05 março 2019

Falta de valores...


... falta de competência.


Isto é o Porto (e a arbitragem) actualmente. Posso compreender que se queira criar um ambiente de algum desconforto para os adversários. Mas, quando isso chega ao nível de tentativa de privação de sono, através do lançamento de material pirotécnico à porta do hotel onde os jogadores do Benfica estavam instalados, é demais. Assim como é demais colocar em risco a saúde e segurança dos jogadores do Benfica ou de qualquer outro clube, através de apedrejamentos cobardes às suas viaturas. É irracional e mais do que nos quererem aterrorizar ou amedrontar, isto demonstra o medo atroz que eles têm de nós. É todo um complexo de inferioridade e um comportamento selvagem que está por detrás de tudo isto. O futebol deveria ser um veículo que transportasse valores como respeito pelo próximo. Ora o que o Porto faz é completamente o oposto. E, pior! Não há nenhum organismo que tenha coragem de os colocar em sentido por isso mesmo. Mas, o mais estúpido disto tudo, é que é precisamente este comportamento que não lhes permite crescer enquanto clube e enquanto instituição.


As instituições são, acima de tudo, as pessoas que as compõem. E, perante o comportamento que o treinador do Porto teve após o apito final, ao desprezar o braço e a mão estendida do jovem João Félix, para um cumprimento final a demonstrar respeito, revela o carácter mesquinho e pequeno desta gentalha. De facto, o Sérgio Conceição há muito que já revelou para todos a sua tremenda falta de educação. Com comportamentos de menino mimado, só quando ganha é que aparece à frente dos ecrãs como se fosse um menino do coro. Mas, é nas derrotas que se vê o carácter dos campeões e este Serginho é muito menino. É um protegido pelo seu clube. É um protegido por grande parte da comunicação social que presta-se ao papel daquelas mães que vão para a porta do tribunal dizer que o filho assassino é apenas um menino que merece uma segunda oportunidade. Pergunto-me, é este tipo de referências que queremos para a nossa sociedade? Onde está a responsabilização deste tipo de comportamentos? Não pode valer tudo! Reparem na forma como o Bruno Lage reage às provocações do Luís Guilherme. Reparem como ele consegue retirar a carga emocional do director do Porto e usa-o em seu belo prazer, esvaziando-o do ódio. É brutal. É de uma inteligência emocional gritante. Daí que até o Luís Guilherme reconhece e acabam com um abraço no final da partida, enquanto o Serginho continua a ter comportamentos de criança mimada, como podem ver pela foto de capa deste artigo.


Nem com ajudas lá vão. A tentativa de mexer com a cabeça dos jogadores do Benfica, não começava nos foguetes e terminava com todo o clima hostil. Não... Isso seria para meninos. A nomeação, mais uma, de um árbitro da associação de futebol do Porto, para um jogo dos azuis-e-brancos (como é possível continuarem a descredibilizar a arbitragem numa altura destas?!) era uma segurança extra para conseguirem controlar tudo o que se passava nas quatro-linhas. Ainda para mais, com a nomeação de Jorge Sousa, um antigo membro da claque dos super dragões do Porto. Esta nomeação só faz sentido quando pensamos que o Conselho de Arbitragem é um organismo que está a mando da influência do Porto e de muitos interesses do norte. Não é à toa que o futebol profissional está cada vez mais polarizado a norte do país. Isto deve-se à rede de influências que se cobrem umas com as outras e que coloca em risco o crescimento do futebol nacional. Mas, sobre isso penso que será melhor dedicar um artigo só para este tema. O facto é que no clássico, foi o Jorge Sousa (e o VAR) que retirou o Pizzi durante grande parte do primeiro tempo (como é que não marcam grande penalidade do Manafá sobre o 21 encarnado?) e defendeu o Brahimi o jogo todo. Tudo o que eram entradas sobre o internacional português não eram faltas, mas quando o mesmo retirava a bola ao argelino, o Jorginho lá encontrava sempre uma irregularidade. Logo aqui dava um cheirinho da forma como estava a inclinar o campo. E, se dúvidas houvesse, o que dizer do lance do golo do Porto? Lance subjectivo o tanas! Há clara influência do Pepe no golo, que perturba a reacção do guarda-redes Odysseas. Depois, a forma como facilmente amarela os nossos defesas centrais e como não acalma o Pepe e o Felipe com admoestações semelhantes, estão a tentar enganar quem? E, no lance do Otáv(r)io com o Gabriel, porque razão o VAR não identificou a tentativa de agressão do médio do Porto, para não falar das agressões de Pepe, Felipe e Brahimi?! E, onde estava o VAR quando o Casillas soca a cabeça do Rúben Dias?


