16 maio 2016

Somos Tricampeões...


... com muito mérito, porque fomos a melhor equipa do campeonato e aquela que produziu melhor futebol!

Parabéns Equipa!
A forma como Jonas, Pizzi e Gaitán comemoram o "tri"
expressa o quanto isto saiu de dentro de toda a equipa.
Sem o espírito de grupo que o Benfica tem neste momento com este leque de jogadores, dificilmente conseguiriam chegar ao final desta temporada com o título de tricampeão no peito. É tão simples quanto isso. Contudo, sem o talento e a qualidade que eles na realidade têm, e que durante muito tempo foi menosprezada, não conseguiriam quebrar os recordes que quebraram. E, tudo isto num contexto em que as principais referências do plantel, estiveram lesionadas durante longos períodos da temporada. Por isso, é que não concordo quando se fala que Porto e Sporting têm melhores plantéis que o Benfica. Talvez tivessem no início da temporada, muito por culpa dos talentos ainda emergentes encarnados. No entanto, para quem tivesse olho clínico e sentido crítico, perceberia que o potencial desta equipa encarnada era brutal e incomensuravelmente superior aos dos outros directos adversários ao título nacional. Em suma, talento, inteligência, raça, ambição, capacidade de trabalho, capacidade de luta e espírito de sacrifício,... podem nomear, pois esta equipa tricampeã tem tudo!



Parabéns Rui Vitória!
O doce sabor da vitória contra todas as apostas. Se este
"35" tem um pai, muito se deve ao Rui Vitória.
O prémio de melhor treinador de 2015/16 tem de ir
para ele, pois é mais que merecido,
por tudo o que ele fez e como o fez.
É preciso valorizar o feito do Rui Vitória, mais até do que castigar o comportamento de Jorge Jesus durante esta temporada. Escrevo isto, porque estou a ver cada vez mais gente a dar importância ao discurso do ex-treinador do Benfica, que aziado com a sua saída do Benfica (e demais processos em tribunal com o clube da Luz) ou por apenas vil malícia, tentou durante toda a temporada denegrir a posição e postura do treinador do Benfica. A teoria é que o "trash talk" (utilizar a expressão de "mind game" aqui é insultuosa, pelo que a expressão correcta é, como na gíria nos referimos, "conversa de merda") de Jesus fez com que a equipa encarnada se unisse e foi isso que fez ganhar jogos. Nada de mais errado. Ainda à umas semanas atrás vimos bem o dedo de Rui Vitória no controlo emocional, táctico, técnico e físico da equipa. Lembram-se da mudança táctica operada ao intervalo, frente ao Sporting de Braga para a Taça da Liga? Foi graças a ela que o Benfica conseguiu dar a cambalhota ao marcador nessa meia-final. E, logo frente a uma das melhores equipas desta temporada. E, o que dizer da disputa sem complexos frente ao gigante alemão treinado pelo super treinador Pep Guardiola? E, o que dizer da evolução dos jovens jogadores mesmo num contexto de elevada exigência como o desta temporada, tendo o aval e tranquilidade do treinador? Ainda hoje, o Renato Sanches agradecia publicamente essa virtude do Rui Vitória, ao acreditar no jogador, mesmo quando ele estava a falhar, e que isso foi determinante para ele evoluir. E, a utilização de Samaris a central em São Petersburgo? Ou de todos os outros que entraram quando os habituais titulares se lesionavam ou ficavam impedidos de jogar? Tudo isto não conta? Ah! E, será que é tão fácil liderar uma equipa que à 8ª jornada já tinha perdido com Porto e Sporting, estava a muitos pontos da liderança e que a maioria já lhes dava como morta e enterrada? Sinceramente, não é apenas por um discurso gabarola de um ex-treinador que opere esse milagre da mudança. Há ali muito, mas mesmo muito dedo do Rui Vitória e da sua equipa. E, é muito importante que comecemos a valorizar exactamente isso!



