09 outubro 2013

A comunicação encarnada

 
O início de temporada encarnada com as novelas do Cardozo, da (ainda) transferência do Roberto, do mau feitio do Luisão para com os adeptos encarnados, e agora o recente caso de Jesus em Guimarães, merece alguma reflexão na política de comunicação encarnada.

O enquadramento
Dois rostos do sistema, há um terceiro que é o "dono" da foto
e haverá muitos mais.
É fundamental termos consciência do contexto em que vivemos para definir estratégias e é por isso que escrevo este capítulo introdutório.

Todos sabemos que o Benfica representa cerca de 50 a 70% da preferência clubística dos portugueses (diga-se de passagem que esse número tende a diminuir com a ausência de vitórias e títulos). Ora todo esse preferencialismo deveria representar um maior controlo dos destinos que o futebol português leva. Contudo, a democracia futebolística define que cada clube tem um voto de valor idêntico a outro, por mais pequeno ou maior que ele seja.

Ora este acaba por ser o cenário ideal para clubes pequenos com mania de grandeza tentarem nivelar os pratos da balança com "jogos de bastidores". E, foi isso que aconteceu nas últimas décadas. Mas, atenção benfiquistas! Também tivémos as nossas responsabilidades. Ficámos encostados à "sombra da bananeira", enquanto outros criavam alianças entre si. Foi assim que o Porto conseguiu em conjunto com outros clubes do norte transferir a liga profissional para lá. Também é verdade que existe uma enorme heterogenidade futebolística por todo o país. Se formos apontar no mapa, verificamos que a maioria dos clubes reside no norte. Para isso muito contribui a demografia nacional. Mas, de qualquer modo, um clube plural como o Benfica deveria ter tido maior controlo e visão sobre o futuro do futebol português, sendo mais inteligente na forma como deveria ter agido nos bastidores, criando sinergias e regulando o mundo do futebol.

Deixou os pequenos "brincarem" aos presidentes e isso deu força a uma classe dirigente, muitos com cursos superiores tirados à "Relvas" durante a revolução dos cravos, ou seja, muitos "chico-espertos". Estes, no futebol viram o cenário ideal para utilizar os seus meios pouco éticos, aproveitando as paixões e pouco conhecimento dos adeptos e sócios do funcionamento dos clubes, para enriquecerem rapidamente. Ninguém pergunta como é que boa parte dos presidentes dos clubes, cuja maioria de cargos eram "pro bono", enriqueceram tanto?

Por falar em Relvas... vejam quem são os seus amiguinhos.
Ainda estranham a ética do ex-ministro?

O próprio Benfica também teve alguns dirigentes, que dormiram por conveniência durante esse tempo, porque estavam mais interessados em aproveitar do bom e do melhor o que o Benfica poderia trazer-lhes para as suas vidas: acesso a crédito, acesso a uma rede de contactos,... acesso a outro nível de vida. Digamos que o Benfica dava mais do que os seus presidentes retribuiam. Isso levou a que ficássemos em segundo plano e perdêssemos as nossas conecções com os pequenos clubes.

Por outro lado, muitos desses "chico-espertos" e compadres que viviam do futebol nacional, tinham acesso a crédito de forma fácil (vide o caso BPN e outros bancos). Foi dessa forma que um dos irmãos (Joaquim Oliveira) de um ex-jogador do Porto e do Sporting, o António Oliveira, conseguiu crédito suficiente para montar o seu negócio que hoje dá-se pelo nome de Controlinveste. Como ele conseguiu ter crédito na banca de vários milhões, numa altura que cada cidadão precisava de ter 3 ou 4 fiadores para comprar uma mera casa nos arredores de Lisboa, ninguém pergunta! Porque será?

Com o enriquecimento através do futebol, Joaquim Oliveira criou um verdadeiro império, no sector a que muitos chamam de quarto poder: a comunicação social. A Controlinveste, controla boa fatia dos media do nosso país, mais concretamente a imprensa escrita. Isto confere um poder camuflado disponível aos amigos do seu patrono. Porque é um quarto poder? Porque tem a capacidade de generalizar uma opinião sobre determinado assunto, levando a que a maioria a considere como válida e verdadeira. Isto torna a comunicação social uma verdadeira arma. O facto de ser verdadeiramente um quarto poder, leva a que este tipo de pessoas acabam por estreitar ligações com outros poderes de uma sociedade.

A rede de Joaquim Oliveira (do blog Encarnado Berrate). Não entendo
é como o tipo continua com ligações ao Benfica? Gostava de saber...

