02 novembro 2015

Quando a cabeça não tem juízo...


... o corpo é que paga! Já dizia a música de António Variações e bem que pode ser aplicado ao que aconteceu no derby do estádio da Luz, à uma semana atrás.

Muito se tem escrito acerca do derby de Lisboa da semana passada. Mas, muito pouco foi escrito do que penso ter sido verdadeiramente fulcral nesse encontro: a sua dimensão emocional. Na minha opinião a parte mental foi a chave do jogo. Mais concretamente a inteligência emocional, pois os jogadores do Benfica não foram capazes de lidar com as emoções do antes e durante o jogo. Se têm dúvidas sobre isto, peço ao leitor para seguir a análise nas próximas linhas.

Começo por fazer um retrato ao ambiente antes do jogo. Durante várias semanas, a direcção leonina teceu ferozes ataques aos encarnados. Houve tentativas de condicionarem as arbitragens, com especulações infundáveis ou no mínimo rocambolescas. Notícias foram implantadas nos jornais a diminuírem a equipa encarnada. Desde as bocas a Rui Vitória até aos artigos sobre os valores dos planteis dos dois clubes, valorizando o plantel leonino e diminuindo o plantel bicampeão nacional. Ou seja, na preparação mental do jogador encarnado, este seria o encontro em que iriam ajustar contas. Seria o jogo em que o Benfica iria mostrar quem é que era mais forte. Ainda para mais depois de tudo o que se passou no final do encontro da Supertaça...

Abro um pequeno parêntesis para abordar a resposta institucional encarnado perante todos os ataques do Sporting: o silêncio. A meu ver esta é a melhor resposta que poderemos dar neste tipo de situações, por mais que todos nós queiramos mandar umas quantas à cara daquela gente. O silêncio e um excelente jogo por parte do Benfica teria sido mais que o suficiente para o balão leonino implodir.

A equipa encarnada entrou no jogo relativamente bem, se bem que muita gente depois do resultado final e ouvindo uns comentários "clichés" da imprensa tenha ficado com a sensação que foi o Sporting a fazer um excelente jogo. Na Animação 1 podemos ver que o Benfica estava a saber esticar a equipa leonina, apesar da nuance táctica de Jorge Jesus de colocar o João Mário como médio direito. Reparem como o posicionamento de Gaitán (e consequentemente de Gonçalo Guedes), foi uma excelente ideia por parte de Rui Vitória. O argentino jogando na direita, poderia facilmente lançar contra-ataques de uma forma muito mais eficaz. Por outro lado, não estando sobre a esquerda, fez com que João Pereira e João Mário ficassem surpreendidos, conforme depois poderão verificar na Animação 3.

A Animação 2 é uma continuação do lance da Animação 1. Aqui podemos verificar que afinal o trio formado por William Carvalho, Adrien e João Mário, nem sempre conseguiram materializar a vantagem numérica que tinham sobre a dupla de médios do Benfica: Samaris e André Almeida. Por aí explica-se como o Benfica nos minutos iniciais e de forma genérica até ao 3º golo do Sporting estava a superiorizar-se ao meio-campo do Sporting em termos de recuperação e circulação da posse de bola. Nesta animação também nota-se que o Benfica não é a anarquia táctica e estratégica que muitos estão a fazer querer. Reparem, como a circulação e a variação do centro de jogo por parte do meio-campo e defesa encarnadas, faz com que a equipa do Sporting perca um pouco a sua forma compacta.

A equipa encarnada com posse de bola, ao alargar as suas linhas e a fazer girar a bola entre os vários sectores da esquerda para o meio, do meio para a direita, e depois regressar à esquerda, está a fazer a equipa do Sporting "dançar". Reparem na distância de João Mário quando a bola chega aos pés do Eliseu (ver Animação 3). Reparem nas distâncias de quem deveria fazer a cobertura ao médio verde-e-branco. Reparem nas movimentações de Gonçalo Guedes como falso extremo esquerdo e de Raúl Jiménez a abrir espaços na defesa do Sporting. Onde está a superioridade táctica da equipa de Alvalade? Enfim, por aqui vê-se que a equipa encarnada estava preparada tácticamente. Neste lance é apenas é de lamentar a tomada de decisão imatura de Gonçalo Guedes.

