14 junho 2018

A melhor decisão para...


... mas, também para o Benfica.

Haverá críticas por parte de alguns adeptos encarnados, quanto a estas duas saídas de dois jovens canterados do Benfica para o histórico campeão europeu inglês Nottingham Forest, agora no Championship. No entanto, é preciso sermos realistas: tanto o Joãozinho como o Dioguinho não têm, neste momento, o necessário para agarrar um lugar no plantel encarnado. A competitividade é enorme e, depois, não podemos esquecer que todas as temporadas há novos craques a surgirem na equipa B para alimentar a equipa principal. Sendo assim, e estando em idades ainda de formação/crescimento ao nível do conhecimento de jogo, o melhor para eles será irem jogar para um clube onde possam ter mais minutos de jogo. O que eles precisam mesmo é de jogar, pois só assim conseguirão perceber aquilo que não conseguiram perceber esta temporada nos treinos e nas oportunidades, porque as tiveram, portanto não se podem queixar!


Apenas realço a visão de negócio do Benfica, que consegue salvaguardar os interesses e necessidades dos jogadores e dos seus representantes (gestores de carreira), assim como as necessidades desportiva/financeira da SAD encarnada. Senão vejamos: o João Carvalho é o único que é transferido a título definitivo, enquanto o Diogo Gonçalves é apenas emprestado e porquê? Se formos a ver bem, o actual plantel encarnado tem nas suas fileiras: Pizzi, Krovinovic, Zivkovic e Keaton Parks, só tendo em conta a época passada. Na equipa B, existem outros talentos a despontar, como por exemplo o João Félix. Na melhor das hipóteses, o João Carvalho só daqui a dois ou três anos é que teria a real chance de agarrar a titularidade, face ao que vinha a justificar. Mas, nessa altura já o dono do lugar será o João Félix, atendendo ao nível com que está a exibir-se nos escalões inferiores. Sendo assim, o risco de desperdiçar talento e geração de receita com o João Carvalho era muito grande, pelo que a melhor decisão para todos os envolvidos foi a sua cedência em definitivo. 15M€ + 25% de uma mais-valia obtida numa futura transferência é um excelente negócio, digam o que disserem, face ao que expus aqui. Teve pouco tempo de utilização e de oportunidades? Talvez seja verdade, mas tinha de apresentar outro nível de competitividade para lutar com Pizzi e Krovinovic. Recordo, que ele partiu sempre à frente do Krovinovic e depois do Zivkovic, mas perdeu para ambos.


Agora, quanto ao Diogo Gonçalves, a estória já é outra. O Benfica apresenta alguns bons talentos no ataque, mas em menor quantidade (Willock é talvez o seu maior concorrente, apesar de ser um jogador um pouco distinto do jovem português) e na sua maioria são jogadores que já estão a ser cobiçados lá fora, como o Úmaro Embaló, que ainda nem chegou à equipa B. Portanto, e tendo em conta a qualidade potencial do Diogo, não é aconselhável desprender dele neste momento. Depois, embora não tenha pegado de estaca como outros jogadores como Ivan Cavaleiro e Gonçalo Guedes, para nomear exemplos recentes, isto não significa que o Gonçalves não possa voltar mais forte e crescido deste empréstimo e vir a tempo de ser uma grande referência encarnada no futuro. Tudo dependerá da sua actuação na próxima época no Nottingham Forest. Esta temporada até foi a primeira aposta para extremo esquerdo quando o Rui Vitória mudou o sistema de jogo para o 4-3-3. Mas, apesar da série de jogos consecutivos que o técnico encarnado lhe concedeu, o Diogo não conseguiu agarrar o lugar, muito pelo que não entendeu do que tinha de fazer sem bola. E, mesmo com bola usou e abusou do individualismo. Claramente que tem de investir na relação jogador-jogo e não tanto na relação jogador-bola. Aliás, penso que o facto de ir para uma cultura diferente irá ter que o fazer abrir os olhos e a mente para um espírito mais colaborativo. Isso pode e deve começar já com o seu amigo João Carvalho. Ambos poderão formar uma dupla atacante que poderá valer a subida à Premier League por parte dos antigos campeões europeus do mítico técnico Brian Clough.