É assim, porque no fundo, tudo isto funciona como uma rede de contactos, onde quem está dentro lucra imenso e irá sempre proteger o "sistema". O "sistema" é esta rede parasita da sociedade e que como parasita vive constantemente em modo de sobrevivência, ou seja, está sempre a defender-se. Mas, qual é o objectivo deste "sistema"? O objectivo é simples: dinheiro, poder, estatuto social, tudo por esta ordem.


Os idiotas convenientes
Haverá concerteza outros exemplos de idiotas convenientes. Mas, digam
lá se este não se soube fazer ao "tacho"? O país está cheio deles!!!
Como é que o sistema se protege? Apenas de uma forma: haverá sempre alguém suficientemente ambicioso e imoral para se deixar comprar à custa de um lugar dentro do "sistema". Fazem-no através de troca de favores. Como o povo costuma dizer: "uma mão lava a outra e as duas a cara". Então em tempos de crise em que vivemos, mais facilmente as pessoas se vendem por "tuta e meia".

Mas, o sistema não se interessa apenas por qualquer um. É preciso teres algo para a troca. E, que tipo de pessoas são mais requisitadas pelo "sistema"? Simples: todos aqueles que podem ajudar na sua causa. Desde agentes da autoridade, a políticos em lugares chave, passando pelos jornalistas. Todos eles são os idiotas convenientes. São idiotas, porque quando a ameaça ao sistema é muito elevada, são os primeiros a serem descartáveis. São convenientes, porque fazem praticamente o papel sujo do "sistema".

Acontece tal e qual como é descrito no filme da Tropa de Elite 2, o qual recomendo a todos os leitores:

Os alvos
É óbvio que o "sistema" reagiu mal à transmissão dos
jogos do Glorioso na Benfica TV. Porque será?
O sistema tem como alvo primordial o ataque e lapidação do Benfica. Tem-no porque não conseguem controlá-la como antes. Aliás, o controlo que detinham anteriormente causou uma deteriorização em crescendo do Glorioso. Há outros grupos, subentenda-se do Vieira e seus conhecidos, que detêm o controlo do Benfica. Uns desses são instituições financeiras, outros empresários ligados à construção civil e imobiliária. Nota importante: o futebol é um negócio onde as margens de lucro são acima de qualquer outro negócio dito legal, tal como o mercado imobiliário. Mas, ao contrário deste último, o futebol vive acima dessa bolha, muito graças aos milhões vindos de transferências e da participação em competições europeias. É este negócio que o "sistema" pretende controlar em absoluto.

Mas para investir é necessário empréstimos de bancos e estes só emprestam com garantias. Que garantias detêm os clubes? Os direitos televisivos. Logo, quanto maior for o valor desse direito televisivo, maior será o empréstimo e maior será, na teoria, a capacidade de investimento de um clube e consequentemente, maior sucesso desportivo terá. Ora, o "sistema" estava habituado à galinha dos ovos de ouro do Benfica. E, esta questão dos direitos televisivos do Benfica serem transferidos para a Benfica TV, veio comprar uma guerra santa do actual "sistema", tal como Pragal Colaço referia noutro dia no canal encarnado. Sem os milhões provenientes dos jogos do Glorioso, o grupo da Olivedesportos, não terá capacidade para redistribuir sobre o seu clube preferido e do seu amigo Pinto da Costa. Reparem que o último contrato do Porto com a Oliverdesportos tem uma cláusula que o clube azul-e-branco, teria de ganhar cerca de 80% do que o Benfica viria a ganhar se aceitasse a proposta de Joaquim Oliveira. Alguma vez o "share" televisivo dos jogos do Porto representam esses 80%? A resposta é não, apesar de o valor estar a crescer ano após ano, fruto das conquistas...


Os tiros nos pés
Será que o presidente Luís Filipe Vieira está numa de Lao-Tsé com
"mantenha os amigos sempre perto de você e
os inimigos mais perto ainda"? Custa-me a acreditar...
Conforme referi acima, o Benfica também não fez o seu trabalho de casa. Os seus presidentes olharam demasiado para o seu próprio umbigo. Distrairam sócios e adeptos com contratações, enquanto faziam jogadas que permitiam enriquecer as suas fortunas pessoais. Numa altura em que havia um terceiro anel ainda para fechar, era o cenário ideal para empresas de construção próprias e/ou de amigos facturarem à custa do Glorioso. Enfim, o usual daqueles tempos. O usual do futebol português.

