05 maio 2018

O dérbi será decidido em...


... se, entretanto, não houver influência do xistrema.


Na semana passada estive de férias e não tive a oportunidade de fazer uma antevisão da jornada contra o Tondela. Escusado será dizer que ainda me custa essa derrota. Uma derrota que tal como a derrota duas semanas antes na Luz frente ao Porto, possa ter-nos custado o P3N7A. Sim! Enquanto for matematicamente possível, acredito. Aliás, fico estupefacto com o que se passou esta semana durante e após o triunfo do Porto na Madeira, não tenha sido explorado pela comunicação social. O guarda-redes iraniano, que foi alvo de denúncia anónima por aliciamento para facilitar no jogo frente aos azuis-e-brancos, foi expulso numa decisão que teve muito duvidosa e que comprometeu a sua equipa e a verdade desportiva. Ninguém fala nisso? Depois, do jogo foram as demonstrações de que as faixas já estariam entregues. Desde os adeptos a comemorarem já o título no Porto, até as churrascadas de final de temporada e de comemoração do título. O que não diriam se o Benfica fizesse o mesmo... É bom recordar que ainda falta 1 ponto. E, por 1 ponto se ganha e por 1 ponto se perde. Sei que o próximo encontro do Porto é frente a um Feirense que até o empate poderá ser benéfico para eles na luta para não descer. Mas, penso que era por aí que o Rui Vitória deveria ter começado por falar na conferência de imprensa que antecede este dérbi da capital. Poderia e deveria ter questionado a verdade desportiva deste campeonato, quando o Porto pode fazer a segunda parte da partida frente ao Estoril mais de um mês depois e com vários jogadores recuperados, como por exemplo, o seu melhor jogador Brahimi. Ainda para mais quando não havia necessidade para interromper o jogo, conforme foi justificado pelo LNEC. Será que perderíamos frente ao Porto e ao Tondela em casa com um Jonas no onze? Ora aí está! Estão a ver como a verdade desportiva é colocada em causa, pois as condições de competitividade não foram as mesmas!

E, por falar de condições de competitividade, que é esta história de agora os bancos serem donos de clubes? Que história é essa de haver perdões de dívida a clubes como o Sporting? Ainda para mais, quando na mesma semana o clube faz uma proposta multimilionária ao Ricardinho para jogar na equipa de futsal de Alvalade!? Mas, está tudo louco? Onde anda a CMVM? Onde anda o governo? Onde anda o presidente do Benfica que acabaram de pagar aos bancos 100M€ e vêem agora estes a perdoar uma dívida de montante idêntico ao Sporting? Mais parece que andámos a pagar as contas do Sporting... Aliás, no fundo, esta postura parcial da banca funcionou como mecanismo de reequilíbrio de forças que nos custou durante os últimos anos a conquistar dentro de campo com melhores performances desportivas. Onde está o mérito e a possibilidade de crescimento, quando Portugal com o seu nepotismo e cunhas dentro das organizações acabam por nivelar por baixo? Isto é grave! Muito grave mesmo! E, ninguém fala... talvez porque na verdade é o Benfica que manda nisto tudo! LOL! Só dá mesmo para rir, pois o que vimos nesta temporada é que o nosso maior inimigo nem são as estruturas dos clubes rivais. O nosso maior inimigo é mesmo o anti-benfiquismo existente nas mais diversas organizações.

