De goleada...

... até ao título final!

O Ferrari que atropela

Realmente uma coisa é certa: o Rui Vitória não tem mãozinhas para este Ferrari encarnado chamado Benfica. Então não é que o Ferrari não pára de atropelar quem lhe aparece pela frente na estrada?! Mais a sério, imagino o orgulho que o treinador do Benfica não deve ter neste momento na sua equipa e no seu trabalho ao longo dos últimos meses. A equipa joga como nunca jogou. Tem números idênticos e um pouco melhores que as equipas das últimas épocas, mas com um factor que quanto a mim é favorável: joga isto tudo com jogadores que anteriormente seriam suplentes ou jogariam na bancada. Independentemente, do que venha a acontecer no resto da temporada, para mim o Rui Vitória já me convenceu. Irei ter sempre opiniões diferentes sobre qual seria o melhor onze e opções que ele possa vir a ter nas substituições durante os jogos. Acho isso perfeitamente normal. Mas, de uma coisa é certa, cada vez mais tenho confiança no seu trabalho e metodologia de treino.

O Sueco que é mais um

Se há momentos em que se nota a olhos vistos o trabalho do treinador é quando ele lança jovens para um nível competitivo do mais alto que eles alguma vez tiveram e estes respondem com sucesso. A forma personalizada com que o jovem central encarnado entrou em campo, mostra bem o sucesso do tal processo de treino de Rui Vitória. Esta temporada o Lindelöf é mais um dos miúdos que entraram com sucesso na equipa principal do Benfica, como por exemplo, o Renato Sanches, o Nélson Semedo e o Gonçalo Guedes. É verdade que a exibição de Lindelöf no encontro não foi imaculada. Mas, também não foi a de nenhum outro companheiro, inclusive do seu parceiro de sector, Jardel. Por isso, não compreendo quando muita gente começa logo com discursos negativos quando o jovem falha um ou noutro momento. Nessas alturas boa parte dos adeptos querem logo outro jogador mais experiente e de craveira. Mas, nem sequer vêem quando o jovem da camisola 14 resolve uma asneira do veterano da camisola 33, quando este escorrega a meio-campo, perdendo a bola que estava em seu poder. Para mim, temos jogador para ser um líder nesta equipa a médio e longo prazo. Os meus parabéns pelo enorme jogo Victor!

O Quarteto Fantástico

Haverá outra forma de descrever o actual quarteto atacante do Benfica? Pizzi e Gaitán na criação e Jonas e Mitroglou na finalização, é esta normalmente a receita. Aliás, do ponto de vista teórico e baseando nas características de cada um deles, é isso que podemos esperar. Contudo, não estamos a ver apenas isso. Aliás, na primeira parte essa foi a fórmula mais vezes usada e para ser sincero, nem sempre resultou, apesar do belíssimo golo do Mitroglou perto do final do primeiro tempo. Agora, as dinâmicas que assistimos na segunda parte, com Pizzi, Gaitán, Jonas e o próprio Mitroglou a deambularem um pouco por todo o ataque, é de elogiar e de aplaudir. É com naturalidade que o Benfica com estes meninos lá na frente consiga golear. Em Belém foram 5 (3 do Mitroglou e 2 de Jonas). Contudo, eu penso que há ainda muito espaço para melhorar. O Gaitán parece-me o jogador que mais terá de evoluir. Acredito que ele não esteja sequer a 50% das suas capacidades físicas e isso faz-lo ressentir em alguns momentos do jogo, onde ele desaparece das zonas de criação, não ajuda nas tarefas defensivas e tem perdas de bola muito fáceis. E, é talvez por tudo isso que frente ao Porto não sei se preferia arriscar usar o Carcela de início em vez do Nico...

O Muro Anti-bala

Termino este artigo sobre o jogo do Belenenses e Benfica para elogiar as defesas de Júlio César neste encontro. É o melhor guarda-redes do campeonato e por larga margem. Se dúvidas houvessem, espero que tenham sido dissipadas pela super defesa ao livre directo do Carlos Martins. Um pontapé canhão que eu próprio sentado em casa tive dificuldades de ver a bola a descrever a trajectória de A para B, mas que o "imperador" defendeu-a sem grandes problemas. E, na recarga - a defesa do Benfica ficou como eu a admirar a enorme defesa do Júlio César - ainda fez uma espantosa defesa com os pés. Isto tudo já bem a meio da segunda parte e após mais de 60 minutos praticamente sem tocar na bola. É nestes momentos que se vê realmente os grandes guarda-redes e o Júlio é o melhor!

P.S.: Aproveito para desejar as rápidas melhoras ao nosso capitão Luisão! Muita força "Girafa"! Estamos contigo!