... pois é sinal que o nosso também o será! Bem-vindo Rui!
11 de Junho de 2015, o Benfica comunica a todo o universo que já tem treinador para as próximas 3 temporadas e o seu nome é Rui Vitória.
O percurso
Comunicado de contratação do treinador Rui Vitória. |
Os objectivos
Um dos objectivos do ano para o novo técnico encarnado será já em Agosto, quando disputar a Supertaça Portuguesa frente ao Sporting de Jorge Jesus. |
A meu ver, fica para um segundo plano a performance europeia na Liga dos Campeões. O mínimo que exigiria ao Rui seria pelo menos o apuramento para a Liga Europa e consequente caminhada rumo a uma final nessa competição. Contudo, se o grupo da "Champions" permitir outros voos... porque não?! (Que sirva de exemplo a campanha desta época da Juventus...)
Os desafios
Nelson Oliveira poderá ser um dos mais beneficiados com a chegada de um treinador que o lançou e conhece bem. |
Outro desafio referido prende-se com a continuidade. O Benfica hoje tem uma identidade muito própria. Talvez o Vitória de Guimarães fosse a única equipa nacional a aproximar-se dessa identidade - à sua escala, como é óbvio. Por isso mesmo, o novo técnico encarnado deverá ter vida facilitada nesse campo. Agora, é preciso ter consciência que enquanto no seu Vitória era uma equipa fundamentalmente de transição, no Benfica terá que ser muito mais que isso. Terá de ser uma equipa predominantemente ofensiva. Jorge Jesus, conseguiu melhor do que ninguém incutir esse estilo nos últimos anos, se bem que, a meu ver não conseguiu elevar a um nível de jogo total (como o Barcelona, por exemplo), como penso que poderia e deveria ter feito. Será que o Rui e a sua equipa conseguirão atingir essa "nota artística"? Estou certo que se o fizer irá não só assinar uma obra assinalável, como também escrever a sua própria história no Glorioso.
As tácticas
Sistemas tácticos e suas nuances. 4-4-2 v1: Contra-ataque. 4-4-2 v2: Ataque em posse. 4-2-3-1: Sistema para a Europa. |
Espero, conforme já mencionei, que o Rui Vitória tenha engenho e arte para dar à equipa princípios de jogo que lhe permitem estarem confortáveis nos momentos puramente ofensivos. Falta o domínio desse momento, para a equipa encarnada ter um futebol total. O domínio não tem muito a ver com tácticas ou sistemas de jogo, mas sim mais com princípios. No entanto, num 4-4-2 há detalhes que saltam logo à vista quando vemos se a equipa está construída para optimizar o momento ofensivo ou de transição. Um desses detalhes encontra-se nas características dos seus extremos/médios-ala. Normalmente, falsos extremos (jogadores que jogam com o pé trocado relativamente ao flanco onde actuam), e jogadores mais criativos nas faixas, tendem a ser sinal de uma equipa que vai procurar jogar no momento ofensivo puro, pois quer explorar o corredor central, criando superioridade numérica aí, abrindo o jogo nas alas para a subida dos laterais ofensivos. Já quando temos extremos clássicos, pretende-se privilegiar as transições rápidas, o jogo mais vertical, com um número limitado de jogadores envolvidos nessas manobras. Esclarecidas estas nuances, recordo ao leitor, que o Vitória do Vitória (perdão pela redundância), fazia bom uso de falsos extremos para aumentar a sua qualidade de jogo ofensivo. Estou certo que com os recursos à disposição no Benfica, o trabalho do Vitoria será muito mais enriquecedor e visível. Por exemplo, se Gaitán ficar na Luz, poderá ganhar outra dimensão futebolística jogando como falso extremo direito, no comando do Rui Vitória.
Outro ponto importante a nível táctico, tem a ver com o chamado plano B. Com Jorge Jesus, só quando a contestação chegava a níveis preocupantes é que ele apostava num conservador 4-2-3-1. Foi neste sistema que na época de 2013-2014 eliminámos o Sporting da taça de Portugal e conseguimos efectuar exibições convincentes na Liga dos Campeões que nos deram acesso à Liga Europa onde fomos até à final. Por isso mesmo, muita gente está ainda hoje convicta de que se Jesus tivesse apostado nesse sistema mais equilibrado na Europa, o Benfica teria chegado mais longe na Liga dos Campeões. Ora Rui Vitória, por mais de uma vez já deu mostras que perante adversários que considere que esteja à altura ou seja superior à sua equipa, poderá adoptar esse sistema táctico de menor risco, reequilibrando a equipa, sobretudo na Europa. Também por essa vertente será interessante ver a forma como será construído o plantel 2015-2016.
Um desafio enorme para Rui Vitória, mas esperemos que seja uma aposta de sucesso! Que comece logo a primeira liga, este ano promete e muito :D
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