... mito!
«Jonas não é avançado para jogar sozinho lá na frente», quantas vezes ouvimos os comentadores e outros ditos entendidos dizerem isto nas últimas temporadas? Imagino como aquelas cabecinhas estarão neste momento... A verdade é que o "Pistolas" é um ET do caraças para a nossa realidade. É o jogador mais inteligente e dotado tecnicamente a jogar em Portugal. A única pecha que possui no seu futebol é talvez a sua pouca resistência física para aguentar 3 jogos por semana a um nível muito intenso. Mas, mesmo isso pode ser gerido, tal como foi muito bem gerida a sua incorporação no onze de Rui Vitória em Guimarães.
O craque brasileiro foi o tal "9.5" que o 4-3-3 moderno tanto necessita para ganhar uma dimensão ainda maior. E, neste contexto, temos que dar os parabéns ao trabalho efectuado por esta equipa técnica. Já anos antes o Jonas tinha sido testado como único avançado, ainda estava cá o agora treinador do Sporting, mas sem os mesmos resultados. De facto, ao ver jogar o Jonas neste modelo fez lembrar-me várias vezes em Messi e em Ronaldo. Fez-me recordar o argentino pela forma como participou em inúmeras jogadas de ataque, muitas vezes a jogar como pivô ofensivo, de costas para o adversário, outras fazendo recepções com rotação e drible, tal como faz o pequeno génio do Barcelona. Quanto à semelhança com o capitão da selecção nacional, aquele pique para ganhar a frente ao central e a finalização, dissipam quaisquer dúvidas que possamos ter com o genial avançado português.
Tendo em conta o equilíbrio encontrado pela equipa de Rui Vitória na cidade berço, estou convicto que a manutenção deste sistema de jogo será uma realidade nos próximos tempos, até porque o jogo no dragão é já em dezembro e convém este sistema ficar bem rotinado. Contudo, esta aposta leva a algumas questões. A começar porque aparentemente ficamos com um excedente de avançados. Digo aparentemente, porque acredito que tirando o Seferovic, tanto o Raúl como o Gabigol poderão jogar como falsos extremos - aliás, o termo técnico é avançado interior - algo que tanto o mexicano como o brasileiro já estão habituados a jogar e com algum (muito) sucesso. Isto por sua vez significa que os extremos encarnados como Salvio, Cervi, Zivkovic, Rafa e, agora, o Diogo Gonçalves irão ter muita concorrência, para apenas duas posições. Mas, tal também não significa que seja algo mau, pois poderá ser a oportunidade de testar outras posições e funções a alguns destes extremos (isto será abordado num futuro artigo).
Resta-me apenas dizer que o camisola 10 encarnado está a 1 golo de chegar à centena de golos com o manto sagrado. Não tenho dúvidas que ele conseguirá não só atingir essa marca como também ultrapassá-la. Que seja já no próximo encontro!
P.S.: Já viram a entrevista do Jonas? Então vejam aqui...
Folgo em ver tão drástica mudança em tão pouco tempo: de defender o banco de suplentes para Jonas, no 4x4x2, até defender que Jonas é o 9,5 perfeito para o 4x3x3!...;) é o devir permanente do nosso PP :)
ResponderEliminarAgora concordo contigo!
Quanto ao Plano A táctico ser agora o 4x3x3, também me cheira que vai ser o caso, pelo menos até ao clássico. E concordo que até esse jogo se consolide este novo sistema. Mas e depois desse jogo? Será o sistema mais adequado para 80% dos nossos jogos no campeonato? Tenho sérias dúvidas que o seja. Claro que há sempre a hipótese de, em jogos caseiros com equipas mais fracas, mudarmos para o 4x4x2 aos incontornáveis 60 minutos, mas...parece-me que em quase todos os jogos na Luz e em muitos jogos fora, o 4x4x2 pode ser mais indicado - desde que sejamos competentes na reacção à perda e transição defensiva, sobretudo.
Lembro-me de tu também defenderes o 4x4x2 até bem recentemente - até nos jogos mais difíceis em que eu sempre defendi o 4x3x3. Gostava genuinamente de saber qual é a tua posição actual e porquê.
Finalmente, congratular-te pela pertinentíssima questão que levantas no fim do texto. Para quem, como eu, sofre tanto com a falta de aposta consistente em craques como Zivkovic e Rafa, nas posições em que rendem mais, custa perceber que o 4x3x3 ainda vem dificultar mais essa aposta, como muito bem apontas...
BP, acho que não entendeste as minhas críticas ao Jonas e o 4-4-2.
EliminarO problema do Jonas no 4-4-2 actual é o mesmo que ele tinha no 4-3-3 antigamente. Tem tudo a ver com o enquadramento dele e da restante equipa.
No actual sistema, o meio-campo está muito mais equilibrado e isso faz com que o Jonas jogando a 9.5 não se desgasta tanto como sendo um 2°avançado/3°médio/ponta de lança no 4-4-2.
Para mim o Jonas é forte com bola nos pés. Portanto, tem de jogar sempre num sistema e posição que lhe permita isso e evite ter que jogar muito sem bola.
O 4-4-2 resulta com o Jonas quando o adversário é fraco, pois o meio-campo é a defesa chegam para as encomendas. Mas se o adversário é forte, esses sectores precisam de mais um homem que seja forte sem bola, algo que o Jonas não é.
Da mesma forma, se o RV utilizar o Jonas como o Jesus chegou a usar em Leverkusen com bolas lá para a frente e para a cabeça dele, é óbvio que ele não vai render (e já muito fazia ele).
Ok percebido em relação ao Jonas.
EliminarA tua posição sobre o sistema para os jogos mais 'fáceis' do campeonato é que ainda não percebi? Tenho curiosidade porque percebes mais disto do que eu e o meu coração vermelhão anda a balançar entre o 4x4x2 (que 'teoricamente' prefiro) e o 4x3x3 (em que estamos a jogar futebol, finalmente).