24 comentários:

  1. Concordo plenamente. Os dois são muito jovens e precisam evoluir. No Benfica não dá para esperar muito tempo. Ou o jogador pega de estaca logo na primeira oportunidade que apareça, como o Renato Sanches, ou então precisa de muita paciência para ir aproveitando uns minutos de jogo aqui e ali. Por exemplo, comparando João Carvalho e Keaton Parks, acho que o americano aproveitou bem mais os minutos que teve de jogo. Já o Diogo, volte porque basta ver os seus jogos na seleção sub-21 para imaginar o jogador que será daqui a uns dois anos. Ele tem golo e isso não é fácil de encontrar num extremo.

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    1. O problema de ambos é que não pescam nada do jogo sem bola. Vamos lá ver como evoluem...

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  2. Vou-me lembrar da frase "nessa altura o dono do lugar será o João Félix" quando vieres aqui escrever a justificação para se vender o Félix sem que se tenha assumido na equipa principal do Benfica.

    E mais, o grosso dos críticos não critica as vendas por terem sido por valores baixos ou por serem vendas. O grosso dos críticos critica, isso sim, a contradição entre o que é dito e o que se faz.

    Quanto a oportunidades, certamente que o João desaproveitou as suas 10 participações na equipa principal, à média de 35 minutos por jogo, tal como o Diogo com as suas estonteantes 13 participações à média de 47 minutos por jogo, que só serviram para vermos como outros aos 70 minutos ou mais de cada vez eram imensamente melhores... Mas lá está o Jonas estava em sub-rendimento e tinha de dar lugar ao Raul porque este precisava de tempo de jogo e D. Sálvio deve jogar o jogo todo porque pode fazer uma coisa qualquer quando lhe apetece, os outros é que têm de demonstrar a cada toque que merecem estar ali...

    E depois as cambalhotas para apresentar o Forest como uma espécie de colosso adormecido. Parece o exercício dos lagartos para quererem ser grandes na Europa. Ficou em 17o em 22. Penou a época toda para conseguir sequer ver o meio da tabela. Dá-se menos por irem aos play-offs do que pelo título do Leicester e vens para aqui com conversa da luta pela promoção. Cá estaremos então para o ano para ver esse regresso do Diogo. Caríssimo, já foi vendido, jogue bem o mal, evolua ou não. Quando te quiseres debruçar sobre a coerência do querido líder cá estaremos, senão até aos jogos para falarmos dos que ficarem!

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    1. E será que os críticos não se enganam na avaliação dos jogadores que realmente são fora-de-séries da nossa formação? Repara que partes do pressuposto que está ali o melhor jogador da formação de todos os tempos, quando pelo que foi demonstrado esta temporada não é.

      Como tens uma formação a formar todos os anos jogadores de qualidade aqueles que não rendem vão caindo fora. Não acho mal o sistema assim, até porque vamos ganhando muito 💰.

      Se o Diogo for vendido por 20M€ com aquilo que demonstrou é um excelente negócio.

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    2. Veremos, como de costume, quanto do dinheiro vem para o Benfica e o que se faz com ele...

      Então mas quem são os fora de série que transitam da formação para a equipa principal? É que os Bernardos, como está mais que visto, quaisquer dois mendilhões e vão-se!

      Ou isto de falhar a champions é para não irem à Youth League para os tubarões não os verem?

      O que se critica é o mentir aos sócios e adeptos. Se o Vieira dissesse: meus senhores vamos comprar um camião de entulho e despachar uns tipos acima da média em negócios com o nosso agente de eleição para ele abastecer lá os clubes de lavagem dele e, se sobrar algum depois das comissões, logo vemos se construimos mais um campo no Seixal ou se vamos buscar um bom jogador, a malta não criticava as vendas. Porquê? Lê lá o texto e adivinha!

