21 novembro 2018

Rui, não tenhas respeito...


O respeito não se dá, conquista-se!

E, a melhor forma de começar a ganhar algum respeito é mesmo responder de forma assertiva tendo em conta o contexto que se está inserido. O ex-treinador do Benfica, Jorge Jesus, vendeu-se à força toda, aproveitando um comentário do presidente Luís Filipe Vieira em entrevista à televisão, em que dizia que ele e o antigo treinador tinham uma relação de amizade, desenvolvida em 6 anos de convivência. Não vou falar da sem-vergonhice que o Jesus já nos habituou. Nem vou falar sobre o silêncio do presidente do Benfica. Agora, vou falar sobre a forma de reagir a estas situações. Lembras-te da forma como o Mourinho tratou o Jesus, aquando da auto-promoção por ter encontrado primeiro o Talisca? Pois bem, aquele que hoje tão bem denominaste de "embaixador-mor" rasgou de alto a baixo o Jesus naquela altura.



Pessoalmente, achei exagerado e um pouco fora do tom. Mas, se calhar havia "coisas" atravessadas nos bastidores e aquela reacção serviu de escape. Aliás, penso que o Mourinho acaba por explicar bem os motivos. Não te peço que sejas uma pessoa que não és, Rui! Até porque admiro a tua forma de ser e estar no futebol, mas tens de adequar mais o teu discurso. Não estás a falar para uma sociedade exactamente com os mesmo valores que tens. Estás a falar para uma sociedade minada de interesses próprios e que estão constantemente a influenciar as opiniões uns dos outros e, através disso, poder criar vantagens externas. É por isso mesmo, que existe o "e-toupeiras" e, agora, querem-te colocar no meio da fogueira. Portanto, não podes dar o flanco. Não podes dar confiança a quem não merece. E, tens de matar logo à nascença, de preferência com algum sentido de humor, mas sempre de forma imperial e absoluta, para evitar mais respostas. Tentaste responder hoje da forma mais educada. Mas ela foi demasiado branda para estes animais que não te respeitam, nem nunca te irão respeitar. E, podes ter a certeza que parte dos adeptos encarnados, aqueles mais calorosos, só os irás conquistar com um discurso mais incisivo.



A comunicação é um dos pontos-chave que um treinador de elite tem de dominar. Cada vez mais no futebol moderno os jogos começam muito antes das equipas chegarem ao relvado. Os jogadores são pessoas, e tal como referiste sobre o impacto que há nos jogadores e consequente impacto na performance desportiva, como por exemplo, com casos como o "e-toupeiras", saber utilizar a comunicação poderá dissuadir, diminuir e até mesmo catalizar de forma positiva o efeito negativo que nos tentam infligir. Esse é o exemplo que vos trago com o Guardiola, quando responde às picardias de Mourinho ainda no tempo em que ambos coabitavam o Barcelona e o Real Madrid em 2011, respectivamente.



No documentário "Take The Ball, Pass The Ball", percebe-se bem o efeito que estas declarações tiveram no balneário do Barcelona, onde todos os seus jogadores se colocaram ao lado de Pep e como tal serviu ainda mais de motivação para o El Classico da meia-final da Taça do Rei em Santiago Bernabéu. Seja o Mourinho, seja o Jorge Jesus, seja o Sérgio Conceição, seja outro qualquer, tens de perceber Rui que o teu lugar será sempre testado. E, como o tempo é um bem muito precioso e raro no futebol profissional, uma das melhores formas de capitalizar melhor o tempo é através da comunicação. Através deste instrumento, conseguirás dilatar ainda mais o tempo de confiança que uma direcção te dará. Através da comunicação conseguirás chegar a mais adeptos. Estes por sua vez vão te defender ainda mais, nos maus momentos. E, nos bons, vão colocar-te ainda mais no topo. Depois, é claro, isto sem qualidade no trabalho de treinador, não dá para chegar muito longe. A melhor forma é falar abertamente de futebol e corresponder em campo. E, para deixar de parte esta temática da comunicação e da influência do Jesus, voltamos para o que realmente interessa: futebol.

Lista de 20 convocados:
  • Guarda-redes: Svilar e Bruno Varela;
  • Defesas: Conti, Grimaldo, Rúben Dias, Corchia, Lema e André Almeida;
  • Médios: Gabriel, Alfa Semedo, Zivkovic, Krovinovic, Pizzi, Samaris, Rafa, João Félix e Gedson; 
  • Avançados: Jonas, Seferovic e Ferreyra.