Bem, e depois desta introdução que dá pano para mangas, falemos então no dérbi. Para mim é muito simples: é ganhar! Com ou sem influência do árbitro Carlos Xistra, temos que entrar para ganhar e sermos espertos a jogar com isso. Também é importante saber jogar com o facto do presidente do Sporting estar presente no banco de suplentes. Seria engraçado ele ser expulso pelo árbitro e com isso ficar impedido de ir ao estádio do Jamor para a final da taça de Portugal... Bem, mas sobre o jogo, é muito simples de prever qual será o onze leonino, que conforme o Rui Vitória disse e muito bem será formado por: Rui Patrício na baliza; Piccini, Coates, Mathieu e Coentrão no quarteto defensivo; duplo pivô defensivo formado por William Carvalho e Battaglia; tridente ofensivo formado por Gelson Martins à direita, Acuña à esquerda e Bruno Fernandes ao centro; por detrás do ponta-de-lança Bas Dost. Agora, quanto ao nosso onze, eu seria audacioso. Em primeiro lugar, quero ganhar com o nosso modelo de jogo em posse. Em segundo lugar, penso mesmo que é a melhor forma de explorar as fraquezas do Sporting. Por exemplo, o Bas Dost é letal se tiver bolas cruzadas para a pequena área, mas se for obrigado a jogar a explorar a profundidade da nossa defesa vai ser inofensivo (recordar que esse é o grande motivo por não ter vingado nos grandes clubes europeus e nem sequer ser titular na laranja mecânica). Mesmo raciocínio poderei ter com o companheiro de equipa, o Bruno Fernandes que se torna inofensivo sem bola nos pés. Já Gelson Martins é talvez o maior perigo nesse tipo de jogo, mas com espaço nas costas e sabendo que gosta de jogar no drible em vez de atacar o espaço vazio, poderá ter dificuldades em entender esse estilo de jogo e, por outro lado, será mais fácil lidar com ele em zonas longe da nossa grande área. Em terceiro lugar, este modelo de jogo beneficiaria os nossos criativos do meio-campo e os nossos atacantes. Deixaríamos de fazer piscinas para trás e para a frente, reduzindo o campo útil de jogo a metade.

Para corporizar esta estratégia contaria com um Bruno Varela que teria de ter mais confiança, presença e voz de comando no varrimento da zona nas costas da defesa encarnada. À sua frente, penso que o Jardel e o Rúben Dias poderiam controlar muito bem a linha defensiva, como já o fizeram em alguns jogos. O camisola 66 teria maior liberdade para morder os calcanhares do Bas Dost, enquanto o camisola 33 ficaria nas dobras tanto dele como do lado esquerdo. Nas laterais, queria dois comportamentos distintos. Do lado esquerdo jogaria com o Grimaldo, com menos liberdade para subir para poder controlar o Gelson Martins e, quando subisse, tentasse procurar o corredor central (isto prende-se com a dinâmica que queria criar com os outros jogadores que estarão sobre o lado esquerdo do nosso ataque, conforme irei explicar mais adiante). Do lado direito, com maior liberdade (se bem que condicionada) apostaria na surpreendente entrada de Salvio. Acredito que o duelo com o Acuña seria diferente para nós. O André Almeida não deverá estar a 100% e o Douglas não é uma solução credível nesta situação, pois sabe defender pouco. Nesse contexto, prefiro apostar no camisola 18 que daria outro tipo de problemas ao camisola 9 leonino.

No tridente de meio-campo, apostaria no trio formado por Fejsa, Pizzi e Zivkovic. Contudo, com nuances que penso fazeriam toda a diferença neste dérbi. Enquanto o camisola 5 seria o polvo defensivo a meio-campo, pediria ao Pizzi maior contenção de movimentos ofensivos, procurando estar quase sempre próximo do médio-defensivo, para podermos ter sempre um apoio no momento imediatamente seguinte à perda e recuperação da posse de bola, evitando-a perder logo de seguida, mas também, com bola termos capacidade de variar o centro de jogo em zonas mais seguras. O Zivko teria a liberdade ofensiva em transporte de bola que estaria a retirar ao transmontano para este jogo. Mas, isso tem uma explicação, pois lá na frente, como extremo esquerdo, iria apostar no Rafa em detrimento do Cervi. O camisola 27 sendo destro terá tendência para fugir para o corredor central, criando uma esteira livre onde o camisola 17 poderá aproveitar para ter espaço para cruzar para a grande área leonina, ou até mesmo driblar do centro para o flanco esquerdo, procurando espaços. Isto fará arrastar marcações, nomeadamente, abrir espaços entre o duplo pivô defensivo do Sporting, aproveitando para desgastar o William Carvalho que não joga há várias semanas.

