07 novembro 2016

O grito de revolta...


Uma leitura diferente da exibição de Samaris no Dragão.



Quantos jogadores do Porto estão
perto do Samaris nesta foto?
Já estou vacinado com a facilidade que se encontram "patinhos feios" no Benfica, quer seja pelos anti-Benfiquistas, quer seja por muitos dos adeptos encarnados. Por isso, é com alguma naturalidade que tenho lido e ouvido as críticas que o médio helénico ao serviço do Glorioso, tem recebido depois da exibição de ontem à noite, frente ao Porto. Acusaram-no de falta de empenho, de ser lento, de não ser lesto na resolução dos problemas defensivos, de errar muitos passes, de recuperar poucas bolas, de não fazer pressão, etc e tal. No entanto, reparem na foto ao lado, e digam-me o que vêem? Temos o Samaris a disputar uma bola no ar com o Diogo Jota e com o Otávio na expectativa para uma segunda bola. Bem mais atrás vemos o Mitroglou e o central Felipe do Porto. Não acham que falta aqui qualquer coisa?

Se a vossa resposta à questão acima foi a de que "faltam mais jogadores do Benfica na zona da bola", então estão correctos. De facto, ao Benfica faltou ser uma equipa compacta e, acima de tudo, delgada neste encontro. Só desta maneira é que a dupla encarnada de meio-campo conseguiria suster o trio de meio-campo azul-e-branco. Por isso, antes de acusarem o grego do quer que seja, puxem as orelhas a meninos como Salvio (6), Cervi (3), Gonçalo Guedes (7) e Mitroglou (1). Entre parêntesis contabilizam-se as perdas de bola que estes senhores causaram ao Benfica. Reparem que a maioria foi ao longo da linha criativa, ou seja, quando perdiam a bola, o Porto conseguia fazer transições ofensivas com 5 ou 6 jogadores encarnados pela frente. Perante este cenário, com um desgaste rapidamente acumulado num Samaris ainda sem grande ritmo de jogo, para mim foi natural vê-lo com dificuldades nas recuperações. Aqui vai um segundo parêntesis para as enormíssimas exibições de Lindelöf e Lisandro que souberam ler bem a importância de encurtarem espaços entre o meio-campo e a linha defensiva sempre que o Benfica tentava sair para o ataque e sempre que a equipa entrava em transição defensiva. Mas, verdade seja dita, não fizeram mais do que a sua obrigação neste modelo. Como referi, quem não esteve bem foi o quarteto da frente. 


Engraçado como a GoalPoint tem
um sistema de pontuação diferente
da whoscored baseando-se ambas
em dados da OPTA. Na whoscored
a diferença é de meio ponto entre
os dois futebolistas, enquanto aqui
é mais de 1 ponto. Porque será?
Apesar de tudo isto, quando olho para os números do grego e comparo-os com os do adversário do mesmo posto, o Danilo Pereira, não vejo um desnível tão acentuado. Ou seja, o espartano acaba por não ficar a perder assim tanto para o campeão da Europa, conforme podemos verificar pela estatística ao lado. Afinal de contas, o Samaris consegue ter uma melhor percentagem de passes que o Danilo. Mas, não era ele quem mais passes errava no meio-campo encarnado? Afinal não! E, quanto ao número de desarmes, intercepções e recuperações de posse, o campeão da Europa sai a ganhar, mas não por uma margem muito significativa, para quem jogou com mais um colega ao lado dele. Aliás, se olhar para a estatística fornecida pelo site whoscored, facilmente verificamos que o grego ganhou mais duelos aéreos (3) que o Danilo (0). Por curiosidade, o Mitroglou ganhou apenas 1 duelo aéreo, enquanto o Marcano foi o campeão com 5 duelos ganhos. Isto diz muito sobre a fraca produção do avançado grego encarnado, que também deveria ser alvo de maior crítica que a do camisola 7. Por fim, destaque para o ADN ofensivo do meio-campista grego, com 3 remates contra apenas 1 do Danilo. Um deles originou a defesa da noite do lado do Porto, por parte do Casillas. Face a estes factos ainda vão continuar a bater nele?




