26 janeiro 2018

A lesão do Krovi é...


... valho!


Como as coisas mudam rapidamente no futebol. Ainda há pouco mais de um mês, quando escrevia a minha lista de prendas ao Pai Natal Benfiquista, aconselhava o empréstimo do jovem craque João Carvalho para uma equipa onde tivesse maiores oportunidades para jogar com regularidade. Numa equipa com Pizzi e Krovinovic a titulares, mas também com, possivelmente, um plano B de jogo a passar pelo 4-4-2, o jovem teria muito poucas oportunidades de jogar com a frequência que ele precisa nesta fase delicada da sua carreira.

Nessa altura, preferia contratar um jogador com outra maturidade e experiência como o Lucas Evangelista (apesar de ser também um jovem, tem já maior experiência de futebol profissional que o Carvalho), pois sendo um titular no Estoril, vem com outro ritmo competitivo que o jovem craque ainda não possui. Continuo a defender a vinda deste jogador brasileiro, pois o Benfica não tem nenhum médio com as suas características específicas. Ou seja, um esquerdino com aquele toque de bola a jogar no centro do terreno. As possibilidades e as variantes que ele poderá dar à equipa são inúmeras. Uma delas é a de fazer um pouco do que o Pizzi faz quando Rui Vitória pretende desdobrar o 4-3-3 em 4-4-2, com o reposicionamento do Pizzi da posição de interior para ala direito. Ora, o Lucas poderá fazer isso de forma fluída no flanco esquerdo. Mesmo em 4-3-3, poderá permitir uma variante com extremos de pés trocados (Rafa e Zivkovic agradecem!) uma vez que ao fugir para a ala, poderá libertar espaço para Rafa (por exemplo) atacar o corredor central em slalom e aí criar perigo... como ele fez no serviço para o João Carvalho ter feito aquele nó no presente dado ao Seferovic frente ao Setúbal, no último jogo desta edição da Taça da Liga por parte do Benfica.



Desta forma, retirando o Krovinovic da equação até ao final da temporada, o João Carvalho teria aqui uma grande oportunidade de lutar pela titularidade com o Lucas Evangelista (ou outra opção como à frente demonstrarei), e Rui Vitória conseguiria ter 5 jogadores para 2 a 3 posições para os restantes 15 jogos que faltam para terminar a temporada, i.e., Fejsa e Samaris para a posição de médio mais defensivo, e depois Pizzi, João Carvalho e Lucas Evangelista para as posições de médio interior, de médio ala e de médio mais ofensivo. Penso que este número é mais do que o suficiente para os encontros até ao final da temporada. É óbvio que o Vitória irá promover sempre a inclusão no plantel de mais um ou outro médio vindos da equipa B (Keaton Parks e, mais recentemente, o Gedson Fernandes), mas não serão para serem apostas concretas para o que falta do campeonato. São apostas para um futuro a médio e longo prazo, de inclusão de um grupo de trabalho e numa família. Querermos exigir-lhes já uma performance de topo não seria o ideal para eles.

Agora, a exigência para com o Joãozinho... esta é a tal oportunidade que ele estava a lutar para ter desde o final da época passada. Com bola não estou muito preocupado. Talvez esteja um pouco preocupado com a possível tendência para querer ser protagonista, mastigando em demasia com a bola nos pés. Até por isso será bom ter o Lucas no plantel, pois irá morder-lhe os calcanhares da competitividade. De qualquer modo, onde torço mais o nariz com o Carvalho é no seu trabalho sem bola. Não estou a falar da sua atitude. Ele corre e esforça-se. O problema é que gasta energia em movimentos e gestos muitas vezes errados e desfasados. Por exemplo, como fazer pressão sobre o portador da bola e ao mesmo tempo estar a anular uma linha de passe ao adversário com o efeito sombra que causa pelo seu movimento? Ou então, entender quando tem de ir ao chão para retirar uma bola ao adversário após uma pressão conjunta com 2 ou 3 colegas de equipa sob o portador da bola? É aqui que estará ou não o sucesso do João Carvalho nestes 15 jogos que faltam para o final do campeonato. A existência do Lucas, penso que é um acréscimo de segurança, pois é um jogador que está perfeitamente identificado com este saber jogar sem bola.



