Rui Vitória, mas também a família argentina no Benfica.

      - O André Almeida entrou a frio, mas mal ele terminou o aquecimento foi fantástico. Nem notei que estava sem ritmo. Para mim, isto define como o jogador se prepara para a competição. Deve treinar como joga.

      - Sobre esse lance do Rafa partilho a mesma opinião. No entanto, está aqui ouro. Ele está em busca do primeiro golo com o manto sagrado.

      - Sobre o Samaris/Fejsa, o tema nunca foi o Fejsa. Esse já sei que cumpre. Agora, precisamos que o grego ganhe ritmo e confiança. Isso só acontece com minutos de jogo. De preferência frente a equipas de menor valor. Imagina que o Fejsa é titular em todos os jogos e depois lesiona-se frente ao Nápoles. Teremos que jogar contra o Sporting com um Samaris com apenas 20 minutos nas pernas nas duas últimas semanas? É isto que não quero. E, não te esqueças que estávamos a jogar contra o Moreirense na Luz...

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    4. Eu quanto ao próximo PL... Se calhar Mitro na Madeira, onde o campo se presta menos a correrias e Jiménez na Luz frente ao Nápoles. E depois os dois fresquinhos para a malta de Alvalade.

      Não conhecia o CERVI antes de vir para o Benfica. Estou espantado com a forma como se adaptou depressa às exigências do "faz tudo" da Europa e particularmente do Benfica. Palmas para RV.

      Eu acho que o Rafa tem condições para ser um JVPintozinho.

      Qanto ao Samaris, o que eu disse é que depois do jogo nunca tinha ido com ele, antes estava como tu, precisa de minutos e é melhor frente ao Moreirense do que Nápoles ou Sporting. Só que o Fejsa teve muito, mesmo muito trabalho. Tanto que eu arrisco dizer que o Samaris, com as falhas de posicionamento que apresenta, teria sofrido. E com ele o Benfica.

      No lado oposto está o Sálvio. Dificilmente tinha ido com ele. O Carrillo aqui tinha espaço para errar. E Sálvio entrava na última meia hora, com uma defesa adversária esgotada e onde a falta de clarividência dele é disfarçada pelo cansaço do adversário.

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    5. Pois, mas este era um jogo que até poderia falhar um pouco, que teríamos sempre o resultado na mão. Mais, o Fejsa jogou quase sempre no meio-campo adversário, que é precisamente o que o Samaris gosta de fazer.

      Eu acho que devemos aproveitar os jogos menos exigentes para fazer este tipo de testes.

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    6. Depende. Como já disse, concordo com o princípio da coisa e antes do jogo subscrevia tudinho do que dizes.

      O problema é que depois do jogo a conclusão a que chego é que felizmente estava lá Fejsa.

      Sim o Samaris gosta muito de estar no meio campo adversário, mas bastava errar com o resultado a 0s ou ali no 1-0 e de repente o tal resultado na mão ia-se.

      Dito de outra forma, o resultado esteve na mão porque tinhamos Fejsa. Gostei imenso do Geraldes, lamento que seja da concorrência, mas a verdade é que contra um deposicionado como o Samaris, Geraldes e Podence tinham esfrangalhado aquele meio campo. Ou era o Sálvio que vinha ajudar?

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    7. Mas, porque é que mesmo estando a perder ou em vantagem de um golo, o resultado esfumaria-se? Não devíamos ter mais segurança na nossa equipa? E, já agora, até que ponto esta utilização do Fejsa não acaba por criar um sentimento de que só com ele em campo é que ganhamos sem problemas?

      Eu não acho que isso seja correcto. E ainda por cima, perante este adversário, que convenhamos, é fraquinho, não podemos ficar tão inseguros. Essa insegurança depois transmite-se. Este era o jogo para arriscar no Samaris e ganhar confiança com ele.

      Eu teria apostado no grego... já agora, como gerias a situação do Pizzi que está a um amarelo de cumprir castigo de um jogo ficando fora do derby se recebê-lo na deslocação ao Funchal?

      Por isso é importante estar constantemente a criar soluções. Não se pode pensar apenas no jogo em si, mas também a médio prazo. Isto é fundamental num clube como o Benfica.

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    8. Percebo perfeitamente. É a questão do Barça e do Messi: tendo um monstro desses no plantel, como é que se abdica dele?