BP, como se diz noutro lado, não tem nada a ver com 433, 442, 324 ou outra coisa, tem a ver com comportamentos.
EliminarNo o 433 do último jogo não tem nada a ver com o 433 contra o United. Num o Jonas rende, no outro é quase que indiferente quem lá está (apesar de se preferir alguém com maior capacidade de choque).
No meio disto tudo ainda fica a pergunta de se RV consegue (ou quer) reabilitar jogadores que nos novos comportamentos da equipa podem dar mto. Falo claro de Ziv e Rafa. A ideia de dispensar Ziv para "subir" Heriberto causa-me calafrios. Mais calafrios do que pensar que Ziv não joga para o Sálvio Pass ter lugar cativo.
E ainda falta resolver a lateral direita...
RB, é evidente que, mais que o sistema táctico, importa o modelo de jogo, as dinâmicas e os comportamentos.
EliminarTambém me parece evidente que o próprio sistema táctico com o MU foi diferente do de Guimarães pois foi mesmo um 4x1x4x1, com 5 médios.
Agora, a questão é que nesta época só vi comportamentos e dinâmicas decentes com este 4x3x3 de Guimarães, com Pizzi e Krovinovic interiores...não achas sequer possível que a disposição táctica das peças também tenha ajudado a que surgissem os comportamentos? Foi 'só' a escolha de jogadores?
De resto, quanto aos calafrios e à lateral direita, completíssimamente de acordo!
A ideia de emprestar o Zivkovic é para ele jogar com regularidade, uma vez que vai ao mundial. Agora, a emprestar terá mesmo que ser para uma equipa no qual ele vá jogar regularmente.
EliminarDepois, se a aposta é no 4-3-3 declarado, penso que o Heriberto será uma excelente aposta.
Comparar Heriberto com Ziv é como comparar Fernando Aguiar com Fejsa.
EliminarZiv é para emprestar para vender. Não nos iludamos. Quando for emprestado vai com umas cláusulas logo, que se activam em menos de três meses.
Menos Erre Bê... Muito menos!
EliminarMenos na comparação ou menos na dose de realismo?
EliminarNo realismo o historial joga a favor do que digo, na comparação seria bom alongares-te porque não percebo o exagero.
Deve ser menos no espirituosismo, RB...já sabemos que o PP fica todo eriçado de cada vez que lê um comentário espirituoso ou - crime dos crimes - irónico...;)
EliminarSinceramente, eu vejo o Heriberto com um potencial do caraças. Tanto pode criar jogo como pode finalizar. Tem um porte atlético que não deve ser desprezável. Depois, embora canhoto, acaba por ser igualmente ambidestro. Precisa de outro nível competitivo e de outro trabalho de acompanhamento, para chegar mais longe. Vejo-lhe mais potencial porque tem talento para criar e para finalizar.
EliminarO Zivkovic é claramente mais jogador neste momento. Mas, ficar para fazer 25% dos jogos até ao final é um crime para o sérvio e para qualquer amante da modalidade. Mas, a emprestar era para jogar regularmente, porque se é para ficar no banco, então mais vale continuar por cá.
Pois é, PP, tenho que admitir que sou um dos que sempre achou que o Jonas a ponta-de-lança não rende nem metade do que rende a segundo-avançado. O jogo de Guimarães mostrou que também pode funcionar, e bem, como homem mais avançado no 4-3-3.
ResponderEliminarMas acho que neste jogo o Jonas acabou por fazer o mesmo tipo de movimentos e acções que faz quando joga atrás dum 9. Ou seja, sempre a baixar e a cair nas alas. Foi um modelo muito diferente do 4-1-4-1 dos jogos com o Manchester. Aí, continuo a achar que o Jonas não seria a solução indicada.
Se tivermos muita posse de bola e muita mobilidade dos extremos e médios, este novo 4-3-3 pode resultar muito bem. Duvido que seja o mais indicado para a maioria dos jogos, como o próximo com o Vitória de Setúbal, por ex., onde acho que temos mais a ganhar com dois homens no eixo central, mas pelo menos ganhámos mais uma opção. E criámos a dúvida nos treinadores adversários!
Miguel Costa
Miguel, eu gostava de ver o Jonas neste modelo (mais entrosado do que está neste momento) frente a grandes equipas europeias... Até mesmo para aferir das reais capacidades do brasileiro.
EliminarOutra das coisas onde não consigo concordar contigo: "aferir as reais capacidades do brasileiro". Se o Brasileiro de que falas fosse o Douglas, se fosse o Gabicoiso, se fosse o Filipe Augusto eu até compreendia a necessidade de "aferir as reais capacidades". Jonas deve ser o Brasileiro do plantel que menos precisamos de aferir capacidades. Caramba, precisamos mais de aferir as reais capacidades de RV do que de Jonas!
EliminarIsto não quer dizer que Jonas é Messi. Mas é capaz de ter um desempenho acima da média do restante plantel em 3/4 funções, assim os comportamentos da equipa estejam acertados. Diz-me outro jogador do plantel que seja tão versátil.
RB, o Jonas com bola nos pés, é talvez um dos melhores do mundo. Sem bola é que coiso. Poderás falar-me de que acontece o mesmo com o Ronaldo, o Messi e o Ibrahimovic. Não incluo aqui o Neymar porque já o vi a fazer grandes jogos no Barcelona sem bola... por incrível que pareça. Mas, isso acontece porque para libertar o craque de tarefas defensivas e conservar energia para render bem com a bola nos pés, é preciso ter o resto do conjunto bem oleado para o trabalho defensivo.
EliminarAcontece que o Jonas jogando com outro jogador ao lado no ataque, significa que praticamente o Benfica joga com menos dois jogadores em tarefas defensivas. Por isso, o reequilíbrio do meio-campo com mais um homem e menos um avançado.
