16 dezembro 2018

Seferovic ou João Félix?


... no Caldeirão dos Barreiros?



Muito provavelmente, o Rui Vitória vai manter o 4-3-3, hoje frente ao Marítimo. Sem Salvio e, agora, sem Rafa, deverá fazer entrar o miúdo João Félix para jogar como falso extremo esquerdo, dando a ala direita para o Zivkovic. Apesar da boa entrada no jogo a meio da semana para a Champions, penso que o Cervi continuará no banco. No fundo, o técnico encarnado, deverá apostar na solução que treinou nas últimas semanas, com um tridente atacante. Relativamente, ao tridente ofensivo que jogou frente ao Paços de Ferreira e ao AEK de Atenas, deverá sair o poderoso ponta-de-lança suíço, para entrar o virtuoso Jonas. A questão é que uma coisa é este tridente jogar com um avançado que dá muito ao jogo, em forma de desmarcações e de constantemente atacar a profundidade, como é o caso de quando joga com o Seferovic. Outra bem diferente, é quando joga com um avançado que gosta é da redondinha no pé. Se atendermos que o Zivko e o Félix são jogadores da mesma estirpe, pergunto-me quem realmente vai correr para se desmarcar e rasgar a defesa aguerrida do Petit? Vamos querer apenas jogar à base da tabela? Isso não será um convite para o choque e com isso para muitas interrupções de jogo?

Bem, depois temos de ver que as duas últimas exibições dos encarnados para a taça da Liga e para a Liga dos Campeões, não foi por ali além. Sinceramente, vi excelentes pormenores do João Félix nestes encontros, mas vi ali muita pouca eficácia e eficiência quer ao nível dos movimentos técnicos, quer ao nível das movimentações. E, temo que sejam insuficientes para poder apostar nele já a titular frente ao Marítimo. Acho que se o for, o Benfica irá passar por dificuldades ao nível da construção de jogo. E, mesmo que a solução passe pela entrada de Cervi para a posição do miúdo, não vejo grandes melhorias, porque o argentino também sofre de carências parecidas. Agora, não nos podemos esquecer que temos um chocolate suíço no banco que está mortinho por fazer o gosto ao pé e está numa forma soberba: o Seferovic. Com o Jonas a ser determinante nos últimos jogos, a solução terá que passar por jogarem ambos, ainda para mais, quando não há Salvio e Rafa que dão logo outra dinâmica ao tridente ofensivo que permite explorar o melhor que o Jonas tem. Sendo assim, optaria por um 4-4-2 neste encontro.

Proposta de onze titular, táctica e estratégia de jogo do
Benfica frente ao Marítimo.

Conforme podem ver pelo gif acima, para além da dupla atacante e do quarteto defensivo que o Rui tem vindo a consolidar nos últimos jogos (André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo), apostaria num quarteto de meio-campo formado por Gedson à direita, Fejsa e Pizzi no meio e Zivkovic na esquerda. O guardião helénico seria o titular, como tem sido esta temporada. A ideia aqui passa por dotar a equipa de maior objectividade da forma como ataca, aproveitando os jogadores que estão em melhor forma neste momento. Desta forma, consigo criar uma espécie de losango de atracção formado por Grimaldo, Pizzi, Zivkovic e Jonas, que não só atraíram os adversários para aquela zona, como através da sua maior qualidade técnica, conseguirão criar o desequilíbrio através de combinações quer permitirá libertar espaço noutras zonas do terreno. Aí, jogadores como Gedson, André Almeida e Seferovic poderão aproveitar da melhor forma. Mas, também os próprios criadores poderão, se possível, aproveitar esses espaços criados. Desta forma, consigo implementar os princípios que o Rui Vitória quer que a equipa reproduza: atrair, libertar espaço e acelerar.

Notar que estou a apostar em jogadores com inteligência de jogo e maturidade competitiva para fazerem parte desse losango de atracção. Não é à toa, porque é fundamental que o grau de acerto nos passes e movimentos desses jogadores seja bem acima dos 90%, algo que com um Cervi ou um miúdo como o João Félix ou o Gedson, não se consegue obter. Daí deixar o camisola 79 no banco, numa primeira fase, e dar ao camisola 83 funções mais de desmarcação e de cobertura (ofensiva/defensiva). Mas isso, não significa que mais tarde, com o consequente maior cansaço do adversário, o João Félix não possa entrar. Pessoalmente, entraria para a gestão do Jonas (daria 60 a 70 minutos de jogo ao brasileiro), mas também para avaliar o desempenho do miúdo nesse tal losango. Da mesma forma, propus as entradas de Gabriel e de Cervi. Por fim, realçar que a entrada do camisola 8 não seria para troca directa quer com o Pizzi, quer com o Gedson. Seria sim, para retirar o André Almeida de campo e testar uma outra solução para a lateral direita: o miúdo Gedson. Pessoalmente, não acredito que o Corchia se mantenha no plantel depois do mercado de inverno. Depois, o André Almeida não durará para sempre, pelo que é importante criar uma solução provisória e de recurso. Essa solução é a meu ver o Gedson (e quando recuperado, o Salvio), até porque o jovem já jogou nessa posição na equipa B.

Proposta de substituições para o jogo do Benfica
no Caldeirão dos Barreiros, em Funchal, frente ao Marítimo. 

6 comentários:

  1. Esse é o grande problema do Benfica. Excesso de jogadores. Uns tem que jogar para ser vendidos. Outros tem que jogar para valorizar. Outros...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já aqui tinha referido sobre esse possível problema, ainda antes do ciclo negro de maus resultados em outubro/novembro:

      http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.com/2018/10/muito-talento-e.html

      Já a época passada aconteceu o mesmo, tal como nas duas anteriores. Mas, parece que teimam em querer aprender com os erros do passado. A meu ver, menos é mais!

      Não me incomoda que contratemos todas as temporadas jovens com potencial, mas depois da pré-época é necessário cortar nos excessos. Depois, os emprestados como o Corchia esta temporada, assim como foram o Gabriel e o Douglas na época passada é que... não fazem sentido, pois jamais serão sequer a segunda opção para o treinador/direcção.

      Penso que muitos jogadores pode até ajudar na competição interna, mas perde-se muito no trabalho diário de evolução que tem de ser feito com os mais jovens. E, nós temos muitos, mas mesmo muitos jovens.

      Por exemplo, hoje há a possibilidade de jogarmos com o Gedson e o João Félix. Dois miúdos que estão longe de terem consolidado a sua posição e dinâmica na equipa principal. Como é óbvio, a equipa irá ressentir-se com ambos em campo.

      Eliminar
  2. Levas com o 4x3x3 e com o Cervi...siga a banda que para a semana há mais ilusão para vender...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Era espectável, pois é o sistema que ele tem trabalhado nas últimas semanas. Mas, sinceramente, ele tem de respeitar os jogadores que estão em melhor forma. A equipa precisa de energia e ao mesmo tempo de controlo. O Cervi pode oferecer energia, mas não controlo. O Seferovic, oferece as duas coisas, pois permite maior liberdade ao ET da Luz, o Jonas.

      Eliminar