Os cinco

Numa altura que se fala muito em saídas... que tal apostar na formação, de forma sustentada?Estou convicto que a aposta seria sempre ganha!

Na passado sábado, o técnico do Ajax - equipa convidada esta pré-época para disputar o torneio Eusébio Cup - Frank de Boer, quando interrogado para comentar sobre as saídas do Benfica, saiu-se com o seguinte:

« Jorge Jesus consegue sempre formar boas equipas. Se isto acontecesse no Ajax, olhava de imediato para a nossa escola. É essa a nossa filosofia. »

E, porque não seguir essa mesma filosofia? Ainda por cima, quando a mesma escola tem dado cartas da sua qualidade - ainda neste fim-de-semana, o Benfica B venceu o seu homólogo Ajax, provando a qualidade da nossa escola?!

Olhando para os pupilos encarnados, vejo pelo menos um quinteto de jogadores que podem no curto e médio prazo fazerem parte da solução. São eles: Bruno Varela, João Cancelo, João Teixeira, Bernardo Silva e Nélson Oliveira.

Muitos outros poderiam ser igualmente integrados. Contudo, deixo-os de fora, porque também entendo a dificuldade acrescida que a inclusão de demasiada juventude numa equipa sénior com o nível de exigência do Benfica acarreta, assim como a capacidade de trabalho que um treinador consegue efectuar sobre determinado número de jogadores. Por exemplo, Ivan Cavaleiro e Hélder Costa são dois desses jogadores que poderia igualmente englobar. Não o fiz porque são dois jogadores para as alas e estas estão bem preenchidas com jogadores mais experientes e que não irão sair do clube neste defeso (Salvio, Sulejmani, Eliseu, Ola John, Pizzi, Candeias).

Dentro deste grupo de 5, haverá jogadores para lutarem desde já para a titularidade (Nélson Oliveira), outros para irem sendo integrados no grupo (Bernardo Silva, João Teixeira e João Cancelo) e outros para irem entrando sempre que for possível e necessário (Bruno Varela).

O Nélson Oliveira é um avançado completo e, sinceramente, penso que tem capacidade para pegar de estaca nas funções e posições do hispano-brasileiro Rodrigo, na época passada. Ou até mesmo, lutar pela titularidade pela posição de avançado referência da equipa, como o Lima e o Cardozo. Bastará que Jorge Jesus assim o queira...

Fala-se muito na possível saída do argentino Enzo Pérez, mas sempre que vejo jogar um João Teixeira que com aquela idade já imprime um nível de intensidade elevadíssimo ao seu jogo, pergunto-me se não haverá uma preocupação exagerada a médio prazo...

Por falar em Enzo e Rodrigo, o que dizer da coqueluche do futebol jovem encarnado, o Bernardo Silva? Um talentoso "10" canhoto como há poucos no futebol nacional e internacional, que tanto parece jogar com pantufas com a bola nos pés, como usa o fato de macaco quando está sem ela... um jogador que facilmente poderá fazer todas as posições do meio-campo para a frente... tem de ser-lhe dada hipóteses e mais do que isso, precisa de tutoria por parte do treinador!

Com um Maxi mais maduro, com um Silvio ainda não confirmado, mas também a debelar de uma lesão grave, com um André Almeida a regressar ao meio-campo, não acham que um dos mais talentosos da sua geração, o lateral polivalente direito/esquerdo João Cancelo, não deveria ser a primeira opção, antes até do que ir ao mercado sul-americano recrutar um lateral direito, como fizeram com o Luis Filipe? Pois, penso que vocês devem perceber qual a minha resposta. Não é que não falte ao Cancelo pontos a melhorar... mas, isso só irá acontecer dentro do Benfica e com a supervisão do "Jota-Jota".

Se for confirmada a contratação de um guarda-redes de renome internacional, como o argentino Romero, e com a permanência de um guardião experiente como o Paulo Lopes, qual é a necessidade real de manter um guarda-redes como o Artur, ou até mesmo contratar mais outro guarda-redes de potencial, quando se tem um Bruno Varela tão bem referenciado e que poderá ir treinando na equipa A e jogando na equipa B e nalguns jogos da equipa principal esta temporada?

Como podem ver, não exijo que se aposte cegamente na nossa formação. A aposta deve ser sempre tomada em consideração segundo os seguintes critérios:

• Excelência/Qualidade
• Necessidade da equipa principal
• Integração a curto/médio/longo prazo
• Eficácia e eficiência da capacidade do treinador em tutorar