22 março 2018

Muito mais que o futebolista do ano...


... Jonas é o verdadeiro craque.


Para quem ainda tinha dúvidas da sua grandeza, penso que ficaram completamente dissipadas na gala Cosme Damião 2018, quando para receber o prémio de melhor futebolista do ano, o Jonas chamou todos os seus colegas de equipa para o acompanhar naquele momento. O gesto foi genuíno, mas revelador de uma grande inteligência emocional.


Aliás, se há jogador inteligente a jogar em Portugal, esse jogador é o camisola 10 encarnado. Dentro de campo, não são apenas os seus golos que fazem a diferença. São também as suas assistências. Mas, o que faz ser o melhor jogador a actuar em Portugal, é a sua capacidade de decisão em campo. Quase todas as decisões que toma, estão correctas. Com a decisão tomada e com o talento que possui, consegue corporizar de forma eficaz essas tomadas de decisão. Com o extenso recurso técnico que o brasileiro possui, a eficiência das suas decisões saltam à vista de qualquer leigo apaixonado pela modalidade. Em suma, o Jonas dá muito chocolate. E, isso, é cada vez mais raro no futebol nacional.


Por esse motivo, preocupa-me a forma como o futebol nacional deixa que os adversários tratem mal este craque. É preciso proteger um pouco mais estes grandes jogadores. São eles que trazem o público aos estádios. São eles que deixam a redondinha a sorrir. Casos como as entradas dos jogadores adversários sobre o craque canarinho nos últimos encontros deveria merecer um reparo cirúrgico por parte da equipa encarnada, alertando para esta situação. Por outro lado, a Liga tem de tomar providências mais rígidas para evitar o que aconteceu no estádio do Feirense, onde após uma jogada em que remata para grande defesa do guardião dos azuis de Santa Maria da Feira, o público por detrás dessa bancada atiram inúmeros objectos em direcção ao camisola 10 encarnado, tentando atingir-lo. Tem de haver protecção a este jogador.



Se um dos grandes objectivos desta temporada é o P3N7A encarnado, a equipa deve ter bem presente que estará sempre mais perto desse objectivo se levar o Jonas a conseguir atingir um outro: o do melhor marcador do campeonato nacional e, porque não, o de melhor marcador dos campeonatos europeus (incluindo das 5 melhores ligas europeias). Com os "pokers" de Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e de Salah (Liverpool) no último fim-de-semana, a luta por esse título parece muito difícil... Contudo, penso que é possível. Jogamos de domingo a domingo, enquanto esses clubes estão em mais frentes, o que provocará um maior desgaste físico dos seus jogadores. Depois, apesar de ainda termos que jogar com o Porto e o Sporting, nesta série de jogos que falta até ao final do campeonato, os restantes adversários estão perfeitamente ao nosso alcance. E, sem desprimor, estão ao alcance para o Jonas poder atingir uma marca histórica a nível nacional, sobretudo, nos jogos na Luz. Como aponto que o goleador nos principais campeonatos europeus deverão atingir uns 35 golos, isto significa que o camisola 10 terá que marcar cerca de 47 golos. Com essa marca o avançado canarinho não só poderia reclamar um lugar no escrete que vai à Rússia no próximo verão, como também seria o melhor goleador de todos os tempos na 1ª liga em Portugal (ultrapassando o argentino Yazalde, que em 1973/74 atingiu a meta dos 46 golos pela equipa do Sporting).


Estando actualmente com 31 golos, essa meta dos 47 parece estar muito distante. No entanto, é fundamental criar momento. E, esse cria-se com a motivação criada pelo sentido competitivo que o avançado brasileiro deve sentir com os "poker" de Ronaldo e de Salah no último fim-de-semana, transpondo com a ajuda dos seus companheiros para dentro de campo, já frente ao Vitória de Guimarães, na Luz. Em termos tácticos, penso que o Rui Vitória poderá e deverá ajudar nesta epopeia, ao incorporar cada vez mais cedo, ou até mesmo a titular, o mexicano Raúl Jiménez no onze encarnado. Nos jogos na Luz, acredito que o 4-4-2 pode regressar, pois jogadores como o Cervi, o Zivkovic e o Rafa estão muito mais integrados nas ideias de jogo da equipa, sobretudo, sem bola, não deixando a equipa tão desequilibrada no momento de reacção à perda/transição defensiva.



Uma coisa é certa, Jonas, é claramente um verdadeiro craque dentro e fora de campo.

6 comentários:

  1. Bom post, como sempre.

    O Jonas esteve realmente muito bem ao chamar a equipa toda naquele momento. Foi um gesto de 'capitão' de equipa.

    Só discordo de uma coisa: voltar ao 4x4x2 como plano inicial. Mesmo nos jogos na Luz, acho que temos maiores probabilidades de sucesso se entrarmos com o nosso actual modelo de jogo em 4x3x3 e os desgastarmos com esse carrossel de triangulações, trocas posicionais e variações de flanco, para então depois, aí pelos 60/70 minutos, 'partir' mais o jogo com a entrada de Jimenez e a mudança para 4x4x2. Desde que saia o Pizzi e não o Zivkovic...

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    1. A questão é que aos 60 minutos o Jonas já está desgastado...

      Por acaso gostava de ver o Zivko com o Fejsa a fazerem dupla no meio-campo.

      😉

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    2. Não está nada! Isso era se ele fosse terrestre...;)

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  2. Também sou da opinião que temos mais a ganhar em manter o sistema que tão bons resultados tem dado. Talvez até o factor Raúl tenha mesmo mais impacto a vir do banco, há jogadores assim.
    O Pizzi tem estado muito bem (a propósito, saíram hoje umas estatísticas impressionantes de passes do nosso maestro), mas já salivo só de imaginar a próxima época com o Triângulo dos Balcãs: Fejsa, Zivko e Krovi. (Assim a gente consiga segurar o Zivko depois do Mundial...)

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    1. Também já ando a salivar com esse trio no meio-campo há algum tempo. Mas é como dizes...se calhar pelo sim pelo não, o Ziv fazia uma pequena lesão muscular a saltar no autocarro no Marquês! ;)

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    2. Chama, podes manter o sistema e colocar o Raúl no onze. Aliás, neste momento não alteraria o sistema. Agora sei é que com as características do Raúl numa ala esquerda seria muito agressivo que um Cervi na zona de finalização, libertando o Jonas.

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