Ao contrário do que acontecia mais a norte, onde o líder portista veio para ficar no futebol, por Lisboa, os paraquedistas (uns melhores, outros nem por isso), iam e vinham. Na sua maioria era gente que tinha empresas próprias, logo com visão limitada a médio e longo prazo do futebol encarnado e do seu enquadramento nacional. Era pessoal que quando havia problemas faziam sempre o mesmo: jogavam dinheiro em cima deles, para ver se os resolvia. Se o jogador A não resulta, compra-se outro. Se treinador B não apresenta resultados, contrata-se outro. Nem sempre a melhor solução era essa. Enfim, faltava muita sensibilidade a muitos desses dirigentes, sobretudo nos anos 90.

Olhando para a actualidade verificamos que continua tudo na mesma. Temos um presidente em "part-time" no clube e que ao invés de ter apenas uma empresa, tem um grupo de várias empresas pessoais. Por outro lado, dada a particularidade da gestão de um clube de futebol num país como o nosso, o moderno modelo de gestão de um clube à inglesa e que o Benfica parece estar a tentar usar, não apresenta ser o melhor e o mais eficaz. É preciso um presidente 24x7 para fazer face ao que se passa. Então em termos de comunicação é essencial, pois o momento é fulcral em termos estratégicos. Quantas vezes já vimos o nosso presidente a falar tarde demais, ou cedo demais?

De qualquer das formas, o modelo do Benfica embora baseando-se no inglês, não é bem idêntico a ele. Pois este possui orgãos com certa dependência dentro do clube. No Benfica isso não acontece. Parece haver muita hesitação dos orgãos de comunicação do clube, ficando com a clara sensação de que estão sempre à espera de ordens superiores para exporem comunicados ou outro tipo de informação que possa fazer a defesa pública do clube. Ora com um presidente em "part-time" isto torna-se muito difícil que se obtenha bons resultados desta maneira.

Lao-Tsé novamente? A sério que gostava de saber a estratégia de colocar
um idiota competente como o Fernando Gomes na liderança da Federação
Portuguesa de Futebol. Ou será que o LFV joga na equipa deles? É o que
mais parece tal a quantidade de tiros nos pés...

Mais ainda, também não se entende o porquê de alguns apoios da nossa direcção, em particular do nosso actual presidente, a alguns rostos do "sistema". Isto leva-me a perguntar: será que a nossa direcção está a jogar um jogo duplo? Esta é uma questão que vou querer debroçar-me com mais atenção num futuro próximo.

Depois também há a falta de transparência em alguns assuntos que são comunicados, como nas transferências. Por exemplo, o caso do Roberto que parece ainda guardar segredos, o caso do Ola John e dos grupos de investidores, o recente caso do irmão do Markovic, entre muitos outros.

Ola John, Roberto, Benfica, Atlético de Madrid, têm um denominador
comum: Doyen Sports Group. Isto é tudo menos transparente.


Outros casos que servem para o "sistema" criar ruído e jogarem a opinião pública contra o Benfica, são a falta de "mão" da direcção para alguns atletas. Claramente há jogadores que estão acima de outros. Por exemplo, a conduta de Luisão perante os sócios no estádio em alguns jogos, ou as reacções do Cardozo, todas elas mereciam uma resposta rápida e concreta por parte da direcção. Ao contrário, vimos um arrastar das situações, o que transmite uma posição enfranquecida para a opinião pública. Há pois muito trabalho a ser feito!


A estratégia
É importante definir uma estratégia é crucial para combater o "sistema".
Perante todo este cenário, todo este lodo, qual a melhor estratégia? E mais do que isso, será possível continuarmos a ser assertivos e com conduta ética de bons valores, face a todo este contexto? Estas são questões que faço muitas vezes a mim próprio.

Em primeiro lugar é preciso limpar a casa! Isto significa trabalhar a estrutura internamente. A começar pelo próprio presidente. Este não pode ser uma figura em "part-time". Tem de estar sempre presente. Por outro lado, é necessário emagrecer a estrutura directiva do Benfica. Há demasiados directores para um clube de futebol. Percebo que possam existir para colmatar o regime de tempo parcial do nosso presidente, mas mesmo assim há demasiados directores. Muitos deles com funções que se confundem com outros colegas. É preciso clarificação e transparência sobre o que cada um faz na SAD e a necessidade das respectivas funções. Por exemplo, o que faz realmente Rui Costa para auferir um vencimento de príncipe? Nota importante: o Benfica clube e SAD deram prejuízos financeiros nos últimos anos. Em qualquer empresa, a primeira medida seria a contracção orçamental e reorganização da estrutura. Por outras palavras, haveria despedimentos dos elementos menos importantes. No Benfica não vi nada disso.

Por falar em prejuízos financeiros, poderei entender que boa parte se deve a investimentos e ao caminhar a solo na questão dos direitos televisivos. Mas, isso não explica o desbaratar de dinheiro em contratações que antes de se consumarem, estão condenadas ao fracasso. É preciso ser mais transparente neste tipo de negócios, para evitar casos como o do Roberto.

