08 junho 2016

Já temos dupla!


E o Fernando Santos já disse que temos 23 jogadores para um onze.
Que venha o Euro2016 em França!

Espectacular exibição da selecção nacional, esta noite, frente aos estonianos, no Estádio da Luz que mais uma vez serviu de local sagrado. É verdade que o adversário não é dos mais fortes - está na posição 47 do ranking de selecções da UEFA - mas, trata-se de uma selecção bem organizada. De tal forma que apenas só perto do intervalo é que Portugal conseguiu chegar à vantagem por intermédio de Cristiano Ronaldo. Não sei o que foi mais espectacular, se o cruzamento de trivela de Ricardo Quaresma, se o cabeceamento fulminante do CR7. A partir desse momento, o jogo tomou definitivamente um único sentido: o do ataque de Portugal. E, a goleada foi uma questão de tempo. Destaco apenas para a obra prima de Quaresma no segundo golo da noite. Aquilo não está ao alcance de todos, ainda para mais neste nível de alta competição. O camisola 20 é bem capaz de estar a passar a sua melhor fase de sempre da carreira e que bom isso acontece em ano de Euro. Tanto Portugal, como o próprio Ronaldo, agradecem!

Esta dupla atacante tem tudo para dar certo dentro deste modelo e sistema de jogo, que Fernando Santos montou para a equipa das quinas. Jogam e fazem jogar entre os dois e a restante equipa. Estão e não estão dentro da área. E, isso vai desnortear qualquer defesa organizada, porque simplesmente as defesas não têm qualquer referência de marcação e quando apanham um adversário pela frente, apanham-no embalado. E, se adicionarmos ao facto da selecção possuir médios que entram bem nas zonas defensivas com a bola no pé, procurando tabelas e desmarcações dos avançados, vemos que mais facilmente se destrói por completo os sistemas defensivos. E, ainda nem sequer referi o contributo que os laterais ofensivos da selecção dão em termos de profundidade e verticalidade do jogo da selecção. Neste contexto, temos de dar os parabéns ao seleccionador nacional, que mais do que apenas usar este período para recuperar fisicamente os jogadores, tem sabido transmitir bem as suas ideias de jogo. Ideias estas que têm fugido um pouco ao que era normal na selecção nacional.

Obviamente, que o 4-3-3 que nos identificou durante longo período de tempo a nossa selecção ainda persiste em alguns momentos com Fernando Santos. Basta ver como Portugal jogou quando entrou o Éder, com Nani e Quaresma nas alas e um trio de meio-campo composto por William Carvalho, André Gomes e Renato Sanches. Aliás, tal como eu já suspeitava e até defendi num artigo anterior. No entanto, eu penso que podemos ir um pouco mais longe em termos de modelo de jogo e, sobretudo, de superioridade de jogo. Quero com isto dizer que podemos ser uma equipa muito mais pressionante sobre o adversário, muito mais perigosa e muito mais controladora da posse de bola com alterações ao modelo e ao sistema de jogo. Em primeiro lugar, apesar das exibições espectaculares de Danilo Pereira e William Carvalho como médios defensivos, ou até mesmo o crescendo de forma de João Moutinho ou a boa forma de Adrien, estes 4 são redundantes quando se tem jogadores do nível de André Gomes e João Mário. Estes últimos dois têm pois a capacidade de jogar com e sem bola a um nível muito elevado, talvez superior aos restantes. Como tal, levam-me a admitir que os dois tomariam bem conta do centro do meio-campo da selecção. Isto faria com que abrissem vagas nas alas, nomeadamente para o Quaresma e para o Rafa, num esquema mais puro de 4-4-2 (4-2-4). Consequentemente, abriria também uma vaga para companheiro de Ronaldo no ataque, que seria para o Nani. Notar que aqui preferi desfazer a dupla, porque o Quaresma num modelo destes é fundamental numa zona de construção, pois decide melhor que Nani. Esse posicionamento do "mustang" permite que ele entre de trás para a frente em zonas de finalização por combinação com o Nani ou o Ronaldo. Por outro lado, em matéria de cruzamentos, haverá alguém melhor que o Quaresma? Do lado contrário, ficaria o Rafa, jogando de forma idêntica como faz no Sporting de Braga. Em jogadas puramente ofensivas, Rafa-Quaresma-Nani-Ronaldo poderiam formar um quarteto muito móvel, alternando e sobrepondo posicionamentos. Por fim, e porque queria jogar de forma muito compacta e dentro do meio-campo adversário, para evitar situações de transição e apanhar os centrais muito atrás, colocaria como central ao lado do Pepe um Danilo Pereira ou um William Carvalho. Com bola nos pés, esta defesa seria muito mais construtora do que a actual e sem bola, não recuaria tanto no terreno, permitindo um posicionamento melhor na reacção à perda. Questiono se o modelo de Fernando Santos evoluirá para tal. É que assim conseguiria colocar os melhores em campo num sistema bem equilibrado.



15 comentários:

  1. A minha dupla e o Pistolas e o Mitrogolo.

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  2. A minha dupla e o Pistolas e o Mitrogolo.

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  3. vamos ver o que vai acontecer em frança...não deitem foguetes antes da festa...

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    1. Longe de mim. Mas, pelo menos ao contrário de outras campanhas, vê-se que o seleccionador está a fazer um bom trabalho ao nível do treino.

      Eu gostei imenso da forma como o nosso meio-campo pressiona quando não tem a bola e procuratrocar a bola rapidamente quando a tem.

      Primeiro, que venha a qualificação para as fases do "mata-mata".