P.S.: Sei que o Samaris não é o Fejsa. Mas, mesmo assim não se justifica as críticas rudes que se tem ouvido falar contra o grego que tão briosamente o manto sagrado tem sabido envergar. Por um lado, há que saber acarinhar jogadores como este. Por outro, temos que nos colocar no seu lugar e ver que tipo de adversidades ele está a ter. Por outro ainda, verificar que há outros meninos que estão sempre a passar por entre os pingos da chuva e têm maiores responsabilidades. Por fim, também confrontar a equipa técnica para este tipo de situações. E, já agora, porque falámos no sérvio, vejam só o que o Wikipédia diz sobre ele...

Se o Wikipédia diz, é porque é verdade!


25 comentários:

  1. António Madeira08/11/16, 00:09

    Não tenho visto assim tantas críticas duras ao Samaris. As críticas são maioritariamente de pessoas que sabem pouco ou nada de futebol e que nem sequer sabem observar que tática uma equipa está a usar em jogo.
    Concordo com tudo o que se disserta neste tópico sobre Cervi, Salvio e Guedes e também já o referi anteriormente. O Mitroglou não será tão responsável pela sobrecarga sobre o Samaris, uma vez que jogou sem o apoio das alas e do Guedes, que para mim foi o pior de todos, apesar das grandes exibições que tem vindo a fazer.
    A comparação com o Danilo é feliz, dando a perceber que, para quem jogou apenas com o apoio de um distribuidor, as distâncias não foram assim tão acentuadas.

    De positivo, a injeção de confiança e aumento dos níveis físicos para os jogos que aí vêm sem Fejsa.
    A verdade é que nunca estive tão curioso para ver o 11 inicial da nossa equipa como este ano, dada a qualidade em todas as posições e às lesões que obrigam a reformular táticas e inventar soluções.

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    1. O pessoal desresponsabiliza facilmente o avançado, quando ele é o primeiro defesa da equipa. Isso eu não entendo. Reparem nas grandes equipas europeias e no tipo de avançados que possuem: na sua maioria são equipas com avançados "chatos" para os defesas.

      E eu não digo que ele deve correr à maluca atrás dos defesas, mas ao menos deve ser inteligente o suficiente para obrigar os defesas a canalizar jogo ofensivo por determinados caminhos, para criar armadilhas tácticas, que se traduzem na rápida recuperação de bola por parte do Benfica.

      Para mim o problema do Mitro é apenas um: ele não aguenta fazer 3 jogos intensos por semana. Creio mesmo que foi esse o grande motivo por não ter tido sucesso no Fulham em Inglaterra. E, é esse motivo que explica que nesta semana teve exibições sempre em decrescendo.

      O resto da equipa também não o ajuda neste momento, sobretudo o trio imediatamente atrás dele, mas como ele é o primeiro defesa, é ele que pode comandar as "tropas" na forma como se faz a pressão.

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    2. António Madeira08/11/16, 22:50

      Caro PP, não estou a desresponsabilizar, longe disso. Quero apenas dizer que não é esse o seu principal papel nem o seu perfil. Não é um Lima, como não é um Raul. E é por isso que não teria avançado com ele para ESTE jogo. O Mitro é um jogador de área, ou de limite de área. Com equipas como o Porto, com um meio-campo a dois e dois alas desinspirados, não se podia pedir ao Mitro que fosse o primeiro defesa, porque ele não sabe fazer isso. Tal como o Cardozo não sabia. Tínhamos Guedes para fuçar, deambular e ser vertical, mas depois faltava-nos o Lima, o Raul, para acompanhá-lo. Não estou em posição de avaliar se ele aguenta 3 (2) jogos por semana. Não sendo o que mais corre na equipa, não sei até que ponto isso influi na sua característica principal, que é fazer golos. Jonas faz-lhe(nos) falta porque não só é mais inteligente, como consegue jogar mais perto dele. O Guedes anda sempre longe do Mitro, seja contra o FCP, seja contra o Tondela. Claro que dá outras soluções à equipa que Jonas não dá, e algumas delas agradam-me bastante, mas em jogos destes, com equipas superiores e mais agressivas sobre a bola, essa distância torna-se um fosso, e sem a ajuda dos alas, ainda pior.