Para o tridente atacante, já referi o Rafa. Falta completar o trio com uma dupla surpresa: Seferovic e Raúl Jiménez. Não coloco Jonas, porque este já não joga à cerca de um mês e nem sequer tem estado a treinar com os colegas. Logo, para mim se não treina durante a semana, não pode ser titular. É um princípio de boa gestão a meu ver. Depois em alta competição ainda mais válido isso se torna, pois para que os jogadores-prodígio surtem efeito é necessário que estejam a um nível físico tão bom ou superior que os adversários, o que estando fora à tanto tempo não acredito que aconteça. Explicado essa ausência, não significa que não o possa lançar durante a partida se tiver apto para ir para o banco de suplentes... Bem, mas explicando a estratégia por detrás deste trio, o que pretendo com a colocação do Rafa à esquerda, bem aberto nas primeiras fases de construção de jogo, é isolar ao máximo o extremo português com o lateral italiano Piccini. Notar que este último vem de trabalho de recuperação, pelo que embora apto para jogar não estará completamente a 100% para aguentar os piques do camisola 27. Por outro lado, estou a atrair o lateral direito deles, que jogando com um Seferovic mais posicional e um Raúl muito activo e móvel na frente, fará com que Coates e Mathieu estejam mais fixos no corredor central, criando um micro espaço, onde poderá atacar o nosso Zivko, por exemplo. Quanto ao suíço terá como missão sem bola, incomodar a saída de bola dos centrais do Sporting e com o Raúl montarem uma ratoeira táctica para que possam recuperar a bola a um William nessa fase de construção. Com bola no lado do Benfica, deverá procurar funcionar tanto como um pivô ofensivo, como procurar a diagonal entre o Coates e o Piccini, fazendo uso do seu pé dominante, o esquerdo. Exijo dele uma movimentação constante na procura e criação de espaços lá na frente. Por seu lado, o Raúl (que faz anos hoje - parabéns campeão!) jogando mais sobre a direita, funcionaria como um Marega dando cabo da cabeça de Mathieu e de Coentrão que teria enormes dificuldades em lidar com a intensidade e a agressividade do jogo físico do mexicano. É nesta procura para vencer estes duelos individuais que estará a chave do jogo em Alvalade.

Pode parecer que jogando com dois avançados como o Seferovic e o Raúl, assim como com Salvio a lateral direito estamos a meter a carne toda no assador, mas não é bem verdade. Reparem que no banco poderemos ainda lançar Cervi e Jonas caso queiramos dar mais força ao ataque. Se quisermos controlar ritmos de jogo, temos ainda o Samaris e o André Almeida. E, para trancar o resultado, sobra-nos o Luisão. Não podemos dizer que não temos soluções no banco.


O meu onze encarnado para o dérbi desta noite em Alvalade.

14 comentários:

  1. a teoria é muito bonita....mas o que conta é a vontade e inspiração dos jogadores dentro de campo

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    1. Pois é, mas para que a vontade e a inspiração se encontro mais facilmente é preciso criar as condições para tal. Este ajustamento estratégico é exactamente para isso.

      É uma estratégia simples de ser montada, que rapidamente todos os jogadores percebem o que têm de fazer em campo.

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  2. Isto não tem tanta piada quando um gajo concordo com (quase) tudo o que escreves! ;)

    Só tenho dúvidas no Seferovic mesmo...não porque não ache também que é um grande jogador, desaproveitado por Mister Fezadas (como aliás é seu timbre, com jogadores inteligentes e criativos), mas porque o homem está mesmo de rastos...em certos momentos, chega até a parecer depressão clínica!...

    Mas também percebo a tua opção, por falta de alternativas na lateral direita...Douglas seria kamikaze, aliás como Luisão (btw, trancar o jogo com o Luisão??! Só se for trancar e consolidar a vitória lagarta)...