      Como disse no meu comentário, face ao que o Moreirense podia ter feito por ali, com a dupla Geraldes-Podence, em retrospectiva pareceu-me boa a decisão de meter Fejsa, mas só porque o Fejsa se fartou de ter trabalho.

      O que me faz vacilar no Samaris é os maus posicionamentos dele. Olha para o jogo de Instambul e a primeira acção dele (como tinha acabado de ligar a TV ficou-me na retina): está bem posicionado para parar um contra adversário, o jogador adversário recupera a bola e o Samaris vai na ânsia (com um movimento lateral na direcção de Luisão, que recuperava a posição) e deixa o espaço que ocupava totalmente aberto, o adversário progride com bola e, quando chega mais ao menos onde o Samaris estava, Luisão dá-lhe o pau, leva o amarelo e nisto o Samaris ainda está a olha para perceber como se retirou a si mesmo daquele lance. Mesma situação no lance que antecede o penálti: Samaris tão a leste do que o jogo pede que força Semedo a vir dentro fazer de trinco, espaço para progressão na ala, cruzamento, penálti (versão condensada).

      É certo que precisa de minutos, é certo que aos 5 minutos de cada vez não vai lá, mas para efrentar aqueles problemas preferia ver o Danilo (que não conheço) a Samaris.

      Apesar disso, a entrega e a garra do grego é indiscutível, só acho que andam mal canalizadas.

      Se pode ser uma alternativa a Pizzi? Se calhar até pode, mas aí tinhamos de estar a discutir outro tipo de funções. E seria para experimentar já já esta semana!

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    9. O lance da mão do Lindelöf de que falas, o Samaris tem o comportamento de médio defensivo puro, i.e., o Luisão dá cobertura ao lateral direito e como o Lindelöf fica na marcação ao outro avançado, o médio defensivo deve ficar entre eles. Nesse caso, o médio oito ficaria na entrada da área.

      O problema é que o Samaris não percebeu que o comportamento defensivo dele teria que ser o de um "8" e não de um "6". Mas, nesse lance não foi apenas ele que errou. O próprio Pizzi e o Rafa também não estiveram bem. Mas, como são muitos jogadores a não perceberem bem, retiro que o problema está no banco, no Rui Vitória, que não soube explicar bem quais as funções e posicionamentos que cada um teria que ter numa situação daquelas.

      Isto é que tem de ser explicado aos jogadores.

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    10. Falava do comportamento ao nível da recuperação no meio campo no lançamento da jogada, não do que se passa com a bola no último terço. Nessa altura já a equipa está toda em gestão de estragos.

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    11. Na jogada que deu origem à grande penalidade do Lindelöf, começou com um lançamento do Inler para o extremo esquerdo turco. Houve uma pressão do Pizzi, mas este já chegou um pouco tarde. Quem estava mais próximo era o Salvio e o Fejsa. O Samaris estava sobre a nossa meia-esquerda e não sobre a meia-direita (por onde os turcos atacaram). Como podes atribuir-lhe responsabilidades?

      Na minha opinião, eles estavam mal instruídos. Houve muita confusão de funções e até de ocupação de espaços.

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    12. Primeiro ponto: Samaris não tem culpas no lance do golo. Ou pelo menos, não tem mais culpas do que qualquer outro elemento do meio campo Glorioso.

      Segundo ponto: concordo com a confusão de funções e posições. Mais, a passividade do Sálvio (estoirado) estará mais relacionada com a jogada do que a má ocupação dos espaços do Samaris.

      Dito isto:

      Samaris é o MD do lado direito. Desde a entrada do Samaris Fejsa raramente apareceu descaído para a direita (aparece "por acaso" antes do cruzamento, mas como parte de uma segunda vaga, a cobertura daquele lado foi sempre do Samaris). O que eu digo ali em cima, talvez de forma menos clara, é que os (des)posicionamentos do Samaris mexem com o resto da equipa. Instantes antes do lançamento do Inler a bola está do lado esquerdo e Samaris está a proteger as costas do Pizzi. literalmente o Samaris, naquela posição, limitava em 0 a acção dos turcos. Nesse instante o Semedo flecte para dentro para reduzir o espaço entre elementos, o extremo turco mantém-se aberto e o Sálvio faz qualquer coisa fora do alcance da câmara (mas aparece mais tarde a pressionar de lado).

      Quando há a abertura do Inler o meio campo está fundamentalmente a reposicionar-se. Repito: o meio-campo, não um jogador.