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    3. António Madeira15/06/18, 16:11

      "E mais, o grosso dos críticos não critica as vendas por terem sido por valores baixos ou por serem vendas. O grosso dos críticos critica, isso sim, a contradição entre o que é dito e o que se faz."

      Não compreendi. Isto quer dizer exatamente o quê? Criticar por criticar, é muito bonito, mas e fazer bem sempre?
      Vamos lá a ver: os dois jogadores foram utilizados esta época, um deles até na Champions jogou, e nenhum deles agarrou as oportunidades. Repare-se que ganhar as apostas não quer dizer que vão jogar sempre, quer dizer que, tal como já foi referido aqui em relação ao Keaton, que jogaram pouco, mas cumpriram aquilo que se pedia deles. Ora, nem o Carvalho nem o Diogo (menos o segundo que o primeiro, a meu ver) agarraram as oportunidades que tiveram.
      E estas decisões (venda+empréstimo) só podem desagradar a quem está sempre pronto para criticar. 15 milhões + 25% é um mau negócio? Poupem-me, por favor...
      Há mais jogadores para subir, há vários jogadores no plantel principal a tapá-los, iam ficar no banco ou na bancada a desesperar e sem evoluir? Vamos lá a ver as coisas como elas realmente são e deixemo-nos de romantismos...
      Se jogam os miúdos é porque não há experiência para ganhar ligas ao Porto e perdem-se pentas, se não há miúdos é porque não se cumprem promessas e só se aposta no betão ou o dinheiro vai para o espaço. Quem quer criticar em vez de apoiar, tem sempre motivos para o fazer. A sempre atual história do velho, do miúdo e do burro.

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    4. RB, duvido muito que um Bernardo hoje sairia como saiu naquela altura. O contexto é bem diferente.

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    5. Tu falas em entulho, mas na realidade os investimentos são mais que cobertos, não pelas vendas dos Bernardos, mas sim pela forma como se faz dinheiro com esse "entulho" que dizes.

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    6. Caro António,

      Só não percebe ou quem não quer ou quem não consegue. Se face ao meu texto eu digo que o problema não são as vendas mas o que elas representam, a tua argumentação sobre a quem elas desagradam ou é desconversar, ou uma incapacidade de perceber um texto. O PP ainda tenta fazer uns malabarismos para justificar o injustificável à luz de um certo (sur)realismo.

      Não sei, sinceramente, se é mais criticável o que critica sempre se aquele que apoia sempre e incondicionalmente. Nessa óptica seria interessante que explicasse o mercado da época passada e o da que se avizinha à luz das afirmações de LFV sobre o Benfica Made in Seixal e o tempo que o Benfica conseguirá segurar as "pérolas". Não é um relativizar destes negócios (os dois juntos tiveram quase tantas oportunidades numa época como Lisandro e Filipe Augusto em meia), é explicar de que forma esta estratégia se encaixa no que é a estratégia do Clube dita à boca cheia pelo "querido líder".

      Se houver dúvidas em perceber, é ir ao NGB e digerir os posts "Benfica Made in Benfica ou Milhões Made in Seixal? A mentira mantém-se!", "Hoje o Cancelo não era vendido. O contexto é outro”. Acredite quem quiser" do RedMoon e "Formar miúdos não é isto" do Shadows.

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    7. RB, malabarismos? Defensor do indefensável? Assim ofendes-me.

      Percebo a estratégia que a direção possa ter para a política desportiva/financeira do clube. Neste momento, é importante sermos independentes dos bancos. Para tal é preciso fazer dinheiro para amortizar o que é necessário. Ao mesmo tempo, é importante sermos um clube formador, porque está mais do que visto que é aí que vamos fazer parte das receitas para podermos continuar a competir.