Mas, a questão da vinda do Lucas pode envolver outras questões. Para além do custo que o jogador poderá representar para os cofres da Luz, assim como de possíveis concorrentes pelo passe do atleta, há também que olhar bem para o plantel encarnado. Nesse contexto mais holístico, temos de entender que iremos fazer mais 15 jogos, jogamos actualmente com um ponta-de-lança e temos 3 no plantel, para além dos 4 extremos que possuímos e, todos eles, de grande qualidade técnica. Ou seja, é muito talento para estar no banco nestes "curtos" 15 jogos, ainda por cima, jogos semanais, o que permite recuperações físicas melhores e dessa forma menos riscos de lesões. Neste sentido, será possível adaptar soluções? Eu penso que sim. Do trio de avançados, o Raúl pode jogar facilmente na ala como avançado interior, podendo até ser uma alternativa ofensiva que permita um passo intermédio entre o 4-3-3 e o 4-4-2. Com essa passagem do mexicano para a ala, permite que um dos extremos possa adaptar-se ao meio-campo como interior/ala evitando dessa maneira ir ao mercado buscar o Lucas. Os principais candidatos seriam os esquerdinos Cervi e Zivkovic, pois o Raúl seria mais perigoso pelo flanco esquerdo. Desta forma o 4-3-3 se desdobraria de forma natural num 4-4-2 no ataque. Para o Cervi e o Zivkovic esta adaptação seria inclusive enriquecedora a nível táctico e até técnico. O único senão prende-se com o facto de ser uma solução de evolução e não uma solução imediata, como acho que a aquisição do Lucas pode vir a ser.

De qualquer maneira, penso que só haverá notícias de reforços para o meio-campo após o jogo de segunda-feira frente ao Belenenses, se for apenas antes do fecho do mercado de inverno (31 de janeiro de 2018). Até lá, a aposta será sobre o João Carvalho que terá nesse encontro a derradeira oportunidade de demonstrar que é já material para titular da equipa encarnada. Só apenas uma exibição mais cinzenta do jovem jogador é que poderá fazer com que os responsáveis se decidem pelo reforço via mercado. Caso contrário, a opção ao João Carvalho no meio-campo poderá ser construída nos treinos através da polivalência dos extremos, mas também da incorporação dos jovens da equipa B.


«Calma pessoal! Porque eu estou aqui e vou agarrar a oportunidade!
P.S.: Krovi, vermo-nos no Marquês!
😉»

25 comentários:

  1. Benvindo de volta ao teu espaço, estava farto de me segurar para te responder no GB, espaço onde não dá para as zangas de que tanto gostamos!

    Rafa e Ziv não agradecem nada, porque RV não lhes dá espaço para isso. A cada dia que passa que me convenço que o Sérvio já só está a empacotar a casa e que Rafa está a escolher os estofos para os sofás da nova. É uma pena, mas ilustrativo das reais capacidades de RV como motivador.

    Já quanto ao que propões para o meio campo do Benfica (Fejsa+Samaris e Carvalho, Envangelista e Pizzi) parece-me uma boa hipótese. Fiquei bem impressionado com o jogo que o Envangelista fez connosco. Por outro lado, como ninguém chega até ao jogo com o Belém, aí está a oportunidade de RV responder a todos os que o acusam de não apostar no Seixal. Se isto não é porta aberta para JC a titular, estou curioso de ver o malabarismo que se vai fazer. A menos que seja para o Samaris jogar "na sua real posição".

    Quanto ao Parks, parece estar a ser trabalhado mais para sucessor de Fejsa do que de Pizzinovic. Não tenho opinião formada ainda, mas os minutos somados são poucos, os que eu vi ainda menos.

    Quanto a soluções intermédias, o proscrito Rafa é quem melhor pode fazer aquilo que defendes para o Raul. Não que eu não discorde de ti, concordo, e até acho que com Raul e Jonas em campo até dá para os dois alternarem de posição, consoante os momentos do jogo, dando soluções diferentes e dificultando a vida às defesas. Se RV trabalha (ou sequer sabe trabalhar) essas rotinas no treino, isso é outra conversa.

    Curioso, curioso é que os defeitos que JC tem, de acordo com o que tu dizes, não diferem muito dos que o Renato tinha. A favor do JC tem mais idade e já andou por mais sítios que o Renato, quando a oportunidade bateu à porta; por outro lado, a demora do Renato em desenvolver qualquer coisa de parecida com "noção sem bola" eram só factores do Renato, ou o treino não fomentava isso?