O problema está em conseguir que jogando com 2 avançados, os equilíbrios sem bola sejam conseguidos. Eu penso que para conseguirem esse equilíbrio é importante que a equipa jogue com as linhas bem altas e compactas. Depois, após perder a bola é muito importante a contra-pressão e a linha defensiva não começar logo a recuar entrando em contenção. Parte do problema está aqui: os nossos defesas pensam como defesas e não pensam como médios, ou seja, enquanto os médios quando a equipa perde a bola fazem logo cobertura defensiva a quem faz pressão, enquanto os defesas têm tendência a fazer contenção. Por esse motivo é que o Guardiola gosta de adaptar também médios ao centro da defesa. É que não é apenas pela qualidade de saída de bola, mas também é na reacção à perda. É preciso entender que quanto mais tempo o adversário fique com a bola após a perda, mais perigoso fica para uma equipa que normalmente defende com poucas unidades, tal o número de jogadores que faz avançar no terreno, como acontece com o Benfica.
A outra parte do problema está na qualidade de jogo dos nossos extremos. São avançados interiores/extremos adaptados a médios-ala/extremos. O que se ganha em objectividade, perde-se em gestão de ritmo de jogo. O que se ganha em imprevisibilidade, perde-se em controlo do jogo. E, jogando com mais dois avançados, normalmente a perda de bola do Benfica acontece nestes jogadores. Ou seja, para além dos extremos que estão ao ataque, o Benfica tem ainda os seus dois avançados lá na frente, pelo que sem bola o adversário só vê na pior das hipóteses uns 6 jogadores do Benfica (sem contar com o guarda-redes).
A ideia que defendo com o Jonas em 4-4-2, é uma troca de funções, i.e., haver um avançado mais intenso a fazer de segundo avançado, jogando o Jonas mais fixo lá na frente. Penso que qualquer um dos outros avançados do Benfica tem qualidade para fazer isso. A ideia é de sem bola somente o Jonas poderá jogar à frente da linha de bola. Reparem que quando ele joga atrás da linha da bola, em tarefas defensivas, não só se desgasta, como pouco ou nada faz. Já um Jiménez é bem diferente, por exemplo.
Desculpa lá a frontalidade mas... blá blá blá «Até mesmo para aferir das reais capacidades do brasileiro.» A sério que este é o brasileiro que tu achas que temos de aferir as reais capacidades?
ResponderEliminarQueres uma lista de jogadores que é preciso pensar bem se merecem vestir o Manto Sagrado antes de se meter o Jonas em campo com uma venda e uma perna engessada?
Podia apagar o comentário anterior mas acho melhor antes elaborar. Ao reler o comentário parece-me um bocado agressivo e talvez jocoso e a ideia não era essa.
EliminarA mensagem que pretendia passar é que o texto que fazes vem suportar uma coisa que eu disse mas que não era para ser tomada a sério. O texto que tu fazes vem suportar de certa forma a tese de que temos de aferir as reais capacidades de RV e não de Jonas.
Nada do que tu dizes, a meu ver, está relacionado com uma aferição das capacidades de Jonas, mas antes relacionado com a capacidade de RV se adaptar ao que tem, de desenhar o treino em função do que quer e do que tem e de traduzir esse treino para a situação de jogo.
No que toca a aferir capacidades há vários jogadores que precisam, esses sim, de mostrar o que fazem para justificar envergarem o Manto Sagrado. E não vou falar nem de Sálvio (jogador útil mas com minutos de jogo não coincidentes com o que dá) nem de Lisandro (que está no clube há dois anos a mais, pelo menos), que esses sabemos o que podem dar e não podem.
Vou é falar de um Douglas, que ao fim de três meses tudo o que me convenceu é que Pedro Pereira não era assim tão má alternativa ao André Almeida (e valha-nos Aimar, que os dois juntos não fazem um Miguel, quanto mais um Nélson Semedo); temos o Gabicoiso que faz um pormenor interessante e desliga-se do jogo, com a agravante que abdicámos de Mitroglou, que nos dava opções diferentes, por esse coiso; temos o Samaris e o Filipe Augusto, aparentes alternativas ao Fejsa que está visto que não são; temos Rafa e Zivkovic, que tem de se perceber se é falta de treino, fraqueza emocional ou embirrice do treinador; temos Varela que... pronto é o Varela que nós conhecemos da equipa B mas com bigode.
Nada disto põe em causa Jonas. Jonas é o tipo que se lhe pedires para jogar a 8, ele fá-lo-á ainda acima de qualquer outro do plantel, com exepção de Krovinovic. Se será um "grande" 8 num contexto global? Claro que não, mas por comparação com o que tens no plantel estará acima da média! O mesmo é válido para Jonas a extremo.
«Queres uma lista de jogadores que é preciso pensar bem se merecem vestir o Manto Sagrado antes de se meter o Jonas em campo com uma venda e uma perna engessada?»
EliminarPessoalmente facilmente via o Ronaldo à esquerda e o Messi à direita do "Pistolas", mas isso sou eu! ;P
E porquê tens de concluir que o problema é o treinador e não dos restantes jogadores e o que ele está a fazer é tentar evoluí-los e potenciá-los, mas o processo é este mesmo lento e doloroso?!
Criticas o Salvio e o Lisandro, mas acho que este último está a ser mal gerido. Há muito que já deveriam ter apostado nele. Eu gosto da sua agressividade. Gosto da sua cultura do risco. Porque é dessa forma que se ganha metros à frente da defesa. Corre-se mais riscos, mas isso acontece sempre numa equipa que joga com mais elementos no ataque, como é o Benfica.
O Douglas a meu ver não joga mais por questões contratuais, e desse modo também eu critico este tipo de negócio. O Pedro Pereira não pegou e tentar pegar à força seria pior para ele. Para mim, o problema na lateral direita nem são os jogadores, pois se o defensivo Almeida combina com um extremo mais tradicional como o Salvio, um ofensivo Douglas combina com um estilo de falso extremo como o Zivkovic.
