12 agosto 2016

Azar de uns...


... sorte de outros!


Já na época passada o técnico encarnado, tinha-se referido desta forma sobre as contrariedades que o plantel encarnado vinha sofrendo com a lesão de jogadores importantes, como era o caso de Luisão, Gaitán, Fejsa, Nélson Semedo e até mesmo da lesão prolongada de Salvio. Perante estas adversidades, em vez de chorar sobre esses infortúnios, o Rui Vitória preferiu passar a mensagem de que esta seria uma oportunidade para outros darem um pé em frente e assumirem-se no seio da equipa. Dito e feito! Foi nessa altura que jogadores como Gonçalo Guedes, Pizzi, Carcela, Samaris, André Almeida, Renato Sanches, entre outros deram a cara e o corpo à luta, que culminou com o tri-campeonato. Perante o infortúnio da lesão de Jonas, mesmo no início desta temporada, a solução não será muito diferente.

Pessoalmente, até acho que qualquer que seja a solução parte muito mais à frente do que há um ano atrás. Naquela altura, as soluções careciam de alguma experiência (aposta nos miúdos como o Gonçalo Guedes), de adaptação (como a do reforço marroquino Carcela) e até mesmo de enquadramento táctico (como aconteceu com o Pizzi que jogando como médio-ala direito, depois de ter sido um dos culpados da derrota no Dragão, foi um dos principais obreiros do "tri"nta e cinco). Isto, permite encararmos a ausência do camisola 10 encarnado com outro positivismo e confiança. Inclusive, até poderá servir como arma perante as estratégias defensivas dos adversários, que estariam a prever a inclusão do internacional canarinho no onze encarnado.

Sobre as opções para o lugar, o Rui Vitória poderá optar assim de repente com 3 opções: (1) Gonçalo Guedes, (2) Raúl Jiménez e (3) Salvio (conforme figura acima). Haverá com certeza outras opções, como por exemplo a utilização de Zivkovic ou de Júnior no onze. No entanto, estas duas últimas penso que seria desprezar o trabalho já efectuado com os outros três. Era como um optar por uma opção tipo "tábua raza". A lógica desportiva diz-nos que a opção utilizada será uma das 3 referidas. Aliás, a própria lógica de mercado, a qual o Benfica está dependente dada a sua estratégia de política desportiva/financeira, está de acordo com este raciocínio. Notar, que tanto o Guedes, como o Raúl e o Salvio são activos que o Benfica pretende valorizar no curto e médio prazo, para poder render um milionário encaixe financeiro.

Perante, isto, qual é o melhor jogador para substituir o Jonas em campo frente ao Tondela? Dentro destas três opções, parece-me que perante o que já foi feito e testado nesta pré-época, a opção mais lógica é a 1, a de Gonçalo Guedes. É também a opção mais versátil do ponto de vista estratégico e táctico para a equipa encarnada. Com o jovem formando Benfiquista, a equipa poderá continuar a jogar com dois homens lá na frente, num sistema de 4-4-2. Mas, se for necessário, a equipa poderá adoptar um 4-2-3-1, com a passagem de um Pizzi da ala direita para a posição de "10" atrás do ponta de lança e com o Guedes a ocupar uma das alas, funcionando como extremo ou falso extremo/avançado interior. Aliás, este 4-2-3-1 até poderia vir a dar outra liberdade ofensiva a Cervi, que está habituado também a jogar como falso extremo na Argentina.

A opção 2, a de utilizar Raúl Jiménez, também é uma opção que me agrada. Contudo, o mexicano ainda não está na sua melhor forma e para jogar naquela posição de avançado móvel que seja também um organizador de jogo é preciso outro nível físico. Jogando na casa do adversário, num campo com nestas condições, até poderá ser tentador jogar de forma directa. Nesse registo de jogo até poderá ser plausível a sua utilização. No entanto, penso que fazer uso desta estratégia energeticamente desgastante e exigente, durante os 90 minutos, é perigosa. Depois corremos o risco de não termos energia suficiente para contrariar as transições ofensivas contrárias ou até mesmo conseguir controlar o ritmo de jogo. Por tudo isto, neste momento, vejo-o mais a competir com o Mitroglou pela posição "9" do que pela posição "10". E, vou mais longe, não sei até que ponto começaria o jogo com o mexicano a titular em vez do grego, pois este frente ao Sporting de Braga foi uma autêntica nulidade.

