18 fevereiro 2018

O craque deve jogar sempre?


Nem sempre!


Não sei se foi por causa do facto de ter sido o melhor jogador do passado mês de janeiro da 1ª Liga NOS, ou como resposta à tentativa de "mind game" (jogo mental) do técnico do Boavista, o que é certo é que o camisola 10 foi ontem titular, depois de uma semana bem atípica de preparação, uma vez que esteve ausente e a fazer trabalho individual para poder estar disponível para o encontro frente aos axadrezados. Contudo, para mim, o Jonas não deveria ter sido titular.

O craque encarnado enquanto esteve em campo não fez um bom jogo. Fez sim um jogo sofrível e a forma como abana a cabeça aquando da sua substituição é de alguém que sabe que não esteve bem e queria muito ter estado. A meu ver, o Rui Vitória errou aqui na gestão dos jogadores. O jogo acaba por espelhar isso, apesar da goleada que impusemos aos comandados do Jorge Simão. O Jonas não esteve bem durante toda a partida. Não ganhou bolas lá na frente. Não se envolveu muito no desenvolvimento das jogadas ofensivas. E, até falhou oportunidades capitais, como aquela grande penalidade "cervida" de bandeja. E, no banco, estava um voluntarioso e verdadeiro humilde Raúl Jiménez, que sempre que entra nos escassos minutos que lhe dão oportunidades ele tenta ao máximo rentabilizá-los, quer em esforço e empenho, quer em golos e assistências. Não é à toa que é, provavelmente, o maior goleador vindo do banco de suplentes, na 1ª Liga NOS.

Poderia compreender a decisão do técnico encarnado, se o Raúl estivesse numa situação em que se encontra o Seferovic, ou seja, primeiro ano de águia ao peito e a tentar entender o clube e as ideias de jogo da equipa. Mas, o Raúl está na Luz faz anos. É a contratação mais cara do Benfica. E, mais do que isso, tem sido sempre um humilde trabalhador incansável com uma enorme eficácia e eficiência. Não se percebe essa falta de confiança no mexicano. É que a meu ver, fazia muito mais sentido lançar um energético Raúl de início, do que um Jonas a 50% (se tanto!) no jogo. Ah! E quanto às grandes penalidades, quero recordar que o camisola 9 encarnado nunca falhou uma em toda a sua carreira profissional... Será que o Rui Vitória foi no engodo do Jorge Simão, quando este afirmou que provavelmente o Jonas jogaria e não o Jiménez? É que o técnico boavisteiro ao dizer que «não acredito que Jonas não jogue», está no fundo a desafiar o Vitória para o fazer.



A bem da verdade também não estou a ver o Vitória a ir nestes jogos mentais da tanga. Acredito que ele tenha pensado na importância da tomada de decisão do brasileiro, como arma fundamental para a construção de jogo ofensivo, no actual modelo de ataque posicional encarnado. Mas, o Rui esqueceu-se do processo de treino durante a semana, onde quem lá esteve a fazer a posição 9 foi o Raúl e o Seferovic, porque o Jonas esteve a fazer trabalho de recuperação. E, a bem da verdade isso viu-se neste encontro frente ao Boavista. Por exemplo, o Varela fartou-se de procurar o ponta-de-lança com o pontapé de baliza, algo que o Jonas não ganhou sequer uma bola, mas quando o Raúl entra, parecia que a bola ia direitinha para ele. Outro exemplo, é na resposta aos cruzamentos quer ao primeiro, quer ao segundo poste dos nossos extremos, laterais e médios-ofensivos, para o ponta-de-lança. Não é à toa que o Jonas não marca golo (chega atrasado ao auto-golo do defesa do Boavista) mas, o Jiménez faz o seu, após cruzamento do André Almeida. E, existem outros, como a pressão sobre o portador da bola na primeira fase de construção do adversário, a procura incessante de linhas de passe e de criação de espaços através das desmarcações constantes.