      O motivo pelo qual fui buscar este exemplo para a conversa é por causa daquele suave instante em que o Samaris vai para uma área do terreno fazer nada. É mais do que certo que só com tempo de jogo é que a coisa vai lá, mas a frequência com que ele tem tido estes desposicionamentos levam-me a crer que poderias ter tido um jogo muito diferente na Luz com Samaris e não Fejsa a titular, frente aos dois putos do Sporting que o Moreirense tem.

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    13. Já reparaste que o tal comportamento do Samaris estar à direita e à esquerda é comportamento de número "8" num esquema tradicional de 4-4-2 (4-1-3-2) do Benfica? I.e., o número "8" é o primeiro a sair à pressão ficando o número "6" a fazer as coberturas.

      O próprio comportamento do Pizzi, quando entra o Samaris e ele sobe no terreno, não subiu para fazer um 2+1 no meio-campo. O português subiu para jogar como segundo avançado. Por isso é que o Salvio estava numa linha atrás deste nessa fase final do jogo.

      O que se exigiria, pelas características dos jogadores e pela condição que apresentavam naquele momento, é que o RV tivesse abandonado o 4-4-2 para fixar um 4-2-3-1, sendo que o Pizzi seria mais o terceiro médio que segundo-avançado.

      Para mim, isto é sintoma de como foi mal preparada a segunda parte pelo Benfica. Daí a minha responsabilização ao RV. Para te ser franco ele leu mal a disponibilidade física da equipa. A própria linha defensiva do Benfica que jogou praticamente na primeira parte sobre a linha de meio-campo, estava já a 3/4. Era necessário descer um pouco mais as linhas sem bola. Repara que o Salvio e o Samaris continuaram a pressionar como se tivesse na primeira parte. Porquê? Porque foi assim que foi treinado durante a semana de treinos e porque o treinador queria que continuassem a fazê-lo.

      O Salvio e o Samaris, quando sobem a pressionar, a defesa fica imóvel. Na primeira parte, quando o Salvio e o Pizzi subiam a pressionar, a defesa comandada pelo Luisão subia rapidamente. Para encurtar distâncias.

      E, escrito isto, interrogo-me da frescura física de Luisão para comandar a linha defensiva neste tipo de jogo durante 90 minutos...

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    14. Discordo dessa leitura das coberturas. O que me pareceu (e ter revisto os instantes que precedem o penalti confirmou-me isso) é que Fejsa e Samaris dividiram o campo a meio e cada um limpava a sua metade, com o outro a aparecer em auxílio, se fosse caso disso.

      Na minha lógica o RV também abandonou o 442 em detrimento do 4231, com os resultados habituais dessa mudança: cocó! (Até agora Nápoles e o jogo na Luz com o Bayern são as honrosas exepções.)

      Mas... Confesso que em teoria me pareceu uma boa ideia (como frisei noutro post, entrei no jogo quando o Samaris entrou em campo). Em teoria teríamos maior capacidade de reagir à perda, em teoria teríamos mais opções para sair com a bola controlada e para ditar o ritmo de jogo, mesmo que a bola não chegasse jogável ao PL, teríamos sempre mais bola e maior capacidade de a recuperar. Falhou a toda a linha!

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    15. São sempre boas ideias quando são treinadas e bem preparadas. Para mim, não houve o devido planeamento e treino. Os jogadores andaram um pouco perdidos na segunda parte.

      Sobre as coberturas, vê qual era o primeiro homem a pressionar o meio-campista do Besiktas após a entrada do grego? Era sempre o Samaris. Da mesma forma como era o Pizzi na primeira parte.

      Repara como o Semedo também subia pressionando o adversário. Este acompanhava o extremo que tinha de descer até ao seu meio-campo. Fez isso tanto na primeira como na segunda parte. O resto da linha defensiva não subia para encurtar espaços.

      Falas na maior capacidade de reagir à perda, mas depois reclamas da pressão que o Samaris fazia aos adversários. I.e., por um lado achas que deviamos reagir rapidamente, mas por outro queres que faça contenção?

      O problema é que no segundo tempo, tinhas dois grupos de jogadores a jogarem em ritmos diferentes. Uns que tentavam jogar com a mesma estratégia da 1ª parte e outros que já não acompanhavam. Era crucial o treinador ter metido todos a jogar ao ritmo dos mais lentos. Isto para evitar que a equipa se partisse, como acabou por se partir.