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    3. António, o futebol de alta competição, entre equipas de qualidade equiparável, não se pode dar ao luxo de jogar apenas com 9 jogadores que possam defender e impor um ritmo mais elevado (estou a dizer 9, porque estou a descontar o guarda-redes e esse tipo de avançados finalizadores). É exigido que os jogadores tenham outro tipo de jogo sem bola. Por vezes, esse é até bem mais importante do que o com bola.

      Na minha solução, eu metia o Guedes, tal como jogou frente ao Besiktas na Luz. Nesse jogo teve várias oportunidades de golo, mas não marcou. Não é por isso que iria desistir dele, até porque o Mitroglou também já teve jogos assim. De repente, recordo-me do jogo frente ao Porto na Luz, onde poderia ter marcado muitos golos e falhou-os. Se tivesse o Raúl a 100% seria ele o titular, como é óbvio, mas perante o contexto, apostaria no Guedes.

      Reforçava o meio-campo, e com isso daria mais liberdade, sobretudo a Salvio e a Cervi. Ambos têm apetência pelo golo.

      No fundo o que estaria a dizer à equipa é que em vez de jogarem para um só jogador finalizar (Mitroglou), jogariam para três (Guedes, Salvio e Cervi) mais outro que poderia aparecer, como é o caso do Pizzi.

      A mobilidade dos três da frente poderia ser útil para criar armadilhas de pressão sobre a defesa do Porto. Os três contra os 4 defesas, poderiam encaminhar a saída de bola do Porto para o pior dos seus defesas com bola no pé, e que é o Filipe. Este tentaria fazer um passe para um colega que poderia ser antecipado pela nosso tridente de meio-campo de uma forma muito mais natural. A rápida recuperação seria logo canalizada para o trio atacante e o resto seria definir a situação de finalização ao gosto deles.

      Outro pormenor sobre esse possível tridente: todos eles poderiam ir ocupando a posição de avançado à vez e isso poderia ocorrer de forma natural através dos ciclos de pressão sobre a defesa do Porto. Com isto, os jogadores poderiam-se revezando em termos posicionais e intensidade de jogo, mantendo-se fisicamente em boas condições durante maior período de jogo. Por outras palavras, evitariam maiores desgastes físicos. Notar que para jogar com essa intensidade de pressão, se não se tiver este cuidado, os jogadores esgotam-se em menos de 30 minutos.

      Sobre o Guedes andar longe do Mitro, não concordo. Eu acho é que o Mitro deixa-se encostar em demasia sobre os centrais. Sobretudo, quando no 2º e 3º jogo da semana... pois perde o fôlego.

      Outra coisa sobre o Guedes: é óbvio que ele ainda não decide muito bem. Tem ainda uma certa imaturidade e está ainda a aprender a jogar o jogo e a uma velocidade muito maior. No entanto, até nisso a minha estratégia protegia o miúdo e protegia a nossa equipa. Ele jogando como avançado ou como um do trio da frente, as possíveis más decisões seriam facilmente colmatadas por uma recuperação mais rápida, pois teríamos pelo menos 7 jogadores (+1 guarda-redes) atrás da linha da bola. Na situação que jogámos tínhamos 5... faz toda a diferença.

      Por exemplo, o André Silva perdeu tantas bolas como o Guedes em 90 minutos (7 bolas). No entanto, quem achas que teve mais perdas comprometedoras?

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  2. Acho que o Mitro fez um bom jogo,quanto ao Samaris,tem,um grande problema,ele nao e Deus a.k.a. Fejsa.

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    1. Recomendo ler a minha resposta ao António Madeira. ;)

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  3. E entrar no dragão com o meio-campo entregue a Samaris e Pizzi, não é masoquismo de RV?

