25 junho 2016

Ganhar o Europeu só com empates?


Apesar de que seria inédito na história do futebol Europeu e até mundial...

Os empatas...
Até agora, a selecção nacional só tem averbado empates. Primeiro conta a selecção islandesa, num empate a uma bola, que penalizou o nosso desperdício ofensivo e desconcentração defensiva...



Segundo, contra a selecção austríaca, com um inesperado empate sem golos, apesar de várias tentativas falhadas e de uma grande penalidade desperdiçada por Portugal...


E, terceiro, contra a selecção húngara, no jogo mais emocionante do campeonato Europeu até ao momento, mas que revelou uma selecção nacional emocionalmente e tacticamente instável...





É possível ganhar o Europeu tendo averbado 3 empates na fase de grupos?
Sim, é possível! Na realidade até não seria nada de outro mundo se o mesmo acontecesse num campeonato mundial de futebol. Que diga a "Squadra Azurra" em 1982, na Espanha. A selecção transalpina fez uma fase de grupos só com empates e na final eliminou a poderosa Alemanha. Contudo, depois dessa fase eliminou a Argentina e o favorito Brasil (talvez a mais espectacular equipa canarinha), numa segunda fase de grupos, a Polónia nas meias-finais e a referida Alemanha. Tudo isto só com vitórias. Relativamente aos campeonatos da Europa, o mais próximo que temos com uma campanha deste tipo são os casos da Dinamarca em 1992 e da conhecida Grécia em 2004. Em ambos os casos, ambas as selecções passaram a fase de grupos com uma vitória, uma derrota e um empate. Em 1992, a vitória valia 2 pontos, pelo que a Dinamarca conseguiu classificar-se para a fase das eliminatórias apenas tendo averbado 3 pontos, o mesmo que a selecção das quinas conseguiu agora em França 2016. Em ambos os casos, a partir da fase de grupos, as equipas venceram os seus jogos. Sendo assim, é normal que a mensagem de Fernando Santos passe por querer «Ganhar! Ganhar! Ganhar!». Até, porque convenhamos, seria impróprio para cardíacos termos que fazer mais 4 jogos a sofrer 120 minutos, mais a lotaria das grandes penalidades. Isto para não falar no desgaste físico que traria para a nossa equipa, caso quiséssemos fazer história como a equipa que empatou todos os jogos e sagrou-se campeã. Para além disso, como Português não gostaria de ver a minha selecção ganhar o seu primeiro grande título e ser reconhecida como os "empatas".





Mas, algo tem de mudar...
Assim como em 1982, a Itália começou a ganhar quando Paolo Rossi começou a jogar depois de cumprir um castigo de 2 anos, por resultados combinados (ver vídeo acima), penso que Portugal irá começar a jogar muito mais, quando fizer uma ou duas alterações que considero serem fundamentais no onze titular. Na minha opinião, as duas alterações que faria no onze luso a defrontar a Croácia, seria o Renato Sanches e o Rafa. O jovem prodígio das escolas do Benfica, já começa a ganhar o seu espaço no seio da equipa. A prova disso, é que o Fernando Santos não pensou duas vezes em fazê-lo entrar logo no início da segunda parte frente à Hungria. Falta agora ele apostar no jogador do Sporting de Braga. Defendo a utilização do camisola 18 das quinas, porque é o nosso extremo mais completo, logo a seguir ao Ronaldo (que está cada vez mais um avançado do que propriamente um extremo). O Rafa tanto faz o que quer com a bola nos pés, como também tem um índice de trabalho defensivo, muito acima da média. Depois, para além de estar na sua melhor forma, apresenta uma polivalência enorme, permitindo à equipa de Fernando Santos, jogar tanto no actual 4-4-2 (4-1-2-1-2) como no tradicional 4-3-3 da selecção nacional. Para estas entradas, os candidatos às respectivas saídas seriam: João Moutinho e William de Carvalho. A saída de João Moutinho é mais ou menos consensual. O camisola 8 da selecção não está a passar por um grande momento de forma e não tem sido o motor que Portugal precisa naquela zona do terreno. Quanto a William de Carvalho, tanto ele como o Danilo Pereira, não têm estado particularmente muito bem neste Europeu, onde deveriam ser realmente um esteiro para a equipa: trabalho defensivo. Também passou por eles muito do facto de termos sofrido 4 golos em 3 jogos. E, como o André Gomes pode fazer muito bem essa posição, assim como o próprio Renato e João Mário, vejo que estes três formariam um núcleo de meio-campo muito flexível e forte. Mais, o próprio André Gomes viria o seu jogo subir de nível se fosse trazido para o corredor central. A propósito dele, sabiam que tem sido o nosso segundo melhor jogador do torneio?

Este seria o meu onze titular frente à Croácia. Destacar a
polivalência dos nossos médios-centro e a incorporação de
Rafa no onze. Ricardo Quaresma seria sempre uma opção
ou para o Nani (refrescar do ataque), ou para o Rafa
(troca mais ofensiva), ou para um dos médios centro
(alargar a frente de ataque). 


P.S.: E, agora, um comunicado oficial do nosso comissário do futebol, Eric Cantona...


4 comentários:

  1. O jogo de ontem é considerado como uma vitória, não ? :D

    Agora já não há desculpas para o Fernando Santos não colocar Renato Sanches e Quaresma a titulares.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O Renato Sanches já não deveria ser desculpa à muito tempo. Quanto ao Quaresma, a impressão que tenho é que ele não está completamente a 100% para aguentar um jogo inteiro.

      Eliminar
  2. Gosto desse onze que colocaste mas trocaria Rafa por Quaresma, Vierinha por Cédric e metia pelo menos um médio recuperador no meio-campo, seja ele Danilo ou William Carvalho.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não trocaria o Rafa pelo Quaresma porque sei que o Rafa é muito melhor a defender que o "mustang". Agora, entre Quaresma e Nani... Para mim, um tridente ofensivo formado por Quaresma, Ronaldo e Nani seria o ideal face a equipas como a Estónia, ou se o nosso meio-campo jogasse de forma mais paciente e compacta.

      Sobre o Cédric vs Vieirinha, penso que o Cédric ganhou ontem o lugar. E, até o próprio José Fonte para mim esteve impecável.

      Relativamente, ao Danilo e William, continuo a pensar que não acrescentam nada em termos ofensivos (velocidade de circulação da bola, ou variações de centro de jogo mais rápidas, por exemplo), como também em termos defensivos têm sido pouco mais que assim-assim (nenhum deles conseguiu superiorizar-se em termos aéreos aos adversários e nas transições defensivas parece que se movem a carvão). Por isso, mesmo, preferi apostar num trio que quanto a mim são os melhores que temos lá neste momento, o André Gomes, o João Mário e o Renato Sanches. Todos eles sabem interpretar as funções de médio-defensivo, médio de transição e médio-ofensivo.

      Eliminar