    Seja como for, para logo tenho o dilema mais sombrio que me lembro de ter no Benfica: não sei se quero mais os 41 milhões ou a substituição do treinador!...até porque os 41 milhões não estão assegurados: é preciso passsr duas eliminatórias, logo depois da digressão da SAD, disfarçada de clube, pelos EUA...

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    1. O Luisão em bloco baixo sente-se mais confortável. É a sua praia, daí a ideia de trancar o resultado com ele.

      Agora, esse dilema... Epá! Nenhum ódio pessoal deve-se sobrepor ao amor que temos em ver o nosso Benfica triunfar. O Benfica acima de tudo e de todos.

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    2. Quanto ao dilema: acredita que estás enganado - o que me move não é nenhum ódio pessoal, mas precisamente o sentimento de que o Benfica está acima de tudo e de todos! Para mim, é claro que manter RV é tão mau para o Benfica como perder 41 milhões, se não for pior. Nunca achei que fosse treinador à altura do Benfica e cada vez tenho mais certeza de que não é. Reconheço que é hoje um pouco melhor treinador que quando chegou, mas continua a não estar à altura do Benfica, nem pouco mais ou menos.

      Se pensares bem, olhando aos factos desta época, até faz muito sentido o meu dilema porque ter RV este ano custou-nos, muito provavelmente, os tais 41 milhões...além de nos ter custado o penta, um Natal à Sporting fora de tudo, uma humilhação europeia inédita na história do clube, com 0 pontos e 14 golos encaixados, 0 vitórias nos clássicos e derbies, etc etc etc

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    3. Se o sentimento é o Benfica estar acima de tudo e de todos, desculpa-me mas o discurso nunca poderá ser esse.

      Há um ditado popular que é muito verdadeiro e que deves tê-lo bem presente: fruta podre cai primeiro. O Rui Vitória pode ter os seus erros, como todos os outros, mas está muito longe de ser uma fruta podre no Benfica e esse treinador fraco que apregoam desde o primeiro minuto.

      O problema do Rui Vitória não foi técnico nem táctico esta temporada. Foi apenas comunicacional. Ontem ele foi bastante claro na zona de entrevistas rápidas em que falou mais com o coração e deu para entender que durante a época quis elevar o discurso para não descer ao nível do charco que é o nosso futebol português. A intenção dele foi de elevar o discurso, mas realmente, o futebol português não quer e nem consegue aprender com isso (talvez as gerações futuras de treinadores, como ele referiu, mas vamos ter que esperar algum tempo). Deveria ter sido dessa maneira que deveria ter comunicado ao longo de toda a temporada. Não vale a pena não querermos falar de arbitragens, para os deixar tranquilos, porque não é isso que se passa.

      A arbitragem é basicamente uma organização nepotista que vive muito do padrinho e da cunha, para os árbitros chegarem à elite e terem vidas de sonho, com ordenados chorudos e viagens constantes e estágios desportivos de topo. E é nesse nepotismo que clubes como o Sporting e Porto vêem potencial para equilibrar a diferença de qualidade que existe entre as suas equipas e o Glorioso. Não é à toa que o VAR foi criado com o pretexto para termos arbitragens mais justas, mas no final de contas só anda a beneficiar o Porto e o Sporting, como ainda ontem verificámos. Estes sim, custaram-nos os tais 41M€ que falas!

      Relativamente, à Liga dos Campeões, o Vitória pode ter errado é verdade. Um desses erros já apontei, tínhamos um plantel super extenso que não permitia um trabalho de detalhe com os jogadores. Por isso, quando lançavas um Douglas ou um Gabriel Batista nesses encontros, pareciam meio perdidos. Depois, havia a questão de que jogadores como o Cervi ainda não assentaram o seu jogo colectivo. Não é à toa que o argentino perdeu agora a titularidade. Está muito dependente dos exercícios de treino que lhe permitem soltar em campo, mas há coisas que tem de ser o jogador a adquirir em campo, como por exemplo a inteligência de jogo, para saber o que fazer nos vários momentos de jogo e face aos diversos contextos. É aqui que o Chucky ainda falha e muito.