      Por isso a ordem que defendi de substituições. Isso teria ajudado. Porque daria tempo para a própria equipa se reorganizar.

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    16. Isto do Moreirense para o Besiktas... ;0)

      Começando pelo fim, não discuto a ordem das substituições porque, como disse, quando comecei a ver o jogo duas já estavam.

      Não é tanto a questão de querer que faça contenção ou reaja à perda, é a questão de não fazer nem uma nem a outra! Ou in extremis não perceber quando deve fazer uma ou a outra. E repara bem no jogo naqueles últimos 20 minutos e vais ver que o Samaris só é o primeiro na pressão quando a bola cai do lado direito (do Benfica) e mais junto ao meio. Na progressão pelo lado esquerdo é outro que vai lá.

      A questão fundamental é mesmo o treino e aí concordo. Claramente foram pedidas rotinas "nunca vistas" e a equipa falhou a toda a linha por isso. Só acho estranho porque o plantel transita quase todo da época passada, e acabámos a época a utilizar uma variante na recta final dos jogos "resolvidos".

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    17. Foram pedidas rotinas que uma parte da equipa não tinha capacidade para o fazer naquele momento. É aí que está mal. E isso é responsabilidade técnica.

      Quanto ao Samaris, e todos os outros que continuavam a pressionar (por exemplo, o Semedo), deveriam ter lido melhor como os companheiros estavam. Ao verem que a linha defensiva já não subia tão rapidamente como deveria, deviam procurar acalmar o jogo. Sem bola, serem mais contidos para os restantes companheiros recuperarem posicionamentos. E, com bola, trocar mais entre si, para a equipa respirar com bola.

      No fundo, é saber gerir o jogo. Por outras palavras é começar a ter inteligência de jogo, para consoante a situação adequar a sua acção.

      A meu ver, este foi claramente o jogo que mais deu para aprenderem.

      Sobre o teu último parágrafo, tem muito que se lhe diga. Nem sei até que ponto o Rui Vitória queria manter o 4-4-2 na última fase da partida, ou se queria adoptar um 4-2-3-1. Para mim, o mais importante é o treinador ensinar bem os princípios de jogo aos jogadores. Qualquer jogador que tenha enraizado bem os princípios de jogo, tem praticamente a carreira feita na elite. O problema é eles perceberem e terem maturidade suficiente para o perceberem. Por vezes os jogadores jogam de determinada maneira porque sim. Um exemplo, em Portugal é muito comum ouvires treinadores a dizeres aos centrais para não ultrapassarem a linha de meio-campo. Resultado, poucos se aventuram com bola no pé quando jogam contra equipas compactas lá atrás. Por isso vez centrais sem qualidade na saída de bola. Algo que uma equipa grande necessita ter irremediavelmente. Eles fazem isso porque se acostumou fazer e porque provavelmente haviam jogadores malucos para jogarem à queima. Então ditaram uma lei de não ultrapassar a linha. O que deveriam ter feito era ensinar o jogador a decidir e medir o risco das suas acções. Fazer isso é aquilo que chamamos no treino de "descoberta guiada".

      Os jogadores aprenderão por eles próprios o que devem fazer. É lindo ver os miúdos crescerem nessa fase. E tu como treinador retiras enorme satisfação porque não tens que abrir cabeças. Eles nos próprios exercícios vão percebendo e comunicando entre eles.

      Por isso há treinos e treinos. Mas, atenção, a ciência de treino não é exacta. Há aqui muita tentativa e erro. Requer tempo. Muitas vezes estás a treinar algo que só daqui a um ou dois meses produzirá resultados. Os jogadores não vão para um treino e ficam logo a saber tudo. Necessita de maturação. Algo, que muita gente não admite.

      Por exemplo, no início da época passada, a crítica ao RV era a nossa defesa. Eu já me tinha percebido do que o RV queria fazer (defesa subida) e já percebia que havia jogadores que não aguentavam (Luisão, por exemplo). Durante aquele tempo eram só críticas. "Como a equipa já não sabe defender?" ou "Afinal o cérebro já não está lá..." 3 meses depois, o Guardiola observa a equipa do Benfica e chama os seus adjuntos para verem o que o Benfica de RV andava a fazer em termos defensivos...