      Depois desta fase acredito que se possa continuar a vender, sobretudo, os jogadores de classe B e C, mantendo os de classe A, que terão de ganhar o lugar na equipa A.

      Se tal não acontecer, estarei aqui para criticar e comentar sobre isso. Agora, criticar por criticar? Escrever sobre Diogo Gonçalves ou João Carvalho como se fossem o Gonçalo Guedes e o Bernardo Silva, não contes comigo, pois não é sequer coerente e honesto.

      Já agora, o Diogo Gonçalves e o João Carvalho saíram, mas não eram os únicos miúdos que estavam lá. Por exemplo, o Rúben Dias não saiu. O Keaton Parks, também. E, já agora, como explicas então o regresso do Yuri Ribeiro?

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    8. Eu até poderia perceber a estratégia da direcção se a comunicação fosse condizente. Não é. Nem sequer no emprego de cautelas. Na hora de fazerem promessas são todos cuidados (relembro que o LFV não prometeu contratar ninguém do Sporting, a malta é que quis ouvir isso), mas na hora de uma estratégia ainda há menos de um ano que "os reforços [estavam] todos no Seixal" e ainda há menos de um ano que "os jogadores da formação terão pelo menos 2 anos na equipa principal". Claro que menos de quinze dias depois da segunda já estava num avião a caminho de Leipzig - é só irmos reler os comentários do post que fizeste na altura.

      E sobre malabarismos, se calhar a palavra é forte e tem uma conotação negativa, mas sabendo o que se sabe hoje do modelo do Benfica, acreditas mesmo que o Bernardo não seria vendido, ou é algo que te dizes a ti mesmo para justificar que ele o tenha sido na altura?

      Não confundo o JC e o Diogo com Bernardo e Gonçalo, muito menos quando era dos poucos que defendia o Gonçalo enquanto esteve no SLB (os comentários estão aí guardados é ir ler), mas "dar oportunidades" não é só atirar lá para dentro. Estamos a falar do mesmo treinador que nunca hesitou em manter no 11 titular um puto de 18 anos com zero (0000) de noção do que fazer quando ele ou a equipa perdiam uma bola. Um puto que submetia toda a equipa a cuidados redobrados pela sua falta de noção de jogo sem bola. O que eu gostava era de ter visto o João a jogar e a errar quando o Filipe Augusto ou o Samaris andavam a ser chamados à baila.

      Ainda estamos para ver o que o Keaton Parks dá. A fazer de Fejsa é melhor que Samaris, o que não é grande fasquia. O Rúben Dias vamos ver em Setembro.

      Para falar do Yuri tinha de falar sobre quem treina o Yuri. Portanto falamos lá para meio de Agosto com uns minutos de jogo.

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    9. Ou seja, RB, tu esperas para ver o que dão os jogadores, mas quem decide não pode esperar. Assim também eu acertava sempre, a esperar para ver, mas não se pode gerir um clube dessa maneira, ou pode?
      Às vezes o Vieira diz uma coisa e depois faz outra, em relação aos miúdos da formação? É verdade; se há defeito que lhe podemos apontar é o de falar, por vezes, demais. De ser demasiado voluntarista.
      Mas é preciso notar uma coisa: O Seixal está a produzir cada vez mais jogadores de qualidade por ano e é quase impossível conseguir escolher e ficar sempre com os melhores.
      Podíamos falar de vários, mas vamos falar só dos dois que estão em causa neste artigo:
      Se as coisas lhes correrem mal, ninguém se vai lembrar da tua crítica. Mas imaginemos que ambos fazem uma grande época (espero que sim).
      Cá estarás tu, a lembrar como previste que era um erro deixá-los sair...
      É como eu disse, prognósticos depois do jogo, todos nós acertamos...