O Mitroglou nem no Marselha tem jogado com regularidade, portanto é melhor termos um pouco mais de calma. Quem veio substituir o grego foi o Seferovic e em termos de rendimento, não destoa em nada do grego com o factor de que tem menos lesões, é mais jovem e custa mensalmente muito menos. O que aconteceu com o Mitroglou foi uma oportunidade de negócio e, eu sinceramente, penso que fizemos bem. O Gabrigol, só pode ser comparado com o grego pelo número nas costas, porque a forma de jogar é bem diferente. Neste sistema a 3 avançados, o Gabigol poderia muito bem jogar como falso extremo direito/avançado interior direito.
O Samaris é um excelente jogador. Falta-lhe alguma continuidade no jogo. O mesmo acontece com o Filipe Augusto. O que se fala agora destes dois é o mesmo que se falava do Danilo na época passada e agora vê-se o que ele rende no Braga... é preciso jogarem e estarem bem enquadrados. Deixá-los tranquilos. No 4-3-3 do Benfica, Fejsa e Samaris para a posição "6", Pizzi, Filipe Augusto, João Carvalho e Krovinovic para as duas posições "8".
O Rafa e o Zivkovic falta-lhes é jogarem e não terem no plantel jogadores como o Cervi e o Salvio, que faz com que o RV prefira apostar em extremos mais tradicionais.
O Jonas pode fazer de "8" com bola e sem bola?! Cobrirá como os outros? Fará pressão como os outros? Cortará linhas de passe como os outros? E, pulmão?!
O que no fundo estou a tentar explicar com os que tenho escrito nesta caixa de comentários, é que o Jonas para render bem, precisa que a equipa segure jogo lá atrás. Que não desça tanto em campo. Que consiga levar a bola para perto dele. Hoje, frente ao CSKA foi notório que o problema não é o Jonas.
Contudo, o que é mais fácil ao treinador fazer neste momento? Mudar um jogador ou mudar toda a equipa?!
Ah! Talvez tenha sido por isso que o RV em Old Trafford não tenha apostado no camisola 10...
'E porque tens que concluir que o problema é o treinador (...)?'
EliminarMenos, PP, muito menos...
A síndrome de avestruz começa a ser demasiado confrangedora...
O treinador é quem faz do todo melhor ou pior que a soma das partes - sendo o todo a qualidade da equipa e do seu futebol, as partes o valor individual de cada um dos jogadores que compõem o plantel.
É preciso dizer mais alguma coisa?
Afinal apetece-me escrever mais qualquer coisa: nesta época, a qualidade exibicional do Benfica tem sido ZERO VÍRGULA ZERO em 90% dos jogos. Achas que não temos jogadores para jogarmos mais que zero?
EliminarFomos encostados às cordas por 10 do Portimonense na Luz. Achas que não temos jogadores para controlar o Portimonense com menos um na Luz?
O Olhanense jogou de igual para igual contra nós. Achas que não temos jogadores para passar a ferro o Olhanense?
Fizemos a pior Champions de sempre, de qualquer equipa portuguesa. Achas que não temos jogadores para fazer melhor Champions que um Braga?
Ontem, voltei a ver uma das marcas de água do futebol do Benfica do Mister Fezadas: Eliseu, chegado a metade do meio campo do adversário, a cruzar para a molhada na área (molhada de adversários, naturalmente)...achas que não temos jogadores para jogar mais que nas distritais do final do século passado?
A cada dia que passa com o Mister Fezadas no banco, estamos a conseguir quatro coisas: perder dinheiro aos milhões, perder prestígio internacional, perder o respeito dos adversários nacionais (incluindo os Olhanenses da vida) e internacionais, perder a hegemonia nacional que nos custou tanto a reconquistar.
Não há voltas retóricas, eufemismos caridosos ou delírios panglossianos que possam salvar quem ainda defende o Mister Fezadas.
No futebol como na vida, a síndrome da avestruz é muito prevalente e de séria gravidade clínica!...
Menos digo-te eu Benfiquista Primário. Já alguma vez treinaste uma equipa? Já alguma vez tiveste que refazer uma equipa de trabalho? Já alguma vez tiveste dar formação a um colega de trabalho? Quanto tempo até esse elemento estar devidamente enquadrado? E, não estou a falar de trabalhos de atender o telefone ou até mesmo de receber pedidos de refeições rápidas... e, mesmo esses trabalhos é ver a quantidade de maus profissionais que existem nos serviços, por isso, nem quero estar a desvalorizá-los.
EliminarO que estou aqui a realçar com esta retórica toda é que é preciso tempo para o trabalho de treino surtir efeito. As coisas não acontecem do dia para a noite. Os defeitos do Benfica nesta Liga dos Campeões mais não são que aqueles que tem vindo a apresentar no campeonato nacional. Incluindo, os defeitos com o novo sistema de 4-3-3. A diferença está na qualidade dos adversários. Estou a preparar um artigo que visa por um pouco água na fervura e uma reflexão mais ponderada do que realmente está a acontecer.
Portanto, para de pegar com o Eliseu que já se percebeu ser o teu ódiozinho de estimação a par do Vitória.
Sobre perder hegemonia, quando ele for ao dragão ganhar, passa logo a bestial... agora digo-te: é preciso muito trabalho.
'As coisas não acontecem do dia para a noite'. E de Junho de 2015 para Novembro de 2017, acontecem?
EliminarNão percebeste nada da minha crítica com o exemplo do Eliseu: não era especialmente dirigida ao Eliseu, mas à pobreza franciscana dos nossos processos de jogo...até o Zivkovic já vi nesta equipa a fazer cruzamentos dali para a molhada de adversários...
Sobre ir ganhar ao Dragão: com este futebol e a alergia do Mister Fezadas a jogadores inteligentes no onze, é tão provável como o Trump se tornar um activista da Greenpeace.
Mais: é evidente que os problemas do nosso futebol na Champions e no campeonato são os mesmos. Por isso mesmo:
Eliminar1. Em que te baseias realisticamente para vaticinar uma vitória no Dragão, quando nem estivemos perto de ganhar em casa do CSKA? Ou achas que o CSKA é melhor que o FCP?