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    1. Já tinha avisado que teria sido mais seguro para o Benfica reforçar o meio-campo. Se o tivesse feito, a maioria das bolas teriam sido interceptadas antes de chegarem ao último terço do terreno e com isso, lançávamos contra-ataques rápidos sobre o Porto.

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  4. Mitroglou ressente-se de não ter um tipo com a inteligência de um Jonas ao lado. Só que Jonas tem quase tanta experiência futebolística como o seu substituto tem de idade. Ou por outras palavras, quando o Guedes começou a treinar na Luz, já o Jonas era profissional há uns tempos. Com tempo e muito "calduço" o Guedes faz-se (a menos que vá para um clube do Mendes pastar em Janeiro ou Julho...).

    Quanto ao Samaris, se leres os meus comentário pela blogosfera, dificilmente me verás a acusá-lo de «falta de empenho, de ser lento, de não ser lesto na resolução dos problemas defensivos, de errar muitos passes, de recuperar poucas bolas, de não fazer pressão». Primeiro, porque quem acusa Samaris de falta de empenho tem de ser muito ceguinho. Se há coisa inatacável é o empenho do grego. Tirando a percentagem de passes, que tu escolheste a dedo para o defender, tudo o resto é para mim consequência do mal maior: posicionamento. O que o Benfica perde do Fejsa para o Samaris é passar do Império Mongol para a Liga de Delos. Nisto de escolher coisas a dedo, há um lance na primeira parte em que o Porto recupera a bola, progride até ao centro e tem de ser Semedo a vir fazer de Samaris e depois recuperar posição. Samaris ficou sempre parado sem perceber bem o que tinha para fazer naquele lance: nem sai ao jogador do Porto, nem fecha caminhos, nem, quando Semedo lhe mostra o que devia estar a fazer, compensa o desposicionamento do lateral.

    Samaris não é um patinho feio. Quando a equipa a época passada lutava para encontrar um fio de jogo era muitas vezes ele quem estava no sítio certo à hora certa. Não entrava fora de tempo por estar em todo o lado com dez segundos de atraso. Mas neste momento é. Pode ser falta de ritmo? Pode. Pode ser falta de ritmo e ser chamado a actuar frente a adversários "maus" para ganhar ritmo? Pode. Só que isso é o tempo que dirá. O que se pode dizer neste momento é que Samaris teve um jogo que vai do mau ao muito mau. Que Samaris foi um dos pontos fracos do Benfica no Dragão, é factual. O que se espera é que o RV agora avalie e trabalhe o jogador. No final cá estaremos para avaliar o trabalho feito.

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    1. R.B., só estás a analisar o problema do ponto de vista da equipa ter bola. O problema é que nestes jogos não há bola. Repara na exibição do Jonas e do Mitroglou no dragão na época passada. Foi mais do mesmo.

      Acerca do Guedes, completamente de acordo. Ainda vai ter de comer muita sopa.

      E, sobre o Samaris, este artigo não foi para ti. Foi sim, para as opiniões gratuitas e pouco fundamentadas, das opiniões subjectivas.

      Mas, porque a culpa tem de ser do Samaris? E porque estás a comparar com o Fejsa super-herói, se tanto o Samaris como o Fejsa nos dois jogos mais exigentes desta temporada (Porto e Nápoles respectivamente), tiveram ambos mal (se olharmos dessa perspectiva). Agora, se olharmos bem para este jogo (e para o do Nápoles) podemos aprender o que verdadeiramente precisamos de aprender para ser uma equipa dominadora ao nível de um Barcelona e Bayern Munique. Para mim, o problema maior não está aí. Para mim, está na forma como aquele quarteto ofensivo jogou. E, sobretudo, sem bola.