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    10. Vamos começar pelo fim. Até agora neste post ainda não teci uma única vez comentários às qualidades e às limitações quer do Diogo quer do João. Ainda não disse nada sobre achar que é um erro ou não. Ainda não disse se acho que foram bem ou mal vendidos. Ainda não teci uma única consideração qualitativa sobre os jogadores, nem sobre o negócio em si.

      Sobre o que o Seixal produz ou não, o clube criou este ano mais 23 vagas para jogadores poderem evoluir sobre a alçada próxima do Manto Sagrado. Entre equipa B para júniores de último ano e os sub-23, se o Benfica não tem tempo suficiente para perceber quem são os bons no treino e no jogo, então temos de questionar todos os que detêm um cargo com poder de decisão no processo.

      De resto seria interessante de falarmos sobre de que forma a equipa de sub-23 se enquadra num clube formador que também tem equipa B. Havendo duas ou três opções estratégicas, mas nenhuma tendo sido ainda tornada pública, vamos esperar para ver. Sobre o que era a estratégia da B no passado, eu e o PP já dissertámos um pouco sobre o tema ao longo do ano passado.

      E chegamos ao "às vezes o Vieira diz" coisas. A regra, no que à estratégia, ou rumo, para a equipa principal é que o Vieira diz umas coisas e às vezes durante um curto período de tempo cumpre-as. Ironicamente, quando ou se não conseguir trazer ninguém do Sporting para o Benfica cá estarei para lembrar a toda a gente que ele não prometeu trazer ninguém. Tal como estou cá para lembrar que "os reforços vêm do Seixal" e que "não nos desviamos um milímetro do rumo traçado". Se há defeitos que lhe podemos apontar são o populismo bacoco e o voluntarismo com que enche os bolsos das suas empresas.

      E claro que eu esperava para ver o que dão os jogadores. Isto se o que eu prometo fosse "apostar nos jovens". Não vi, para com o João Carvalho a mesma compreensão que se tem para com Sálvio, um jogador que passa 75 minutos a fazer borrada e a estragar ataques, mas está tudo bem. Mas vi Samaris, com um sentido posicional de uma batata e reflexos de lesma, ou um Filipe Augusto desconectado dos companheiros a terem oportunidade atrás de oportunidade. O Filipe Augusto tem, em mais época, mais do dobro dos minutos de jogo na equipa princiapl do João na época toda, e se for no global tem quase mais dois jogos. E nem vou contar jogos a titular entre estes dois para não ficar mal disposto. É isto o "tiveram oportunidades"? É isto o apostar nos jovens?

      E repito, se a formação existe para estes negócios com os colossos mendistas, digam-no, assumam-no, agora dizer uma coisa e fazer a outra não. Porque no dia em que honestidade passar a ser um dos valores da direcção, as críticas a estes negócios passarão a focar-se, aí sim, na qualidade ou falta dela e nos valores inflaccionados ou não. Até lá é um questão de o Benfica ser gerido por aldrabões.

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    11. "O Filipe Augusto tem, em mais época" deve-se ler "O Filipe Augusto tem, em meia época".

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    12. Não vale a pena, RB, aqui o consócio António Viegas já provou que não lê, realmente, o que nós escrevemos: limita-se a ver que o texto é meu ou teu e começa a projectar em nós todos os clichés que estão na sua cabeça sobre um tipo de benfiquistas a que chama 'exigentes' (ironicamente, como se fosse um absurdo um benfiquista ser exigente...) e 'anti-Vieira'...

      Ele não responde aos nossos textos em concreto, ele responde a um rótulo abstracto que tem na cabeça!...

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    13. Há outra coisa que acho que vocês não estão a contabilizar nas vossas análises: a maturação de um jogador nem sempre se processa da mesma maneira.

