07 setembro 2014

O futuro da selecção


Um olhar sobre o futuro da nossa selecção nacional.

A renovação
Hoje mesmo a selecção Portuguesa vai entrar em acção para qualificar-se para o Europeu de 2016 na França. Começa, portanto, um novo ciclo e uma fase de renovação da equipa treinada por Paulo Bento. E, por isso mesmo, não é muito difícil de perceber a quantidade de caras novas na equipa. A sua maioria será para ir-se entregando no grupo e não terá grandes oportunidades no encontro desta noite frente à Albânia. No entanto, devido às características físicas, técnicas e tácticas de muitos deles, dá para antever como a selecção nacional vai evoluir tacticamente e em estilo de jogo...


William Carvalho e André Gomes
A meu ver estes dois serão as grandes referências do meio-campo nacional e os principais responsáveis por levar a selecção nacional jogar com dois avançados declarados num esquema de 4-4-2. A componente física, técnica e táctica destes dois jovens permite que o núcleo do meio-campo possa ser apenas composto por dois jogadores ao invés do habitual triângulo do 4-3-3.


Não temos pontas-de-lança
Por outro lado, tal situação vai muito de encontro com as necessidades atacantes da equipa. A verdade é que Portugal não tem pontas-de-lança de classe mundial. Éder é jeitoso, mas pouco mais do que isso, até porque tem muito pouca experiência internacional. Hugo Almeida, é muito intermitente e apresenta estatísticas decepcionantes. O único avançado de renome mundial (e que renome) é o Cristiano Ronaldo, mas mesmo este não é um ponta-de-lança tradicional e prefere jogar com mobilidade e acompanhado no ataque. Por outro lado, olhando para os avançados mais jovens, tais como Nélson Oliveira, Ivan Cavaleiro, Rui Fonte,... também são do mesmo estilo do Ronaldo, ou seja, móveis e velozes.


Inexistência de médios-ala
O facto do 4-3-3 estar implementado e enraizado no nosso futebol à décadas, fez com que os extremos evoluíssem ora para um segundo avançado (Cristiano Ronaldo), ora para uma espécie de quarto médio (médio-ala como o Nani ou o Vieirinha). De qualquer maneira, a posição de médio-ala está algo decadente em Portugal. Como tal, numa primeira fase de implementação do 4-4-2 tradicional será difícil encontrar opções credíveis para as posições de médio-ala, sobretudo esquerdo. Temos Nani (que quanto a mim é mais um segundo avançado do que um médio-ala), temos o Vieirinha e temos o Fábio Coentrão (que quanto a mim embora lateral esquerdo poderia ser um médio-ala esquerdo de grande categoria).


Utilização de médios-interiores
Jogadores como João Moutinho, Rúben Amorim (quando estiver recuperado), Miguel Veloso, entre outros, poderão ajudar nesta fase de transformação do 4-3-3 para 4-4-2. Se adequarmos esta situação com a utilização de laterais de características diferentes, poderemos complementar as alas de forma equilibrada. Por exemplo, do lado onde o médio-interior jogar poderemos colocar um lateral mais ofensivo, que possa dar profundidade atacante, ficando o interior com tarefas de protecção das costas do lateral. No outro lado, com a utilização de um médio-ala ofensivo e encarregue da verticalidade da sua ala, o lateral desse lado será mais um defesa que um ala e ficará encarregue de proteger as costas ao médio-ala.


Os polivalentes
Um modelo de 4-4-2 que defendo aqui exige que haja pelo menos um núcleo de jogadores que sejam polivalentes e que como tal possam desempenhar pelo menos duas posições em campo no mesmo jogo. Esses jogadores são:
  • André Almeida: lateral direito, defesa direito e médio-centro defensivo;
  • William Carvalho: defesa central e médio-centro defensivo;
  • Miguel Veloso: defesa central, defesa esquerdo, médio-centro defensivo e médio-interior esquerdo;
  • Rúben Amorim: médio-centro defensivo, médio-interior direito/esquerdo e médio-centro ofensivo;
  • João Moutinho: médio-centro defensivo, médio-interior direito e médio-centro ofensivo;
  • André Gomes: médio-centro defensivo, médio-centro e médio-centro ofensivo;
  • Fábio Coentrão: lateral esquerdo, médio-ala esquerdo e extremo esquerdo;
  • Nani: médio-ala direito/esquerdo, extremo direito/esquerdo e avançado direito/esquerdo;
  • Ivan Cavaleiro: médio-ala direito/esquerdo, extremo direito/esquerdo e avançado direito/esquerdo.
O meu onze nacional para esta noite, frente à Albânia.

2 comentários:

  1. patriarca disse:

    A seleção está muito bem e "recomenda-se", o Sistema protege-a, à excepção dos resultados que, esses por vezes, não têm a sua intervenção directa. Ainda ontem se viu um Excelente resultado e é de facto o que todos os que contribuem para o estado PODRE do Futebol português têm e merecem, DERROTAS.

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    1. Patriarca,

      O que vi ontem foi falta e a existência ao mesmo tempo do factor C. "C" de competência - houve muita falta dela, pois é inadmissível que o meio-campo albanês tenha apresentado uma organização bastante superior ao nosso meio-campo. "C" de cunha - porque olho para aquela equipa técnica nacional e só vejo gente que chegou facilmente onde chegou mais pelas pessoas que conhece do que propriamente por mérito desportivo...

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