Finalmente, o Krovinovic está de regresso! São mais de 9 meses de ausência... é muito tempo e o meu primeiro desejo é que o jogador não tenha nenhuma recaída. O meu segundo desejo é que ele entre e faça pelo menos 15 minutos (mas, se for possível jogar 30 minutos, que seja!) O terceiro desejo era que fizesse o gosto ao pé, o que teria um enorme impacto em termos anímicos para o jogador. Acredito que nessa situação o terceiro anel vinha abaixo. De qualquer forma, não lhe exijo grandes performances, a não ser que não comprometa a equipa. O Benfica precisa do croata, para dar outra dinâmica criativa ao meio-campo que Gedson e Gabriel ainda não dão e para que se possa gerir melhor a condição de Pizzi.



Mas, como prepararia o encontro no lugar do Rui Vitória? Em primeiro lugar, jogamos na Luz frente ao Arouca. Logo, quereria demonstrar poderio ofensivo, ou seja, apostaria em um esquema de 2 avançados. Para além disso, é preciso começar a olear esta solução com dois avançados e são nestes jogos mais fáceis que se limam arestas e ganha-se confiança. Em segundo lugar, temos de entender que a lista acaba por não albergar vários jogadores que ora estão lesionados, ora regressaram à pouco das respectivas selecções, pelo que a gestão de esforço e da condição física de cada um deve ser tida em conta. Em terceiro, o encontro terá 90 minutos, pelo que deveremos prepará-lo em consonância segundo as restrições mencionadas anteriormente. Ou seja, acabaria por fazer um pouco o contrário do que foi feita em Coimbra, na eliminatória anterior, i.e., começaria com um 4-4-2 e acabaria com um 4-3-3. Uma coisa é certa: daria a titularidade ao Gabriel e dava-lhe funções que o fizessem sentir fundamental na equipa. Acho fundamental que este jogador se sinta rapidamente entrosado na equipa, pois a meu ver passará por ele o sucesso esta temporada.



Sendo assim, o meu 4-4-2 seria composto por: Svilar na baliza (escolhi o belga porque penso que é o guarda-redes para a taça de Portugal, enquanto o Varela deverá ficar com os jogos da taça da Liga); Corchia, Conti, Lema e Grimaldo no quarteto defensivo; Zivkovic, Samaris, Gabriel e João Félix no meio-campo; e Jonas e Ferreyra como dupla atacante. Em termos de dinâmicas, procuro (1) a projecção vertical dos laterais Corchia e Grimaldo, a procurarem o cruzamento para a dupla atacante, (2) os movimentos internos criativos de Zivkovic e João Félix, podendo muitas vezes o sérvio ser um terceiro médio centro e o miúdo made in Seixal ser um terceiro avançado e (3) com Gabriel e Samaris a serem sobretudo dois box-to-box, ali no meio-campo, se bem que quando Zivko vem para dentro e é um terceiro médio, o Samaris possa recuar um pouco mais, libertando o Gabriel para médio-interior esquerdo. Com esta ideia de jogo quero cimentar o conhecimento de jogo ao João Félix jogando numa posição mais recuada em campo (como médio/extremo esquerdo) e o que isso implica em termos de posicionamento com e sem bola. Procuro igualmente recuperar o Corchia para a competição. Também procuro verificar como Conti e Lema funcionam como dupla e se estarão prontos para suprimir Jardel e Rúben Dias. Por fim procuro que Ferreyra ganhe química com Jonas e vice-versa, dando-lhes a oportunidade para ambos darem uma resposta em campo às exibições de Seferovic e Castillo nas respectivas selecções durante a última semana.



Os sete jogadores de banco seriam: Bruno Varela, André Almeida, Alfa Semedo, Gedson, Krovinovic, Rafa e Seferovic. Em termos de substituição havia duas que faria de certeza: a entrada de Alfa Semedo e a saída de Gabriel e a entrada de Krovinovic para a saída de Jonas. Esta última transformaria o 4-4-2 num 4-3-3. Depois a última substituição reservaria para a entrada ou de Rafa ou de Seferovic, isto dependeria do estado físico de João Félix e de Ferreyra.

O meu onze e substituições para o encontro frente o Arouca.