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  5. Tens razão PP mas o Mitro nunca foi um Lima, enfim nunca o vi defender assim tão arduamente, é mais parecido com o cardozo: são as caracteristicas dele e não podemos mudar isso. No entanto o Samaris fez um bom jogo e os principais culpados (não tenho medo da palavra) para as entradas nas alas dos jogadores do porto são cervi e sobretudo Salvio que fez um jogo HORRIVEL! Quando foi substituido o jogo do Benfica soltou-se (por ex o pizzi apareceu) e conseguimos encontrar algumas oportunidades na defesa do porto. é tempo demais para este jogador que infelizmente depois da sua lesão nunca mais serà o mesmo: precisamos urgentemente do rafa e do jonas. Quanto ao gonçalo fez um jogo para esquecer. Acho que estiveste bem ao identificar a linha atacante como o principal ponto de fraqueza do jogo do Benfica numa semana com muitos jogos de elevado grau de complicação. Vai fazer muito bem a paragem das selecções, precisamos de recarregar baterias, a defesa fez um jogo soberbo nas antas, hà que valorizar isso!

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    1. Se só viste o Pizzi a partir da saída do Sálvio, recomendo que revejas o jogo. Dica: na primeira parte a bola raramente passou a linha de meio campo no sentido Ederson->Casillas que não passasse pelos seus pés. ;)

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    2. ok entendido R.B. Não pretendi que pizzi tenha um mau jogo mas que teve mais influencia no processo atacante do Benfica depois da saida do Salvio, isso tenho certeza mas agradeço a dica e se tiver oportunidade vou rever a 1a parte com mais interesse para a actuação do pizzi; saudações gloriosas

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    3. Acho que o que queres dizer é visibilidade. Com a saída do Oliver (mais do que a do Sálvio), pareceu-se-me que todos os criativos do Benfica se passaram a destacar mais. Mais posse, mais subidos. Se antes, nessa primeira parte, o Pizzi parte em posse quase da área, ou recebe do Lindelöf na "zona do trinco", sendo logo "bloqueado", com o recuo do meio-campo portista ele passa a receber e tem espaço para criar e combinar.

      Ou pelo menos assim me pareceu! ;)

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    4. Philippe, quatro pontos:

      1) O Mitroglou frente ao Paços de Ferreira demonstrou enorme capacidade de pressing.

      2) Temos de ser realistas e a verdade é que se o Mitroglou conseguisse fazer isso todos os jogos, provavelmente continuaria na EPL.

      3) O momento chave não foi a saída de Salvio ou de Cervi, ou até a de Óliver, foi sim a de André Horta. A partir desse momento o Benfica teve 3 jogadores no meio-campo.

      4) O rendimento do Salvio com um meio-campo assim acredito que teria sido bem diferente, até porque a cobertura defensiva teria sido outra.

      ;)

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    5. ok meus amigos, que bom discutir o Nosso Benfica!

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    6. «3) O momento chave não foi a saída de Salvio ou de Cervi, ou até a de Óliver, foi sim a de André Horta. A partir desse momento o Benfica teve 3 jogadores no meio-campo.»

      Tenho essa discussão desde segunda noutro sítio com, acho, outra pessoa. Passando o peditório de 2/3/4 no meio campo, a verdade é que a construção do Benfica foi pobre até os laterais, e em particular o Eliseu, conseguirem subir pelo corredor. Aqui é até onde eu concordo. Onde eu começo a discordar é que o factor principal para a subida tenha sido a entrada do Horta. Mais do que a entrada do Horta, o Porto retrai-se. E retrai-se tirando peças fundamentais para parar a primeira fase de construção do Benfica. Quando tira Corona, Eliseu fica com via aberta para aparecer na frente e combinar com Guedes/Pizzi/Horta . O Benfica sobe no terreno, mas dificilmente se pode dizer que esteja com ascendente ou por cima.

      Quando é que então se pode dizer isso? A meu ver com a saída do Oliver, o jogador do Porto que prendia o Benfica entre o meio campo e a sua área. Esse momento ocorre quase um quarto de hora depois da entrada do Horta.

      Como se diz no outro sítio onde discuto isto, a entrada do Horta é o RV a comprar a taluda. Mas ele só pôde levantar o prémio porque o NES o deixou.

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    7. R.B., quando o Rui Vitória coloca o Horta o NES pouco tempo depois coloca o Herrera que ele quer que este seja uma espécie de "Ramires" no 4-4-2 do Porto. Até então o Porto jogava em 4-3-3, porque o Corona estava colado ao flanco esquerdo do Benfica. O NES coloca o mexicano, para ganhar mais um homem no meio-campo. Repara que o Otávio não é um extremo de raiz. É um médio ofensivo.