Quem afinal tem a decisão sobre as contratações? Isso não está claro no Benfica. Ora umas são realizadas pelo presidente (o único com poder indiscutivel para tal), outras são do Rui Costas, outras do departamento de prospecção (ou será do Rui Costa? Nem sei... estão a ver a confusão?!), outras do director desportivo, outras do treinador, outras dos grupos financeiros/futebolisticos. É um arraial, que não regulado e transparente pode levar à ruína das finanças de um clube. Os interesses de terceiros têm de acabar.

Quais as reais funções do Rui Costa? É muito importante esclarecer
competências dos vários constituintes da direcção encarnada. Já agora,
não podemos ter um presidente a "part-time".

Outro ponto, desta limpeza caseira prende-se com os processos dentro do clube. Precisamos de mostrar que somos céleres e assertivos na resolução dos problemas internos. O caso do Cardozo é de um amadorismo e leviandade profundos, pela forma como foi conduzido. Deveria ter ficado resolvido ainda antes do jogador e treinador irem de férias. O prejuízo que a demora dessa resolução, foi gritante. O Cardozo era um dos mais cotados jogadores do Benfica deste defeso e esta questão fez desvalorizar o seu passe em vários milhões de euros! Depois para piorar as coisas, o tal inquérito disciplinar foi tão demoroso que pôs em causa a preparação física do atleta. Não estamos a falar de um recém chegado. Estamos a falar de um dos jogadores do núcleo duro da equipa profissional! É óbvio que a equipa recentiu-se a nível desportivo! Mais uma vez o clube saiu prejudicado. E, mais uma vez não vejo correcções na estrutura para evitar que isto volte a acontecer. É preciso limpeza interna!

Limpando a estrutura e limando arestas nas funções internas, acabamos por formar uma equipa directiva coesa e focada no clube. Estamos assim prontos para a segunda vertente desta estratégia e que é a comunicação propriamente dita. Reparem que se formos eficientes nas funções que temos a desempenhar na direcção, a imagem que vais transpirar para o público será de excelência, de organização, de "estrutura". Isso é logo meio caminho para os sócios e adeptos do clube desconfiarem de quem nos ataca. Cria-se um laço de confiança saudável para a direcção, para o clube, para os próprios sócios e adeptos e para o próprio negócio. Nota importante: o "core-business" de um clube de futebol, para além do futebol é sobretudo a paixão dos seus sócios e adeptos. É preciso fomentar esse tipo de sinergias. Aliás, tenho estado preocupado com as assistências na Luz, a quem eu responsabilizo a nossa direcção em dois aspectos: as promessas não cumpridas da descida dos preços dos bilhetes e o clima de suspeição que a falta de transparência da direcção causa no coração dos seus sócios e adeptos.

Recuperando as perguntas iniciais, a melhor estratégia de comunicação, num meio onde a maioria é tutelada pelo opositor é descridibilizando-o. Como fazer isso? Apontando os holofotes dos temas para o opositor. Mas, como fazer isso, se toda a gente está na folha de vencimentos deles? Nem todas estão... depois o que não falta neste país são jornalistas desempregados e histórias verídicas que necessitam de serem contadas. E, nós actualmente detemos de um meio de comunicação social por excelência: a Benfica TV. Para além disso, é sempre possível fazer parcerias com outros media (Correio da Manhã, será um bom parceiro?) que concerteza estarão disponíveis para se juntarem ao Benfica. Com toda este "exército jornalístico" é possível criar ruído suficiente na opinião pública para responder aos adversários.

O poder de um boato. Muitas vezes é assim que o "ruído" se propaga.
O Benfica precisa de saber responder a este tipo de situações. E, isso
consegue-se com uma boa estratégia e equipa de comunicação.
Os comunicados, tal como o que está como capa deste artigo, por mais bem feitos que sejam, tem o condão de ficarem desactualizados rapidamente, tal o ruído que o "sistema" emite imediatamente para o público. É por isso fundamental termos o nosso próprio "exército jornalístico" que possa fazer a contra-informação necessária, restabelecendo a verdade e desarmar estratagemas do "sistema". Eu sei que as coisas não deviam ser assim, i.e., instrumentalizar a comunicação social, mas são essas as regras do jogo. Na selva em que vivemos se não nos adaptamos somos comidos vivos! Mas, atenção! Não acho que tenhamos de ter uma "imprensa" ofensiva para o nosso adversário. Devemos sempre optar por uma atitude espectante e de defesa. Devemos jogar no contra-ataque, na transição rápida, em comunicação. É essencial que o público veja o "sistema" de um lado sempre a atacar de forma desleal e o Benfica do outro a defender-se com argumentos factuais, credíveis e irrefutáveis, que deixam o adversário sem resposta e sem nunca rebaixar ao nível deles. Isso vai minar a imagem deles, não só por o público associá-los a mentirosos e corruptos, como também frustá-los na tentativa de desequilibrar o foco encarnado e nas respostas que obtêm.

