21 maio 2017

Qual a receita dos campeões?


Que prazer enorme ver esta equipa a ultrapassar obstáculos!


Por mais que tentem envenenar o resultado do Benfica ontem à noite no Bessa - empate a 2 bolas - com histórias de que o Benfica terminou o campeonato sem uma reviravolta no marcador (como se isso fosse um dado estatístico relevante de merecimento do título de campeão nacional), estou com o nosso técnico Rui Vitória, quando diz que fica mais satisfeito por ver todos os jogadores felizes e sem mágoa do que propriamente pelo resultado final. Muitos poderão pensar que ele está a ser pouco exigente, mas de facto ele está a preparar a equipa para outros níveis de exigência. Está a aumentar o leque de opções e acima de tudo está a criar laços que esses sim se demonstram quando as coisas correm menos bem. É por isso que o Benfica, apesar das dificuldades de várias ordens durante esta temporada, sempre as soube ultrapassar de tal forma que pouca gente se recorda das mesmas. É por aqui que se fazem os campeões. E, é por aqui que provavelmente estaremos mais próximos de novas vitórias e títulos. Mas, melhor do que estar aqui a escrever, vejam de seguida com os vossos próprios olhos a conferência de imprensa depois do derradeiro encontro do campeonato.



Apesar deste discurso que totalmente corroboro, penso que ontem poderíamos ter vencido se a aposta no onze titular tivesse sido outra. Percebi perfeitamente a colocação de Lisandro e Eliseu, dois dos defesas mais rotinados em campo do lado dos encarnados, ou com pelo menos mais experiência. Percebo também a colocação do Hermes como extremo esquerdo para ajudar a fechar o flanco esquerdo devido à ameaça referenciada do Iuri Medeiros. Mas, a verdade é que foi precisamente por esse lado que surgiu o primeiro golo do Boavista. Aliás, num lance que dou mais mérito ao ataque dos axadrezados do que propriamente ao comportamento da linha defensiva do Benfica. A meu ver faltou maior cobertura por parte do nosso meio-campo. Por falar neste, acredito na receita do duplo pivô de meio-campo, formado por Samaris e Filipe Augusto, mas este último tem de saber jogar a 2 toques se quer se impor na equipa titular. Percebo que se queira mostrar ao treinador que pode jogar a "8", um pouco à imagem do Pizzi, ou seja, que seja capaz de pegar na bola e transportá-la para o ataque. Contudo, jogávamos com André Horta entre linhas e com liberdade para andar por toda a largura do campo, logo era imperativo que os médios-centro utilizassem o camisola 8 como apoio frontal, algo que o camisola 6 raramente fez. Isso permitiu que o quinteto de meio-campo axadrezado através de uma pressão agressiva fosse capaz de roubar-lhe muitas bolas.



Depois, penso que se era para usar o Hermes mais avançado, este não deveria jogar como extremo mas sim como médio-ala esquerdo. Em vez de procurar espaços interiores, deveria ter ficado sempre colado à linha. Em vez do Eliseu procurar a profundidade pela linha, em caso de subida deveria procurar o espaço central. Na prática, desta maneira, em vez dos 2+3(+1) (dois médios-centro, mais três médios ofensivos, mais um lateral ofensivo por fora), teríamos um 4+2 (quatro médios formado pelo Hermes na esquerda, o Eliseu na sua cobertura e num espaço interior, o Samaris e o Filipe Augusto, mais dois médios-ofensivos: o André Horta e o Zivkovic) mais compacto que formaria quase uma parede de 6 jogadores o que daria para rivalizar e subjugar o quinteto de meio-campo boavisteiro. Ou seja, no fundo seria puxar um pouco o quarteto defensivo mais para a direita e o quarteto de meio-campo mais para a esquerda. Dessa forma teríamos sempre um meio-campo mais compacto e denso, que perante perdas de bola fosse capaz de anular rapidamente as transições do Boavista. Penso que desta forma a ideia de Rui Vitória teria sido melhor operacionalizada. Outra alternativa, seria aquela que ele acabou por usar no segundo tempo e que eu já tinha mencionado aqui anteriormente. E, por falar na segunda parte, que jogão do Rafa... e que golão teria sido aquela trivelada... Excelente jogo do Kalaica e com direito a brinde em forma de golo decisivo. Claramente, jogador com estrelinha! E que gozo me deu vê-lo marcar o golo do empate. Já agora, penso que se tivéssemos mais 5 minutos de jogo teríamos chegado à vitória. De qualquer maneira, para o ano há mais... é ano de P3N7A.


