25 abril 2016

Toca-nos...


Pois juntos conseguiremos alcançar o título que tanto ambicionamos.

Quero começar este artigo de revista sobre o encontro de ontem à noite frente ao Rio Ave, concordando em absoluto com o discurso do nosso técnico principal quando este diz:
«Fui muito educado e delicado com a equipa do Rio Ave. O maior elogio que lhes posso dar é a organização defensiva. Não vamos inverter os papéis novamente. O Rio Ave não teve uma bola de golo e nós tivemos várias na segunda parte, não muitas mas tivemos. Não aceito que se diga isso. Se for de uma forma positiva aceito. De uma forma depreciativa nem pensar nisso. A minha equipa foi melhor e ponto final.»
«A minha equipa foi melhor e ponto final.»
Mais nada Rui! É mesmo assim que se fala!
Realmente o Rui Vitória tem muita razão nestas afirmações. Quem ouviu as declarações do Tarantini no final do encontro, no qual este referia que o Benfica teve a "estrelinha" do jogo, poderia ser levado a pensar que o Rio Ave jogou e fez jogar, criou inúmeras ocasiões de golo e o Benfica só conseguiu marcar num lance fortuito do jogo. Nada de mais errado e, como tal,  para mim é muito importante estes "murros na mesa" por parte do nosso treinador. Também por aqui se vê as forças com que o Benfica está a lutar e que nos querem atirar à força toda fora da corrida do título. Têm dúvidas? Basta fazerem uma retrospectiva dos títulos da comunicação social ao longo de toda a temporada... a começar na pré-época.

O jogo em si foi totalmente controlado pelo Benfica. Em termos defensivos, a nossa equipa esteve irrepreensível. Aquele tridente formado por Fejsa, Jardel e Lindelöf foi incansável a anular as espécies de contra-ataque que a equipa de Pedro Martins tentava esboçar. Contudo, o nosso ataque estava pouco móvel. Havia espaços vazios que a equipa não estava a conseguir encontrar, muito por culpa da rigidez posicional de certos jogadores, como por exemplo o grego Mitroglou. Este tem a tendência de fixar-se demasiado entre os centrais, quando deveria procurar o espaço entre o central e o lateral do seu lado, uma vez que normalmente, é aí que se encontra maiores distâncias. Por outro lado, esse posicionamento permite que o extremo desse lado possa penetrar para o centro e assim fugir à (dupla) marcação de que é alvo por parte do lateral e do extremo adversário. Engraçado verificar que foi através de um desses raros momentos, que o Nico Gaitán conseguiu fugir para o centro do terreno e criar perigo à baliza de Cássio ainda na primeira parte.



Na segunda parte, Rui Vitória fez as devidas correcções a nível de posicionamentos atacantes e a equipa entrou com boa dinâmica. Com o Pizzi alternando entre a largura e o centro do terreno, nos movimentos atacantes e com maior dinâmica dos nossos avançados, neste período de reatamento, o Benfica dispôs de pelo menos umas três oportunidades claras de golo (Gaitán pelo menos uma vez e Jonas outras duas). Mas, mesmo assim faltava energia ao ataque. Foi com naturalidade que Pizzi e Mitroglou foram substituídos por Salvio e Raúl, respectivamente. Isto possibilitou o Benfica maior rapidez no ataque, maior fluidez de movimentos e muita mobilidade, que por sua vez abriram ainda mais espaços na defesa do Rio Ave e que culminou com o golo de Raúl Jiménez.

«Seja nos 90 minutos ou nos 10 minutos finais, tens sempre
de dar o máximo.»
 É esse o espírito Raúl!
Por falar no Raúl, muitos adeptos têm o denegrido um pouco. Já ouvi dizerem que ele nunca está lá na grande área. Mas, o que o comum dos adeptos não percebe é que a melhor forma de bater as defesas, não é com 1 contra 1, mas sim através de mobilidade e procura dos espaços. Muita gente está habituada ao típico avançado "pinheiro" que está constantemente posicionado entre os centrais. Para esses adeptos, reparem que se um avançado ficasse constantemente entre os dois centrais, formaria logo ali no corredor central à frente da baliza adversária uma cortina de 3 jogadores, plantados ali durante os 90 minutos. Pergunta para um queijinho, como se poderia marcar golos? Os centrais estariam sempre em vantagem numérica e mesmo quem viesse de trás, teria a zona de tiro preenchida com 3 marmanjos. A formula correcta é aquela que vemos as melhores equipas a fazerem, nomeadamente a do Barcelona, onde a mobilidade é a palavra-chave. É isso o que o Raúl oferece de melhor. Quando no estádio do Bessa, o Jonas marcou o golo, foi porque o Raúl fugiu para o corredor esquerdo levando consigo o lateral direito do Boavista, e criando um espaço entre esse lateral e o central desse lado que permitiu a penetração de Jonas para fazer o golo da vitória. Essas trocas posicionais, essa mobilidade e essa inteligência na procura de espaços vazios, deveria ser muito mais realçada que apenas os golos, pois são elas que produzem maiores e melhores situações de concretização. Por tudo isso, fico muito contente por este momento do Raúl e de ser considerado o maior goleador vindo do banco neste campeonato. Aliás, espero que ele e talvez mais um ou outro sejam titulares na próxima sexta-feira frente ao Vitória de Guimarães. Acho que é importante começar a dar descanso a alguns jogadores. E quando digo descanso, não estou a falar de descanso físico, mas sobretudo mental. Depois, o próprio Raúl, o Salvio, o Carcela, o Talisca e o Samaris são jogadores que estão prontos para assumirem o jogo se forem chamados a tal.