      É verdade que há um alívio da pressão sobre a nossa linha defensiva, mas só existe, porque o Rui Vitória meteu o Horta e o NES por sua vez teve que rectificar.

      O Óliver não prendia nada. O que prendia o Porto era a vantagem numérica sobre a dupla de meio-campo do Benfica. Aquele suposto quarteto de meio-campo encarnado é na realidade um duo, pois os dois alas, não sabem jogar sem bola. Ou seja, não ocupam correctamente os espaços nos vários momentos de jogo. E com bola, muitas vezes arriscam demasiado quando deveriam conterem-se um pouco mais, para não desequilibrar a equipa como fazem. A entrada de Horta é a entrada de um jogador que sabe o que deve fazer sem bola e com bola sabe quando deve ou não arriscar.

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    8. A resposta ao Horta é o Ruben Neves, não o Herrera, mas acho que isso não altera fundamentalmente o teu raciocínio. Aliás, salvo erro o Herrera entrou para o lugar do Jota aos 80 e qualquer coisa.

      Eu acho que o Óliver prendia. Nem que fosse por estar lá a qualidade que ele dá obrigava 1 ou 2 elementos, e não os defesas a terem de estar sempre atentos. Ou se posicionavam à frente dele, ou tendo-o nas costas nunca subiam muito, não fosse a bola cair ali. Daí que a principal subida do Benfica seja quando o Oliver sai, já o Horta estava à 15 minutos em campo.

      Nada disto invalida as qualidades do Horta. Eu acho é que o alívio de pressão que nos permite acampar no meio campo do Porto nos últimos 10/5 minutos, é mais fruto do afrouxar do NES do que da pressão do RV.

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    9. Acredita que se o Benfica tivesse começado com o meio-campo que terminou o jogo, poderia vir o Óliver ou quem eles tivessem que teríamos saído do dragão com a vitória. E, até já te estou a dar de borla a titularidade do Mitroglou.

      ;)

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    10. A favor do Jimenez queres ver...

      RB

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  6. É um jogador muito fraco. Basta estar atento ao que faz durante os 90 minutos para perceber o quão mediano é, em qualquer capítulo. É daqueles que a camisola fica-lhe muito, muito grande.
    A forma do Benfica defender no Dragão, para os dois médios, só lhes favorece o posicionamento porque os mesmos não são obrigados a sair do bloco compacto em que estão. Se Samaris mesmo assim teve N dificuldades, então o que seria caso o Benfica tivesse que recuperar a bola no meio-campo adversário. Nem há comparação com Fejsa. Samaris é fraco e não entendo porque necessitamos de ser benevolentes para com ele.

    Esteve mal a fechar a zona à frente dos centrais- quantas vezes foi driblado por Olivers, Otavios etc?-, nenhum desarme de real valor, nenhuma bola boa para os extremos... nada de nada. Até a aliviar a bola, o cepo, num lance, colocou-a nos pés do Silva que quase marcava um golo de primeira.
    Depois está mais lento que um caracol. Fez-me lembrar o miguel Veloso na seleção. Não pode com aquela bunda. É o jogador menos tecnicista que temos do plantel, na minha opinião.
    E essa comparação com Danilo, é sintomática da diferença de qualidade de ambos, na parte defensiva. O Porto passou grande parte do jogo no nosso meio-campo e mesmo assim perde em todos os capítulos defensivos para o PT.

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    1. Não concordo jorgen80.

      O Porto perante um meio-campo encarnado reforçado, jamais conseguiria penetrar e criar tantas ocasiões. Para o fazer teria que arriscar subir mais unidades no terreno. Acontecendo isso, era um convite ao contra-ataque encarnado.

      Felipe e Marcano são tão fraquinhos que um contra-ataque seria como um passar de uma faca quente sobre manteiga.

      Sobre "fechar mal a zona à frente dos centrais", já expliquei no artigo as razões. Não acho que devo repetir-me.

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