Para mim, isto é normal. Por um lado, o craque brasileiro não está sequer a metade da sua capacidade física, apesar de estar altamente confiante e de ter um histórico que intimida o adversário. Por outro, vê os colegas a jogarem ao ritmo de um jogador que nos treinos desta semana deve ter feito de tudo para agarrar o lugar. E, mais do que jogarem ao ritmo dele, estavam a jogar de acordo com as suas características e não com as do craque, uma vez que durante toda a semana treinaram com ele e não com este. Para um craque poder jogar, é preciso que estejam reunidas estas três condições: estar muito bem fisicamente, estar confiante (bem mentalmente) e estar entrosado tacticamente. Sendo certo que, as duas primeiras são essenciais, porque depois a centelha de genialidade deles acaba por muitas vezes resolver o que a nível de entrosamento táctico precisa de ser mais trabalhado. Não é à toa que são "ETs". Já agora, recordo-vos que já houve vários jogos em que o Messi não jogou por opção a titular no Barcelona, exactamente por estes motivos, e, não caiu o carmo e a trindade para a equipa catalã.

Estou convencido que se o Jiménez tivesse jogado de início iríamos à mesma golear e, talvez, com números ainda mais expressivos, pois não só aquela grande penalidade seria convertida (o Raúl pura e simplesmente não falha!), como também o Jonas entraria na segunda-parte para dar chocolate a um adversário já abatido.





P.S.: Ó Rui, para quando a titularidade do Raúl Jiménez? O rapaz já está a merecer faz tempo... acredito que a apoiar o Jonas ou a fazer a vez deste poderá trazer à equipa um protagonismo idêntico como aquele que o Zivkovic tem estado a trazer desde a saída do Krovinovic. 😉

58 comentários:

  1. Então nenhum blogue fala na vergonha da arbitragem e do VAR.

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    1. Isso será referido na análise ao jogo, que farei brevemente.

      Essa inclinação do campo por parte da arbitragem já não é de agora. É desde sempre e tem sido acentuada desde que o Porto e o Sporting se juntaram na pressão nos bastidores contra o Benfica.

      Pergunto-me por onde anda a arbitrar o árbitro que na época passada teve a coragem (e bem!) de expulsar o Danilo do Porto? Enquanto esse foi recambiado, outros filhinhos de ex-árbitros estão aí na bera...

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  2. António Madeira18/02/18, 02:38

    A crítica é compreensível e até fácil, dado o jogo que o Jonas fez. Contudo, estou certo de que foi uma decisão tomada em consciência por todos e com a parte física do jogador salvaguardada.
    Seja como for, gostava de ter visto mais do Jimenez, que também pensei que iria entrar de início, porque merece-o claramente dado o que tem dado em campo nos poucos minutos que tem vindo a jogar.
    Uma coisa é certa: ainda terá tempo para ser decisivo neste campeonato, tal como nos dois anteriores, quem sabe até contra o Porto e o Sporting...

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    1. A decisão acabou por ser eficaz na medida que vencemos com boa exibição e goleada. Mas, estou convencido que com outra decisão teríamos igualmente sido eficazes, mas também mais eficientes.

      O Jiménez já merece a titularidade, quer seja no lugar do Jonas, quer seja no lugar do Rafa.

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    2. António Madeira19/02/18, 13:33

      Não me parece que o Jimenez possa jogar no lugar do Jonas (estando este em condições) ou no lugar do Rafa. Voltar ao 4-4-2 ou encostar o Jimenez à direita para vir para dentro? Não estou a ver isso a resultar...

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    3. O Raul no lugar do Rafa será sempre para fazer coisas diferentes e nunca o mesmo. Basta comparar a facilidade em jogar a partir de trás, ou a capacidade de pressionar de um e outro.

      Em teoria o Raul pode jogar onde joga o Jonas, conquanto a equipa esteja preparada para abdicar de tudo aquilo que Jonas dá ao jogo. Dizer que Raul merece a titularidade no lugar do Jonas não quer dizer, espero, que Raul pode fazer de Jonas.