      Por exemplo, o João Carvalho até pode ter tido todas as hipóteses de crescer no Benfica, mas só num contexto diferente é que ele irá crescer verdadeiramente. Isto é comum acontecer. Um desses casos foi o do João Pereira. Teve que sair do Benfica e ir para um na altura Gil Vicente no segundo escalão para crescer e chegar a titular da selecção nacional como lateral direito. Ou seja, teve que dar um passo atrás em termos de carreira, para crescer a outro nível que não o futebolístico, para depois saber utilizar essa maturidade para evoluir rapidamente no futebol (para dar dois passos em frente).

      Dito isto, o Benfica na sua gestão de activos e, com esta fábrica de talentos que possui, tem de tomar decisões e faz-lo com os dados que tem. Neste contexto, penso que ambos os negócios são muito bons, à luz disso.

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    14. Eu assumidamente não estou a contabilizar nada que não seja o que é a postura e as afirmações da Direcção sobre o rumo do clube e os actos que ela tem. E nesse capítulo a Direcção falha e falha demais. Eu só peço honestidade, a Direcção só é incapaz de dar isso.

      A tua grande crença é que o ano passado, tivessem a Champions e as taças corrido melhor e tinha havido o mesmo "abater de passivo" (só o tempo dirá se assim foi se foi mais uma engenharia financeira). Só que a tendência de comportamento da Direcção diz que isso só aconteceu porque a época não estava a correr bem.

      Da mesma forma que agora o Benfica ataca forte o mercado. Mas em termos estratégicos teria sido muito mais importante atacar forte o ano passado, para se ganhar com menos esforço no futuro.

      Quando falas em todas as hipóteses de crescimento estás a falar do quê exactamente? É que se por um lado tu pareces perceber bem o que está inerente à gestão de um grupo em competição, pareces por outro lado ignorar as minudências do desenvolvimento de jovens. E não nos iludamos, abaixo de 23 são jovens em formação.

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    15. Aliás ataca forte mas ainda estamos para ver reforços de jeito para posições realmente deficitárias, como a lateral direita e a baliza (acredito no Vlachodimos, mas se a concorrência for um misto de Varela e Svilar... até eu era titular!).

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    16. Estás a ver, PP? "Nas vossas análises"...eu nem sequer comentei o tema deste post - a que minha análise deste assunto te estás a referir?

      E o RB comentou este post, mas nunca afirmou o que tu e o António lhe atribuíram...

      O que o RB critica é o facto da Direcção andar a enganar os sócios há anos com a 'estória' do Benfica Made in Benfica - recentemente composta com a promessa de 'já somos capazes de manter os melhores'. É a contradição entre o discurso e a prática. A mentira sistemática aos sócios. Ele não diz que os negócios de JC e DG foram maus. O que ele diz é que, se fosse verdade o discurso de Vieira, JC e DG teriam tido mais oportunidades- e mais tolerância ao erro - do que jogadores não made in Benfica como o Salvio. E não o contrário, que é o que temos: jogadores made in Benfica têm menos oportunidades e menor margem de erro que certos e determinados jogadores não made in Benfica!

      E isto sou eu, que só quero que tenhamos grandes jogadores, made wherever...como aliás escrevi no passado dia 17 no NGB:

      "Muito bem, RedMoon. Subscrevo tudo.

      E eu também desde sempre me estive a borrifar para a origem ou nacionalidade dos jogadores - para mim, só me interessa que tenhamos bons jogadores, que nos ponham a jogar futebol à Benfica e a ganhar os nossos jogos (de preferência todos), venham do Seixal ou do campeonato argentino. Se quiseres, dito de outra forma, para mim o DiMaria é mais português que o Varela ;)

      E sempre disse que era sportinguização esta de contar espingardas da formação no plantel ou no onze.

      Portanto, o que me revolta não é tanto as vendas precoces dos putos do Seixal - excepto se tiverem a tal qualidade excepcional, como o Bernardo...- mas a mentira, que muito bem descreves. E a falta de respeito pelos sócios que representa andar há anos a enganá-los com essa bullshit do Benfica Made in Benfica!