2. Os dois jogos anteriores ao do CSKA, em Portugal, tinham revelado, apesar de tudo, algumas melhorias claras no nosso jogo, com Krovi interior ao lado de Pizzi. Sendo assim, porque é que na Rússia, num jogo em que era obrigatório ganhar, não jogou o João Carvalho ao lado do Pizzi, em vez do Filipe Augusto? Ou não achas que o que JC dá ao jogo é muito mais próximo do que Krovi dá do que o que dá FA?
BP, o problema não são só os cruzamentos. Toda a equipa não está a jogar ao mesmo comprimento de onda. Está tudo a jogar ao seu próprio ritmo.
EliminarE, já agora, que alergia a jogadores inteligentes estás a falar?
1. O Porto não sabe defender como o CSKA e o Basileia, começa logo por aí. Acho que o CSKA faria tantos estragos ao Porto como o Basileia fez ao Manchester United do Mourinho na Suíça.
Eliminar2. Parte do problema do Benfica passou pelo facto de a bola ter passado de Fejsa para o Pizzi directamente, quando deveria passar de Fejsa para o Augusto e só depois para o Pizzi. Isto é o mesmo que no último jogo, a bola tivesse sido passada do Fejsa para o Krovinovic, sem passar pelo Pizzi. O resultado seria uma pior qualidade do passe e uma aceleração do jogo que faria pior do que melhor para a equipa. Muitas vezes, temporizar é melhor, pois permite respirar com bola e permite acima de tudo aos jogadores do ataque adoptar os melhores posicionamentos para o momento ofensivo. Perdemos muitas bolas nessas tentativas de aceleração. Depois... tu querias mesmo meter um João Carvalho a titular num jogo destes?! O João que pouco ou nada fez nos jogos que já teve a oportunidade de jogar no Benfica? Isto para não falar de há quantos dias ele não joga?
'E já agora, que alergia a jogadores inteligentes estás a falar?'
EliminarGrimaldo, Pizzi, Krovinovic, Zivkovic, Rafa, Jonas. Diz-me UM jogo em que tenham coabitado no onze...
Falo disso. Falo sobretudo de nunca ter sido dada a titularidade por defeito a Zivkovic e Rafa, nas suas posições naturais - e assim se ter queimado o que seriam os sucessores naturais na Mística de Nico Gaitán e Angel Di Maria!
Falo também de terem sido precisos quase 5 meses de futebol indigente e resultados indignos da nossa História para Krovinovic ser aposta.
O Mister Fezadas prefere os touros burros mas 'abnegados', com muita 'determinação' (a necessidade mais crítica que identificou para ganhar em Moscovo foi 'muita determinação'...)...tem uma visão voluntarista e muito física do jogo, não o trabalha em profundidade e por isso não o percebe em profundidade. Por isso, fica mais confortável com os touros burros mas transbordantes de determinação que com jogadores criativos e inteligentes, que percebam o jogo e saibam decidir rápido em função disso.
Como querias colocar o Krovinovic se ele foi operado logo no início da época?!
EliminarZivkovic e Rafa já jogaram juntos. Por exemplo na época passada frente ao Leixões para a Taça de Portugal e a exibição até foi boa, mas insuficiente a meio da segunda parte. Talvez não jogaram mais juntos no onze, porque a equipa perde equilíbrios. Agora, com o 4-3-3, confesso que teriam a minha bênção um trio de ataque formada por Zivkovic à direita, Jonas no meio e Rafa na esquerda. Mas, entendo que o Salvio continue no onze, porque ele mal ou bem ajuda nos equilíbrios.
O Krovinovic foi operado a uma hérnia inguinal (cirurgia muito simples mesmo) em Junho, foi convocado pela primeira vez no final de Agosto (sim, 2/3 semanas antes de começar a Champions...) e chegou ao onze em...Novembro! I rest my case...
EliminarO Salvio ajuda mas é nos desequilíbrios, nas nossas transições defensivas (para aí metade delas por jogo são originadas em perdas de bola dele...)...que já são uma maravilha, com aquela reacção à perda de bola estupenda que temos, seguida de recuperação defensiva verdadeiramente meteórica! ;)
Mas bem aventurado sejas por confessares o que já tínhamos percebido ;) Tridente ofensivo com, da direita para a esquerda, Zivkovic, Jonas, Rafa; Pizzi e Krovinovic médios interiores...isto bem treinado era um festival de futebol à Benfica!...ainda teríamos, para juntar a este quinteto de luxo no onze, Grimaldo, Fejsa, Rúben Dias, Svilar,...e mesmo assim há quem diga que o problema está nos jogadores!!?
Não, não está - como é por demais evidente. Está em quem os treina e faz o onze. Ou melhor, vai fazendo os onzes a cada jogo, sempre com o precioso apoio da tômbola semanal, para certas e determinadas posições. É uma tômbola de extremos esquerdos que curiosamente inclui extremos direitos e roda semanalmente, mas roda com toda a convicção, com muita crença e acima de tudo, com uma determinação enorme. Se fosse fácil, não era para a tômbola. :-)
Em Agosto estavas a jogar e bem em 4-4-2. Nessa altura não pensavas no Krovinovic sequer...
EliminarO problema não está propriamente no Salvio, mas sim nos jogadores que depois devem fazer os equilíbrios para ele poder desequilibrar. Depois, já reparaste na qualidade da bola que ele recebe? A equipa não o consegue isolar num um contra um perante o adversário. Isso faz-se com maior temporização e construção de jogo dos jogadores que toquem na bola antes dela ser enviada para o argentino.
O problema está em todos. Mesmo esses que falas dificilmente renderiam aquilo que pensas que rendem em campo. Há muito trabalho para ser feito. Há muito jogador que necessita evoluir. E, para mim esse é o real problema.
Eu fiquei todo contente logo em Junho com a contratação de Krovinovic e fartei-me de o promover como excelente opção para médio centro, logo desde a pré-época. Não foi tanto aqui porque foi mais em blogs onde se percebe bem menos de futebol e como tal, continuava tudo a clamar por um 8, quando já tínhamos Pizzi, Krovinovic, Horta, Chrien (mais FA e Samaris)...