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  2. Agora não tenho tempo para responder ao artigo todo - como sempre, tanta coisa com que concordo e tanta coisa da qual discordo! ;) - mas tenho curiosidade para saber qual a opinião do PP sobre uma hipótese de substituição do Krovi: mantendo o sistema e o modelo de jogo que tão bom futebol nos tem dado, o que achas de Zivkovic a médio interior direito e Pizzi a médio interior esquerdo? Os triângulos passariam a ser Pizzi-Grimaldo-Cervi à esquerda e Ziv-Almeida-Salvio à direita. Acho que poderia resultar pelo menos tão bem quanto a substituição directa de Krovi por João Carvalho para a posição de médio interior esquerdo.

    Isto, claro, num plano meramente abstracto pois já se percebeu à saciedade que Ziv está carbonizado pelo RV...

    PS. Dá para pedir que voltes a escrever com mais frequência? Fazes muita falta à blogosfera benfiquista!

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  3. Reli o artigo com mais atenção e afinal, desta vez não discordo de muita coisa ;)

    Concordo particularmente com o que dizes do JC. Tenho os mesmos optimismos e as mesmas reservas - talvez até mais reservas nos momentos com bola: embora ele e Ziv sejam os jogadores com características mais próximas das de Krovi, não sei se JC terá aquela capacidade que Krovi demonstrou de fazer toda a equipa jogar melhor...aquela qualidade com que Krovi estava a ligar a construção com a criação e esta com a preparação da finalização, iluminando o caminho para toda a equipa em organização ofensiva, é de génio do meio-campo...já o disse por outras paragens: como Krovi, só três nomes me ocorrem - Valdo, Rui Costa, Pablo Aimar...

    Continuo a achar que Zivkovic seria a melhor opção para médio interior porque é nele que vejo maior capacidade de fazer isso que Krovi fazia. Mas Ziv e Rafa foram carbonizados - e aqui não concordo com o que dizes deles agradecerem (embora faça sentido) porque eles não contam para RV, pura e simplesmente. Esta continua a ser a minha maior crítica a RV - um crime lesa futebol proscrever dois talentos que estão no top 6 do plantel, quanto a mim (com Jonas, Krovi, Pizzi e Grimaldo).

    Lucas Evangelista não conheço o suficiente para me pronunciar.

    Quanto a Jimenez a avançado interior, actualmente já não o defendo como Plano A porque acho crucial mantermos este modelo de jogo, com os tais dois triângulos com fulcro cerebral nos médios interiores e futebol curto e apoiado entre eles, com trocas posicionais frequentes que tiram referências de pressão e marcação aos adversários. E não vejo no Jimenez características técnicas para fazer o que o Cervi faz neste modelo - por exemplo, Jimenez tem uma técnica de recepção de bola que está muito abaixo do que é exigido por este modelo; metade das bolas batem-lhe e ressaltam um ou dois metros...teria que ter técnica de recepção, inclusive orientada, para manter esta dinâmica, muitas vezes a um, dois toques, sem perder o tempo de voltar a controlar a bola que recebeu mal, que vai comprometer tudo a jusante pois nesse tempo o adversário reajusta-se...

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    1. Não é segredo nenhum para ninguém a minha evolução no que a gostar do Jimenez diz respeito. Mas não entrará o mexicano também no lote daqueles que RV explorou sempre abaixo daquilo que tinham para dar à equipa?

      Ou de outra forma, uma certa incapacidade gritante de dar novas valências a um jogador? É que se formos a ver, Jiménez tinha, na altura em que "não quer ir" para a China, tudo para se afirmar no 11. Mais móvel que o Mitro e com parecenças com um instinto de área. Zivkovic, depois do que se via e ainda vai vendo (agora em menor quantidade) Sálvio fazer, é um mistério. Depois do vermelho frente ao Porto podes fazer print: Zivkovic não volta a calçar. O que demorou a "descobrir" Joao Carvalho. O ser incapaz de lidar com um Rafa no plantel...

      RV não é mau tipo, mas neste momento a única coisa que o tornam o tipo indicado para um alegado projecto de Benfica made in Seixal é o ser mais um yes man do Presidente.

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    2. Por ordem de parágrafos: sim, sim e yes, man!

      Entretanto, no Restelo, no primeiro jogo sem Krovinovic, voltou o futebol indigente da era pré-Krovinovic. Tanto da era 4x4x2 como da era 4x3x3 ainda sem Krovinovic...mérito do treinador na melhoria drástica do futebol ou mérito de um génio do meio-campo que começou a ligar o jogo todo da equipa?...