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  4. eu so estou a espera do que o jimenez pode dar, e estranho ele e bom finallizador e e um plc bastante movel mas nao consigo ver o potencial que lhe dao de forma a poder vende lo por 60 milhoes ou ser a transferencia mais cara de portugal

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    1. Em Portugal, poderíamos ter um Suárez que nunca o viriam como avançado completo que é. Seria cá um 2º avançado.

      A tendência é para pensarmos que um ponta-de-lança é um pinheiro no meio dos centrais. Ora isso não cria espaço. Muito pelo contrário entope a zona central. Repara que no primeiro jogo que joga o Raúl, o Pizzi consegue de forma natural penetrar na grande área adversária. O Raúl arrasta marcações. Tem um maior raio de acção e é o ideal para os grandes jogos pela energia que coloca em campo.

      Se lhe derem 10 jogos consecutivos a titular, fará com que os restantes companheiros se adaptem a ele. As dinâmicas irão melhorar e com isso, não só ele marcará mais golos, como os companheiros também.

      ;)

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    2. obrigado, por acaso nao tinha visto dessa forma XD mas e assim que se aprende. mas entao ele ainda tem algum problema que tenha que resolver ou tal como o grimaldo e so o numero de jogos e que falta? o de guedes foi mais facilmente perceptivel pk pensei logo no jonas e saviola e vi que ele precisava do mesmo.

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    3. O número de jogos serve por três motivos:

      1) adaptação às cargas competitivas - uma coisa é dares tudo num jogo que já sabes que só voltarás a jogar daqui a uns tempos, outra é dares tudo 3 vezes por semana consecutivamente. Eu próprio também quero ver o limite físico do Raúl.

      2) adaptação do estilo de jogo do Raúl ao dos colegas

      3) e vice-versa.

      Sobre o Guedes, eu não quero apenas que este agora fique mais preso no corredor central. O próximo passo será ambos irem resvalando nas funções. Isto será muito benéfico para ambos e para a equipa.

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  5. O Raul merece tempo de jogo e uma formação interessante que poderíamos tentar era uma espécie de 4-2-3-1/4-4-1-1/4-4-2 com 2 médios centro e uma linha Guedes-Pizzi-Rafa no apoio a Jimenez.

    O Pizzi marcou muitos golos esta época e ganharia em jogar mais adiantado como n°10 com 2 médios a protegê-lo por trás. Com isto não estou também a dizer que o Guedes tem de jogar como um extremo clássico, pois esta linha Rafa-Pizzi-Guedes teria uma grande liberdade de movimentação em toda a largura do campo : ora era o Pizzi a jogar no centro no apoio a Jimenez, ora era o Guedes, ora era o Rafa, ora era o Pizzi na direita, ora o Rafa, etc.

    Pizzi, Rafa, e Guedes são bons demais para jogar numa posição fixa, seja no centro ou na ala, e rendam mais quando têm liberdade para se movimentar em toda a largura do campo. E com estes 3 especialistas de assistências por trás, o Raul, avançado de profundidade, iria receber MUITAS, MUITAS bolas de golo.

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    1. Em termos tácticos sabes o que beneficiaria imenso uma dupla como o Raúl e o Guedes? Um 4-4-2 com extremos invertidos e que procurassem as zonas interiores.

      E, a meu ver, se venderem o Salvio repara quais os extremos com que ficamos? Carrillo mais Rafa na esquerda e Cervi mais Zivkovic na direita. Todos eles fizeram escola dessa maneira.

      Aliás, isso é algo que o Paulo Fonseca introduziu no Braga na época passada e que o Leonardo Jardim está a introduzir no Mónaco esta temporada. Para além destes portugueses, recordo o Bayern de Munique de Pep Guardiola com Ribery na esquerda e Robben na direita, com uma dupla atacante formada por Müller e Lewandowski.

      ;)

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    2. O Carrillo é tão calaceiro e desligado do jogo, que mal ele entra, mudo de canal!

      Viva o Benfica!

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    3. Por vezes os jogadores são assim. Não quer dizer que não estejam com a equipa. Apenas que ao invés de espicaçá-los é preciso acarinhá-los para eles conseguirem produzir o que sabem.

      O Carrillo tem muito futebol para dar e não apenas com a bola nos pés. Aquilo que o Gelson Martins faz agora no Sporting, já o Carrillo fazia e com outra qualidade. Portanto, o potencial está lá.