Nessa medida a comunicação do nosso treinador tem de ser incisiva e objectiva. Ele acabará muitas vezes por ser o rosto do clube e o porta-voz por excelência da equipa. Deverá responder quando é atacado com classe, mas sempre com uma atitude elevatória, condigna com os valores do clube. Deverá saber responder aos "mind games" dos adversários e defender a equipa sempre que for necessário. Não deverá ter receio do confronto. Deverá ser sempre inteligente o suficiente para não jogar no campo do adversário, mas conseguir atraí-lo para o seu. Depois o ruído deverá ser coadjuvado e respondido com o tal "exército jornalístico". Por exemplo, o Jorge Jesus esteve bem em falar nas arbitragens pois estavam a ser cada vez mais claras o desfavorecimento do Benfica nos seus jogos. Depois o treinador do Porto, o Paulo Fonseca, teve aquela paupérrima "flash-interview". Se tivéssemos o tal "exército" poderiamos ter goleado o treinador do Porto deixando-o numa posição ainda mais incómoda em termos de imagem. Valeu algumas críticas, entre elas de um ex-jogador e colega de equipa, o Rui Esteves. Agora imaginemos que tudo isto seria consertado? O efeito que teria no "sistema"?

Gostava de esclarecer a definição de "exército jornalístico". Na realidade, não deverão ser assim tantos jornalistas, nem tão pouco deverão concentrar-se apenas em jornalistas, pois actualmente há também os "opinion-makers". Indíviduos como o Rui Esteves, o António Melo, entre outros, se estiverem em determinados programas serão claramente uma mais valia para o clube e para a verdade desportiva. Se inseridos num contexto estratégico de comunicação encarnada serão uma arma face ao "sistema".

O treinador encarnado tem de ser sempre um porta-voz do clube em termos
de comunicação. É importante que ele esteja em sintonia com as directrizes
da estratégia de comunicação, mas também que seja suportado por toda
a estrutura na retaguarda.
 
É preciso que este "exército" seja capaz de criar rostos ao "sistema". E, tal como foi referido acima, muitos desses rostos são os dos idiotas competentes. Uma forma expedita de detonar com a máquina de comunicação do "sistema" é revelar a rede de conecções de certos jornalistas. Um pouco como aconteceu com aquelas escutas entre o presidente do Porto e um jornalista do jornal O'Jogo. Isso irá descridibilizar essas pessoas, e por último, irá destruir carreiras. Mas, diga-se de passagem, não terei pena nenhuma se isso acontecer, pois cavaram a sua própria sepultura.


A auto-crítica
O ex-jogador e capitão encarnado, o brasileiro Mozer, tem sido impecável
e integro nas suas análises auto-críticas ao Benfica. Um exemplo a seguir!
Por vezes os bombeiros combatem fogo com o próprio fogo. E esta estratégia de comunicação apresentada é semelhante a isso. A diferença é que os valores pelo qual o Benfica se rege são o de estabelecer a verdade desportiva e uma saudável competitividade no desporto nacional. Só assim iremos cativar mais público para os estádios. Só assim iremos valorizar os campeões. Só assim irá haver crescimento sustentável.

No entanto, caros benfiquistas é preciso estarmos bem atentos, para que isso não signifique apenas uma mudança dos rostos do "sistema". Tal como fui escrevendo ao longo do texto, ando um pouco (para não dizer muito!) desconfiado das reais intenções da nossa direcção. São demasiados tiros nos pés... Não sei até que ponto esta pretende regulamentar e credibilizar verdadeiramente o futebol português, pois tal significará uma quebra de receitas a curto prazo que esse mercado gera. Notar que à medida que se regulamenta, há um aumento de custos da actividade económica, pelo que faz reduzir as margens de lucro. E como há muita gente que já está habituada a isso, irá concerteza opôr-se a tais medidas. Ninguém gosta de fazer um "downgrade" na sua vida. Contudo, a médio e longo prazo esta actividade será altamente lucrativa para todos os clubes se for devidamente regulamentada. Basta olhar para os exemplos dos ingleses e alemães.