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    4. António Madeira19/02/18, 17:13

      Em teoria... portanto, segundo a teoria, vai-se mudar uma forma de jogar futebol apoiado com o melhor jogador do campeonato a meio da época só porque alguém, que está de fora e não vê o que se passa durante a semana, acha que o Jimenez corre muito e pressiona?
      E se vamos falar na facilidade em jogar a partir de trás, o Rafa dá 10 a 0 ao Jimenez. É precisamente aquilo que faz melhor. Só é pena que se tenha esquecido de aprender a levantar a cabeça para centrar ou a passar para golo. Já nem falo em marcá-los...

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    5. António, olha como joga o tridente do PSG, Neymar à esquerda, Cavani ao centro e o Mbappé à direita, trocando muitas vezes com o uruguaio. Funciona!

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    6. Exacto, Rafa joga melhor a partir de trás, mas o Raul pressiona melhor na frente. Podem jogar ambos ali, mas dão coisas diferentes e a equipa tem de trabalhar isso.

      E eu revejo-me inteiramente no teu comentário sobre tirar o melhor jogador do campeonato, mas se o melhor jogador do campeonato não consegue ser o melhor jogador do campeonato, como o não conseguiu no Sábado, que deve fazer o treinador dele? Colocar alguém para fazer a mesma coisa, sabendo que esse alguém falhará (seja o Raul ou o Haris), ou adaptar a forma de jogar da equipa, criando uma forma diferente de futebol apoiado, por forma a encaixar uma peça que pode dar mais do que o melhor jogador do campeonato?

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    7. Eu não teria usado o Jonas neste jogo frente ao Boavista. Teria apostado no Jiménez. Acho que não teríamos perdido assim tanto jogo interior. Ele também sabe combinar com os colegas. Ganharíamos mais agressividade no ataque e ele criaria mais espaços para os nossos extremos e médios ofensivos aparecerem em zonas de finalização.

      O melhor jogador do campeonato é o melhor jogador quando está a 💯%. Quando não está pura e simplesmente não é o melhor jogador.

      Acho que treinando toda a semana com o Jiménez e o Seferovic é normal que até os colegas já estavam preparados para jogarem com estes.

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    8. Se o que pretendes das combinações e abertura de espaço para colegas é algo próximo do que Jonas dá, a solução mais próxima seria Seferovic. Se pretendes algo diferente, então seria o Jiménez.

      Eu teria ido com o Jiménez porque tem mais minutos nos tempos recentes, está com os colegas há mais tempo e, como referiste na análise, todo o trabalho da semana parece ter sido feito a pensar nele.

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    9. Vocês fazem do Jiménez um menor jogador do que ele realmente é. Para mim, é de todos os nossos avançados aquele que bem valorizado entraria de caras em qualquer grande equipa do mundo. O Raúl tem tudo para ser um grande ponta-de-lança. Aliás, até tem muitas coisas em demasia. Há é um preconceito com este tipo de avançados no Benfica, mas ele tem tanto jogo interior como exterior. O problema é que como não engatou nos primeiros jogos a impressão da malta é exactamente essa. Mas, ele se manter-se por cá será um caso sério como é agora o Jardel.

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    10. Se nós fazemos dele um jogador menor do que é, já tu parece que fazes dele mais do que aquilo que é... Como digo ali em baixo, é ver o que se dizia dele por "nós" há três anos e o que se diz agora.

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  3. RV mais uma vez falha na gestão do plantel. Só abdica das vacas sagradas por lesão.

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    1. Não é bem assim, pois se assim fosse, não teria entrado com o Jonas a titular... 😉

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    3. É ainda mais grave se o Jonas não estava a 100%.

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    4. José Ramalhete invocou um facto. Não há mt a dizer. É só pensar as circunstâncias que foram necessárias para um jogador de classe mundial, como Ziv, poder ser titular

      Rúben Dias, andaria a chupar banco, caso Luisão não se tivesse lesionado.

