A lista de convocados
Sem poder contar com o sérvio Markovic e o argentino Salvio, ambos a recuperarem de lesões, Jorge Jesus fica sem dois dos jogadores que mais deram nas vistas nesta pré-época de 20013-2014. Por outro lado, o ponta-de-lança goleador paraguaio, Óscar Cardozo, também não faz parte dos planos do técnico encarnado para este encontro porque só recentemente foi integrado no plantel. Ou seja, apresenta paupérrimos índices físicos nesta fase, pelo que Jesus preferiu não o convocar. Assim sendo, a convocatória apresentada foi:
- Guarda-redes: Artur, Paulo Lopes e Miguel Santos
- Defesas: Luisão, Maxi Pereira, Bruno Cortez, Melgarejo, Garay, Sílvio, Jardel e André Almeida
- Médios: Matic, Rúben Amorim, Enzo Pérez, André Gomes, Sulejmani, Djuricic, Ola John e Gaitán
- Avançados: Rodrigo e Lima
Nota: continuo a não entender porque não se aposta no uruguaio Urreta... que desperdício de talento... merecia bem mais do que pelo menos um que foi convocado!
O sistema e modelo de jogo encarnado
Ao longo da pré-temporada, agradou-me mais sempre que o Benfica jogou com o Djuricic na tal posição de "9.5". O sérvio é quanto a mim único neste plantel encarnado, pois é aquele que melhor saberá interpretar as funções de um terceiro médio no meio-campo encarnado, quando a defender, como quando a organizar jogo ofensivo. Por seu turno, também é jogador para entender que quando a atacar é mais um avançado, aparecendo em zonas de finalização ou nas alas. Por isso mesmo, optei por utilizar o 4-2-3-1 como sistema de jogo para este encontro.
Em termos de modelo de jogo, acho que o modelo utilizado na primeira parte frente ao São Paulo, na Eusébio Cup, é o melhor para o Benfica neste encontro. Equipa distribuída de forma compacta no terreno de jogo, sobre o meio-campo do adversário. Linha defensiva da equipa bem subida no terreno, para ajudar na compactação dos sectores, facilitando a troca de bola entre colegas de equipa, mas também possibilitar recuperar a bola mais rapidamente e no sector defensivo do adversário. É pois um modelo de posse de bola, pois permitirá gerir melhor o jogo. Requer muita concentração dos jogadores que têm de estar muito atentos aos posicionamentos, para evitar que o adversário consiga sair em contra-ataque.
O onze encarnado
Na baliza resolvi dar a titularidade ao Artur, mais por uma questão de continuidade do que propriamente por preferência. Neste momento, penso mesmo que a opção Paulo Lopes não seria de descartar, até pela forma como o experiente português sente-se confortável com a bola nos pés. Contudo, penso que o Jesus vai optar pelo brasileiro. Vamos ver se o Artur apresenta-se confiante neste início de temporada. Nota: conforme se pode ver na figura acima, Artur terá que muitas vezes funcionar como libero da equipa. Esperemos que o seu jogo de pés tenha melhorado e que não haja tremideiras idênticas àquela que fez em pleno estádio da Luz frente ao Jackson Martinez...
No quarteto defensivo é onde tenho a minha maior dúvida: Maxi ou Sílvio para a lateral direita? A exibição do uruguaio frente ao Japão em Tóquio deixou bem patente a boa forma do Maxi neste momento. Mas, o rapaz jogou noutro lado do mundo e para além da desgastante viagem, não treinou da mesma forma que Sílvio... Por outro lado, o português tem deixado boas indicações esta pré-época e como aparentemente está mais "fresquinho" que o uruguaio, inclino-me por optar no Sílvio para a lateral direita, neste encontro. Notar que o português deverá ser o lateral mais defensivo, para poder anular a maior ameaça atacante do Marítimo: o extremo Sami. Como lateral esquerdo, a opção vai para Cortez, que apesar das críticas, a meu ver tem subido de produção desde que chegou à Luz. O internacional brasileiro terá maior liberdade ofensiva, até porque Danilo Dias, que joga como extremo direito, é na realidade um 4º médio do Marítimo, pelo que não vai subir assim tanto no terreno quanto isso. O capitão Luisão e o argentino Garay formarão a dupla de centrais para este encontro. A vantagem destes dois face a todas as restantes duplas prende-se com a experiência de dois anos a jogarem juntos no sector mais recuado da equipa. Isso é uma vantagem, sobretudo, tendo em conta o modelo que pretendo que o Benfica use neste encontro. Contudo, tal não signifique que outros centrais do plantel, não poderiam desempenhar as funções destes dois tão ou melhor... De qualquer forma, Luisão e Garay deverão ter muita atenção ao avançado Derley que deverá ser o titular do Marítimo.