      O que pode valer é que o Fruta Corrupção Pancadaria já está a quebrar e o Sporting é o Sporting. Mas com o futebol do Restelo vamos continuar a perder pontos...

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    3. Pergunta completamente armadilhada. Aliás, viu-se no Restelo o que é um treinador que arma a sua equipa para explorar um forma apoiada de jogar futebol, pressionar quem tinha de pressionar, deixar jogar quem não vai fazer mossa, e assim anular os jogadores chave. Do outro lado tivemos Rui Vitória.

      Pode ter sido uma sorte do caralho, pode ter sido não terem feito mais nada da vida durante quinze dias, mas a verdade é que o Benfica foi anulado por um Belenenses que tem 10 dias de trabalho com este treinador. E foi anulado porque apresenta zero (zerinho) noção de jogo colectivo. Veja-se no golo como a defesa está cada um por si, ninguém sabe o que fazer, quem cobrir, quem pressionar, onde estar... As-sus-ta-dor.

      RV pode até conseguir levar este grupo ao Marquês, mas para mim se o fizer é a aproveitar a desculpa e sair pela porta grande. Se não o fizer, dê lugar a outro. Parece que até há por aí bons treinadores que valorizam os seus jogadores...

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    4. Ora aí está! Eu continuo a sonhar com Paulo Fonseca na equipa principal e Pedro Bouças na equipa B!...

      Mas se o Mister Fezadas nos levar ao Marquês, podemos esquecer porque não vai sair de certeza - pelo menos por iniciativa do Benfica...

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    5. PP, por favor não sejas tão eloquente! Um argumento de cada vez...

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    6. Paulo Fonseca?! A sério?! Acham mesmo que ele seria um treinador que servisse a estratégia para o futebol do Benfica?

      Neste momento, o Paulo Fonseca quer é entrar numa das grandes ligas europeias. Não vem fazer cá nada, a não ser ficar um ou dois anos num Benfica e depois dar outro salto.

      Tu para levares este projeto encarnado precisas de uma equipa técnica que não salte fora ao fim de 1 ou 2 épocas.

      O mesmo escrevo para o Marco Silva, que verdade seja dita, depois de uma entrada em bom nível no Watford, depois perdeu-se um pouco. E, já não é a primeira vez que vejo isso acontecer-lhe...

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    7. Ora aqui está! Isto sim é um argumento 😉 E dos válidos - reconheço. Também por isso usei o verbo 'sonhar'...

      Mas o Paulo Fonseca é um treinador muito novo, alegadamente tem bom gosto (leia-se, naturalmente, que é benfiquista), talvez não desdenhasse um projecto de uns 5 anos com ambições de domínio nacional e relevância europeia (ganhar uma Liga Europa, ir a umas meias da Champions,...)...digo eu, não sei - pode perfeitamente ser wishful thinking!

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    8. Esqueci-me de comentar o Marco Silva...só para lembrar que nunca fui dos que o quiseram no Benfica, nem no Verão de 2015 nem depois, nos momentos de maior crítica a RV. Já escrevi por aí que me parece ser mais hype que outra coisa - ou melhor, é um treinador competente, mas nem de perto nem de longe ao nível a que o hype o eleva. Tem 'pinta', carisma e bom gosto (benfiquista), mas nem tenho a certeza que seja assim tão superior a RV em termos técnico-tácticos. Se ele um dia viesse, não ficava furioso, mas também não ficava todo contente.

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    9. Depois têm de perceber se são treinadores para jogarem com toda a pressão num Benfica.

      Aquilo que fizeram ao RV na sua primeira época não vi fazerem a mais ninguém. E o que esta a acontecer atualmente ao Benfica, também não.

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    10. Como já disse, por muito que gostasse, e gostaria, de ver o PF a treinar o Benfica (era dos portugueses o meu preferido para a sucessão a JJ, como os comentários na altura permitem perceber), tenho a noção que PF já só treinará na Luz ou se a carreira dele der uma grande volta por baixo, ou lá para a reforma se lhe apetecer. PF neste momento é treinador para a Premiership ou para La Liga, com escala talvez na Bundesliga. PF no Benfica não passa mesmo de sonho etéreo.

      Marco Silva nunca foi dos meus favoritos. O estilo de jogo das equipas dele nunca foi o que preconizo para o Benfica.