      A evolução gigante do jogo coletivo desde que Rafa assumiu o lugar...mas apenas após do Salvio se ter lesionado. Tivesse Rafa, os apoios que tem Cervi na esquerda...

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    5. António Madeira19/02/18, 17:19

      O Ziv passou a titular porque não é jogador para jogar a extremo. Não tem velocidade para isso. O Ziv passou a jogar porque o treinador de que tu tanto gostas o pôs a jogar na altura certa e na posição certa. Mérito para o jogador que soube esperar e, mais uma vez, para o treinador de que tu tanto gostas, que o soube manter motivado para esperar pela sua vez.
      Depois vem a verdade de Lapalice: que o Rui só aposta nos jogadores quando outros se lesionam. O que é uma chatice, porque se assim não fosse jogávamos sempre com 15 ou 16 em campo. Bom, pelo menos dava para equilibrar as coisas, a julgar pelas últimas apitagens, que irão manter-se nesta bitola (ou pior) até ao fim do campeonato.

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    6. Um talento como Ziv joga em todo o lado. Não tem uma grande velocidade de ponta, mas acelera muito bem, porque é mt rápido a cortar com a bola, em qualquer direção.
      Messi joga em todo o lado. Ziv tb será capaz.

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    7. António Madeira19/02/18, 19:15

      Um talento como o Ziv joga onde o puserem a jogar. E para isso, é preciso querer e correr, coisa que nem sempre fez nas oportunidades que foi tendo, principalmente, mas não só, porque ele não é extremo, como tem vindo a mostrar nos últimos jogos.
      O Messi joga em todo o lado? Muito me contas...

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    8. @jorgen80: o Rúben Dias já tinha ganho a titularidade, muito antes do Luisão se lesionar. Tem muito a ver com a complementaridade das duplas de centrais e do modelo de jogo que o Vitória pretende.

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    9. @António Madeira: porque é que o Zivko não pode ser extremo? Porque não tem velocidade? Olha que não... Olha que não...

      E, mesmo que não tivesse velocidade, nem todos os extremos precisam de ser realmente velozes. Depende muito do teu modelo de jogo. Por exemplo, o Iniesta já jogou a extremo no tridente ofensivo do Barcelona, inclusive, quando era mais novo. Mas, nunca foi um velocista. Se a equipa tiver um modelo de transição, é óbvio que ele nesse tipo de jogo se recente. Mas, num modelo de posse e ataque organizado, o tipo parte a loiça toda porque tem uma velocidade de pensar o jogo muito acima da concorrência.

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    10. António Madeira20/02/18, 02:35

      Poder pode... mas não é aí que pode explanar todo o seu futebol. Pelo mesmo motivo que o Messi (para pegar num exemplo evidentemente extremo) não joga encostado às linhas.

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    11. O Messi actualmente não joga encostado à linha, porque o Valverde desde que perdeu o Neymar sente que não tem ninguém para formar um tridente ofensivo. Ele vê o Coutinho como substituto natural do Iniesta. A profundidade e verticalidade nas alas está entregue aos laterais. No modelo do Benfica isso já não acontece. Mas, não é por causa do jogador. É por causa da visão e do modelo que o treinador prefere aplicar.

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  4. Desta vez, concordo contigo. Fiquei aliás surpreendido com a titularidade de Jonas ontem. Não devia ter sido titular e só espero que não tenha nenhuma recaída...

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  5. Quando é que o Varela aparecerá concentrado durante os 90 minutos nas saídas? E, já agora, quando tempo por semana treinará as saídas?
    Quando é que o Jonas se deixará de merdas na marcação dos penáltis? É que a paradinha e o remate para a direita dos guarda-redes já está mais que vista e sabida pelos mesmos.

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    1. Não podemos ser tão duros com os nossos. Todos os jogadores falham e têm períodos em que erram mais. Todos! O que interessa é que mesmo errando, a equipa consiga suportar esses erros e levar-nos ao resultado pretendido.