Enquanto o Benfica facilmente chegava ao último terço do terreno, já na zona defensiva do Sporting, este apenas conseguia esporadicamente chegar a meio do nosso meio-campo. Na Animação 4 poderão verificar isso mesmo no início, com Luisão a conseguir resolver a tentativa de penetração por parte de Slimani e o nosso meio-campo a ficar com a posse de bola. Contudo, o que se segue a seguir é mais um erro técnico do André Almeida do que uma pressão bem feita por parte do Sporting. É verdade que Adrien, João Mário e Bryan Ruiz fazem uma excelente zona de pressão sobre o André Almeida. Mas, não é menos verdade que se o André Almeida em vez de forçar um passe para o Samaris (e assim lançar logo um contra-ataque rápido sobre o Sporting), tivesse passado ao Sílvio, teríamos conseguido sair daquela zona de pressão com bola jogada. Para quem só veja o lance num resumo, provavelmente irá apenas ver a parte final da jogada onde mostram que o Sílvio está a colocar todos os jogadores do Sporting em jogo. Escusado será dizer que ele deixou-se ficar para trás, para dar linha de passe para o André Almeida poder passar-lhe e ele poder sair a jogar daquela zona. Mal o André Almeida perdeu a bola deveria ter subido, mas temos de ver que tudo se passou rapidamente e mérito para o Adrien que faz logo o passe para o coração da área encarnada, não dando muitas hipóteses a subidas. Para além disso, atendendo à condição do Sílvio estar ainda à procura da melhor forma física, acredito que isso também possa ter a sua quota parte.

De qualquer forma, a grande responsabilidade pelo lance do golo é do André Almeida. Não quero criticá-lo muito mais, porque como veremos na Animação 5, ele claramente sentiu o peso desse erro em cima dele. Prefiro sim realçar que isto tem de servir de lição para ele e acredito que isto só lhe fará ser um médio melhor. Já agora, também realço que mesmo depois do golo a equipa do Benfica não baixou os braços e logo na jogada do pontapé de saída criou logo perigo na área do Sporting.

Como o Sporting estava muito compacto na zona central do terreno, o Benfica procurava alargar o adversário jogando pelos corredores. Sinceramente, a estratégia não foi má pensada. Na Animação 6 vemos uma combinação entre Raúl Jiménez e Sílvio. Aposto que se o internacional Português estivesse com mais ritmo de jogo teria chegado a esta bola e criado o desequilíbrio na defesa leonina. Realce para o jogo do avançado mexicano. Já o vimos à pouco à esquerda, agora à direita. Neste lance, fiquei a pensar em como teria sido óptimo poder contar com um Sílvio em grande forma ou simplesmente com o Nélson Semedo...

O Benfica jogava e o Sporting marcava contra a corrente de jogo. Nota importante, o Sporting não estava a defender perto da sua área, ou a jogar totalmente recuado no terreno. Tentava posicionar-se o mais subido no terreno a fim de encurtar as suas linhas. No entanto, o seu jogo ofensivo não era muito mais do que aproveitar os erros do Benfica e sobretudo o exposto na Animação 7: bola longa no avançado e ele que corra!

E quando se esperava mais pelo primeiro golo dos encarnados, depois de uma falta a meio-campo para o Sporting, a bola é passada ao lateral Jefferson que mesmo com a contenção de Guedes consegue fazer um cruzamento aparentemente fácil para os defesas centrais cortarem (ver Animação 8). Contudo, Luisão errou duplamente no posicionamento nesse lance. Primeiro porque deveria ter dado cobertura ao seu lateral, subindo a linha defensiva no terreno e aproximando-se mais da direita e não ficando tão agarrado à marcação dos avançados do Sporting. Isto faria que estes ficassem em fora-de-jogo no momento do cruzamento. Depois, porque ao optar por marcar o Slimani, deveria tê-lo feito em condições e aquela bola, àquela altura e naquela trajectória tem de ser sempre dele. Sempre! Segundo erro individual encarnado... segundo golo leonino!

E, a cabeça dos jogadores do Benfica começava a dar sinais de instabilidade. Basta ver o lance de Gaitán na Animação 9. Reparem no rosto do internacional argentino quando perde o controlo da bola num lance de fácil controlo. Na cabeça dos jogadores do Benfica viam o Sporting a marcar dois golos em dois remates e meio (metade do primeiro golo é mais ressalto de bola no pé do Guitiérrez do que remate deste, um remate de cabeça de Bryan Ruiz por cima da barra e um remate de cabeça de Slimani no segundo golo do Sporting). Enquanto eles já tinham criado várias jogadas de perigo, com situações para Jonas finalizar e outras em que a definição no último terço do terreno não estava a ser boa, ou por imaturidade (Gonçalo Guedes), ora por desconcentração (Nico Gaitán e Jonas), ora por falta de capacidade física (Sílvio).