Sendo assim, é preciso nunca perder a capacidade auto-crítica, que dada a pluriculturalidade do nosso clube, tanto o caracteriza. E, se for necessário, combateremos os nossos próprios demónios. Como dizia o velho capitão Mário Wilson, «valores mais altos se levantam». Pela grandeza do Benfica, pelos valores que nasceram com ele, temos o dever de combater todo este tipo de "sistemas". Se já o fizémos numa época de facismo e opressão da liberdade, porque não voltar a fazê-lo agora numa época de libertinagem?

16 comentários:

  1. Excelente!!!
    Já pensou em tomar a iniciativa? Penso que é muito bom para isso!
    O NOSSO ,AMADO CLUBE, precisa de muitos como VOCÊ.
    Saudações Benfiquistas.

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    1. Agradeço o elogio Anónimo (gostava que assinasse). Quanto à iniciativa, penso que este texto acaba por reflectir isso.

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  2. Muito interessante, a sua análise, embora não foque a vertente primordial que é a política. É aqui que tudo se joga; é essa a diferença entre Benfica e Porto; o Porto tem dimensão política bem definida que é a razão de múltiplas convergências em seu proveito; o Benfica não, tem identidade política indistinta. É este o nosso maior problema!

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    1. António, quando escreves "o Porto tem dimensão política bem definida", refereste à questão da regionalização, e/ou ao número de elementos do núcleo íntimo de Pinto da Costa, como o ex-presidente, o general Ramalho Eanes?

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  3. Refiro-me ambas as situações; quer os órgãos do clube quer os da SAD estão recheados de gente muito qualificada, com fortíssimas ligações à política, à finança e à economia de toda a região, com destaque para gente muito ldada a Belmiro e Amorim. É muito difícil alguém relevante escapar às teias desta gente.

    A elevada densidade demográfica do Norte, confere-lhe poder político decisivo na luta partidária, razão da subserviência destes ao lóbi portista que se assume, indevidamente e irresponsávelmente, representante da região.

    De facto trata-se de um erro gravíssimo da classe política e dos próprios regionalistas, pois estão a estigmatizar a princípio da regionalização, aderindo às teses chauvinistas e sectárias de Pinto da Costa e seus prosélitos. Com efeito, a ofensiva social portista tem difundindo a intolerância ativa face a adeptos de outros clubes, nomeadamente Benfiquistas! Esta radicalização, é contrária à causa da regionalização, pois representa um retrocesso político ao restringir a liberdade de expressão das pessoas.

    Por tudo isto, o poder do Benfica, reside na capacidade de influenciar a tendência de voto dos Benfiquistas. É esta a chave do nosso problema! A questão é saber como fazê-lo sem violar os estatudos do clube. O Porto, instituição, não tem ação política; mas muitos dos seus dirigentes têm!

    Pensando na era pós-Vieira; quem, no Benfica, terá perfil para desencadear esta frente de combate?

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    1. Boa tarde António!

      Não achas que poderíamos utilizar o facto dessa conecção do Porto/sistema com gente de muito poder financeiro no país, em proveito do Benfica?

      É que eu acho! Essa gente é poderosa por saber estar sempre na sombra. O que defendo é termos jornalistas a fazer o que lhes competem num estado de direito, democrático e de livre informação, ou seja, informar do que realmente se passa. Esboçar os retratos dessas pessoas que como têm muito poder, também têm de ter outro tipo de responsabilidades. Muitas vezes é vê-los a fugirem a elas...

      Penso que o Benfica, pela sua expressão, dimensão e pluralidade, tem o dever de lutar contra este tipo de estratagemas, que é o que estamos a assistir. Muitos deles patrocinados por essa gente (não tenho a maior dúvida), pois o futebol é óptimo a lavar dinheiro e a gerá-lo facilmente.

      Mas, há a moralidade, para além das boas práticas éticas dos negócios. Sei que vivemos num mundo hipócrita, pois os corruptos são os primeiros a defender as leis contra a corrupção, mas com imensas alíneas por onde poderão passar.

      Contudo, está mais do que provado que só nos países com boas práticas é que o crescimento sustentado (não estou a falar do tipo de crescimento que advém dum país de terceiro mundo, pois esse cresce porque antes não havia mesmo nada) consegue atingir bons índices.

      "Por tudo isto, o poder do Benfica, reside na capacidade de influenciar a tendência de voto dos Benfiquistas. É esta a chave do nosso problema! A questão é saber como fazê-lo sem violar os estatudos do clube."
      Achas que a ideia que transmiti no artigo iria violar os estatutos? Se sim, que alterações sugerias à estratégia?