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    2. Desculpa se não sou duro com os nossos vou ser duro com os outros?

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    3. Há o ser exigente e depois há a exigência louca e sem sentido, porque é exigir uma perfeição que não existe.

      O Varela está a passar por um período, como passou o Patrício e muitos outros guarda-redes. Ele pode não ter o pedigree de um Oblak, ou de um Ederson, mas tem muito potencial.

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    4. Onde eu discordo é do potencial do Varela. Não tem muito potencial. Aliás, eu diria que a margem de progressão é diminuta, mesmo que tivesse um excelente treinador de GRs.

      O problema do "período" do Varela é que dura desde a formação. E repito-me, isto não quer dizer que ele não seja neste momento a solução mais indicada, nem sequer que ele não seja um dos 2 melhores GRs Portugueses da sua geração (Ele e o Sá do Porto).

      Agora o que eu não concebo é um Benfica em que a exigência fica abaixo do ganhar tudo. E por tudo quero dizer tudo. Pode acontecer que apanhamos uns tipos aqui e ali que de facto até jogaram melhor que nós naquele dia e portanto levaram-nos a Champions, mas tudo o resto não pode haver desculpas. Não é exigência louca e sem sentido, é mesmo um grau de exigência irracional que só se explica por paixão ao clube. Enquanto adepto tenho de o exigir.

      É vergonhoso, absolutamente vergonhoso, que adeptos do Benfica sintam a necessidade de aplaudir qualquer coisa de boa que o nosso GR faça, como se o clube de Costa Pereira, Bento, Silvino, Preud'Homme, Enke, Oblak ou Ederson se tivesse de contentar com alguém que às vezes segura umas bolas...

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    5. O Rui Patrício também começou assim. Não era consensual. Valeu-lhe a insistência do Paulo Bento.

      Tens de me dizer quando é que o aplaudiram...

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    6. Eh pá, vai lá rever o jogo mais recente. Dois momentos contei eu em que há aplausos sentidos por simplesmente segurar uma bola.

      E nos jogos pré-United a mesma coisa. E quando recuperou o lugar depois do interregno Svilar a mesma coisa. A tribuna da Luz aplaudir o Varela por ele fazer coisas banais é uma constante este ano.

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    7. E esqueci-me de comentar a "consensualidade" do Varela. Não adianta comparar o que era o Patrício com o que era o Varela. Basta pensar no que era o jogo fora dos postes de um de outro com a mesma idade e a forma como um e outro lidam com o infortúnio (Patrício chegou a ter Alvalade inteiro a assobiá-lo e isso não lhe fazia mossa, o Varela a Luz tem medo de o assobiar - que não acho que o deva fazer de resto-, não vá o tipo ter um esgotamento).

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    8. O que não lhe fez mossa foi o Paulo Bento a pôr-se à frente para aparar as balas.

      De qualquer modo deixa o rapaz amadurecer. Os diamantes são criados em altíssimas pressões. A exibição do Varela no dragão deveria no mínimo temperar um pouco esses teus comentários, mas parece que não.

      Já agora, não entendo o porquê de estares sempre a embirrar com um jogador. Antes era o Filipe Augusto. Esse saiu. O Salvio era outro grande amor teu. Já saiu e já entrou o Rafa. O Luisão idem. Agora é o Varela. Depois quem será? O Almeida? E, depois? O Jonas? Ou o Pizzi? Só vês o mal, não vês o bem que eles podem dar à equipa. E, isso é esgotante.

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    9. Quem ler o teu último parágrafo pensa que as minhas opiniões são imutáveis e que sempre que um encosta vou à procura de outro para embirrar. E fica curioso começares pelo Filipe Augusto, quando devo ser dos pouco Benfiquistas que conheço que até ao último dia dele no clube disse que não era tão mau como o pintavam e havia uma função onde ele seria uma clara mais valia. Tal como para o Sálvio digo que há coisas que pode dar à equipa, mas a ser usado onde está como está, é mais um problema do que solução. A do Luisão não percebi sinceramente...