25 comentários:

  1. RV em termos comunicacionais faria bem em tornar a ser o RV da primeira época, sem entrar nas hipocrisias recentes. Eu até gostaria de dizer de RV de cu apertado, mas de facto nessa longíqua primeira temporada primou pela classe mesmo nos momentos em que mais apertavam.

    Nesse capítulo sinto saudade do "homem das pipocas".

    Quanto ao ir a jogo talvez fizesse coisas diferentes de ti, mas só ao nível do detalhe, mas escalaria o mesmo 11, com dúvidas no Gabriel e no Samaris.
    Eu talvez fosse a jogo com o Gabriel a médio "defensivo" e com Krov como médio mais criativo. Só que eu quereria menos cruzamento do que tu, portanto se desses dois um aparecer a apanhar as sobras dos cruzamentos já estamos a ganhar.

    A ver se consigo ver o jogo e se o RV concordo connosco.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ele precisa de reagir em termos comunicacionais. Já não é nenhum estagiário que acabou de entrar no clube. É um treinador bicampeão em 3 épocas. Tem de ser mais confiante e meter o outro no lugar dele.

      Krovinovic vai ser titular esta noite... vamos lá ver como se comporta. Eu penso ser um pouco arriscado, tendo em conta que está à mais de 9 meses sem competir... Mas, ao menos deverá apostar no 4-4-2 com extremos invertidos, pois Jonas e Seferovic vão a jogo. Gosto!

      Eliminar
  2. Vianense, 1o de Dezembro, Olhanense, Arouca.

    Quatro colossos que acabámos por ultrapassar, embora com naturais dificuldades dado o equilíbrio das forças em contenda.

    Mais três pontos garantidos na caminhada da Taça. Uma maravilha.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Svilar, Corchia, Conti, Zivkovic, Alfa Semedo, para não falar no Gabriel que se está a adaptar ao futebol encarnado e ao Krovinovic que acabou de regressar à competição depois de 10 meses parado. São 7 em 11 jogadores que não tinham assim tanto ritmo de jogo. Dos onze jogadores, o Rúben Dias, o Zivkovic e o Seferovic, tinham acabado de chegar um dia antes, portanto não treinaram com o grupo na última semana.

      O Ferreyra que em condições normais teria entrado de início teve indisposto nos últimos dois dias. O Rafa, o Pizzi, chegaram um dia antes. O Salvio esteve lesionado. O Cervi chegou na madrugada anterior, assim como o Castillo.

      E, no meio disto tudo é necessário preparar um jogo frente a uma equipa profissional.

      Não quero com isto desculpabilizar o Rui Vitória, mas há coisas que são facilmente explicadas e que nada tem a ver com a competência e qualidade do treinador. Aliás, o facto de levarmos de vencida estes desafios prova a sua qualidade, porque estes problemas são reais problemas e que afectam a performance de qualquer equipa.

      Mesmo assim, temos é muito azar. Durante a primeira parte, o Arouca só conseguiu sair para o ataque umas duas ou três vezes. E, tinha de ser logo na primeira que conseguiu fazer golo (e que golo diga-se!). O Benfica até então estava avassalador e a recuperar bem dentro do meio-campo adversário.

      Não verem o que de bom tem sido feito é vergonhoso.

      Eliminar
    2. «O Ferreyra que em condições normais teria entrado de início teve indisposto nos últimos dois dias.» Só comes essa se quiseres. Eu não como...

      Agora, sinceramente não percebo o que se tem dito. Há falhas claras e notórias de processos, mas eu até vi cenas positivas no jogo de ontem. Vi um Ziv muito mais completo do que esperaria para quem não tem jogado, se Krov em baixo de forma é aquilo, mal posso esperar por ele ter ritmo, a dupla da frente está bem e recomenda-se e Gabriel se conseguir dar mais suplesse ao pau que distribui, tem tudo para fazer esquecer Fejsa antes do fim do ano.

      Corchia e Conti não tendo brilhado por aí além mostraram que têm de somar minutos, nem que seja para o Almeida descansar e o Jardel nunca mais calçar.

      O Benfica tendo estado bem nunca foi avassalador, aí discordo. Avassalador foi contra o Belém que criou 93214843209857432 oportunidades, ontem não. Mas caramba, com Krov, Ziv, Jonas, Félix, Gabriel e Rafa para se limpar o campeonato é preciso é ter cabeça para tirar a bola ao adversário...

      Eliminar
    3. Porque razão ele haveria de não iniciar com o Ferreyra a titular? Não fez isso na eliminatória anterior? Ainda ontem não teve coragem para lançar a titular o Krovi?