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    4. O RV não errou em termos técnico-tácticos este ano??! Não me faças rir.

      O que chamas a mudar sistema táctico e modelo de jogo com a época já bem em andamento, em vez de o fazer na pré-época como até o Zé Mota deve fazer - e com isso dar meio campeonato de avanço?

      O que chamas a deixar Zivkovic e Rafa entre banco e bancada durante seis meses?

      O que chamas a excluir Krovinovic (convocado no final de Agosto para o campeonato, estava recuperado da cirurgia à hérnia inguinal) da lista da Champions, para incluir o Filipe Augusto?

      O que chamas a excluir o Krovinovic do 4x3x3, independentemente da Champions, por um bom par de meses, e perpetuar um futebolzinho de chutão e esticão, tudo aos repelões e muita determinação, que o golo há-de acabar por surgir (eu até dei a volta à rotunda)?

      O que chamas a, no jogo do título que pode selar o penta e o caixão dragarto no ano de todos os ataques ao Benfica, abdicar do seu modelo e identidade ao intervalo para vir jogar a segunda parte em modo de defesa do 0-0 e espreitar o contra-ataque só pela certa?

      O que chamas a, nessa mesma segunda parte do jogo do penta, com uma estratégia de contenção e contra-ataque, tirar primeiro o melhor jogador do plantel para contra-atacar?

      O que chamas a, no jogo surreal contra o Tondela, a perder na Luz, tirar o motor do meio-campo e dos poucos que até estava a jogar porque vinha de uma sequência de jogos a tirar o Pizzi em vez dele, pelo que a sua tabela de gestão de egos no balneário - critério máximo para as substituições - não o deixou manter o que efectivamente estava a ser o melhor médio em campo?

      E podia continuar até à hora de almoço...

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    5. Errou é verdade, mas não errou em toda a linha. Estamos a falar de erros pontuais, normais de quem está em alta competição. Errou tanto como o Guardiola, o Zidane e o Klopp, por exemplo. Errou bem menos que o Mourinho, já agora, que continua a insistir num modelo de jogo que se vê que os jogadores não se divertem.

      Não demos meio-campeonato de avanço. Recordo-te que aquele 4-4-2 foi o mesmo que nos deu a Supertaça este ano (que por incrível que pareça deixou de ter importância na contabilização dos títulos em Portugal). Recordo-te ainda na quantidade de jogos onde a dupla Jonas e Seferovic rendeu imensos golos. O problema é que rapidamente os adversários souberam anular o modelo, porque de facto não estava tão equilibrado por falta de inteligência de jogo de alguns jogadores, como por exemplo o Cervi.

      O Rafa teve oportunidades, mas nunca se soltou verdadeiramente. O Zivkovic, fazia dois ou três jogos em grande nível, mas depois baixava. De qualquer maneira, concordo que por exemplo, este último deveria ter tido mais tempo de jogo que o Cervi, por exemplo. Mas, acredito que o Vitória tenha querido manter a relação entre Grimaldo e Cervi que são muito amigos dentro e fora de campo. Este são detalhes que para nós cá fora não olhamos, mas que são importantes para um treinador equacionar e bem. Ou seja, entendo o ponto de vista do Vitória. Agora, concordo que o Zivkovic, poderia dar-nos maior equilíbrio ao meio-campo assim como verticalidade à ala esquerda.

      O Krovinovic foi operado em pleno verão, ou já te esqueceste?! Os períodos de recuperação não são exactos. Eu acho que ele fez muito bem em ter retirado o Krovinovic da lista para a Champions. Teria feito o mesmo. Agora, deveria ter trabalhado melhor a equipa. O Filipe Augusto não é tão mau como o pintam e aquele pé esquerdo no meio-campo poderia e deveria ter sido mais bem utilizado. Também houve culpas do jogador que cedeu à pressão.