      E quanto ao Varela é ler o que temos discutido desde o início da época. Caramba, antecipando o teu post novo que ainda não li, quando o gajo meteu o perú no Bessa fui dos que o defendeu a dizer que aquele golo específico foi azar. Não estou para fazer arqueologia, mas é ires ver os comentário que temos trocado desde Julho sobre o Varela e o que eu digo sobre ele e o que disse nesse jogo. E comparar com o que tenho dito recentemente, já agora...

      É interessante falares em pressão e no papel do treinador. Acho que RV decididu dar uma de Paulo Bento e ir com o Varela até ao fim doa a quem doer. O que eu questiono é se o Varela tem capacidade para aguentar a pressão. Poderemos daqui a três anos estar a ter conversas muito diferentes sobre o Varela, tal como temos hoje conversas muito diferentes das que tinhamos há três anos sobre o Jiménez. O que eu quero ver é se a confiança do Varela em si mesmo é inabalável, ou se da próxima vez que der uma barracada isso tem repercussões nas intervenções seguintes.

      Quanto ao mal e ao bem, voltamos sempre a questão: quanto mau temos de aturar até dar a hipótese a outro? E pondo outro estaremos disposto a dar-lhe a hipótese de fazer, pelo menos, tanto mau como o anterior?

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  6. Algum dia tinha de acontecer e concordar "na generalidade" com um artigo teu. Quando vi o 11 titular no Sábado nem queria acreditar que o Jonas ia a jogo. Se me surpreendeu? Claro que sim, mas não pelos bons motivos.

    «Mas, o Rui esqueceu-se do processo de treino durante a semana» - É... Parece que o Rui faz muito isso! Se calhar para lá do que abordei anteriormente sobre oque acho da preparação da época, tenho de abordar coisas sobre o que acho que RV faz ou não nos treinos, para podermos ter um novo tema para discordarmos.

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    1. Conta lá então. 😉

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    2. Tu contaste e bem no teu texto. A minha opinião é que RV não tem uma grande ligação entre o treino e a competição. Nem sequer tem uma abordagem que relacione o treino com o calendário. Nem sequer coordena o treino com a matéria prima que tem ao seu dispôr.

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  7. Dedica um post ao Varela. Gostava de saber a tua opinião sobre a posição do Guarda-redes.

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  8. E do Jonas, vou dizer o que penso. Não é jogador para um Benfica Europeu, forte em casa, e na Europa. Tecnicamente, é dos melhores jogadores que passaram pelo Benfica, mas tem muitas dificuldades em jogar sozinho na frente. Quantas bolas ganha de cabeça? Quantos duelos físicos é capaz de aguentar? Na Europa, um jogador destes, desaparece facilmente, com uma marcação e bom uso do corpo. Fisicamente, não se destaca em nada.

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    1. Coxos mais baixos e/ou mais leves que Jonas, na casa dos 30 e que não se chama Messi: Modric, Mertens, Iniesta, David Silva, Falcao (esse mesmo),

      E nem vou aos livros de História buscar torres como Romário, Roberto Baggio ou JVP porque eram outros tempos...

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    2. Acho que o RB escreveu bem. O problema não está no Jonas, mas sim no restante colectivo saber jogar com onde melhor o brasileiro tem e ao mesmo tempo saber defender das suas maiores lacunas.

      Dito isto, Jonas no Barcelona seria titular e na posição 9.

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    3. Pois, mas já pensaste na agilidade, no equilíbrio, na capacidade técnica e aceleração desses jogadores?

      É engraçado o pessoal focar-se no Messi, não entendendo que não é qualquer um que o consegue virar porque tem uma capacidade incrível de no choque, não se desequilibrar. Além de uma agilidade, que lhe permite esquivar dos jogadores com relativa facilidade. Pepes, Ramos, e por aí tentavam e tentavam.. animais físicos. Mas quê? Jogadores como Messi, Bernardo e Iniesta, não vão ao chão.
      O Jonas tem um metro e oitenta e tal, amigos.
      Isto falar de livro, é muito fácil. Difícil é saber interpreta-lo.