Uma coisa é jogarmos mal, como fizemos na Supertaça, onde nem sequer conseguíamos articular 3 passes seguidos. Outra é estarmos a jogar bem, a criar os movimentos para finalização e não o conseguirmos. E, depois porque lá atrás estávamos a cometer erros de principiantes. E, porque não há duas sem três... reparem no lance do terceiro golo leonino (ver Animação 10)... parece uma combinação dos erros nos primeiros dois golos. Primeiro André Almeida a decidir pelo passe que pensava ser o de menor risco, ser afinal o que mais risco acarretava para a sua equipa, que estava totalmente balanceada para a frente. Segundo, porque Luisão e Jardel estavam a dormir no seu meio-campo. Sinceramente, não percebo esse comportamento posicional dos nossos centrais. Fazem sempre o mesmo! Numa situação de desvantagem no marcador e com uma projecção totalmente ofensiva da nossa equipa, com consequente recolher das linhas do Sporting e dos avançados leoninos, porquê ficarem dentro do meio-campo encarnado? Porque não subirem até à linha de meio-campo encurtando linhas, marcarem em cima o avançado e poderem dar cobertura aos médios de forma mais eficiente?

Este por(maior) da dupla de centrais é o problema mais grave que o Benfica de Rui Vitória tem para resolver. Este comportamento compromete o equilíbrio ofensivo/defensivo da equipa e também o modelo de jogo que aparentemente pretende implementar no Benfica. O médio Samaris, no final do jogo, mais concretamente, na flash-interview, falou na falta de confiança. A confiança também vem do facto de saberes que a um erro teu terás rapidamente um colega teu por perto para colmatar a tua falha. É isso que sobretudo Luisão, como líder da defesa e do grupo deve fazer. Pessoalmente, eu penso que para o perfil de defesa que nos possa dar soluções de qualidade de posse de bola e os tais 60 metros à frente da nossa baliza, para que a nossa equipa efectuar um jogo de posição eficiente e eficaz no meio-campo do adversário, o Luisão não tem esse perfil futebolístico. Contudo, para a maioria dos jogos da primeira liga serve e sobra, pois a exigência e a qualidade dos adversários é menor. Do ponto de vista físico, também acho que o Luisão já não está ao nível de fazer três jogos consecutivos, sobretudo, se dois deles forem do nível de um Galatasaray (jogo de Champions) e de um Sporting (clássico nacional).

Depois do terceiro golo e com o aproximar do intervalo, a equipa encarnada teve muitas dificuldades de reagir. É aqui que entra verdadeiramente a componente mental/emocional. Tivessem os jogadores encarnados mais serenos, teriam olhado para a estatística da primeira parte e verificado que o Sporting estava em vantagem mais por demérito do Benfica do que por mérito leonino. Defensivamente cometemos erros individuais que comprometeram a equipa. Ofensivamente, estávamos a conseguir criar jogadas com princípio, meio e fim. O que fazer então? Corrigir os posicionamentos de Luisão e Jardel no processo ofensivo. Esse seria o primeiro ponto. Outro ponto seria o de dizer a André Almeida e a Samaris procurarem a linha de passe mais conservadora. Deixar que os desequilíbrios fossem feitos noutras zonas do terreno. E continuar a insistir no jogo ofensivo que estávamos a desenvolver, pelo menos até ao 2º golo do Sporting. O objectivo primordial seria marcar o primeiro golo. Tenho a convicção que marcando o primeiro a confiança regressaria.

Estou certo que provavelmente o Rui Vitória e a sua equipa técnica devem ter abordado isso. Mas, o peso dos 3 golos, toda a situação de frustração apoderou-se irremediavelmente em toda a equipa. Quando não se joga a pensar, corre-se muito mais, erra-se muito mais, luta-se muito mais, mas consegue-se muito menos. Foi isso que continuei a ver na segunda parte do encontro. Não estava à espera desta reacção por parte da equipa na segunda parte. Sabia que virar o resultado seria difícil, mas numa equipa recheada de bicampeões, jogadores com a carimba de Júlio César, Luisão, Samaris, Gaitán e Jonas, estava à espera de outra mentalidade na segunda parte. Muito mais focada. Muito mais personalizada. Esta questão mental/emocional é algo que tem de ser revista e bem trabalhada pela equipa técnica e jogadores. Não se pode perder a cabeça desta forma. Ainda para mais quando havia sinais de que o adversário não estava assim tão forte quanto faziam querer.

No entanto, deixo-vos uma última questão: foi o Sporting que foi muito superior ao Benfica, ou foi o Benfica que foi muito inferior ao que ele sabe fazer? Eu penso que a Animação 11 pode ajudar-vos a encontrar a resposta certa...