A opção 3, é o regressar de Salvio à ala direita. Isto fará com que Pizzi possa ocupar a posição central de número 10, atrás do ponta-de-lança. Solução essa já utilizada em encontros mais difíceis na Liga dos Campeões da época passada, como por exemplo, com o Atlético de Madrid e Bayern de Munique. Se por um lado a incorporação de Salvio no onze é um acrescento de experiência e qualidade, por outro, esta mudança mais acentuada a nível táctico pode ser uma desvantagem para nós. Por isso, mesmo, e apesar da pressão que possa existir por querer colocar o Salvio a titular para poder ser vendido ainda neste defeso, acho que ele só deve ser utilizado numa fase posterior do encontro.

A utilização de Gonçalo Guedes permite uma
polivalência muito útil para a hibridez do sistema de jogo
encarnado. Pode também trocar de posição com o Cervi.
Notar na inclusão de Raúl em detrimento de Mitroglou.

8 comentários:

  1. Estou de acordo que vai entrar o Guedes, mas não entendo porque colocas o Jimenez, quando sabes que vai jogar o Mitroglou...

    Essa opção será a tua opinião imagino!

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    1. A opção do Raúl é minha. Não acho que o Mitroglou mereça jogar de início. E, como nos treinos deve ser Raúl + Guedes contra Mitroglou + Jonas, porque não levar os dois.

      Escrito isto, não significa que o grego não entraria na segunda parte. O mesmo para o Salvio.

      ;)

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  2. Jiménez não tem capacidade para fazer de Jonas. Corre muito mas pouco mais. Acho que o Guedes tem sido trabalhado para fazer de Jonas e isso foi patente na pré-época, mas se calhar, face ao terreno mais dado ao choque e menos à técnica o Benitez seria mais ajustado, apesar daquilo que dizes ter todo o sentido.

    O Fonte já está mesmo fora de jogo?

    BF

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    1. Se fosse para colocar uma espécie de clone do Jonas, a opção até seria mesmo o Rui Fonte. Mas, este não estava lesionado?

      O Júnior para mim não conta para o "totobola". Foi apenas um jogador que veio para ver o valor e fazer as férias de outros. Só ficaria se tivesse mostrado algo do outro mundo, mas é um pouco mais do mesmo.

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  3. Viva PP!

    Também acho que a primeira opção para alternativa ao Jonas para amanhã é o Gonçalo. Acredito que mais tarde também o Carrillo poderá ser uma solução interessante, pela criatividade acrescida que pode meter naquela zona.

    Frente ao Tondela talvez faça sentido jogar o Raul de início e o Mitro no banco. Assim iniciamos o jogo com uma frente de ataque mais móvel, mais pressionante e batalhadora, porventura mais aconselhável considerando o adversário e o terreno. Mitro pede mais a bola no pé, redondinha, o que amanhã deve ser difícil de conseguir.
    Na direita o Pizzi, que pode de vez em quando vir para o meio trocando com o Gonçalo, baralhando as marcações adversárias.

    Não deixa de ser um teste importante à profundidade do nosso plantel, pois Jonas é individualmente o melhor jogador e o mais difícil de substituir, quer pela qualidade, quer pela especificidade do seu futebol.

    Mas o mister já deu provas de conseguir preparar bem a equipa para estas adversidades e fazer das fraquezas forças!

    Miguel Costa

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    1. Olá Miguel Costa!

      Partilho dessa leitura. Mas, se o Jonas é o jogador mais ímpar do nosso plantel (talvez apenas o Rui Fonte a passos se assemelha a ele), também não é menos verdade que sem ele, podemos adoptar um sistema de jogo que todos sabem interpretar: o 4-2-3-1. É que todos eles têm experiência em jogar nesse sistema, logo as adaptações são mais fáceis.

      Eu estou confiante que vamos fazer um excelente jogo. Somos mais equipa que os outros. E é essa a nossa verdadeira força.

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  4. Com Pizzi na posição 10 era mais interessante ter o Raul na frente do que o Mitroglou, na medida em que o Raul é um jogador veloz que ataca a profundidade é o complemento perfeito para aproveitar a qualidade de passe de Pizzi, enquanto o Mitroglou é mais fixo.

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    1. Verdade. Mas, podes sempre contrabalançar isso com um falso extremo que funcione como avançado interior. Por exemplo, Pizzi a colocar no Mitroglou que joga como pivot ofensivo, este aguenta a carga dos centrais, protege e temporiza a bola para soltar para o avançado interior que aparece de trás para a frente.

      Uma coisa é certa: temos jogadores para todos os cenários.

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