A passagem à final da Juventus frente ao actual campeão europeu, o Real Madrid, teve o condão de distrair o pensamento #rumoao34, e ficar a pensar em como poderíamos ser nós a alcançar a final da mais importante prova de clubes mundial: a Liga dos Campeões.
Gestão desportiva versus Gestão financeira
A grande diferença entre o que está a acontecer à Juventus e a nossa saída precoce da Liga dos Campeões (e diria mesmo, das competições europeias), é que enquanto os italianos mantiveram praticamente o mesmo grupo de trabalho e até reforçaram-se, o Benfica desfez boa parte do seu onze titular e teve o trabalho de montar novamente a estrutura. Ou seja, quando é que conseguiremos preservar os nossos melhores elementos e deixar de efectuar estes ciclos de investimento-formação-exportação?
Com esta questão, não estou a dizer que devemos deixar de vender jogadores, até porque a nossa posição no mercado requer que todas as temporadas sejam feitas mais valias através de transferências. No entanto, o modelo de negócio do clube pode e deve ser melhorado. É preciso vender-se cada vez menos e por maior valor. Por outro lado, os custos de investimentos têm de ser mais restringidos. Numa outra perspectiva, também é preciso ponderação nas vendas.
Por exemplo, o Benfica a temporada passada em menos de 6 meses vendeu o titular da posição "6", o sérvio Matic, e o seu substituto natural, o português André Gomes. Provavelmente, teríamos chegado mais longe na Europa, se o tivéssemos mantido no clube, pois pura e simplesmente, não teríamos perdido o tempo que demorou formar o Samaris para a mesma posição. E, sendo assim, a diferença de 5M€ de mais valia pela venda de André Gomes, menos o custo de Samaris, poderia muito bem ser absorvida por uma boa campanha europeia...
Percebo a intenção deste acto de gestão. Teoricamente, era muito bem feito. Na prática, desprezaram um pouco factores como adaptação ao sistema de Jesus por parte do grego, e também a mais valia de que um jovem português representa para os adeptos, como era o André Gomes. Notar que também tivemos o azar das lesões prolongadas de Fejsa, Rúben Amorim e Sulejmani, que não ajudou em nada no período de adaptação dos novos jogadores adquiridos.
O mais engraçado, é ficar com a convicção que estamos na mesma posição de qualidade a nível de equipa que o ano passado. No entanto, é triste verificar que andámos um passo atrás esta temporada, pois não soubemos dar continuidade e progressão ao trabalho da época passada.
Experiência versus Juventude
O meu maior receio é que olhando para a equipa, esta necessitará de sangue novo nas próximas duas temporadas. Ou seja, passámos de uma equipa com potencial e margem de progressão, para uma equipa experiente. Vejamos, trocámos:
- O Oblak pelo experiente Júlio César. Em termos de receita de vendas foi uma bela jogada de gestão. Em termos de vencimentos e prémios tenho as minhas dúvidas. E, desportivamente falando, se bem que actualmente não temos problemas, penso que com o Oblak teríamos guarda-redes para a próxima década...
- O Siqueira pelo Eliseu. Financeiramente e desportivamente foi um sucesso. O Eliseu é um pouco o patinho feio da equipa para os adeptos encarnados, mas a verdade é que tem números tão bons ou melhores que o brasileiro. No entanto, se este tivesse ficado teria sido melhor. O problema era os valores que ele pretendia... De qualquer modo, também será por aqui que teremos de pensar em preparar substituto.
- O Rodrigo pelo Jonas. Na minha opinião, foi uma mudança para melhor. O "pistoleiro" liga melhor o jogo entre-linhas que o hispano-brasileiro alguma vez fez no Benfica. No entanto, deverá ter mais umas duas a três temporadas a um nível elevado na Luz, enquanto o Rodrigo era dos que tinha maior potencial... se desse para ter os dois é que era...
Se juntarmos a estas posições o facto de tanto o Maxi, como o Luisão e o Lima serem trintões, percebemos o porquê de considerar a nossa equipa experiente. A minha preocupação não é com a idade - sou defensor de que se têm qualidade então o BI não serve para nada - mas é sim com o facto de termos jogadores que sejam apetecíveis para o mercado e que possam representar vendas avultadas todas as temporadas, devido ao nosso modelo de negócio. Por isso mesmo, é que penso que iremos assistir a nova revolução no plantel, e consequente passo atrás na evolução da equipa.
Quando conseguiremos deixar estes ciclos? Ou pelo menos, prolongá-los a nosso favor desportivo?
Obviamente que podiamos !
ResponderEliminarE arrisco-me a dizer que esse plantel seria, de longe, o melhor do planeta ! Teriamos 2 jogadores de topo mundial a cada posição, e para isso bastaria apenas que o clube pense mais em titulos do que em rentablização financeira através das transferências dos nossos melhores elementos.
Neste plantel, penso que só faltava ali um jogador capaz de ganhar a bola de ouro para ser um plantel top, top, top!
Eliminar;)
P.S.: Quiçá um Bernardo Silva... ;D