1ª parte da análise aos dois últimos encontros do Benfica na
International Champions Cup de 2015.
International Champions Cup de 2015.
Jogo frente ao New York Red Bulls
O último jogo em solo americano, realizou-se na "Big Apple", frente aos New York Red Bulls perante um estádio repleto de Benfiquistas americanos. Em termos de promoção da competição, a organização não pode estar mais satisfeita com o convite endereçado ao bicampeão Português. Foi um sucesso a todos os níveis. Quanto ao jogo, houve melhorias e analisando friamente, o resultado final não espelha com exactidão o que aconteceu nas 4 linhas.
Os encarnados entraram em campo com um onze repleto de novidades e das supostas segundas escolhas. Na baliza, o estreante Ederson. O quarteto defensivo foi formado pelo miúdo Nelson Semedo na direita, Sílvio na esquerda, Luisão e Lisandro ao centro. O núcleo do meio-campo foram os habituais titulares da época passada: Samaris e Pizzi. Nas alas, Ola John e Carcela iam-se revezando à vez na direita e na esquerda. A dupla atacante foi formada pelo estreante Taarabt e pelo Jonathan Rodriguez. Com uma intensidade superior aos jogos anteriores, o Benfica chegou à vantagem, por intermédio do médio Pizzi após combinação com o marroquino Carcela. Isto, apesar de uma entrada forte por parte dos americanos. Com o passar do tempo, alguns jogadores que tinham actuado em menos de 48 horas, como por exemplo o Luisão, davam sinais de claro cansaço físico. O capitão encarnado teve uma série de lances caricatos com passes mal medidos para o guarda-redes, deixando o jovem Ederson muitas vezes com a batata quente. Até que antes do intervalo, borra por completo a pintura, ao falhar um passe para o guardião e este se transformar numa assistência perfeita para o avançado Bradley Wright-Phillips, repor a igualdade no marcador.
Percebi o porquê de Rui Vitória ter colocado este onze em campo: o Benfica tinha feito um jogo em menos de 48 horas, pelo que não seria correcto colocar o habitual onze titular. Penso que Rui temeu que a sua defesa ficassse sem referência sem Luisão em campo, daí que este tenha sido titular. No entanto, ficou patente que o melhor teria sido apostar no jovem sueco campeão europeu de sub21. Penso mesmo que perdeu-se a oportunidade perfeita para o Lindelöf limpar a imagem da "escorregadela" frente aos parisienses no primeiro jogo do torneio, e evitar que o "girafa" tivesse um passe daqueles. Outra oportunidade que ficou por concretizar, foi a de verificar a capacidade de liderança de Lisandro López no sector mais recuado.
As dificuldades físicas não só recaíram sobre o Luisão. Se o capitão e o Sílvio podem ter desculpas, já jogadores como Taarabt e sobretudo Ola John não! Bem, o marroquino já não jogava à algum tempo, portanto, aqui o puxão de orelhas vai cair, por inteiro, sobre o holandês. Como é possível o Ola John não se ter preparado convenientemente nas férias? Comparar a forma física com que se apresentou nesta pré-época e aquela que o jovem Nelson Semedo apresentou, é como da noite para o dia. Por falar neste miúdo, conformo já tive oportunidade de escrever, é para mim o titular da lateral direita neste início de temporada. O técnico encarnado não pode ter medo de apostar nele.
Disposição táctica e substituições do Benfica frente ao New York Red Bulls. |
Após o intervalo, Taarabt e Ola John tinham de sair. Para o lugar deles entraram o Djuricic e o jovem Gonçalo Guedes, respectivamente. Para vos ser franco, não gostei da entrada do "puto-maravilha" da Luz. Achei-o muito lento na reacção e estava à espera de vê-lo bem soltinho, como se tivesse preparado intensamente nas férias. É importante, que estes miúdos da formação, comecem a levar as coisas bem a sério, pois se as oportunidades são difíceis mesmo estando preparados, tornam-se quase impossíveis se virem a pensar que a vaga está ganha. Falando no sérvio, esteve um pouco mais dentro do jogo que o Taarabt. Motivo? Mais uma vez, a condição física.
E, foi exactamente o desgaste físico de muitos dos jogadores que estavam em campo, como por exemplo Luisão e Sílvio, que foram o principal adversário do Benfica nesse encontro. Com o desgaste, o Benfica não conseguia manter a equipa compacta. Sílvio já reagia tarde, quer para atacar, quer para defender. Por seu turno, Luisão já não saía lá detrás, amarrando assim a equipa e pior, colocando toda a equipa nova iorquina em jogo. Mesmo assim, Samaris e Pizzi iam chegando para as encomendas, até que não tiveram reacção para fazer pressão sobre o McCarty que faz um excelente golo num dos poucos remates que eles fazem à baliza de Ederson.
Depois do golo, Rui Vitória resolve injectar 3 dos habituais titulares no jogo: Gaitán, Talisca e Jonas. Destas três entradas, gostei apenas do Talisca no meio-campo. Gostava de vê-lo mais vezes naquelas funções, pois penso que poderá crescer muito ali. Gaitán teve ali uma ou outra jogada e sacudiu um pouco o jogo em nosso favor. Mas, era tudo muito à base do individual. Aliás, por falar de individualismo o que dizer da exibição do jovem uruguaio? Percebo que os jogadores queiram marcar para se mostrarem, mas o Jonathan Rodriguez deveria ter ouvido uns três ou quatro berros bem dados e isto ainda na primeira parte, quanto mais na segunda. Jonas, sem bola e sem apoios, torna-se uma luta inglória.
Por fim, o técnico encarnado ainda faz duas substituições no minuto 82. Pergunto, porquê? Porquê deixar o Luisão e o Sílvio, precisamente os dois jogadores em maior défice físico quase até ao final? Se fisicamente não se percebe, tacticamente muito menos! Luisão, conforme já mencionei não subia no terreno, logo a recuperação de bola era feita no nosso meio-campo defensivo o que provocava ainda mais desgaste na equipa. Por outro lado, com Sílvio a jogar a lateral esquerdo, não havia profundidade nessa ala. Em suma, João Teixeira e Marçal deveriam ter entrado muito antes, para podermos virar o resultado. Mesmo assim, o lateral esquerdo brasileiro poderia ter feito o tento do empate, se a bola não tivesse saltado num tufo de relva no momento em que rematou à baliza. Estou certo que esse infortúnio não teria acabado na bancada, mas sim no fundo das redes americanas.
"a organização não pode estar mais satisfeita com o convite endereçado ao bicampeão Português. Foi um sucesso a todos os níveis."
ResponderEliminarNão consigo concordar. Fomos a 2ª pior equipa da competição. Dificilmente seremos de novo convidados devido à vergonhosa prestação que tivemos. A imagem do SLB está muito fragilizada por não conseguir competir com equipas internacionais, conforme este torneio confirmou aquilo que a Liga dos Campeões tem demonstrado. Sad but true!
Sendo assim, o mesmo poderia ser dito do Barcelona...
EliminarFoi um sucesso, porque soube chamar a comunidade Portuguesa, que é enorme em Toronto e Nova Iorque (assim como na Califórnia) aos estádios.
A nível desportivo, penso que os dividendos iremos perceber futuramente.
A nível financeiro, é óptimo. Não só porque ganhamos logo à cabeça 3.5M€ como estamos na competição referência de pré-época para clubes.
Mesmo que o Benfica actual tem dificuldades em competir com equipas internacionais, é com este tipo de experiências que podemos evoluir. Decerto que não é a jogar com equipas Bs ou com os amadores dos Alpes que lá vamos.