      Eu acho que no jogo do título, frente ao Porto, a ideia foi exactamente a de impôr o nosso estilo e modelo de jogo. No entanto, falhou porque ele preparou o jogo para uma estrutura da equipa com um Jonas, que não jogou. Por exemplo, faz sentido ter um Cervi mais vertical na ala quando jogas com um Jonas, mais de corredor central. Já não faz tanto sentido quando jogas com um Raúl que se move muito lá na frente. Depois, repara no nosso meio-campo: um jogador mais defensivo e dois claramente ofensivos. O Porto era o inverso. Agora repara no nosso meio-campo ontem: um jogador mais defensivo (Fejsa), outro mais box-to-box (Samaris) e outro mais ofensivo (Zivkovic). O equilíbrio foi muito melhor. Ele errou, mas quem errou mais foi o árbitro ao não ter marcado grande penalidade do Ricardo sobre o Zivkovic! É isto que devemos falar neste momento! Tal, como as grandes penalidades sobre o Rafa e o lança com que termina o dérbi ontem.

      A segunda parte do jogo do penta, foi mais do que escrevi. Eu próprio, não teria feito aquela substituição, mas temos de entender que ele fez porque se calhar treinou durante a semana uma estratégia para ser aplicada. Agora, não funcionou, porque não souberam operar correctamente.

      Contra o Tondela, mais do que o meio-campo, o problema foi na nossa defesa. Não podemos recuar frente a estas equipas, porque isso é dar-lhes campo útil de jogo! Isso é deixarmos-lhes respirar! O problema nesse encontro foi o Luisão, para pena minha. O capitão tem de estar bem mais em jogo. Ele já tem experiência mais do que suficiente para saber em que estado tem de se apresentar em alta competição e desiludiu-me, assim como tem-me desiludido a forma como se apresenta no início da temporada. Já desde o primeiro ano do Rui Vitória que o vemos a entrar na pré-época muito lento e muito pesado em campo, não conseguindo jogar em bloco alto, como necessitamos para jogar com um Jonas também ele fisicamente frágil.

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  3. Toma lá o Douglas e o 4x2x3x1, que é para aprenderes, PP!...;)

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    1. Espero que não seja um 4-2-3-1 muito definido, mas sim uma espécie de 4-3-3, que se possa transformar também num 4-4-2. Vamos ver se vai dar resultado ou não. Faço votos que sim.

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    2. E não foi mesmo! RV enganou-me, quando vi Samaris e Fejsa, pensei logo no duplo pivot. Acho que enganou toda a gente, incluindo JJ e o Sporting...como é que aquela primeira parte não dá goleada??

      Reconheço que ontem RV esteve bem. Aquele 4x1x4x1 claro a defender, com Samaris interior com Ziv, Rafa na esquerda (só com um ano e meio de atraso!!!) e Pizzi na direita deu muitos problemas ao Sporting!

      É como diz o RB: é preciso RV ficar com o 'cuzinho apertado' para fazer qualquer coisa de jeito. Ah e se calhar estar-se a lutar por coisas que interessam à Direcção - milhões - e não por coisas que não lhes interessam - títulos...

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    3. Ainda tens a mesma opinião do Samaris? O erro do Rui Vitória a nível técnico/táctico no campeonato, foi simplesmente o seguinte: tentou manter a mesma estrutura da equipa para jogar com o Jonas, quando ele não podia jogar. Talvez na esperança dele recuperar ao fim de uma semana... Quando percebeu que o brasileiro não iria estar disponível numa ou duas semanas, trabalhou numa estrutura ligeiramente diferente, mantendo-se o modelo de jogo que assumiu a meio da temporada. O resultado foi o jogo muito positivo de ontem, em que não ganhámos por azar.

      Estes erros ao lado dos outros das arbitragens, não são nada. E é isso que os benfiquistas deveriam entender.

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