EliminarÉ evidente que os nossos problemas são colectivos, muito mais que individuais - sempre o afirmei, como sabes. Mas ter os melhores jogadores lá dentro ajuda, e muitíssimo, a disfarçar insuficiências de treino e colectivas. Sobretudo quando são jogadores com o perfil inteligente e combinativo dos que mencionei acima...
Mas se 'o problema é de todos', se 'há muito trabalho para ser feito' e se 'há muito jogador que necessita evoluir', como consegues descartar a responsabilidade do treinador e equipa técnica??? Não é às equipas técnicas que cabe resolver 'problemas de todos'? Não é à equipa técnica que cabe 'fazer o muito trabalho que falta? Não é à equipa técnica que cabe trabalhar para fazer evoluir os jogadores?
PP eu começo a pensar que tu ou não percebes português, ou estás tão preocupado em defender o RV ou o LFV, às tantas não percebo bem, que dás voltas e pinotes ao que é dito.
ResponderEliminarNão tive ainda tempo de ver a troca de mimos entre ti e o BP, mas no que a mim me diz respeito vou tentar explicar ponto por ponto.
1)Porque tenho de concluir que o problema é o treinador: do plantel do Benfica, os únicos que não treinam com esta equipa técnica há 1 ano ou pouco mais são Varela e Svilar, Douglas, Chrien e Krovinovic, Seferovic e Gabicoiso. Por terem chegado em Janeiro se calhar também podes colocar aqui Hermes e Pedro Pereira. Como não sei se os putos treinaram com a equipa principal nos entretantos, deixei de fora o Rúben e o Diogo Gonçalves. Salvo erro, nunca estes jogadores estiveram num jogo em simultâneo todos ao mesmo tempo em campo (passe a impossibilidade dos GRs). Tu falas num processo doloroso, mas quando um grupo está junto há bastante tempo, sujeito aos mesmos métodos, quem é o responsável por esse grupo ter uma quebra substancial quando saem peças? E não é sair de uma forma surpreendente. Todos nós sabíamos que quem saiu ia sair, meses antes. O BP queixa-se de anos da coisa, e eu não vou tão longe. Quando RV falou em mudanças tácticas para esta temporada no final da anterior, onde andaram essas nuances na pré-época? Como se abordou o mercado em face do que se pretendia dessas mudanças? Como se abordou o treino em face do que se pretendia dessas mudanças?
Se o problema não está no treino e na forma como este se liga com o jogo, explica-me como face ao tempo de trabalho com o grupo, as seguintes afirmações não se reflectem no treinador: «Para mim, o problema na lateral direita nem são os jogadores», «O problema está em conseguir que jogando com 2 avançados, os equilíbrios sem bola sejam conseguidos.», «A outra parte do problema está na qualidade de jogo dos nossos extremos. » ou «A ideia que defendo com o Jonas em 4-4-2, é».
2) Critico o Sálvio e o Lisandro, e faço-o por motivos e com argumentos distintos. Da mesma forma que vejo a utilidade de um outro de formas distintas. Lisandro só é mal gerido no sentido de não se terem aproveitado alegadas ofertas para o deixar ter uma carreira de top noutro lado qualquer. Falar em cultura de risco no caso Lisandro é bem capaz de ser real, mas no sentido em que ele não pesa as consequências das suas acções. É espectacular que com Lisandro em campo todos jogam pior. Só que ao ler os teus comentários percebemos que não, todos jogam pior porque nenhum consegue perceber a genialidade de Lisandro. Ao fim de 4 anos, ou 2, Lisandro é um incompreendido pelos colegas, alguns deles (Luisão, Almeida, Fejsa, Jardel) que estão no clube há tanto tempo ou mais que ele. Eu não digo que tenha sido por ele que perdemos com o CSKA, que empatámos com o Rio Ave, ou que nos vimos à rasca para ganhar ao Portimonense (e isto só este ano). Mas que o tipo tem uma aura de a equipa jogar pior quando ele está em campo tem!
3) O Douglas já todos percebemos que é um erro de casting, e espero que essas condições contratuais de que falas sejam para evitar a compra obrigatória. Sinceramente espero-o. Porque uma cláusula de compra obrigatória de 20 e tal milhões de € para tal sapateiro seria mais uma espectacular "cláusula" do Negociador Implacável. Eu não digo que o Pedro Pereira não foi um erro de casting também. O que digo é que, defensivamente o PP tem aos 20(?) anos mais condições para se afirmar no 11 do Benfica do que o Brasileiro aos 27. E mais tempo para aprender o que lhe falta. Nem me vou alongar sobre a gestão deste dossier porque caramba, não tenho o dia todo, mas para ir buscar Douglas por ir buscar, já cá tínhamos um "erro de casting", não era preciso torrar tempo e dinheiro. A menos que o que se quisesse fosse mesmo torrar dinheiro...
Eliminar4) «abdicámos de Mitroglou, que nos dava opções diferentes,» Como esta frase se relaciona com o facto de ele não jogar em Marselha deixo para tu explicares. Isso e o resto do teu parágrafo.
5) «temos o Samaris e o Filipe Augusto, aparentes alternativas ao Fejsa que está visto que não são» Por muitas voltas que dês ao texto, dás-me meia razão quando te alongas naquela coisa do 433.
Samaris não é um excelente jogador, a menos que estejamos a falar da Segunda Liga ou abaixo. É um razoável jogador, por vezes com laivos de bom jogador, mas que tem vindo a piorar a olhos vistos. Não tem sequer a noção de posicionamento de uma unha encravada do pé do Fejsa e por isso não "pode" ser ele a alternativa ao Sérvio. A "coisa" mais perto disso é mesmo o FA. Só que Samaris e FA juntos não fazem meio Fejsa. Se Samaris é um elemento importante do balneário? Isso é capaz de ser, só que em campo precisamos todos de ver algo mais.