      A meu ver, ele precisa de ser realmente aposta. No entanto, olhando para o contexto torna-se difícil. Por isso, quando houver uma venda de um dos extremos o peruano terá mais oportunidades. Tenho preferência que seja vendido o Salvio, não porque não gosto dele, mas porque entendo que tem de existir retorno do investimento feito no argentino e porque deles todos é o único que não tem tanta polivalência de jogar em ambos os flancos. Repara que com Carrillo, Cervi, Rafa e Zivkovic, todos eles podem jogar em várias posições, permitindo inclusive a implementação de um modelo de jogo mais generalizado e em que todos possam render o máximo.

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    4. Trocava o Carrillo e o CERVI, mas a verdade é que o argentino parece que joga bem onde for preciso.

      Quanto ao que penso do momento do Sálvio está por aí nos comentários não vale a pena repetir-me, mas de facto essa linha média deixa sonhar com um carrossel mesmo durante o jogo.

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    5. R.B., quando escrevi Carrillo, Cervi, Rafa e Zivkovic, estava a dizer quais os extremos com que o Rui Vitória teria que trabalhar se vendêssemos o Salvio. Os meus "titulares" seriam exactamente o Carrillo e o Cervi e ambos a jogarem como falsos extremos.

      O resto da linha média seria formada por dois médios-centro, um pouco na linha do que acontece no Atlético de Madrid de Simeone ou do Leicester de Ranieri, ou até mesmo no Bayern de Guardiola.

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  6. Disse linha média para não dizer extremos. Dificilmente se pode apelidar o Cervi de extremo tal a forma como ele aparece encostado à linha, no meio, etc. Rafa penso que será um equivalente. Zivkovic, do pouco que se lhe viu até agora, aparenta ser mais exterior, mas de certeza que está a ser trabalhado para flectir para dentro, e o Carrillo aos poucos começa a demonstrar também essa vontade. In extremis, esta malta tanto jogará nas alas como no apoio ao PL.

    Desses exemplos o único que me entusiasma é mesmo o Bayern do Guardiola. Os outros são o "one hit wonder" e uma das linhas mais brutas e inapelativas da actualidade. Depois de tanto tempo a comer bife do lombo, não me apetece galinha demasiado cozida.

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    1. O Ziv costuma jogar na direita e derivar para o centro. O Carrillo é interessante, porque ele sempre foi extremo/avançado esquerdo que como sendo destro tenderia a vir para o centro. Com o modelo de Jesus, fixou-se à direita e mesmo assim teve bons resultados.

      O Tiago, o Gabi, o Saúl, o Koke, são das linhas mais brutas e inapelativas da actualidade? O que eu gosto do modelo do Simeone, é que ele facilmente transforma o 4-4-2, num 4-3-3 (bastanto tirar um Koke e meter um Carrasco, ou um Saúl e meter um Gaitán), ou num 4-5-1 (metendo mais um médio). Faltará melhorar o jogo posicional, mas penso que isso é mais treino que outra coisa. Defensivamente, gosto muito de vê-los a jogar. São talvez a equipa que melhor defende da actualidade.

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    2. São brutos não por razões intrínsecas, mas precisamente pelo que dizes de seguida ("modelo do Simeone"). Enquanto este modelo se puder manter afastado da Catedral, serei um tipo feliz.

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    3. Eu gostava que o Benfica fosse mais agressivo na perda de bola. Com o Jesus descíamos até ao nosso meio-campo e aí tentávamos recuperar a bola. Com o Rui Vitória já tenho visto em alguns jogos esta temporada muitas recuperações logo imediatamente às nossas perdas de bola. No entanto, noto quebras da primeira para a segunda parte.

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    4. "Eu gostava que o Benfica fosse mais agressivo na perda de bola"....É meter o Carrillo. Problema resolvido......

      Viva o Benfica!

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    5. Ai é que está. Por exemplo, o Barcelona é super agressivo na perda de bola (já desde o tempo do Guardiola), e no entanto tem e teve jogadores que olhavas para eles e rias-te como poderiam ser uns rotveillers na reacção à perda. Por exemplo, Iniesta e Xavi. A questão aqui não é tanto individual, mas sim colectiva. Proporcionar as condições ideais, para que mesmo aqueles jogadores com índices baixos de testosterona, parecem uns autênticos jogadores de rugby a quererem apanhar um adversário. Essa é aliás a forma mais elevada de defender e por isso mesmo a mais difícil. Requer muito treino e dedicação.

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