No meio-campo, em dupla de sucesso não se mexe, como tal Matic e Enzo formarão a dupla nuclear da equipa. A inclusão do sérvio no meio-campo não merece qualquer contestação, pois é provavelmente o melhor jogador encarnado da actualidade. Agora, a aposta do Enzo, poderemos questioná-la, até porque Rúben Amorim tem estado em melhor forma e até apresenta muito entrosamento com vários jogadores, nomeadamente o sérvio Sulejmani que deverá ser titular hoje. Sinceramente, coloquei o argentino mais por uma questão de preferência do técnico encarnado, como também da experiência acumulada da época passada a jogar ao lado de Matic. É uma decisão semelhante à do Artur... Por falar em Artur, esta dupla deverá ter muita atenção a um jogador insular com o mesmo nome. Trata-se pois do estratega da equipa de Pedro Martins. Só mais um pormenor sobre este meio-campo: enquanto Matic terá maior evidência em termos defensivos que o Enzo, quando em ataque o argentino, sempre que possível, poderá procurar a ala direita, isto quando Djuricic e Sulejmani estiverem a jogar em zonas mais interiores.
No ataque, as alas serão entregues a Gaitán, sobre a esquerda, e a Sulejmani sobre a direita. Em termos de dinâmicas destes dois, ambos deverão fugir um pouco às alas, não actuando como extremos à antiga. Poderão receber a bola no pé na faixa lateral, mas deverão procurar zonas mais interiores. Devem fazer isso, para que a equipa possa trocar a bola com maior facilidade, e evitando assim que facilitem o trabalho de marcação dos laterais. Com esse tipo de movimentos, irão confundir marcações defensivas. Essa mobilidade, aliada à mobilidade da dupla atacante formada por Djuricic atrás de Lima, deverá ser o bastante para quebrar com a defesa do Marítimo. Na figura acima pode-se ver através das setas o tipo de movimentos que os jogadores do ataque poderão fazer com maior incidência. Lima deverá procurar diagonais do centro para a direita do nosso ataque, para poder fazer uso do seu melhor pé em remates cruzados. Djuricic, ao invés de ser mais um segundo-avançado, deve funcionar mais como um criador de jogo, deixando essa função de avançado para o Gaitán que sendo um jogador veloz poderá atacar melhor a região entre o lateral direito e o central da meia-direita do Marítimo. Por sua vez, o camisola "10", para evitar a marcação de Danilo Pereira, médio "6" do Marítimo, deverá procurar mais a faixa direira, procurando trocar com Sulejmani. Aliás, estes dois, sendo jogadores menos explosivos que Gaitán e Lima, deverão ficar mais com as tarefas de construção e assistir os colegas. O sérvio Sulejmani poderá aproveitar movimentos interiores para encontrar linhas de passe diagonais para Lima e Gaitán, assim como desferir remates frontais. Notar, que a defesa do Marítimo não é assim tão rápida quanto isso, pelo que este tipo de jogo, baseado em movimentações e trocas de bola constantes, é o melhor e o mais indicado face às características dos nossos jogadores. Se Jesus tiver a infeliz ideia de deixar o Lima fixo entre os centrais, facilitará imenso a defesa insular. Mais, este tipo de movimentações é apenas indicativo uma das infinitas possibilidades que este quarteto poderá dar.
O Marítimo
A equipa insular irá apresentar-se num 4-3-3 assimétrico. Assimétrico porque no tridente ofensivo está um médio-ala como extremo, o que irá fazer com que na prática haja sempre um quarto homem no meio-campo. Em termos de modelo de jogo, apostarão num modelo de transições rápidas. Com jogadas arquitectadas pelo Artur, o estratega da equipa, ou pelo Danilo Dias, sobre a faixa direita, que deverão procurar ou a velocidade e técnica do extremo-esquerdo Sami, que poderá combinar com o lateral esquerdo ofensivo Rúben Ferreira, dando profundidade à ala esquerda insular, ou as diagonais de Derley, para o lado direito do ataque, assim deverá atacar o Marítimo, como podemos ver pela figura abaixo. Depois há o aproveitamento das jogadas de bola parada, com centrais fortes no jogo aéreo e gente com muita qualidade técnica para colocar a bola onde querem.
Este jogo também vai servir para ver a evolução de pelo menos três jovens formados na Luz. São eles, o guarda-redes José Sá, que tão boas impressões deu no último mundial de sub20, na Turquia; o médio-defensivo, Danilo Pereira, da geração de Nélson Oliveira, que foi uma das traves mestres do selecção nacional vice-campeã do mundial de sub20 em 2011; e o extremo esquerdo Sami, jogador da geração de Miguel Rosa que tem feito épocas na primeira divisão de grande qualidade. Para além destes três ex-canterados, há também o jovem Rúben Ferreira, lateral esquerdo ofensivo português, cuja qualidade já mereceu elogios e convocatórias de Paulo Bento.
Provável onze do Marítimo frente ao Benfica. |
Afinal quem vai ser o titular será o Maxi em vez de Sílvio e Rúben Amorim em vez do Sulejmani, embora estou convicto que seja o Enzo a fazer de médio-ala/extremo direito.
ResponderEliminarVamos lá ver como ficará a dinâmica ofensiva de equipa e se não há mais surpresas posicionais...
Quanto ao Marítimo, vai apostar num onze mais defensivo do que eu previ acima, pois o estratega Artur jogará como ala direito, no lugar e funções de Danilo Dias, enquanto para o centro do terreno entra o médio Alex Soares.
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