      Estás sempre a ver mal no Rui Vitória que chega a ser exasperante.

      Eliminar
  3. o respeito conquista-se assumindo que está a mais...um boneco agarrado ao lugar que vai sendo cozido em lume brando sabe que está a mais e permanece com cara de parvo...que vá tratar da família dinheiro já ele tem…

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu acho que RV devia sair pelo seu próprio pé, mas a verdade é que mais uma vez é deixado sozinho a dar o corpo às balas. Nem sequer é o primeiro. JJ também passou por isso. Nesse capítulo do "vá tratar da família" por muito que ache que o tempo de RV é esse, outros há que estão menos expostos e que deviam ir à frente.

      Eliminar
    2. Ele não tem nada que ir embora. A direção tem é de mantê-lo até final da época, deixá-lo trabalhar.

      Com mais ou menos dificuldade, cumprimos o objetivo.

      Continuo a pensar que ele peca em começar a temporada com demasiada gente.

      Eliminar
    3. Não acho que haja demasiada gente. Nuns sítios há gente a mais, noutros gente a menos. Pelo menos gente que permita rodar e gerir o esforço.

      E não é de agora, já o ano passado foi a mesma coisa. Independentemente daquilo que eu ou tu achamos, uma coisa tem de ser clarificada: qual o papel do treinador na formação do plantel? Porque há veio aí uma entrevista a dizer que A, B e C para o ano estão no plantel principal, mas donde vem essa informação? E servem para colmatar uma necessidade? E se se sabe quem entra, já se sabe quem sai para dar espaço?

      Há culpas de RV, mas há culpas de uma "super-estrutura" que convinha serem averiguadas. Porque por muito que eu, pessoalmente, ache que RV não serve, também acho que os problemas do clube não se iriam embora com ele.

      Eliminar
    4. Na realidade não há gente, mesmo havendo gente. Temos um núcelo de jogadores já feitos que acabaram de chegar e que ainda estão em fase de adaptação: Lema, Conti, Gabriel e Ferreyra são exemplos perfeitos. Tens depois, muita miudagem que ainda estão a dar os primeiros passos no futebol profissional: desde Yuri Ribeiro até ao João Félix e Jota, passando por Alfa Semedo, Rúben Dias e Gedson, para não falar em Bruno Varela e Svilar.

      Depois, tens um lote de jogadores que vem de lesões, como o Krovinovic e o Jardel (que tem tido sempre várias lesões nas últimas temporadas).

      Isto no que respeita a soluções de banco face aos habituais titulares. Repara que no eixo defensivo titular (Rúben Dias e Jardel), temos respectivamente um jovem e um veterano com histórico de lesões crónicas. Se adicionarmos a isso o histórico clínico do Fejsa, percebemos que mesmo o nosso onze titular está longe de estar consolidado.

      Quando à um mês escrevi aquele artigo (e escrevi numa altura que estávamos a voar em termos de resultados e até de exibições), alertei para a gestão de talento, por causa dessa mesma consolidação. Com menos jogadores é mais fácil trabalhar em qualidade para os fazer evoluir, os fazer adaptar, os potenciar para gerar resultados positivos.

      As culpas da "super-estrutura" são discutíveis. Por exemplo, arranjaram dois substitutos para as possíveis saídas do Seferovic e do Jonas, mas como estes não saíram, o espaço que as novas contratações ocupam no plantel acabam por não lhes permitir uma adaptação mais célere.

      Agora, podemos discutir se por um lado o RV acha ou não que ter muitos é bom para ele, ou por outro se a não achar que é bom, porque é que já não pediu à direção para tratar dos excedentes?

      Eliminar
    5. «Isto no que respeita a soluções de banco face aos habituais titulares. Repara que no eixo defensivo titular (Rúben Dias e Jardel), temos respectivamente um jovem e um veterano com histórico de lesões crónicas. Se adicionarmos a isso o histórico clínico do Fejsa, percebemos que mesmo o nosso onze titular está longe de estar consolidado.» Há quantos anos ando eu a dizer que uma solução para o Fejsa tem de ser trabalhada? No fundo concordas comigo, há muito de um lado e pouco do outro. Tens um edredon felpudo que ou tapa os pés ou o peito. Como descreves a situação é contigo, mas nisto concordamos!