A incompetência vem sempre ao de cima. A tentativa de mexer com a cabeça do adversário, a criação do ambiente hostil, a segurança de terem a arbitragem do lado deles, tudo isto mais não é que tentar esconder as graves lacunas que a equipa de Sérgio Conceição tem. Os mesmos comentadores dragartianos que venenosamente questionavam a qualidade do futebol encarnado, passando a imagem de que com Rui Vitória o Benfica jogava pontapé para a frente e, ainda na última semana que antecedeu o clássico, diziam que a equipa do Bruno Lage era uma equipa puramente de transições, são os que ficam mudos quando olham para o processo de jogo do Porto. Esta equipa do Serginho é que joga verdadeiramente em pontapé para a frente e caso não se ganhe a primeira bola, tentam ganhar a segunda bola com as entradas de Herrera, sobrando muitas vezes para o Brahimi e Corona. Jogo interior? Zero! E, perante equipas organizadas, o tal mágico que apregoam ter, o espanhol Óliver, faz o seu número mais conhecido: desaparece do campo! E, por falar em espanhóis, o que dizer do fiasco táctico que a aposta do Adrian traduziu. Ah e tal, marcou um golo. Bem, como escrevi acima, deveria ter sido anulado pelo VAR. Mas, mesmo com esse golo, de bola parada, o que é que o avançado espanhol fez no Dragão? Nada. E, ainda perde aquela bola de costas para a baliza no meio-campo defensivo do Porto, que origina o golo do João Félix. Mais uma vez, onde estão os críticos? O gato mordeu a língua... E, o que fez o Serginho quando se viu em desvantagem e em vantagem numérica? Retira um médio-ofensivo (Óliver) e mete um médio-defensivo (Danilo). Mas, antes já tinha tirado um extremo (Corona) e colocado um médio-ofensivo, o Otá(r)vio, assim como refrescado o ataque, tirando o Adrian e colocando o Soares lá na frente. Em suma, alargou a frente de ataque, mas jogo interior... nem vê-lo! Não há variabilidade ofensiva no Porto, pelo que se esta equipa estiver em desvantagem e o adversário ter um mínimo de qualidade, não conseguirão dar a volta ao resultado, porque o tipo de jogo é variar a bola de flanco para flanco e procurar os laterais para cruzar. Aliás, procurar o Alex Telles para cruzar, visto que do outro lado, falta qualidade para os cruzamentos. É um tipo de jogo tão, mas tão previsível (reparem no mapa de passes do Porto no clássico em baixo), que apenas não admiro terem sido campeões, pelo simples facto de todas as ajudas já referidas acima. E, na época passada, o descaramento foi ainda maior, com jogos a durarem mais de mês e meio e interrompidos ao intervalo... Mas, continuando, em termos tácticos o treinador do Porto não abdicou de um dos centrais, mesmo em vantagem numérica, para arriscar um pouco mais. Manteve-se fiel ao 4-4-2, se bem que o Otá(r)vio jogando sobre a meia-direita é mais um terceiro médio que o Corona, mas é pouco. O técnico azul-e-branco nunca conseguiu perceber a estratégia que o Benfica tinha montada para o Porto. Sabia o onze, mas isso serviu-lhe de muito pouco. Ideias de como ultrapassar a organização encarnada? Nada! Nicles! Népia! Bola! Muito pouco para uma equipa que enverga o título de campeão nacional, diz à boca cheia que é a melhor equipa nacional e que joga perante dos seus 40 mil adeptos em casa. "Muita poucochinho", como diria o outro. Ah! E ninguém fala em como o Serginho encosta o Militão para colocar em campo o Pepe, que desde que entrou na equipa, ela teima em conseguir um registo de resultados positivos... por aqui também se vê as deficiências na gestão do grupo de trabalho.