      Treinadores para a pressão é como os melões. O Mourinho teve no Benfica o primeiro desafio ao mais alto nível e saiu-se bem, outros bem rodados com ambientes de pressão saíram da Luz pela esquerda do palco. A verdade é que quer RV, quer MS, quer PF sabem uma coisa que nenhum estrangeiro sabe: ser treinador do Benfica é ao mesmo tempo o melhor e o pior trabalho do Mundo Futebolístico.

      Agora face às gritantes deficiências, à parca evolução da matéria prima e à notória dificuldade de implementar uma mudança táctica pensada desde Março/Abril do ano passado, será RV o homem indicado para o trabalho? Estamos a falar de alguém incapaz de valorizar Rafa ou Zivkovic, que sub aproveita o que há na formação e que se esconde num "não estão prontos" como desculpa para usar sub-produtos (Douglas, Lisandro, Augusto, Samaris), quando é mais do que evidente que o Inferno da Luz estava, no início da época, mais disposto a aceitar uma exibição menos conseguida de "um dos seus", como se viu nos aplausos "enxovalhantes" (posso explicar se não percebem) ao Varela ou na tolerância para com as deficiências do Buta. Será RV ainda o homem certo, ou, como disse ali em cima, o facto de ser um 'yes man' do Presidente pesa mais?

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    11. Desculpa-me mas críticas com os olhos postos na tabela classificativa.

      Tacticamente, o Rui Vitória tem dado banhos aos seus rivais. O Porto do Serginho é bola para a corrida do Marega. O Sporting apresenta zero de evolução tática desde o primeiro ano do Jesus. Só mudam os jogadores até ele acertar em atletas que reproduzem melhor o que ele quer. A única equipa em Portugal a ter o ataque posicional é o Benfica. O resto é tudo equipas de transições.

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    12. Criticaria com os olhos postos na tabela se só agora começasse a criticar RV por isso. Ora como tu bem sabes não é esse o caso.

      Volto a repetir pela enésima vez que pouco me importa o que os rivais estão a fazer, importa-me o que o Benfica faz e mais ainda o que não faz. E o que o Benfica não faz é jogar como equipa dita grande, e os banhos de bola que dá aos adversários directos nos confrontos directos vêm precisamente daí.

      A verdade é que o Benfica não pode viver sem ser uma equipa também de transições. Mesmo em posse a construção a partir de trás, sempre que não tiveste o Ederson em campo, foi e é sofrível. E não podes ser um equipa de ataque posicional se não tens a bola. Ora se perdes a bola tens de a ir buscar de volta e isso não sabemos fazer. Ad absurdum a nossa estratégia para recuperar a bola é esperar que o adversário ou marque ou ofereça a posse. É pouco para o Benfica.

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    13. O Benfica não joga como equipa grande?! Ó RB, somente o Barcelona e o Manchester City é que jogam da forma como preconizas. E fazem-no pela qualidade de jogadores que têm. Temos grandes jogadores para a nossa realidade. Muitos jovens com potencial para chegarem à fina nata. Mas, neste momento, todos eles cometem muitos erros para conseguires um nível desses.

      O João Carvalho é um miúdo. O Pizzi e o Fejsa, muitas vezes falham passes que nem lembram ao menino Jesus. Como é que queres que joguem como um trio formado por Busquets, Iniesta e Rakitic? Ou um trio como o formado por Fernandinho, David Silva e De Bruyne? As coisas precisam de trabalho. Nessas equipas os treinadores trabalham já com jogadores feitos. No Benfica formam-se e potenciam-se jogadores.

      E, mesmo assim, jogamos muito melhor que o Porto e o Sporting que têm a imprensa com eles, mas em jogo jogado são medonhos.

      Por isso, não entendo a tua crítica ao Rui Vitória. Ele, mesmo com essas condicionantes, acredita que consegue com qualidade de treino nivelar um pouco a equipa e levá-la a um modelo de jogo como o do Barça e o do City. Tem a proeza de dar-nos um nível de jogo semelhante ao do PSG, com a diferença da equipa parisiense ter jogadores consagrados.