      E não adianta falar muito dos avançados. O problema crónico é mesmo o meio-campo para trás. E aqui é daquelas coisas que não culpo o RV e, tirando o papel dele na novela PP, até acho que é uma vítima!

      Eliminar
    6. Mas, no entanto, pedes a cabeça do Vitória no cepo, quando ele até tem tentado construir alternativas ano após ano.

      Tu só poderás criar uma solução para o Fejsa quando consolidares um onze titular que permita definir um modelo de jogo devidamente implementado. Caso contrário, a equipa tem sempre carência de referências que lhe permita uma continuidade no fio de jogo.

      Eliminar
  4. E por falar em respeito, haverá ainda alguma equipa neste país que ainda não tenha perdido o respeito ao Benfica?...

    Estamos a regressar à segunda metade dos anos 90, em que qualquer equipazinha de vão de escada sentia que podia pôr problemas ao Benfica, mesmo na Luz, e sacar um empate ou vitória...

    Até quando???

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Espero bem que todas percam o respeito ao Benfica, sabes porquê? Porque é de maneira que se abrem de tal maneira que se torna mais fácil vencê-los.

      Eliminar
    2. Estão os dois certos. Todas já perderam respeito e já perceberam que a melhor forma de limpar o Benfica mesmo na Luz é deixar o Benfica ter bola.

      Muito trabalho para equilibrar aquela qualidade toda...

      Eliminar
    3. O Benfica só precisa de cimentar bem os equilíbrios nas transições defensivas. Com esta segurança tudo o resto virá naturalmente.

      Eliminar
  5. Olha lá e falares mas é daquele segundo golo de ontem? Está tudo tão preocupado em malhar que nem sequer conseguem apreciar a beleza daquele lance!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi um excelente golo, mas antes, apesar dos problemas de entrosamento dos jogadores, já tínhamos criados várias jogadas de princípio, meio e fim.

      Eliminar
  6. E o Pedro Bouças, que anda a ler o Benfiquista Primário? 😁

    https://www.lateralesquerdo.com/2018/11/23/proibido-usar-o-espaco-central-do-corredor-central/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por mais que tenha razão, é preciso leres isso com a seguinte declaração de interesses por parte do Pedro que é bem demonstrada aqui:

      «O padrão do Benfica, numa observação que realizei para um dos adversários que o derrotou nesta época...»

      O Benfica tem dificuldades no jogo interior, mas não é por causa do Seferovic, no qual discordo da opinião dele quando se refere ao suíço nos seguintes modos:

      «No seu [Jonas] lugar a opção passou a ser Seferovic, que é simplesmente o oposto do brasileiro. Só quer correr, pedir bola no espaço, e tem dificuldades técnicas que o impedem de ligar o jogo por dentro.»

      Até parece que o camisola 14 não sabe jogar e decidir e que só sabe é correr... foi assim que se criou o mito do Raúl Jiménez que não sabia estar no corredor central.

      É um discurso que só sabe apontar para os problemas, mas não tenta entender os condicionalismos e os pontos fortes de determinadas ideias.

      Por exemplo, um dos pontos fortes de tentar construir o jogo pelo flanco, tem a ver com retirar o médio-defensivo adversário do centro do terreno de jogo, onde advinha quem lá está do lado encarnado? Exactamente, o Jonas.

      Imagina, que Grimaldo, Gedson (ou Gabriel) e Cervi conseguem combinar entre si. Nesse caso, uma vez que extremo, médio-interior e lateral adversários desse flanco são batidos, a compensação e a cobertura defensiva do adversário será feita pelo seu médio-defensivo ou pelo seu central mais próximo (e neste caso implica descida do médio-defensivo para o quarteto defensivo). Ou seja, no fundo liberta espaço no corredor central para o Jonas ter tempo para melhor decidir, sem ter a pressão física de um adversário directo.

      O problema não está na ideia. O problema está na dificuldade que Grimaldo, Gedson (ou Gabriel), ou Cervi têm de se posicionar para conseguirem combinar com sucesso e criarem essa vantagem numérica na ala que depois repercute-se no corredor central.

      Outro ponto importante de referir para o Benfica fugir um pouco para os flancos, prende-se com a gestão física do Fejsa, mas também da sua segurança técnica. Como sabemos, o sérvio não é um Busquets com a bola nos pés (se bem que eu acho que há potencial para o ser... mas isso é outro tema de debate). Portanto, construir pelo corredor central tem sempre esse handicap. Mas, colocar outro jogador no lugar do Fejsa tem ainda maior handicap a nível defensivo...