6) «Se será um "grande" 8 num contexto global? Claro que não, mas por comparação com o que tens no plantel estará acima da média!» Medita nisto.
7) «Contudo, o que é mais fácil ao treinador fazer neste momento? Mudar um jogador ou mudar toda a equipa?!»
Estás aturdido com o jogo de Moscovo e achas que isto é uma coisa de "neste momento"? O treinador já leva, daqui a nada 5 meses de trabalho só nesta época! Dado que as menções de nuances tácticas vêm da época passada, eu esperava que pelo menos os que transitaram do ano passado já tivessem levado com mais outro mês de treinos. Não é "neste momento" que as coisas tiveram um ligeiro percalço...
RB,
Eliminar1) O problema não são as tácticas. Para mim, o problema dos treinos parte-se em dois: a primeira parte, reflecte-se na melhor operacionalização para a rápida compreensão das ideias de jogo que o treinador quer transmitir; a segunda prende-se com a capacidade que os jogadores têm de adquirir esse conhecimento e evoluir rapidamente com ele.
A meu ver, a maioria dos nossos extremos não tem evoluído quer com, quer sem bola. Há ali coisas que poderei torcer o nariz e poderei pensar que é culpa do treino, mas depois olho para o trabalho que foi feito em épocas anteriores e não posso aceitar essa hipótese face ao trabalho desenvolvido. Agora, também vejo muito jogador demasiado formatado e viciado apesar de tenras idades. Por exemplo, o Cervi quase nunca respeita a entrada do lateral do seu lado, passando-lhe a bola. O Zivkovic, faz invariavelmente os mesmos movimentos interiores, sendo incapaz de maior imprevisibilidade quando à direita. O Diogo Gonçalves é muito individualista. O Rafa precisa de cada vez que recebe a bola de demonstrar que é craque. E, o Salvio que sei que tu não gostas é o único que mantém o nível quer se goste ou não. Olha basta vermos o Benfica com e sem Salvio num jogo recente, em que após o intervalo ele entra e abana logo o jogo para melhor.
Penso que o erro do Vitória talvez esteja a ser a gestão desse talento. Talvez o melhor será sedimentar a posição com um jogador à escolha e desenvolvê-lo. Apesar disso, penso que ele tem tentado fazer. Na época passada, foi com o Cervi, mas o argentino não é consistente. Depois tentou o Zivkovic e o Rafa, mas muito inconsequente, porque vai alternando consecutivamente. E, como são jogadores que procuram ganhar lugar, ainda pior. Ainda mais jogam para o show... e quando a equipa não está estável, pior é!
2) Não critico o Lisandro porque sempre que lhe deram mais de 5 jogos a titular ele cumpriu e bem. Recordo-me da dupla que ele fez com o Jardel em 2015-2016, até sofrer uma lesão que fez com que o Lindelöf entrasse no onze. Foi com o Lisandro e o Jardel que a defesa estabilizou depois daquele período em que o "Girafa" estava a arrastar-se. Lamento é que a malta se esqueça.
O que eu gosto do argentino é que ele tem a mesma cultura de jogo que o Pepe e o Sérgio Ramos, e que sai muito da mentalidade do habitual central: a cultura da cobertura e de pressão e não a cultura de contenção. Isso é fundamental para que a equipa mantenha-se coesa e com as linhas bem definidas.
3) Já estás a queimar o Douglas que nem deve ter 5 jogos de águia ao peito feitos... O que não entendo com este e com o Gabigol é o seguinte: se vieram para dar maior qualidade ao plantel para atacar a Liga dos Campeões, como acabaram por jogar, porque raio é que não lhes deram mais tempo de jogo antes dessa competição? Penso que tenha sido por questões de contrato... Mas, é aqui que a gestão financeira acaba por interferir com a gestão desportiva! E, quanto a isso, estou do lado da crítica à estrutura encarnada. Agora se foi opção técnica, também não entendo. Assim como não entendo como se criticam tanto estes dois quando pouco ou nada jogaram para podermos avaliar.
Eliminar4) Sobre o Mitroglou, é simples: abdicámos do avançado grego para ter o Seferovic que faz o que o antigo camisola 11 fazia mais outras coisas que ele não fazia, para além de custar um terço do que o outro custava. Não entendo qual é mesmo a dúvida aqui.
5) «O Samaris é um excelente jogador. Falta-lhe alguma continuidade no jogo. O mesmo acontece com o Filipe Augusto. O que se fala agora destes dois é o mesmo que se falava do Danilo na época passada e agora vê-se o que ele rende no Braga... é preciso jogarem e estarem bem enquadrados.» Acho que isto resume bem o que penso sobre estes dois.
A tua frase foi descontextualizada. Aliás, nem sei de onde retiraste. De qualquer maneira, posso adiantar o seguinte: num modelo com dois médios-centro, a dupla Fejsa e Pizzi é incomparavelmente superior à do Samaris e Filipe Augusto ou outra qualquer das restantes combinações formadas por dois destes quatro.
6) Não queiras amordaçar o Rafa. Olha neste momento, neste modelo de 4-3-3, vejo mais vantagem em adaptar o Cervi a interior esquerdo do que outra coisa qualquer. Para ver se o miúdo aprende a soltar a bola no momento certo e com qualidade. Para além de perceber utilizar a sua energia.
7) E, já viste o quanto ele já mudou? Já viste o quanto ele já apostou? Eu até acho que ele tem mudado imenso.
Respondo a isto com a desvantagem de não ter visto a goleada de ontem e de saber de antemão que antes do Natal dificilmente consigo ver um joguito que seja. Coisas da vida... =(
EliminarPonto por ponto:
1) «O problema não são as tácticas.» Pois não, mas que o problema não é uma questão de táctica é o que eu digo há muito, muito tempo! Já o dizia no início de 2015/16 (já lá voltamos) e já o digo desde a pré-temporada.
Eu até comecei este comentário sem questionar o trabalho de campo de RV, mas cada vez que tu te alongas, mais me convences que tu no fundo reconheces e identificas muitos pontos que fazem de RV um treinador que não se ajusta ao que é a estratégia do Benfica.