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    4. Os números de Jonas versão Champions e contra Sporting e Porto estão aí. E se tirarmos os penalties, ainda mais pequenino fica.

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    5. O Messi no Benfica também não teria os mesmos números que tem no Barcelona. O Messi é um belíssimo jogador, mas sem aqueles 10 atrás dele, não ganharia títulos. Poderia ganhar jogos, mas títulos, não. Por esse motivo, não ganha nada com a Argentina.

      O Jonas, no Barcelona, a 9, poderia ter ao lado direito o Messi e no lado esquerdo o Suárez. O trio MJS. Atrás dele, teria o trio formado pelo Busquets, o Rakitic e o Coutinho. Muito chocolate dariam estes jogadores...

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    6. jorgen80, os números do Jonas nesses contextos de fato não são grande coisa. Mas, ao contrário do que pensas, não é porque o Jonas joga mal. Para mim, é sintoma de que o processo do modelo de jogo encarnado precisa de evoluir ainda mais e de ser mais trabalhado.

      Falta-nos controlar a posse de bola quando precisamos de descansar e respirar durante a partida.

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    7. Por isso mesmo é que fui buscar os que não se chamavam Messi. E escolhi de propósito alguns médios que andam por zonas do terreno onde o que não deveria faltar é choque.

      O que se pretende ilustrar é que as coisas não existem isoladas. Sim, se o Benfica actuar num modelo de chutar bola pelo ar para a área, algo que não é propriamente novidade de resto, Jonas é uma inutilidade. Como de resto o seria o Óbvio, ou o Mertens, e mesmo Falcao teria dificuldades, apesar de ser o que estaria mais próximo de ter sucesso. Se o Benfica tiver um futebol que prime pela bola no chão e lances de ruptura para desmontar defesas, como se pode dizer que Jonas é inútil? Se calhar mais do que os golos que não marca, devíamos estar a olhar aos que permite que se marquem não?

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    8. Mas o Benfica terá q ter sempre um jogo que lhe permita ser diversificado consoante o que o adversário procure fazer para anular o jogo. Há momentos em q terá q alongar pelo ar, e aí faz falta um jogador forte fisicamente que saiba ser um pivot para a equipa. Jonas é completamente nulo pelo ar; nem é a questão de bolas divididas- Não ganha uma, ponto.
      Isto de falar do Mertens e no Messi, e por aí, leva para outra questõ. Napoli e Barça jogam como querem, com planteis estabilizados e métodos táticos mais que assimilados. No Benfica, isso nunca acontecerá. Contra os grandes, teremos que ser sempre nós a adaptar às situações. E Jonas aí, sem bola, com defesas fortes como a do Dortmund na época passada, com pressão alta, qual leões, desaparece.

      Mas também, como o PP diz, num Barcelona, onde este é dono e senhor em qualquer jogo, Jonas seria uma mais-valia, não tenho dúvidas. Mas o Benfica, ironia das ironias, o seu jogo exige mais multi-funcionalidade a um avançado.

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    9. Alguns podem muito bem dizer que o plantel do Benfica é do mais estabilizado que há em Portugal.

      Senão vejamos, apesar de perder metade da defesa no Verão, dos 11 titulares do jogo de Sábado quantos é que não estavam no clube o ano passado? 1 - Varela. Quantos não estavam na equipa principal o ano passado? 2 - Varela (óbvio) e Rúben Dias. Dos 18 convocados, quantos não estavam na equipa principal o ano passado? 6 - Os dois titulares acima e Svilar (novo no clube), Seferovic (novo no clube), Diogo Gonçalves e João Carvalho (semi-novo no clube, devido ao empréstimo).

      Sobre métodos tácticos, se o plantel é relativamente imutável, com muitas soluções internas (um pouco em paralelo com o Barça), e a equipa técnica permanece relativamente inalterada há três anos, como se pode dizer que o Benfica não tem métodos tácticos mais do que assimilados? Eu sei como, mas dizer-se que isso não acontece é reconhecer um falhanço imenso da equipa técnica, não uma qualquer falha individual dos jogadores!