Rumo ao 37? Apenas para o ano! Agora, é mesmo rumo ao Jamor!
Que seja ano de dobradinha!

8 comentários:

  1. o pedro pereira defensivamente e melhor que o semedo mas a atacar ainda esta muito longe, mas gostei do miudo e so tem 18. o kalaica tb so 18 anos incrivel, o lindlof esta bem substituido e este e mais alto e parece melhor com bola nos pes. o hermes ainda nao me convenceu e esperar para vez. achas que proximo ano vamos mudar para um 4 3 3 com o joao carvalho e o horta a jogarem nessa posiçao medio mais avançado?

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    1. Não. Acho que devemos manter o 4-4-2. A posição do João Carvalho é como falso extremo/médio-ala esquerdo nem sequer acho que é a "8" essa é a posição do André Horta.

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    2. ou seja vai fazer um bocado o papel do joao mario? ou e muito diferente?

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    3. O João Mário jogava muito pela direita. Na minha ótica o João Carvalho poderia jogar pela esquerda e procurar passes de morte para a entrada de avançados nas costas da defesa. Com o João na esquerda, poderíamos ter um falso extremo mais ofensivo na direita, como por exemplo o Cervi.

      Por outro lado, e como papel químico mas de forma inversa teríamos a dupla Carrillo e Zivkovic. Neste caso o sérvio seria uma espécie de João Carvalho pela direita e o Carrillo faria de Cervi na esquerda.

      Desta forma equilibrava-se melhor as funções atacantes e defensivas.

      De qualquer maneira, eu acho que o tempo do João Carvalho no Benfica não será já na próxima temporada, pois estaria tapado pelo Carrillo que seria a aposta do clube para se valorizar e permitir um possível avultado encaixe financeiro. Nesse caso apostaria no Ricardo Horta e deixava o João Carvalho a marinar mais uma época.

      ;)

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    4. Com a casa arrumada começo a concordar contigo eh eh! =)

      Concordo com a cena do Hermes. Aliás a entrada do Rafa é o que muda o jogo todo. Horta e Ziv desaparecidos na primeira parte, aparecem com Rafa em campo. Aquela coisa do jogar e fazer jogar.

      Pedro Pereira para mim foi a melhor revelação. Certinho a defender e participativo no ataque, a saída do Semedo parece bem acautelada.

      Lisandro... Parece-me a mim que se não fosse pelo BI tinha perdido a vaga para o Kalaica na luta pelo lugar do Lindelöf. Até gostei mais do Samaris do que do argentino. O Filipe Augusto tem-me desiludido cada vez mais. Parece perdido entre querer fazer de Fejsa e de Pizzi e acaba por não fazer nada. A forma como aborda os lances, a ir muito ao homem, também não me agrada. Vamos lá a ver o que próximo ano nos reserva...

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    5. A malta não gosta do Lisandro. Já deu para perceber isso. Mas, recordo que na época passada antes de se lesionar estava a ser titularissimo e acredito que se não fosse a lesão não estaríamos a falar tanto de Lindelöf. Neste momento está sem ritmo e depois ele jogou deslocado de onde gosta mais de jogar, como central do lado direito.

      O Filipe Augusto jogou para dar nas vistas e deu-se mal. Sabes a máxima de menos é mais? Era isso que lhe diria no final do jogo.

      😉

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    6. Titularíssimo e com papel importantíssimo... Nos golos que sofríamos! E este ano mais do mesmo. Lisandro em campo é sempre um "ai Jesus" na defesa. É preciso ir buscar o jogo de Nápoles em que até tinha minutos nas pernas?

      O Filipe Augusto é isso que dizes. Eu dizia-lhe no final e antes. E durante, não fosse ele esquecer a coisa...

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    7. Olha que não, olha que não. O Lisandro tem sido muito vítima da preferência de utilização do Luisão, mesmo quando o brasileiro estava mal fisicamente. Sempre que teve uma boa série de jogos nas pernas o seu futebol cresceu.

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