12 comentários:

  1. Na minha opinião, há mais demérito do Benfica do que mérito do Sporting. O Benfica entrou bem no jogo, só que o primeiro golo abalou a equipa psicologicamente.
    Os três golos do Sporting são golos consentidos pelos jogadores do Benfica. Custa-me a entender, por exemplo, o segundo golo do Sporting. Como é que o Slimani aparece no meio do Jardel e Luisão, dois jogadores experientes, sem marcação?
    O Benfica já mostrou que pode fazer melhor. Espero que o Benfica quando for a Alvalade jogar para a taça, esteja mentalmente mais bem preparado, e que possa mostrar o seu verdadeiro futebol e vingar a derrota na luz.
    Saudações benfiquistas PP.

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    1. A componente mental é muitas vezes desprezada por muita gente, que continua a pensar que montar uma equipa é como montar uns legos, i.e., as peças encaixam todas umas nas outras. O problema é que são seres humanos, com todas as suas virtudes e defeitos.

      Sobre a nossa defesa, é para mim o maior problema que o Rui Vitória tem por resolver. Luisão para mim é o elo mais fraco deles todos. No próximo artigo falarei exactamente disso.

      ;)

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  2. A nossa defesa está envelhecida com pouca velocidade e fulgor, é necessário rejuvenescer, dispensaram 2 defesas laterais esquerdos e não trouxeram nenhum e a agora temos de estar a improvisar. Em Janeiro ou contratamos um defesa esquerdo para ir alternado com o Eliseu ou subimos o Rebocho.Vai ser necessário mais um Box to Box possante ou então o Sanches assumi de vez a posição. Chega de medos em por os miudos a jogar.

    AVP

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    1. Eu nem acho que precisamos assim tanto de ir ao mercado.

      Para a defesa, há o Lisandro. E o Lindelöf convinha começar a ter minutos.

      Para lateral esquerdo, há o Eliseu e o Sílvio (quando o Semedo regressar à direita). Até lá, porque não dar tempo de jogo a Nuno Santos? Ou até mesmo o Rebocho, como tu escreveste e bem. O jogo frente ao Tondela serviu para percebermos que estes miúdos estão preparados para estes desafios.

      Para médio-centro, temos Cristante (mais defensivo), João Teixeira e Sanches (mais ofensivos). Para além destes, ainda há o Talisca que deve ser adaptado ao meio-campo.

      Há qualidade dentro do plantel. Agora, é preciso é trabalhá-lo... e muito!

      ;)

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  3. Caros Benfiquistas,
    O nosso problema (dentro de campo) começa nas laterais, não ha volta a dar-lhe, no futebol moderno são duas das mais importantes posições numa equipa e que mais dão equilíbrio à mesma. E, não estou a falar sómente dos clubes milionários, os mais modestos e bem estruturados tentam sempre contar com laterais competentes...pois não é o nosso caso. Em todas as pré-épocas lá temos a novela lateral esq e, este ano, para apimentar a coisa vamos tb criar a novela lateral dto. O miúdo enquanto durou tudo bem,mas assim que vem a lesão..maus amigos agarrem-se ás cuecas que vem enxurrada de problemas. Banco sem alternativas e uns quantos na prateleira (médios). E o que dizer dos centrais, o Luisão está velho. Facto. Não tem ainda substituto à vista. Facto. e tem de jogar sempre, porquê?? Facto. Tudo bem que é o líder e uma voz importante no balneário, concordo em certa medida, pq anos houve em que só o era quando queria....e não pode jogar sempre, acho eu.
    Para acabar fica no ar a questão: Djuricic e Cristante não tinham lugar na miséria que é o meio-campo actual do Benfica?? E então se compararmos com as explosivas exibições do Taliscas e do sr. 14M (Pizzi)...meu Deus onde anda tudo com a cabeça na SUPER ESTRUTURA!!!!!!
    Saudações Vermelhas!!

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    1. Rogério, não acho que a situação seja assim tão catastrófica, porque o Rui Vitória tem os meios humanos necessários para dar resolver todos os problemas.

      Nas laterais, podemos não gostar do Eliseu, mas ele não é assim tão mau quanto o pintam. Quando regressar Semedo, temos mais que condições, até porque Sílvio poderá ir rodando com eles. Neste momento, e visto que Semedo está lesionado, concordo em apostar, em jogos mais fáceis, em miúdos como o Clésio, o Nuno Santos, e até mesmo Vítor Andrade, João Teixeira, Pedro Rebocho e Víctor Lindelöf, conforme já tinha mencionado no seguinte artigo:

      http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2015/10/criar-alternativas-para-as-laterais.html

      Podem não ser as soluções dos nossos sonhos, mas bem trabalhados poderemos até ter algumas surpresas positivas.

