14 abril 2016

Imaginemos que...


... estas tinham sido as equipas qualificadas para as meias-finais da Liga dos Campeões 2015/2016. Digam lá se o sonho não se tornaria mais realizável?



Podem dizer-me que sou doido da cabeça, mas tivéssemos conseguido levar de vencida o gigante alemão ontem ao princípio da noite - e por pouco que não o fizemos -  estou convencido que o leque das restantes 3 equipas que se qualificaram para as meias-finais estariam por completo ao nosso nível. Pelo menos para mim, nenhuma delas me assusta.

A começar porque, tirando talvez o Atlético de Madrid, as restantes duas equipas são mais um grupo de jogadores que equipas propriamente ditas. O Real Madrid vive muito do que o melhor jogador do mundo - o Português Cristiano Ronaldo - coadjuvado de outras tantas individualidades consegue fazer dentro de campo. Mas, perante uma equipa coesa, organizada e com qualidade sentem sempre grandes dificuldades. Mais a mais, recordar que o Ronaldo nunca marcou golo ao Benfica...

Quanto aos ingleses do Manchester City, estes são muito intermitentes. Tal como os madrilenos, não têm um estilo de jogo bem assente, vivendo muito da combatividade dos homens do meio-campo e da inspiração dos 3 da frente, mais um Agüero, que apesar de ser um enorme talento, está a viver uma temporada com muitos problemas físicos.

E, quanto à equipa de Simeone, já provámos esta temporada que não ficamos nada a dever a eles. Aliás, frente à nossa equipa e ao nosso estilo de jogo penso mesmo que o Atlético teria enormes dificuldades contra nós.

Enfim, escrevi este artigo, não para "chorar sobre o leite derramado" mas sobretudo como chamada de atenção para quem ouve continuamente alguns "velhos do Restelo" do nosso futebol que dizem que jamais uma equipa Portuguesa poderá chegar a essa fase da competição. Estou farto de ouvir isso, porque dizem-no como se fosse esse o nosso destino, quando não o é. A verdade é que se há algo que podemos aprender com esta eliminatória encarnada na Liga dos Campeões, é que o sucesso está mesmo muito perto. Ou seja, este é o caminho correcto e é preciso continuar nele. Mesmo, que possa haver um ou outro contratempo, pois é um processo não linear. Aliás, toda esta temporada tem vindo dado razão a toda a estrutura encarnada que resolveu definitivamente assumir um paradigma novo no futebol nacional. As sementes foram lançadas e estou convicto que muito em breve a árvore vai germinar e dar fruto. 

10 comentários:

  1. Tenho a certeza que esse discurso dos velhos do restelo mudaria se fosse o sporting ou o porto a chegar onde chegámos... Como é o Benfica, toca de apoucar...

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    1. Completamente Pablito... mas, esses quando as coisas estão mal trazem logo a argumentação das prioridades de competições... ;)

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  2. Para o ano acredito que vamos chegar mais longe, temos capacidade para isso. Basta tomar exemplo no Atlético Madrid, que não era grande equipa nível europeu e agora chega regularmente às meias-finais. E têm muito menos talento ofensivo do que a nossa equipa (tirando o Griezmann, não mais nenhum jogador realmente criativo no Atlético), são é mais sólidos defensivamente.
    Mas acredito que ontem com a equipa inteira, ou pelos menos com o Gaitan e o Jonas, teríamos eliminado facilmente o Bayern.

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    1. E também me parece que ontem faltou um verdadeiro velocista para criar perigo no contra-ataque, um jogador rapidíssimo e ao mesmo tempo com boa capacidade de finta. Foi assim que o Real goleou o Bayern em 2014, graças às jogadas individuais de jogadores como Ronaldo, Di Maria e Bale, tudo flechas.
      Ontem tínhamos Salvio e Carcela com esse perfil, mas o Salvio não está a 100% e o Carcela pouco se viu.

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    2. Bom exemplo Spirited!

      O Atlético de Madrid tem vindo a crescer muito nos últimos 10 anos. Recordo que antes de Simeone já havia um trabalho com relativo sucesso no clube. Por exemplo, os colchoneros já foram campeões europeus (Liga Europa) com o Quique Flores. Ou seja, de certa forma há uma certa comtinuidade ao longo deste período.

      O mesmo parece acontecer com o Benfica e ainda bem. Apesar de todas as tentativas que fizeram, fazem e farão para nos dividirem.

      ;)

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    3. Sobre os velocistas... tinhas-os lá dentro de campo. O Jiménez, o Carcela e até o Salvio (se bem que não está a 100%) têm velocidade mais que suficiente.

      Para mim o problema foi a ligação do meio-campo, nomeadamente o miúdo. Continuo a afirmar que com o Sanches da próxima temporada teríamos ganho esta eliminatória. Repara bem que a maioria dos lances de perigo da nossa equipa foi quando esta conseguiu fazer um bypass ao Renato, ou seja, quando a bola não passou por ele antes de iniciar um ataque/contra-ataque. Notar na forma com marcamos o primeiro golo.

      Ele perdeu muitas bolas, fruto da atenção dos jogadores do Bayern, mas sobretudo pela inadaptação dele a esse elevar de qualidade táctica deles. E pior que isso, eles colocaram a nu a sua ainda imaturidade táctica. O que é normal pois é ainda um miúdo de 18 anos.

      Assim, o Pizzi acabou por ter pouca bola, pois a ligação do Renato estava a ser anulada.

      Pessoalmente, eu teria apostado numa dupla entre Samaris e Fejsa, deixando as despezas de ligação para o Pizzi e com um grego mais posicional e maduro a nível táctico.

      Mais tarde, na segunda parte lançava a fera para dentro de campo.

      Agora falar é fácil, mas tal como tinha dito no artigo anterior estava curioso para ver a resposta do Renato após o jogo em Munique. Admiro muito a aposta do Vitória no miúdo. E, acredito que a médio prazo esta experiência o fará crescer.

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  3. Verdade em relação ao Atlético ! Começaram também por fazer boas campanhas na Liga Europa (embora com mais sucesso nas 2 finais que jogaram...), e depois atacaram a Liga dos Campeões e vão fazendo bons percursos eliminando colossos. Acredito que podemos seguir o mesmo caminho nos próximos anos. Sobretudo se conseguirmos conservar os Sanches, Semedo, Guedes, Lindelöf, Ederson (excelente exibição ontem !), etc, que têm um potencial tremendo.

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    1. O problema será mesmo conservar esses miúdos todos... mas, acredito que se forem saindo um a um por época até podemos atingir um equilíbrio positivo entre o rendimento desportivo e as necessidades financeiras do clube.

      Agora, estou um pouco preocupado com a performance da equipa B, pois o futuro do projecto depende também dessa equipa. Penso que rectificações têm de ser feitas para o equilíbrio dessa equipa manter-se.

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  4. Esqueçam lá isso.
    Agora já não estamos lá temos de nos concentrar a 100% no 35.

    Se me ponho a pensar nisso dou em deprimido.

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    1. Eh! Eh! Percebo o que escreves. Mas, a intenção é apenas de perceber que estamos no caminho certo e maos que isso, é este o caminho.

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