04 janeiro 2015

Jornada 1: Benfica - Nacional


Lamento só agora fazer a revisão do último jogo do Glorioso em 2014, frente ao Nacional da Madeira para a fase de grupos da taça da liga Portuguesa, mas o período festivo assim o obrigou.

Vitória por números escassos
O Benfica na passada terça-feira, fez o seu último encontro de 2014, frente à equipa insular de Manuel Machado. Foi um jogo em que o Benfica sem acelerar muito, entrou com uma dinâmica ofensiva muito boa que cedo fez-lhe chegar à vantagem. Depois foi controlando a reacção dos madeirenses, se bem que poderia ter controlado mais com a bola nos pés - continuo a apontar este defeito na equipa encarnada! De qualquer modo, o golo do Jonas, pecou por escasso. O brasileiro teve ainda mais uma série de oportunidades claras de golo, mas sem conseguir concluir. O mesmo para o seu companheiro de sector, Lima.
«A vitória é justa e é isso que importa. O Benfica defrontou uma equipa que nos dificultou a tarefa, depois de uma pausa e, no global, foi conseguido o que se pretendia que era a vitória.» 
por Jorge Jesus

Principais surpresas no onze titular
A começar pela inclusão a lateral esquerdo de André Almeida, passando pela colocação de Pizzi a extremo e acabando com a inclusão de Talisca no meio-campo. O polivalente internacional A Português está mais que visto que é o preferido para aquela posição para Jesus. Pensei que o técnico encarnado iria utilizar o Benito para ver se o suiço aproveitava a lesão de Eliseu e estes jogos da taça da liga para ganhar ritmo competitivo e entrosamento com os restantes colegas. Mas, pelos vistos está difícil a sua vida... será que vai sair agora em Janeiro? (Se sim, que venha o Raphäel Guerreiro, ok?!)

Não gostei de ter visto o Pizzi como extremo direito puro. Penso que o internacional Português rende mais na esquerda, onde jogou o Ola John (que voltou a não deslumbrar, mas quanto a isso voltarei mais adiante). Por outro lado, penso mesmo que o Jesus perdeu uma excelente oportunidade para consolidar rotinas do Pizzi no centro do terreno. Claramente, o Português precisa de jogos nas pernas e ser aposta.

Quanto ao Talisca, fiquei também surpreendido. Considero que o jovem Brasileiro precisa de uma "cura de banco" neste momento. Primeiro, porque denoto alguma fadiga competitiva, mais até do que fadiga física. Segundo, também vejo que anda um pouco fadigado fisicamente e isto já vem de vários jogos a esta parte - não consegue aguentar os 90 minutos desde pelo menos Novembro. Terceiro, porque apesar de teoricamente ter tudo para vingar naquela posição, não está a pensar correctamente para um jogador que tem de jogar naquela posição. Muitas vezes vi-o a perder a bola por má decisão e mau tempo de decisão. Aliás, a meu ver foi um dos principais responsáveis por não termos o controlo da posse de bola e um dos principais responsáveis por tanto Ola John e Pizzi no primeiro tempo estarem desinspirados... pudera, não tinham bola!!!

Notar que percebi a ideia de colocar Talisca no meio-campo por causa do médio do Nacional, o Ali Ghazal que é um jogador muito agressivo e possante naquela zona do terreno. Mas, se é verdade que se pode combater o fogo com fogo, também é verdade que se pode combater o fogo com água. Ou seja, se é verdade que colocando um jogador fisicamente mais possante como o jovem Brasileiro poderá dificultar e controlar o Egípcio, também é verdade que o controlo, a velocidade e a astúcia de Pizzi poderia ser outra forma de contornar o problema...


Gostei e Não Gostei
Começando pelo que não gostei:
  • Lima, trabalha é certo, mas golos nem vê-los. Penso que o jogo de taça da liga deveria ser para o Derley ter oportunidades...
  • Talisca, pelas razões já mencionadas.
  • Ola John, porque apesar de não ter muito jogo, quando teve complicou em vez de simplificar.
  • Pizzi, apesar de considerar que foi mais vítima do sistema... para jogar como extremo puro, teria colocado o Tiago que com a sua capacidade física criaria muitas dificuldades ao lateral esquerdo do Nacional.
  • André Almeida, porque com um falso extremo esquerdo à sua frente a equipa perde profundidade na asa esquerda, e o André não sendo um canhoto acaba sempre por não conseguir dar aquela fluidez a essa ala.
Sobre o que eu gostei:
  • Júlio César, porque foi sempre muito seguro e evitou dissabores maiores na baliza encarnada, apesar de eu defender a utilização do guarda-redes da equipa B ou do suplente, nestes jogos.
  • Maxi Pereira, porque foi o melhor jogador encarnado em toda a partida. Fico com a sensação que está claramente a jogar para o contrato, quer este seja com o Benfica ou com outro clube. E, já agora, segunda assistência para golo consecutiva para Jonas, proveniente de um cruzamento, gesto técnico que muitos criticavam que o Uruguaio não sabia fazer...
  • César, porque tem sabido aproveitar a lesão de Luisão para mostrar que se pode contar com o jovem central.
  • Cristante, pois vi enormes progressos na forma como reage aos vários momentos de jogo. Subiu de intensidade e velocidade relativamente ao início da temporada.
  • Jonas, não só pelo golo que marcou, mas pelo que faz a equipa jogar. Tenho quase a certeza que se o Jesus conseguir resolver a questão do número "8" para ligar a equipa, o ataque encarnado vai ser demolidor.

Oportunidades para os substitutos
A entrada de Nico Gaitán não é bem uma oportunidade, mas sim uma tentativa de resolução do problema. Com o argentino em campo, o Benfica acaba por conseguir ter sempre 3 jogadores no meio-campo, pois o camisola 10 tem sempre tendência para fugir para essas zonas do terreno e assim organizar mais o jogo nessa zona.

A entrada de Samaris e a saída de Talisca foi para testar a solução mais conservadora e tentar estancar qualquer reacção por parte da equipa insular - o tal plano C, que falei anteriormente. Neste ponto, penso que o Jesus esteve muitíssimo bem. Até porque o Nacional da Madeira é uma equipa muito boa e bem organizada.

Só achei que a entrada do sérvio Sulejmani pecou por tardia. Os cerca de 5 minutos mais descontos que teve direito, poderiam ter sido uns 15 minutos. Considero fundamental que este jogador recupere rapidamente a sua forma física e o ritmo de jogo após este enorme período de tempo de inactividade. Até porque o Benfica precisa dele. Ainda para mais com a lesão de Salvio. Aliás, do ponto de vista teórico, neste momento, o melhor Benfica terá sempre o sérvio no onze titular.


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