      Resumindo e concluindo, estou-me a borrifar para o Benfica Made in Benfica - eu é mais Benfica Champion, Made Wherever. Mas não me estou a borrifar para desrespeitos de Direcções aos sócios..."

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    17. Não entendo porque dizes que o Benfica não atacou forte o mercado na época passada. Repara, fomos buscar um internacional A suiço, ainda por cima titular, fomos buscar um dos maiores talentos brasileiros produzidos nos últimos anos, por empréstimo, um lateral ofensivo também por empréstimo... Desculpem-me mas não foi por falta de investimento. Para mim o problema até foi ter qualidade a mais que indefiniu o grupo sobre qual o Vitória iria potenciar.

      Temo é que esse mesmo erro seja novamente cometido este ano, com as várias contratações e a mais que provável lista de jogadores a seguir para a pré-época.

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    18. BP, eu também quero ter grandes jogadores no Benfica. Agora, tens orçamento para pagar 5M€ limpos por época a 25 jogadores? Eu penso que não!!!

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    19. "BP, eu também quero ter grandes jogadores no Benfica. Agora, tens orçamento para pagar 5M€ limpos por época a 25 jogadores? Eu penso que não!!!"

      Em primeiro lugar, tu não queres: se agora já achas que há excesso de qualidade, imagina se tivéssemos 25 jogadores desse nível :-D

      Em segundo lugar, onde é que eu escrevi que queria 25 jogadores desse nível??? Não me atribuas o que não defendi, por favor. O que eu escrevi foi que, para mim, o critério no Benfica deve ser a qualidade do jogador, mais do que a origem ser do Seixal ou não ser. Tão simples quanto isso. Agora obviamente que em qualquer plantel há, digamos, uma gradação de qualidade, como há de salários. Convém é ter alguns de qualidade top a sustentar a equipa - alguns, não 25 obviamente. E um treinador que os saiba trabalhar e potenciar com eles uma ideia de jogo à Benfica, já agora...

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    20. Digo que não atacou forte porque atacar forte não é contratar porque sim (e vou-me escudar naturalmente de comentar a quantidade porque em quantidade como sempre contratámos).

      Atacar forte é olhar para o plantel e, face a uma ideia de jogo, contratar as posições deficitárias. Já disse noutro comentário que me só causa estranheza a contratação do Seferovic à luz do que eram as "alterações tácticas" de que RV falava em Abril/Maio de 2017. Ou ia ser "qualidade a mais" ou tinha de começar a ser integrado num esquema novo mais cedo. Há razões de sobra para pensar que não é a segunda. E em cima deste excesso de qualidade ainda fomos buscar um dos "maiores talentos brasileiros". Se em cima de excesso de qualidade metes mais qualidade estás a atacar o mercado à bruta não é em força!

      Mas deixemos de lado a questão da "qualidade a mais", como se isso fosse um problema dramático para o über-motivador RV. Falemos da trapalhada da baliza. Foi atacada em força? Ou a lateral direita, foi atacada em força? "Um lateral ofensivo" só conta se ofensivo aqui for sinónimo de insultuoso, porque entre o que pagámos de salários ao Douglas e o que se poderia ter pago a um jogador com margem de progressão é um insulto para os Benfiquistas que aquele tenha ficado até ao fim da época. Ou se calhar haviam para lá umas cláusulas...

      E sobre atacar o mercado em força, lembra lá quem proporciona o excesso de qualidade nas alternativas ao Fejsa ou ao André Almeida. É que para tapar o Félix de progredir para a equipa principal contrata-se a rodos, já outros sectores... Ah espera, vamos renovar com o Luisão depois de irmos buscar os eleitos dois melhores centrais do campeonato Argentino! Tu queres ver que...

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    21. O Douglas se calhar poderia ter ganho mais, mas não quisemos pagar. Acredito, pelo jogo que fez em Alvalade que com jogos nas pernas teria sido um belo reforço. Mas, pronto.

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