      Na questão dos jogos com os granditos em Portugal eu lembro sempre o jogo do título do tri em Alvalade. Jonas marcou? Não, mas onde começa a jogada do golo? Num lance de Jonas...

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    10. Uma coisa é ensinares física quântica a um aluno do secundário. Outra é ensinares a um pós-doc. É essa a diferença entre um Benfica e um Barcelona neste momento. Podes ser o Guardiola como treinador, mas há etapas que os jogadores precisam de viver antes de perceberem o jogo. Esse é o handicap das equipas técnicas do Benfica, face a todas as outras dos granes tubarões da Europa. Tu cá tens de ensinar o jogador a jogar o jogo. Num Barcelona já compram jogadores que já sabem jogar o jogo.

      Um bom exemplo do que escrevo é o Cervi. Outro é o Krovinovic. Outro ainda é o Grimaldo. Depois tens ainda o Rúben Dias, o Varela e todos os outros putos. Quando vês bem, estamos a falar de 10 jogadores em 25... portanto, por mais métodos que estejam enraizados se tens mudanças estás sempre a perder. No caso das outras grandes equipas contratam jogadores feitos que em menos de 3 meses já estão enquadrados, dada a sua qualidade e profissionalismo. Agora, tu cá investes em miúdos, não por opção, mas por necessidade. Pois, jogadores feitos para o Benfica, só aqueles de qualidade duvidosa, ou então veteranos... e destes últimos já começamos a ter a nossa cota parte.

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    11. Quando comparamos realidades semelhantes, pode o Benfica apelar a um regime de exepção? Ou seja, não estão os adversários do Benfica na mesma situação do Benfica, nesses aspectos que referes?

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    12. E estão. Mas, não os vês a apostar num modelo de jogo de futebol apoiado como o nosso. O modelo de jogo deles é sobretudo de transições. Só aparentam futebol apoiado quando a diferença de qualidade para com os adversários é enorme.

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    13. Sim, mas também os adversário do Barça não apostam na sua maioria no mesmo modelo do Barça e têm uma estabilidade de plantéis com a qual os adversários do Benfica só podem sonhar.

      Nisso de transições, quantas equipas no mundo são mais eficazes num modelo desses do que o Atlético do Simeone?

      E mesmo o factor "temos de treiná-los do início" fica complicado para explicar tudo. Mais de metade do actual plantel transita do ano passado. A grande maioria dos habituais titulares transitam do ano passado, senão veja-se que um 11 tipo no novo modelo passará por Varela; Almeida, Ruben, Jardel, Grimaldo; Fejsa, Pizzi, Krov/Zivkovic; Sálvio/Rafa, Jonas, Cervi.

      Desta forma, consoante consideres Krov ou Ziv, os jogadores há mais de um ano com esta equipa técnica são 8 ou 9. Desses 8/9, há um lote de pelo menos 5/6 (Almeida, Jardel, Fejsa, Pizzi, Jonas e dúvidas para o Ziv) que está no clube até há mais tempo do que a equipa técnica. Acho que nenhum dos nossos rivais pode alegar tal estabilidade, por muito instável que seja, ou estou errado?

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    14. Precisas de qualidade. A época passada foi disso demonstrativo no City.

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  9. Boa tarde,

    Estou a contactar em nome da OverAds com o intuito de estabelecer uma parceria publicitária.

    Visto que não encontrei nenhum outro meio de contacto, decidi usar esta aba de comentários. De forma a não ser muito intrusivo, não vou entrar em detalhes aqui e por isso deixo o meu email abaixo para o caso de haver interesse da sua parte.

    Se estiver interessado em receber uma oferta pelo seu tráfego não hesite em contactar-me.

    Cumprimentos,
    João Soares‌
    e-mail: soares@overads.com

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