Parabéns Estrutura!
O presidente Luís Filipe Vieira é apenas um dos rostos da
estrutura encarnada, responsável pelas apostas desta época.
Apostas corajosas e que são ganhas, conforme podemos
verificar pelo título de campeão, pelas receitas e pelas
pontes criadas com outras entidades, como estamos aqui
a ver com o antigo craque francês Eric Cantona.
Quantas estruturas de futebol fazem isto em Portugal?
Nos momentos fundamentais, a estrutura esteve sempre presente. Esteve presente no início, quando as coisas não estavam a correr bem. Acredito, que contra a maioria dos adeptos que em Dezembro já pediam a cabeça do treinador - após o empate frente ao União da Madeira - o presidente Luís Filipe Vieira manteve o Rui Vitoria e a sua equipa, ao contrário do que aconteceu a norte. E, vejam as diferenças de performance das equipas. Já naquela altura escrevi que o melhor momento para fazer avaliações dos treinadores era no final da época. E, fui mais longe, ao dizer que conhecia muito poucas equipas no mundo que estando na luta pelo título nacional, quando mudaram de treinador o conseguiram. O melhor exemplo, é o Porto desta época, após ter despedido o espanhol Lopetegui. Nem ganhou ao Sporting em casa e na Luz ainda deve estar a pensar como conseguiu vencer a equipa encarnada... e ainda dizem que tivemos sorte esta época... só se for para rir! Mas, não é apenas por ter segurado a equipa técnica que a estrutura encarnada está de parabéns. A mudança de paradigma foi muito bem feita e é hoje um caso de estudo para o futebol nacional e internacional. Uma verdadeira aposta ganha! Pessoalmente, tive algumas dúvidas, não quanto à ideia, mas quanto à sua operacionalização. Porquê? Porque, é importante o equilíbrio da aposta de jovens com um núcleo duro da equipa mais experiente, que permita absorver e exponenciar as virtudes deles e dirimir os seus defeitos. No caso da equipa B, isso já não foi tão bem sucedido porque o tal equilíbrio com experiência não foi bem conseguido e é algo que deverá merecer uma reflexão por parte da estrutura e demais equipas técnicas. Depois, a venda de Renato Sanches por valores recordes em Portugal e no mundo para a idade do jogador, é sinal de que esta política tem pernas para andar e significa também a criação de um nicho de mercado para o nosso futebol nacional. Mais uma vez, o Benfica tem sido pioneiro e tem inovado todas as temporadas com alguma coisa nova para o futebol nacional e internacional.



E, acima de tudo, parabéns para os melhores adeptos do mundo!
Os melhores adeptos do mundo são os Benfiquistas!
Os apaixonados Benfiquistas! Que com a paixão e amor incondicional que sentem ao clube dão uma importante lição a uma sociedade cada vez mais desprovida de valores: o amor é a força mais poderosa do mundo. Para se entender o alcance destas palavras e não nos enganarmos a pensar que toda esta prosa é lirismo, romantismo ou simplesmente guião de telenovela, importa atendermos às palavras do grego Samaris no relvado da Luz, poucos minutos de se sagrar tricampeão nacional, para um jornalista da BTV em que começa a explicar com um olhar introspectivo, como que a perceber naquele momento, o quão importante e mágico foi aqueles minutos finais de um jogo caseiro frente a um adversário directo e com a equipa encarnada a perder (derrota na Luz por 0-3 com o Sporting), em que ouviu todo o estádio a cantar "Eu amo o Benfica", para ele e para os seus companheiros. Ele diz que naquela noite sentiu que tinha de ser feito algo mais. Ele sentiu que aquele amor incondicional dos adeptos fez querer retribuir com mais entrega e trabalho. E, por conseguinte, mais vitórias. Entre outras tantas palavras, o jornalista da BTV voltasse para ele e diz-lhe: «Bem, Samaris, acabas de descrever na perfeição o que é a Mística.» ao qual o grego responde «Tau! Já aprendi outra palavra. Para o ano uso essa: Mística!» Isto é mágico e isto é tão, mas tão nosso. Por isso, somos únicos em Portugal e no mundo. Por isso, a nossa pluralidade e crescente massa adepta.