      ;)

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  4. ...Lamento que depois de tanta sabedoria..........não haja uma palavra para o melhor dos médios convocados........RENATO SANCHES.......no final veremos.....

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    1. Posso não o considerar titular na selecção nacional por enquanto, mas até ao final do Euro e se o seleccionador lhe der as devidas oportunidades, a selecção será ele e mais 10!

      Eu ainda tenho esperanças de ver um meio-campo de Portugal com André Gomes e Renato Sanches, no modelo de 4-4-2 que falei no artigo.

      ;)

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  5. Não concordo nada com essas alterações, acho que ter um Danilo no meio campo é absolutamente fundamental, esperar que André Gomes e João Mário, dois jogadores sem grande poder de choque (sobretudo o primeiro) dêem conta do meio campo, acho um pouco suicida. Reparem que aqui nem ponho a hipótese William, porque do que tenho visto, é mau demais, garantidamente o pior médio que levámos (alguém tinha que o ser, não quer dizer que não possa ser útil em situações pontuais). Eu aprecio o modelo que o FS está a testar, obviamente que necessita de muito trabalho e a questao é: será que isto estará afinado quando lá chegarmos? É que jogarmos com dois avançados móveis só faz sentido se houver incursões relativamente fáceis dos médios André Gomes, João Mário e Moutinho, coisa que não se tem visto muito. Nani tem sido uma nulidade, por isso eu entregaria o ataque a Quaresma (que tem limitações físicas obvias) e Ronaldo. Meio campo deixaria como indiscutíveis João Mário e Danilo. Moutinho penso ser importante, não tanto pelo que joga no momento, mas pela sua experiência (também é preciso) e estaria na dúvida entre André Gomes ou Adrien. De qualquer dos casos, temos 4 jogadores de enormíssima rotação. Renato será útil em casos específicos do jogo, mas penso que não será titular em qualquer jogo. Na defesa, Pepe é fundamental, falta-me escolher entre Carvalho e Fonte, dois enormes jogadores, e penso que estamos bem servidos com qualquer um deles. Nas laterais, é uma grande incógnita. Confesso que gosto muito de Guerreiro, e talvez pusesse Cedric, por ser natural na posição. Acho que temos bons jogadores, mas tudo vai depender de como funciona o modelo.

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    1. A tua visão é a conservadora e é aquela que o Fernando Santos está a ter. Nada contra.

      Contudo, acho que dá para melhorar. Daí a minha proposta de 4-4-2/4-2-4.

      O Danilo Pereira com Pepe ao lado é o mesmo que jogarmos com a linha defensiva colada à linha de meio-campo, se não mais à frente.

      Quanto à crítica ao André Gomes, não a entendo. Já ninguém se recorda em que posição ele começou a jogar no Benfica? E, quanto ao poder de choque, estamos a falar de um André Gomes e de um João Mário. Não são propriamente duas meias-lecas.

      Sobre o Nani, acho que neste sistema que defendo ele teria o espaço para explorar o que melhor ele tem. Ele não pode estar muito recuado, ao nível do meio-campo, porque não tem uma boa tomada de decisão. Lá na frente no esquema actual acaba por estar amordaçado. O esquema que defendo permite que ele possa explorar as alas complementando com o Quaresma, mas também explorar as zonas de finalização ao lado de Ronaldo.

      ;)

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  6. No próximo jogo quero ver este onze, sem dúvida alguma : http://this11.com/play/abLnjEEagu.png

    Na defesa substituir o Vierinha pelo Cédric é imperativo. O Vieirinha pode ser bom ofensivamente mas foi o principal responsável pelo golo islandês, é um avançado e não um defesa, no lado direito da defesa tem de jogar Cédric que é um lateral-direito de raiz, além de ser bom ofensivamente.

    No meio-campo, coloquei aqui o João Mário mas pode também muito bem ser João Moutinho ou André Gomes neste lugar. Mas de qualquer forma parece-me fundamental ter Danilo e Renato Sanches como titulares, o primeiro é um excelente recuperador e o segundo um excelente acelerador.

    E no ataque quero ver o trio Nani-Ronaldo-Quaresma, muito móveis e sempre a trocar de posição entre si. Obviamente o Ronaldo não deve jogar como um 9 clássico mas deve ter a liberdade de jogar como falso 9, vindo buscar a bola ao meio-campo e trocando de posição com os extremos.

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    1. E o André Gomes? Este é simplesmente o melhor médio que temos...

      Depois, o problema do trio de ataque é o mesmo de sempre: ninguém sabe o que fazer sem bola. É por isso, que este modelo do 4-1-2-1-2 tem tido melhores resultados.

      Percebo a tua ideia e até gosto. Contudo, o problema dele é sem a bola. O trio de meio-campo fica demasiado exposto nestas situações.

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    2. Sem bola defende-se em 4-1-4-1 com o Nani e o Quaresma a fechar os flancos. E o André Gomes pode jogar no lugar do João Mário no meio-campo, mas para mim Danilo e Sanches têm que ser obrigatoriamente titulares.

      Gostei deste sistema em 4-4-2 losango durante a preparação mas agora nos jogos a sério penso que o melhor é voltar ao 4-3-3, os jogadores estão mais habituados a este sistema e para mais com a qualidade dos nossos extremos (Nani, Quaresma, Ronaldo) não podemos jogar num sistema sem extremos, reparaste na melhoria a nível da criação de oportunidades frente à Islândia quando passamos em 4-3-3 com Nani-Ronaldo-Quaresma na frente ? O Nani fez alguns cruzamentos perigosos que podiam ter dado em golo e o Quaresma e o Ronaldo também tiveram perto de marcar.

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