      "O Porto, instituição, não tem ação política; mas muitos dos seus dirigentes têm!"
      A meu ver as organizações são tão fortes como aqueles que fazem parte delas. Como tal, se estiverem constantemente ao sol, eles vão-se queimar... parte da minha estratégia é exactamente essa, apontar nomes, influências,... o que na realidade é apenas contar a verdade. E quem diz a verdade, não merece castigo... ;)

      "quem, no Benfica, terá perfil para desencadear esta frente de combate?"
      Ora aí é que é a grande questão. Sou-te franco toda a gente que vejo para o poder tem uma segunda agenda. E, o Benfica não precisa disso. O Glorioso precisa de uma tomada de decisão que lhe faça ser senhor do seu nariz. Tenha as ideias bem assentes sobre o que quer para si e para o futebol nacional.

      Eu desejo que o Benfica seja campeão sempre, mas não por decreto. Desejo que seja em campo e de forma digna e limpa. Por isso, é que não quero que todo este trabalho do Vieira seja para substituir o poder do "sistema". Eu digo o Vieira pois é o que me parece que está a acontecer. Gostava de estar errado, mas os sinais, as alianças parecem ser claras. Por outro lado, já pensei se o Vieira não fosse uma espécie de "Artur Jorge" dos presidentes.

      Enfim... gostava que a alternativa saísse dos sócios anónimos. Há muito Benfiquista com formação para todos os cargos inerentes à gestão de um clube e SAD. O problema é que não há muita capacidade de organização, de se juntarem e definir ideias e estratégias.

      Depois há também a questão dos estatutos...

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  4. Boa tarde GL (desculpa, mas não sei o teu nome);
    Concordo em geral com a estratégia de comunicação que, sumariamente, delineias. Nesta área, mais uma vez, a estratégia azul é bem mais eficaz, repara; nós fazemos tudo de raiz dirigido exclusivamente aos adeptos do Benfica, enquanto eles parasitam sistemas consolidados dirigido ao universo global, num registo subtil, conseguindo por esta via a adesão de adeptos contrários, fomentando a divisão nos seus clubes, tal como acontece connosco. Obviamente que é preciso mudar, fomentando alianças diversas, tal como referes; e não é difícil fazê-lo, nem é preciso trabalhar 24 horas por dia...cabecinha...inteligência...e poder de mercado. Já ontem era tarde!, assinale-se porém que a BTV, vai gatinhando nesse sentido, mas...ainda falta capacidade persuasiva dos entrevistadores. É uma área vital, tal como referes.

    Outra valência onde falhamos é a nível da liderança regulamentar; necessitamos urgentemente, de uma equipa de grande qualidade para pensar e propor a regulamentação desportiva para Portugal; temos que liderar este processo!, é uma dó ver um sujeito como o Aguiar a dar baile a todos os outros nesta matéria! Tenho um nome que não me sai da cabeça; Ricardo Costa é de uma coragem indómita e um super-craque na matéria - acabou de se doutorar com 20 valores em Direito desportivo (salvo erro). Os azuis contam com uma task force de respeito nesta matéria, onde entram até alguns consagrados constitucionalistas de Coimbra (pendurados na AC). Juridicamente, fazem o que querem sem oposição! Isto tem de acabar!

    Por mim, gostaria de ver mais Benfiquistas no Benfica; Administração, Direção, Funcionários, Técnicos e Atletas, sem prejuízo da competência. A permanência reiterada, no Benfica, sem justificação à vista, de gente com vínculo afetivo aos nossos rivais, divide os Benfiquistas por não saberem se são colaboradores ou espiões! É um erro gravíssimo desta Direção que deve pugnar pela união de todos! Já agora; é o caso da atitude relativamente a Vale e Azevedo; todos os assuntos relacionados deveriam ter sido resolvidos dentro das nossas portas! Tudo ao estalo cá dentro, todos unidos para fora! Não aceito que o Benfica tenha contribuído para meter na cadeia um Presidente do Benfica, ainda mais por um Juíz dragão de ouro. Não se tratou de punir um delinquente; tratou-se de de avisar e humilhar os Benfiquistas, como aliás tem ocorrido.

    Esta Direcção cumpriu o seu caminho; fez um trabalho notável a vários títulos mas...é demasiado punhos de renda; infantilmente, acredita na estratégia cavalheiresca e diplomática! Esta, só resulta com gente honrada, não com delinquentes reiterados que se julgam impunes!

    No plano económico, se aguentarmos firme, a BTV fará um tremendo rombo no sistema! É necessário dar consistência ao projeto e expandi-lo construindo uma equipa cada vez mais competitiva.

    No plano institucional, acreditar que a profissionalização dos árbitros resolverá o tema das arbitragens é mais uma infantilidade! Há que exigir desde já o concurso de árbitros internacionais consagrados. Forte e feio!