P.S. 1: Relativamente ao jogo frente ao Nacional da Madeira, apenas três notas: (1) penso que o Raúl deveria ter entrado bem mais cedo, se não mesmo a titular, pois acho que oferece outras coisas ao nosso ataque que poderia beneficiar o Jonas; (2) gostaria que o camisola 17 tivesse marcado 4 golos neste encontro, para igualar os 35 campeonatos com 35 golos marcados neste campeonato, mesmo sabendo que não iria vencer a bota de ouro; (3) aquele golo de honra do Nacional mesmo no finalzinho do jogo deixou-me com um certo amargo de boca, não só porque é mais um golo sofrido e assim não ficamos com a melhor defesa do campeonato, como também pela forma como marcaram o golo, pelas facilidades de desconcentração da equipa, mas também porque marcaram em fora-de-jogo claro.





P.S. 2: Será demais pedir já o 36?



#TRICAMPEÕ35 #MARQU35 #RUMOAO36

6 comentários:

  1. Bom post. Parabéns! E não, não é demais pedir já o 36 :-)

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  2. O PP sempre em forma e com uma análise muito correcta à época. É isso mesmo, PP. Se houve muitos factores a contribuir para este sucesso, ele não teria sido possível sem a extraordinária competência de Rui Vitória.
    Quando, no início da época, li o livro dele (A arte da guerra para treinadores), achei logo que tínhamos homem.
    Mas nunca esperei este desempenho extraordinário, em tão difíceis condições.
    Por isso é que fico piurso qundo vejo certos "especialistas" (no Lateral Esquerdo, por exemplo) a desvalorizarem esta performance de RV, a colocar a hipótese de ele sair e tal, que ainda não os convenceu e tal...
    Enfim, temos de aturar esta malta... o homem há-de ganhar a Champions e eles a dizerem que foi das individualidades e da herança de JJ e tal...

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    1. Olá António Viegas!

      Eu estou tranquilo para falar do Rui Vitória, pois no início da época teria preferido outra opção, que eu publicamente falei: Paco Jémez. Contudo, compreendi e aceitei a decisão tomada.

      A partir desse momento, é apoiar e tentar entender as opções que ele tinha. É um exercício muito mais benéfico que simplesmente estar do outro lado a mandar pedras por tudo e por nada. Foi exactamente, por ter esse comportamento, que fiz a análise de risco em Novembro/Dezembro, quando toda a gente o queria fora da Luz e eu a deixar bem claro que isso seria um erro crasso. E, nem sabes o quão saboroso este desfecho da temporada teve para mim. Desde essa altura, via que o Rui Vitória, tendo o apoio interno da estrutura tinha todas as razões para fazer um grande trabalho até ao final da temporada. E, para te ser sincero, nem precisaria vencer o campeonato, dada a herança herdada e a performance que já tinha demonstrado na Liga dos Campeões e demais competições.

      Quanto aos "especialistas", primeiro estranha-se, depois entranha-se. Relativamente, aos que mencionaste, já li lá que na altura do Vítor Pereira vs Jorge Jesus, o primeiro era muito melhor. Depois, com a evidência do futebol de Jesus, lá ficaram Jesuítas. Agora, estão naquela fase de negação...

      O que deveria ser visível a todos, é que o Rui Vitória não treina a equipa via sistemas. Treina a equipa via princípios. Já o Jesus, treina por sistemas e não por princípios. É por isso, que o Jesus passa os jogos a berrar para os jogadores, controlando todos os seus movimentos, como se tivesse um comando da playstation e o Rui não! É por isso, que o Rui consegue meter o Samaris a central ou um miúdo da B na equipa titular e a equipa com maior ou menor dificuldade joga da mesma maneira, sempre fiel aos seus princípios.

      E, tudo isso não se explica pela simplicidade do (não) argumento que é o Jesus que fez com que os jogadores jogassem para provar algo. Aliás, se assim o fosse, creio que as comemorações e as respostas em campo teriam sido muito mais musculadas e não tão bem jogadas.

      ;)

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