      E, por falar nesse aspecto, se construir pelo corredor central, poderá haver a tendência para o Fejsa ter que fazer movimentos de transporte de bola, para atrair o adversário e assim desposicionar-se. I.e., de se encontrar mau posicionado aquando de uma transição defensiva rápida.

      Referir que isso pode ser contornável através de um maior apoio e triangulações entre os três médios, mas para essa ideia ser eficaz, requer muito mais treino e maturidade dos jogadores desse sector. Não é com um miúdo tipo Gedson, ou um recém chegado tipo Gabriel, ou uma recuperação tipo Krovinovic, ou até de uma adaptação tipo Zivkovic, que vamos conseguir construir um tridente de meio-campo que seja avassalador com a bola nos pés. Isso requer algum tempo.

      Olha para o exemplo do Guardiola no City. Só conseguiu consolidar o seu meio-campo depois de uma época e com jogadores que já possuíam uma maturidade do conhecimento do jogo muito elevada. Falo do tridente formado por Fernandinho, Kevin De Bruyne e David Silva.

      Eliminar
    2. Obrigado pela resposta. Gostei, mesmo quando não concordei.

      Já sabia que o PB trabalhava para um clube do campeonato, mas não sabia qual. Será o Moreirense de Ivo Vieira (o meu palpite) ou o Belenenses SAD de Silas?

      Não me parece que ele esteja ali a dizer que a culpa de não termos jogo interior é do Seferovic. Acho que o que ele diz é que, como ponto de partida, a equipa não contempla o jogo interior e o corredor central no seu modelo de ataque posicional. E que Jonas, pelo perfil que tem e a sua genialidade a interpretar esse perfil, é que normalmente disfarça essa 'proibição' de usar o corredor central - aquilo que tanto se diz do Jonas ser 8,10 e 9 da equipa...e que Seferovic, pelo contrário, não disfarça porque não tem esse perfil de descer para vir ligar o jogo por dentro, explorando sempre que possível o espaço mais promissor na criação - precisamente o corredor central, no espaço entre linhas. E vais desculpar, mas isto é tudo a mais pura das verdades! Embora eu concorde contigo que ele pintou o Seferovic pior do que ele é, é um facto que ele não disfarça a fobia ao corredor central da equipa como Jonas o faz! É um facto porque já o constatámos esta época em todos os jogos com Seferovic e sem Jonas. O futebol em todos esses jogos foi basicamente o do costume sem Jonas: bolas longas para o duelo ou a profundidade de Seferovic e obsessão pelos corredores laterais, em combinações ou arrancadas individuais.

      Isso do Fejsa já concordo contigo, como sabes. E se é verdade que neste momento sem ele o handicap defensivo ainda é maior do que o que se perde com ele, na fase de construção, também é verdade que as implicações de ter Fejsa em todo o processo ofensivo já são um problema importante na equipa - e muito mais ainda se for verdade o que dizes, se for a presença de Fejsa que nos está a empurrar para a obsessão pelos corredores laterais e a fobia ao corredor central. É um problema da equipa que é urgente resolver, e passa por ter um seis com outra qualidade na saída de bola (e tb devia passar por o Samaris ou o Conti terem que substituir o Jardel...). Um grande treinador já tinha adaptado o Gabriel (a minha opção) ou o Gedson a essa posição, e já estaríamos muito melhor na fase de construção e criação.

      Mas com o Mister Fezadas, a questão não se põe...com ele tanto faz que jogue Salvio ou Zivkovic, Rafa ou Cervi, Krovinovic ou Alfa Semedo, Jardel ou Conti...a pobreza colectiva é sempre a mesma.

      Eliminar
    3. Ah e sim, o problema não está na ideia (dos corredores laterais). Dizes tu que o problema está na execução dessa ideia. Por causa daquele que para mim é o problema principal: esta é a única ideia da equipa, há um ano. E todos os adversários já perceberam como jogamos e já bloqueiam as combinações no corredor com facilidade. Isto quando não se dá o caso de nem as combinações pelo corredor lateral haver, porque a montante delas a primeira fase de construção está bloqueada pela pressão alta bem feita e só há mesmo charuto lá para a frente...

      Eliminar
    4. Não tenho tempo para isto tudo agora, mas o Bouças trabalha para o Belém se não me engano.

      Eliminar