A queda de um modelo de negócio e de um clube. Toda esta pressão para que o Benfica perdesse, não se deve inteiramente à rivalidade entre os dois clubes. Podemos ter rivalidade, mas sem chegar a este ponto. Acontece que há motivos de força maior. Trata-se pois do ganha pão de muita gente que tem lugares marcados numa indústria que de certa forma carece de regulamentação e transparência. Uma indústria que em Portugal funcionava como placa giratória de potenciação de valor, ou seja, uma indústria que tipicamente contratava por tuta e meia a mercados futebolísticos de baixo custo (antes a América do sul e hoje em dia, os mercados africanos, asiáticos e do leste da Europa, para além da remessa de segunda linha da América do sul), para depois de potenciarem no mercado português, seguirem viagem para os maiores e melhores campeonatos europeus por quantias elevadíssimas. Isso criou uma elite que ganhava com este modelo de negócio e que durante décadas acabou por investir nas organizações nacionais para que protegessem os seus investimentos. Por exemplo, já repararam como protegem tanto um jogador como o Brahimi? O argelino até tem pormenores interessantes, mas não passa disso mesmo. Contudo, todo o mundo de microfone na boca e com tempo de antena não pára de prestar vassalagem ao jogador, mesmo quando é dos que menos rende para aquilo que se espera dele. É porque há muito interesse em que ele seja vendido. Agora, reparem como este poder instituído reage quando outro fornecedor aparece. Ainda por cima um fornecedor 100% nacional!? Ah, pois é! É aqui que a porca torce o rabo. É aqui que o "sistema" começa a mexer-se em toda a sua teia de conhecimentos para manter o seu estilo de vida.

18 comentários:

  1. 👏👏👏

    Muito bem, PP! Nada a acrescentar!

    Como disse aqui no outro dia, lembro-me de poucas equipas e poucos treinadores tão sobrevalorizados como este Fruta Corrupção Pancadaria e SC. Por alguma razão tiveram que activar o Apito Dourado 2.0, com Fernando facturas das deusas Gomes, Tiago cachecol do Porto Craveiro, Paulo Costa e Fontelas Gomes...Asco absoluto daqueles grunhos provincianos!

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    1. E os Guedes, os Animais e os Baldaias destas vidas...

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    2. Viste o falhanço da capa do reco-reco?! Ah! Ah! Ah!

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    3. Pensavam que o Jonas iria jogar em Zagreb e ele nem sequer foi convocado. Lol! Que fartote.

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  2. Já nem tenho palavras para descrever o nojo que essa corja de mafiosos me provoca. Não gosto nada de ter estes sentimentos, mas a culpa não é minha, é deles!!

    Estou convencido que enquanto o velho peidoso não morrer isto não muda. E o cabrão do velho nunca mais morre!

    É uma enorme vergonha para a Justiça portuguesa que esse bandido acabe por morrer antes de ser preso, com tantos crimes que tem cometido, pelo menos desde os anos 80 (Aveiro Connection)até ao mais recente caso da segurança privada ilegal. É revoltante!

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    1. Que estória é essa da Aveiro Connection? Desconheço.

      Pessoalmente, penso que se mesmo com estas dificuldades conseguirmos triunfar, mais certo é esta gente ficar completamente ultrapassada. Já muito impérios foram destruídos dessa maneira, porque esta malta não conseguiu renovar.

      Repara, o Benfica ao ganhar com este modelo de gestão/desportivo, vai ter uma vantagem competitiva brutal face aos nossos mais directos rivais. Por mais que o Porto e o Sporting queiram copiar o modelo, vão estar muitos anos atrás, porque a estruturas são as pessoas. Montar a equipa que está por detrás do Benfica, quer na formação, quer na área financeira não é para todos e não se faz da noite para o dia. O Bruno de Carvalho pensava que sim e vê lá no que acabou por concretizar. Levou o Sporting à ruína.

      O Porto esta temporada teve a salvação da Liga dos Campeões, mas isso não lhes vai servir de muito, porque o Sporting de Braga com mais um ou dois anos está a lutar pela Champions e será o nosso principal concorrente, porque já tem uma estrutura montada de grande qualidade na formação. O Porto é só entreposto. E, o Sporting caiu muito em qualidade.

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    2. "E o Sporting caiú muito em qualidade". Sim, para aí em 1983 😂

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    3. Aveiro Connection foi um caso de contrabando em que o padrinho esteve envolvido, mas milagrosamente nem chegou a ser acusado. Como em tantos, tantos outros.

      Também não tenho dúvidas que em termos de organização, infraestruturas, pessoal especializado, formação de atletas, etc, estamos mesmo os tais dez anos à frente. Mas depois vejo filmes de terror como o jogo da Taça da Liga com os mafiosos e fico com vontade de matar alguém!

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    4. Chama, se o Benfica continuar a ganhar como tem feito e com a consistência que tem feito, todos os outros vão copiar o modelo do Benfica. A mentalidade vai ser aquela que o Benfica vai impor e com isso, as forças ocultas irão entrar segundo os nossos valores. Nós próprios vamos estar mais próximos dos outros clubes porque vão querer estar próximos. Isso vai-nos criar força nos organismos e com a ajuda deles mudar as estruturas para que o futebol português possa verdadeiramente crescer sustentavelmente.

