Em vésperas de um importante encontro para a Liga dos Campeões e com a impossibilidade de Maxi jogar, devido a castigo por acumulação de 2 cartões amarelos, uma das questões que JJ tem de resolver é saber quem jogará a lateral direito. É aqui que faz todo o sentido interrogar e fazer uma análise dos prós e contras do internacional A nacional à direita da defesa encarnada.
Ruben demonstra muitas vezes, dentro de campo, o seu descontentamento com as suas próprias exibições. |
Tendo em conta o desaire nos Barreiros, na última 6ª-feira, a opção de Ruben Amorim à direita é de todas a menos consensual para os adeptos encarnados. A razão é simples: Ruben teve uma má exibição.
Contudo, devemos recordar que o camisola 5 do Benfica, já teve exibições muito convincentes naquela posição, nomeadamente, na última temporada em que nos sagrámos campeões nacionais. Sendo assim, porquê este "8 a 80" a nível exibicional?
Sabemos, que o português tem reinvindicado um lugar no seu posto de origem, i.e., como médio-centro/interior direito. No entanto, prefere jogar em qualquer lado do que amuar e ficar sentado no banco, pelo que, não será por aí que encontremos respostas às suas recentes prestações.
Nesta equipa do Benfica, só lhe falta mesmo jogar a guarda-redes, mas até isso ele tem treinado. |
Penso que a verdadeira razão, prende-se com a forma de jogar da equipa que foi mudando ao longo destas temporadas, muito por causa dos jogadores que sairam terem estilos de jogo distintos dos actuais e o técnico encarnado ainda estar de volta na resolução desses problemas.
Em 2009-2010, a defesa encarnada jogava praticamente com a sua linha defensiva a 10 metros do meio-campo. Na prática, os nossos laterais partiam quase sempre da linha meio-campo para a frente. Hoje, não é isso que verificamos. Logo aqui, esta diferença implica um desgaste físico superior nos atletas. Talvez seja por isso, que Maxi Pereira, o habitual lateral direito titular, tem sentido esta temporada grandes oscilações na performance desportiva.
A sua inteligência em campo, a capacidade de trabalho e o espírito de equipa são qualidades que fazem dele um jogador muito versátil. |
Depois, o facto de se jogar mais à frente, faz com que o espaço entre os jogadores seja menor. Ou seja, os jogadores estão sempre muito próximos uns dos outros. Defensivamente, isto beneficia toda a equipa, pois a defesa é sempre feita com dois jogadores ao adversário que possui a bola, evitando situações de um-contra-um. Também tem outra vantagem: recuperação da bola no meio-campo adversário.
Em termos atacantes, para um médio de origem, jogar a lateral ofensivo com uma defesa subida, é "quase" o mesmo que jogar na sua posição original. Só tem de ser mais consciente da qualidade de passe, dar a profundidade atacante pela faixa, ao invés de procurar movimentos interiores e saber gerir muito bem o esforço físico.
Resumindo:
É preciso saber adaptar a equipa às suas características para ele poder render a lateral direito. |
Ruben Amorim é uma boa solução a lateral direito se forem-lhe dadas as seguintes condições:
- Equipa jogar com a defesa subida.
- Equipa jogar de forma compacta.
- Existir compensações tanto do central descaído para a direita, como também do médio direito da equipa ou do médio defensivo.
- Possibilidade de haver progressão com bola ou em tabela com os companheiros de faixa, por exemplo, o médio direito e um dos avançados.
Veredicto:
Eu penso que o Ruben Amorim, como lateral direito será sempre uma solução de bolso e não uma solução definitiva. O que se ganha com Ruben a lateral não compensa o que se perde com ele na sua posição de origem. O mais engraçado, e para lamento meu, o treinador encarnado não vê o Ruben como primeira alternativa ou titular no meio-campo.
Para o jogo da Liga dos Campeões, será preferível a outra solução, como por exemplo a de Miguel Vítor, uma vez que Amorim é um jogador mais experiente e mais atacante que o jovem "canterado" encarnado.
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