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  5. Quanto à questão dos estatutos relativamente à acção política é muito fácil de resolver!, e nem é preciso mudá-los. O Benfica; qualquer clube tem todo o direito de escrutinar o desempenho das políticas para o desporto de qualquer executivo e, por maioria de razão, dos partidos! Para isso é necessário ter um projecto próprio e, na altura certa falar publicamente à nação Benfiquista caracterizando as várias propostas e indicando as que melhor defendem os interesses do clube! Acredito que tal retiraria aliados ao sistema.

    Por outro lado; necessitamos desenvolver uma retórica social sistemática relativamente à regionalização, evidenciando o óbvio, a saber; denunciar explícitamente o discurso chauvinista e as práticas discriminatórias dos regionalistas do norte. O Povo tem que saber quem defende uma região só com portistas! O Povo tem que saber se os defensores da regionalização excluem a liberdade de expressão ou adoptam a multiplicidade de tendências próprias dos regimes livres. O Povo precisa de saber se os não-portistas seriam perseguidos na região norte, como já hoje acontece, sem que nada suceda aos agressores ! É que, teremos que lutar, seja como for contra quem o defende! A regionalização promove-se e defende-se com gente idónea, respeitada e respeitadora e não com sociopatas de fina ironia com sabor a fruta!

    GL; gostava de ver fora da SAD a Controlinveste e o BES; dois grandes submarinos no clube! O clube ou deveria oferecer-se para comprar a participação dessa gente! O BES perdoou 70% da dívida à STV e parte da do Sporting - salvo erro -, mas asfixiou o Benfica de Vale e Azevedo, precisamente porque este, ameaçava matar a víbora ainda no ovo, como deveria ter sido! Rua com essa gente do Benfica! RUA!

    Quanto à ideia do Benfiquista anónimo...cuidado...muito cuidado; o Benfica, hoje, é um potentado económico que exige grande perícia, uma malha de alianças extensa, uma equipa multidisciplinar competentíssima e unida, poder carismático, ideias claras, discurso fácil e uma coragem tipo Vale e Azevedo.

    Apesar de tudo, Filipe Vieira é uma máquina de conceber e desenvolver projetos económicos; neste plano é pioneiro em quase tudo Porto e Sporting, e muitos outros, têm andado à sua boleia!...mas nós somos como o Eusébio...QUEREMOS GANHAR!... e é esta a sua grande fragilidade; gestão desportiva, acção institucional e dimensão carismática!

    O Presidente do Benfica olha de frente até para o diabo!...e não é o caso de Filipe Vieira!, O Presidente do Benfica não confunde amizades pessoais com os interesses do clube; quem tem andado a aniquilar o Benfica não merece gratidão, independentemente dos casos pessoais! O Presidente do Benfica não faz o discurso da resignação; mas sim o da "revolta".

    Lamento, mas, a não ser que aconteça um milagre, o ciclo de Filipe Vieira está no fim! Nomeiem-no Presidente honorário, onde poderá tutelar alguns setores e aconselhar os novos dirigentes! Mas, não cometamos o erro de mudar por mudar!...seria catastrófico! Do que vejo, apostaria em José Eduardo Moniz!

    Veja, dos dirigentes do Benfica, quem tem acções da SAD e tire as suas ilações, que eu já o fiz.

    Abraço.



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  6. Muito grandioso este debate de ideias.

    Desde já um enorme agradecimento ao António Barreto que me "trouxe" até aqui.

    Vai demorar algum tempo para que contribua para esta troca de ideias. Neste momento é preciso régua e esquadro para delinear uma intervenção capaz.

    Até breve.

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  7. Cumprimentos
    Meu nome é JOHANNA STENZ.
    Só para compartilhar este momento de diversão com você.
    Acabei de receber um empréstimo de € 30.000 em um grande operador económico francês.
    Com ele tive a satisfação total.
    Atualmente eu sou a mulher pus hereuse na terra.
    E isso, graças a um homem.
    É Deus quem colocou no meu caminho.
    E eu estou vindo para compartilhar este testemunho com você.
    Seu nome é HENRI DURANT.
    Este é um homem que sempre respeitou os seus compromissos.
    Este é um homem de palavra.
    Ele é único.
    Se você está na necessidade de pedir dinheiro emprestado,
    Peço-lhe para entrar em contato com eles.
    Ele é um homem muito eficiente no pronto com documentos confiáveis.
    Eu só fez um único pagamento antes de obter o meu crédito.
    Para mais informações sobre este homem,
    Entre em contato comigo por e-mail: johannastenz132@gmail.com.
    Ou entre em contato com o credor para: henduranantoine1991@gmail.com
    obrigado

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