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  3. Faz todo o sentido essa ideia de que o nosso modelo de negócio vem colocar em causa determinados interesses há muito instalados no futebol português, e que esse novo modelo tem tudo para ser bem-sucedido no nosso caso e influente a nível nacional. Mas o pior é se esse nosso novo modelo de negócio não passar disso mesmo: de um simples modelo de negócio. O pior é constatar que ainda mal esse nosso novo modelo começou a vingar, e já os abutres do pilim o cercaram, começando a comprometer o seu real êxito. O pior é quando há abutres desses com responsabilidades na nossa SAD. O pior é quando os nossos dirigentes tentam fazer de nós parvos, tentando convencer-nos de que há uns anos era mesmo preciso vender Bernardo e Cancelo, a preço de saldo, quando ainda eram jovens da equipa B. O pior é quando continuam a atirar-nos areia para os olhos, dizendo que a partir de agora já não vai ser preciso fazer negócios ridículos como esses, mas quando surgem uma série de ases vindos do Seixal, para vários sectores da equipa A, que podem perfeitamente vir a ser a coluna vertebral de um Benfica europeu, aquilo que nos é dito é que "só os deixaremos sair pelas cláusulas", o que basicamente quer dizer "preparem-se, porque vem aí mais uma jogada do Mendes". E por falar em Mendes, é absolutamente essencial, a bem do projecto que temos em curso, que esse tipo seja completamente afastado do Benfica. Não precisamos dele. O seu único interesse é a sua carteira, e não os interesses desportivos e financeiros do Benfica. E acima de tudo, o sr. Luís Filipe Vieira tem de perceber de vez que o Benfica não é só mais uma das suas lojas de pneus.

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    1. O modelo de negócio é o que suporta todos os nossos sonhos. Ou achas que não existe um modelo de negócio no Real Madrid, Barcelona, Bayern, Liverpool, Manchester United e City e por aí fora? Até mesmo a Juventus tem um.

      A prova dos nove se nos estão a atirar areia para os olhos vai ser quando os miúdos forem aliciados por melhores contratos. Aí sim vamos ver se saem abaixo ou só saem pela cláusula de rescisão.

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    2. Claro que têm, e tem sempre que haver, por mais incipiente que seja — nem que seja trocar um juvenil promissor por vinte bolas furadas. A questão não é essa. A questão é desenvolver um modelo de negócio que conduza a títulos, e nomeadamente aos títulos internacionais que pretendemos, ou que sirva apenas para encher os bolsos a alguns, em claro prejuízo dos interesses desportivos do clube.

      Acho que tens razão quanto à prova dos nove. Veremos que valores vão estar envolvidos, e já agora se o valor da cláusula será todo para o Benfica, ou se lhe é descontada a choruda comissão do Mendes… Mas mais do que isso, quando esse aliciamento chegar, também quero saber qual será o esforço feito pela estrutura para melhorar os contratos aos miúdos e mantê-los por cá mais tempo, nem que seja apenas por mais uma temporada, sabendo que têm o Treinador que têm...

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    3. Acredito que investindo menos em contratações, consigamos aumentar a nossa competitividade, aumentando o nosso orçamento para vencimentos dos jogadores. Só dessa forma conseguiremos manter os melhores jogadores. Mesmo assim, repara na distância que existe face aos melhores vencimentos praticados no futebol mundial: o Messi ganha 8M€ limpos (+/-16M€ brutos cá em Portugal) por mês, i.e., 100M€/ano. As nossas receitas são na ordem dos 250M€.

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    4. Trata-se de investir melhor em contratações cirúrgicas e de eliminar certas excrescências. E trata-se também de reservar os aumentos de vencimento e os patamares salariais mais altos para quem é realmente importante manter no plantel, e não para quaisquer vacas sagradas, até porque para reformas douradas há muitos clubes disponíveis pelos EUA, pela China e pelas arábias... Independentemente dos aliciamentos que cheguem, o que me interessa saber, mais do que o cumprimento do valor da cláusula, é o que a estrutura encarnada pretende fazer para adiar o mais possível essas saídas, ou apresentando contra-propostas ao jogador, ou antecipando-se com renovações contratuais. Claro que chega a um ponto em que é impossível competir com os vencimentos das principais ligas. Mas se entretanto se conseguiu mais um, dois ou três anos de ligação com o jogador, tanto melhor.

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