Repara, eu comecei por dizer, e esse é o ponto de partida, que discordo que seja necessário aferir as reais qualidades de Jonas e que antes disso seria necessário aferir as reais capacidades de RV. Através dos teus comentários, a aferição de capacidades de RV tornou-se neste momento um tópico autónomo! E mais, tudo o que tu dizes, tudo, indica que se calhar RV até é o homem errado para o lugar, apesar de tudo o que ganhou e de todos os jogadores que transitaram da B para a Principal.
«A meu ver, a maioria dos nossos extremos não tem evoluído quer com, quer sem bola.» E a culpa é só dos extremos? Tirando o DG, os extremos não mudaram em ano e meio. Se não evoluem é só porque não querem? «e quando a equipa não está estável, pior é!» E quem é que é suposto passar essa estabilidade para os jogadores?
Se calhar até o meu comentário de o Benfica com RV ter contratado um motivador tem de ser revisto...
2) Por falar em memória da época de 2015/16, eu não esqueço! Eu não esqueço que o Lisandro está associado a golo sofrido, atrás de golo sofrido. Aliás o arranque titubeante dessa época é indelével de uma noção de posicionamento sui generis de Lisandro. O que o início dessa época demonstrou, que 2016/17 viria a confirmar, é que Lisandro devia ter sido despachado para outras paragens em Janeiro de 2016. Como eu disse acima, o tipo tem uma aura de trazer ao de cima tudo o que de mau há nos outros, nunca nele note-se, os outros. Repara que pouco importa a cultura de jogo. Eu posso ter a "cultura de jogo" do Xavi ou do Makelele, e o "jeito para bola" do Binya ou do Fernando Aguiar. Se na prática as minhas acções acabam por comprometer os esforço colectivo, pouco importa que as intenções sejam boas.
3)Hum... Eu não critico o Gabicoiso. Concordo contigo que tem tido poucos minutos. Das poucas vezes que jogou, e isso está registado aí nos comentário, confesso que lhe vi tiques de poder dar minutos de descanso a Jonas. Claro que dá um bom pormenor e desliga-se meia hora, mas se calhar precisa(va?) de tempo para somar bons pormenores. Douglas... Eh pá não excluo que tenha ainda coisas para aprender, mas quando passas quase dois meses protegido dos holofotes para te poderes integrar na manobra da equipa nos treinos e com calma e quando apareces és um buraco defensivo... Há tipos que não enganam. O Nélson Semedo com meia hora num particular mostrou que tinhamos material para fazer evoluir. O Douglas mostrou, nos minutos todos que somou até agora, que ou contratámos mais um extremo (coisa que até nos faltava neste plantel), ou que os nossos cardiologistas e psiquiatras vão acabar a época com o dinheiro que não conquistámos na Europa.
Eliminar4) O Seferovic não faz bem o que o grego fazia. O Suíço acaba por ser uma espécies de elo de ligação entre Jonas e Mitroglou. Tanto joga como o grego se jogares com um avançado fixo, como faz de segundo avançado quando quiseres apoio para um avançado mais fixo, sendo que este tanto poderia ser o grego como o Jimenez. O lote Jonas, Seferovic, Jimenez e Mitroglou cobre uma impressionante panóplia de opções e soluções para dinamitar as defesas mais empedernidas do nosso campeonato. Tiras o Mitroglou e juntas-lhe o Gabicoiso e acabaste de duplicar valências em vez de abrir o leque. Essa é a minha critica ao negócio. Do ponto de vista técnico, quando o treinador é um borrado de não arrisca e não usa os recursos que tem à disposição...
5) A frase que nem sabes donde a tirei é simples. Tirei-a do meu texto. Senti que o que te alongaste a dizer não abordava o que eu critico ao nível de preparação do plantel. E concordo que num meio campo a dois dificilmente bates a dupla Fejsa-Pizzi/Krovinovic. O meu problema é que num meio campo a dois, não tens nenhuma alternativa credível ao Sérvio. Podes variar o parceiro deste para diferentes contextos dentro do jogo, mas sem o Sérvio tudo fica pior. Nisto não há nenhuma crítica ao jogador, sim ao pensador.
O que não concordo é com a excelência de Samaris. Pelo que passa para fora o tipo parece criar bom balneário, ser exigente, ser um excelente profissional. Como treinador queres sempre estes gajos, nem que seja para apontar aos putos como exemplo. Dentro de campo no entanto está a anos Luz do que um clube como o Benfica precisa. Se é culpa própria ou do treinador? Não sei, mas não façamos dele o que não é.
6) Mas quem está a falar do Rafa? Estou a falar da cultura de jogo do Jonas quando comparado com o restante plantel! «Aferir as reais capacidades do Brasileiro» lembras-te? O que eu digo é que o Jonas sem ser um "8" brilhante, mesmo assim seria capaz de cumprir na função acima da média do plantel se chamado a isso, mas não sem que outros no plantel o fizessem melhor. Imagina a situação em que tens o tal meio campo a 2 de Fejsa-Pizzi, esgotaste as substituições e um defesa manhoso arranca um pé ao Pizzi. O que eu digo é que se RV quisesse manter ali um "8", o Jonas seria melhor solução do que qualquer outro que estivesse em campo, exepto o Croata. Não que fosse inerentemente o mais talhado, mas porque é o que tinha o melhor conhecimento do jogo para perceber o que a posição precisava.
7) Eu não discordo de que tem mudado imenso, o que eu questiono é de que forma a mudança tem sido sustentada por uma estratégia de mudança, ou se tem mudado por uma questão de sobreviência. RV deu a entender no final do ano passado que iam haver mudanças. Antes de ele dizer isso já todo o Mundo Benfiquista sabia que Ederson, Semedo e Lindelöf estavam de malas aviadas, portanto ou se aranjavam substitutos ao nível, que não pululam como cogumelos, ou tinham mesmo de haver mudanças. A questão é: de que forma e quando se prepararam essas mudanças?