Adeus Europa!

Algumas notas sobre esta saída dos encarnados das competições europeias nesta temporada de 2014-2015.

• Se há grupo equilibrado nesta Liga dos Campeões é o Grupo C, onde Benfica, Mónaco, Zenit e Bayer Leverkusen são equipas equiparáveis em termos de valores individuais e colectivos.

• Depois das vendas do verão passado e da onda de lesões de importantes jogadores, Jesus tem como missão principal a reconstrução da equipa encarnada. Tal tarefa demora tempo e muito trabalho diário.

• Jogadores como Samaris, Talisca e Derley são jogadores que precisam ainda de serem devidamente enquadrados no grupo e nas ideias de jogo. Sobretudo, quando confrontados em jogos de grande exigência.

• Penso que esta consciência da equipa e dos seus jogadores já tinha sido tomada por Jesus na pré-época, no torneio da Emirates em Londres. Pouco tempo depois, surgiu uma entrevista do técnico encarnado em que claramente fez questão de dizer que entre competições europeias e campeonato nacional, escolheria a revalidação do título Português.

• Penso que Fejsa, Jonas e sobretudo Rúben Amorim fizeram muita falta ao Benfica nesta competição europeia. Por outro lado, interrogo-me se o crescimento exponencial de Talisca neste início de temporada teria sido o mesmo se, por exemplo o Jonas estivesse inscrito na "Champions"... é este o custo da "formação"!

• As competições europeias são acima de tudo uma montra para os jogadores do Benfica. O Benfica é hoje em dia um ponto de venda de jogadores de futebol de altíssima qualidade, ao mesmo tempo que vai formando e potenciando esses grandes talentos. Temos que perceber este modelo de negócio. Não quer dizer que a estratégia seja sempre esta.

• Com um plantel perto de 30 jogadores profissionais, e com esta saída das competições europeias, penso que haverá muitas saídas da Luz nesta passagem de ano. Mais concretamente: 1 guarda-redes, 1 ou 2 laterais, 1 ou 2 médio-centro, 2 extremos e 2 avançados.

• Será necessário ter tantos avançados no plantel? É que temos: Lima, Derley, Jonas, Jara, Nélson Oliveira, Talisca e Tiago (Bébé). Nota: Talisca pode jogar a médio e Tiago pode jogar a extremo. Provavelmente dois destes jogadores devem sair... Jara? Lima? Nélson Oliveira? Por mim, sairiam os dois primeiros.

• Será necessário ter tantos extremos? Temos: Salvio, Gaitán, Ola John, Sulejmani, Tiago, Gonçalo Guedes, Hélder Costa e Pizzi. Sabendo que Pizzi está a ser adaptado a médio centro, penso que mesmo assim são muitos extremos para apenas duas posições. A meu ver, este sector deverá emagrecer com a saída de dois jogadores. Ola John? Sulejmani? Tiago? Por mim, sairiam os dois primeiros e integrava os miúdos Guedes e Costa.

• Será necessário tantos médios? Temos: Fejsa, Cristante, Samaris, Rúben Amorim, Enzo Peréz, Pizzi e até o próprio Talisca. Pizzi e o Talisca podem jogar noutras posições. O Rúben Amorim tem um histórico de lesões que não permite contarmos completamente com ele. Há ainda a possibilidade de utilização de André Almeida... De qualquer maneira, penso que há um ou dois jogadores a mais neste lote. Se há altura "perfeita" para vender o Enzo, será agora! 

• Serão necessários tantos laterais? Temos: Maxi, André Almeida, Sílvio, Eliseu e Benito. Os internacionais Portugueses, André Almeida e Sílvio, podem jogar tanto na direita como na esquerda. São 5 jogadores para duas posições. O internacional A luso Eliseu estará recuperado em Dezembro/Janeiro, logo penso que se a direcção quiser, poderá vender alguém deste sector. Maxi? Benito? Estes dois e contratar um lateral esquerdo de futuro? Retomar Cancelo de empréstimo?

• Será necessário tantos guarda-redes? Temos: Júlio César, Artur, Paulo Lopes e Bruno Varela. Sem competições internacionais, apenas com jogos do campeonato e taças, penso que não é necessário tantos guarda-redes, sobretudo daqueles que mais ganham. Por exemplo, penso que poderíamos vender o Artur. 

• O Benfica deve encarar de forma positiva esta saída das competições europeias, porque:

1. Permitirá desenvolver os novos jogadores num ambiente mais controlado e menos pressionante, como no futebol português.
2. Permitirá emagrecer uma estrutura complexa, obrigando a estrutura a ser mais eficiente devido à contenção de custos.
3. Permitirá um foco muito maior, de toda a estrutura do futebol encarnado em repetir o sucesso da época passada, ao contrário dos nossos mais directos adversários.

P.S.: Sobre o jogo em si, irei pronunciar-me amanhã. Existe algumas críticas ao técnico encarnado que penso serem pertinentes serem efectuadas. Outras que tenho ouvido nos media já acho que é um abuso...