Por fim, uma mensagem sobre os apupos xenófobos e racistas que uma minoria de adeptos do Rio Ave fizeram ao Renato Sanches quando ele saía do relvado ontem à noite. É muito feio que em pleno século XXI isto ainda exista. No fundo, no fundo, o que essas pessoas demonstram é que não sabem lidar com os seus medos e as suas fraquezas perante um jovem jogador de eleição que consegue dar muito mais que eles irão alguma vez dar em qualquer dos campos que vivem as suas vidas. Como lidar com a situação? O Renato explicou-lhes bem. És enorme Bulo!

Pode não estar no seu melhor momento de forma. Posso até
ter estado a dar-lhe nas orelhas nos últimos tempos, mas
jamais deixo de ter orgulho neste miúdo. És enorme Bulo!



P.S.: Viva o 25 de Abril! Hoje comemora-se o dia da liberdade, da revolução dos cravos. Numa altura que há cada vez mais há casos de libertinagem, era bom que todos aprendessem o verdadeiro significado da palavra liberdade. Liberdade é também respeito. Liberdade é também responsabilidade. Liberdade é também moralidade. Tudo coisas que passadas algumas gerações ainda temos de progredir... Bom feriado para todos e que aproveitem para fazer uma reflexão.

2 comentários:

  1. Jaime Antunes considera que Bruno de Carvalho deu «lição de contabilidade para analfabetos»
    14:09 - 25-04-2016
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    Os argumentos do presidente do Sporting, que diz ter uma «dupla almofada para pagar à Doyen», não convencem nem escondem as dificuldades financeiras do clube de Alvalade, considera Jaime Antunes.

    «Foi uma lição de contabilidade para analfabetos dada por Bruno de Carvalho na Assembleia Geral. Aquela dupla almofada, é como se tivesse duas vezes o dinheiro… o Sporting vendeu o Montero à pressa para pagar contas de tesouraria – isso foi publicado e nunca foi desmentido», disse, associando estas mesmas alegadas dificuldades financeiras à provável saída de Jorge Jesus:

    - O Sporting tem dificuldades graves e, por isso, Jorge Jesus nunca se comprometeu a continuar no clube - percebe que, de um momento para o outro, o Sporting pode entrar em descalabro e quer ter as portas abertas para sair e não ficar envolvido no caos.

    O empresário e antigo candidato à presidência do Benfica criticou também a estratégia «sem pés nem cabeça» do Sporting, que optou por um discurso de constante confrontação para com o rival da Segunda Circular.

    - É uma estratégia de degradação da imagem do futebol. Tem sido irresponsável, com declarações incoerentes e sem sentido. O vídeo que Jorge Jesus mostrou [na conferência de imprensa]… parecia dar uma aula de geometria, como soubesse alguma coisa disso – ninguém percebeu nada do que ele disse, nem ele próprio. Os benfiquistas não querem saber daquela conversa da treta que ninguém valoriza hoje em dia.

    Alheada de todas as polémicas está a equipa do Benfica, que deu mais um importante passo rumo ao título depois de vencer (1-0) o Rio Ave, em Vila do Conde.

    - Foi uma vitória inteiramente justificada, o Benfica foi a melhor equipa, com mais oportunidades de golo. Na segunda parte, o Rio Ave não foi à baliza do Benfica. É uma equipa que tem apresentado união e solidariedade em campo e isso ultrapassa o cansaço que um ou outro jogador possa ter. Assim, o Benfica vai ser campeão. Temos confiança na equipa. Está justificadamente em primeiro, é a melhor equipa em Portugal mas não temos almofadas. Não podemos descurar os próximos jogos, o Benfica tem três partidas para ganhar porque a distância para o Sporting é de apenas dois pontos.

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    1. Totalmente de acordo. E já agora, gostava de mencionar um artigo que li no CM de hoje em que compara a Liga NOS como sendo uma Liga Nostra, tal é a quantidade de interesses que existem nos bastidores.

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