      No centro da defesa, acho que já está mais que na hora de enquadrar o Lisandro na equipa. Tenho para mim, que o Luisão já não tem a frescura física para fazer 3 jogos por semana, sobretudo se forem em alta intensidade. Porque não rodar com o Lisandro, poupando assim o Luisão e enquadrando o argentino? E ainda há Lindelöf... Já agora, gostava que adoptassem um médio defensivo, que poderia ser o Fejsa, à posição de central, pois acho que seria benéfico para a nossa qualidade de jogo ofensivo.

      No meio-campo, André Almeida e Samaris são os titulares e estou de acordo. Agora, há espaço para Cristante, Pizzi e Talisca irem rodando com os outros dois.

      Nas alas, era bom que o o Rui Vitória adoptasse o modelo de falsos extremos. Não só a equipa ganharia em termos de qualidade de jogo, como também jogadores como Guedes e Gaitán, mas também Pizzi, Carcela e Taarabt poderiam render muito mais.

      Lá na frente, porque não fazer do Djuricic um novo Jonas?

      Acredito que rearrumando os jogadores desta maneira e trabalhá-los neste modelo, decerto que a percepção que actualmente temos de jogadores como Talisca e Pizzi melhorariam imenso.

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    2. Concordo com o que dizes e lanço mais esta: e quando é que o Rui Vitória vai finalmente lançar o 4-3-3?? Espero que não seja quando for tarde de mais ou quando o Jonas se lesionar!
      se ele tiver esta coragem, o jogo do Benfica vai ganhar outra alma, porque ao que sei é um dos "sistemas" preferidos do R. Vitória. Seria preferível ao "falso" 4-4-2 em que o Jonas vem atrás buscar jogo e ás vezes parece que os movimentos da equipa ficam confusos!!!

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    3. O problema desse "falso" 4-4-2 que referes é um problema da nossa defesa, pois para o Jonas e todo o nosso ataque ser eficaz precisa de jogar no meio-campo adversário. Para isso é preciso ter uma defesa que garanta os tais 50 a 60 metros à frente do nosso guarda-redes, mantendo o resto da equipa compacta no meio-campo adversário.

      Com Luisão dificilmente o Benfica conseguirá isso. Só apenas frente a adversários de menor qualidade. Por isso, é que defendo a experimentação de Lisandro ou de um médio mais defensivo no lugar do capitão encarnado.

      Ao mesmo tempo e porque isto são ideias que demoram a ser implementadas, nos confrontos mais difíceis e fora de casa apostaria no tal 4-3-3 que referes e que para mim é mais um 4-2-3-1. Acho que nesse esquema jogadores como o Pizzi, Taarabt e Djuricic poderiam ganhar outra dimensão. Da mesma forma que Luisão se sentiria mais protegido.

      ;)

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  4. PP,
    Saúdo o teu grande trabalho de análise táctica ao desenrolar das partidas.
    Obrigado
    Saudações Vermelhas!!

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  5. Parabéns pela analise! Finalmente alguém que percebe de futebol. Concordo integralmente, a chouriçada dos lagartos e o estado emocional dos jogadores, como Luisão, Gaitan, Jonas e Samaris, anularam o bom começo de jogo do Benfica e o estado anímico dos jogadores. Recordem-se das reações dos Jogadores do Benfica em relação ao Xistra, e a tranquilidade dos jogadores do Lagartedo. Os jogadores do Benfica apresentavam-se claramente descontrolados perante as provocações do Xistra e dosadversários.

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    1. Obrigado pelo elogio!

      Pessoalmente, acho que os nossos jogadores ao contrário de muita gente diz, entraram com enorme vontade de demonstrar ao Sporting e ao Jesus quem realmente eram os melhores. O problema foi que quando se viram em desvantagem entraram em descontrolo emocional. Aposto que durante o jogo muitos dos jogadores lá dentro de campo não paravam de pensar no que iriam dizer deles no dia seguinte, em vez de pensarem de forma fria sobre o jogo e o que poderiam fazer para mudar.

      É que tacticamente o Sporting estava longe de ser perfeito e a forma como o Benfica facilmente conseguia chegar ao último terço do terreno... bastava só os jogadores encarnados acreditarem. Tal como escrevi acredito que se tivessem entrado mais racionais na segunda parte e com isso seguir o seu plano de jogo, estou certo que marcariam um golo. Após isso haveria jogo até ao fim.

      ;)

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