      Tens razão quando criticas que temos de ter mais bola. Mas, as coisas não se resolvem todas ao mesmo tempo. É preciso dar-lhe tempo. Já reparaste que quando ele poderia elevar ainda mais este modelo com aquele trio de meio-campo formado por Fejsa, Pizzi e Krovinovic, tem logo o azar de um deles se lesionar? O Joãozinho é um miúdo super talentoso, mas tem ainda muita soupa para comer para lá chegar. Demora muito com a bola nos pés, sobretudo quando joga mais atrás no meio-campo, onde se sente pressionado e atrapalha-se porque não sabe ler à velocidade que se joga ainda. Para não falar do jogo sem bola, onde tem de tapar linhas de passe e pressionar o adversário de forma conjunta com a restante equipa. Mas, isso são coisas que dão trabalho e requerem tempo. O mesmo para o Zivkovic.

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    14. City e Nápoles e Barcelona e Bayern e PSG fazem o que fazem no seu contexto. Se o Benfica no seu contexto não o consegue fazer, então não percebo onde está irrealidade do que eu peço. Porque se é verdade que têm jogadores de elite, só o Bayern é que tem um mundo de diferença na qualidade dos jogadores.

      Desculpa lá mas alegar que Fejsa e Pizzi não são jogadores feitos é simplesmente escamotear a verdade. Mais ainda quando se fala de jogadores que actuam juntos há três anos (ou mais?).

      Eu não digo que temos de ter mais bola, eu digo que temos de conseguir recuperar melhor a bola quando não a temos; que temos de estar mais preparados para a recuperar quando a perdemos.

      Olhando para o jogo de Sábado, não foi um acidente mal conseguirmos chegar à baliza do Braga com Sálvio em campo e depois de ele sair o Braga ter imensas dificuldades em passar do meio campo com bola controlada.

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  4. Deixa lá o rapaz, eu estou mais ou menos na mesma com a tua proposta de meter o Bouças na B.

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    1. O Pedro é outro que tem muito potencial e que o seu futuro não será na 2ª liga. O Benfica precisa de treinadores que possam dar 4 ou 5 anos para o projeto encarnado.

      O Bouças, ir para a equipa B, não ficaria lá menos de 2 anos. Tem muita qualidade e sinceramente, não merecia ficar 4 ou 5 anos na 2ª Liga.

      Depois, não entendo as críticas sobre o Rui Vitória e o Hélder Cristóvão. Até parece que o Benfica B precisa de ganhar a 2ª Liga...

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    2. Não quero de forma nenhuma menosprezar o Bouças, mas até onde vejo se calhar era mais indicado para o Benfica Lab ou para os júniores do que para treinar a B.

      Não sigo suficientemente a B para perceber o tipo de trabalho que lá se faz nem como se liga a B com a principal ao nível táctico e das rotinas que se pedem.

      Acho que se faz um mau trabalho, a nível de clube, quando não se usa a B para dar minutos de competição aos menos usados da A, mas também compreendo que isso pode mexer com a motivação dos putos que lá estão, alguns um escalão etário mais à frente do que normal. Por exemplo, se calhar tinha-se percebido uns meses antes que o Pedro Pereira não servia. Ou se calhar o Carvalho podia ter mais minutos nas pernas para não tremer na hora da verdade. Ou o Ziv ter minutos. ;)

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    3. Acho que tens de procurar entender melhor a operacionalização de uma equipa de futebol.

      Uma coisa é um jogador da equipa A ter estado parado imenso tempo e precisar de regressar à competição. Este poderá fazer dois ou três jogos na equipa B. Outra coisa é estar a meter um jogador a jogar na equipa B, só porque recuperou de uma mazela muscular de uma ou duas semanas.

      E, o trabalho de treino, para reproduzir as ideias tácticas da equipa no jogo? Não conta?! O trabalho na equipa B é diferente, por mais semelhante que os modelos de jogo sejam.

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    4. Calma pá, concordo com o que dizes. Repara que eu digo «Não sigo suficientemente a B para perceber o tipo de trabalho que lá se faz nem como se liga a B com a principal ao nível táctico e das rotinas que se pedem.» e no parágrafo seguinte «mas também compreendo que isso pode mexer com a motivação dos putos que lá estão, alguns um escalão etário mais à frente do que normal.».

      Aquele meu último parágrafo é mais o que seria a minha visão para usar a equipa B como apoio à Principal, não é uma crítica nem um "devia ser assim", apesar de poder parecer isso.

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    5. Pois, mas eu critiquei essa tua visão fundamentando na operacionalidade das coisas. Há problemas que à primeira vista não equacionas quando dizes isto e aquilo. Ao referir-te isso, estou a abrir-te o contexto para entenderes porque é que algumas coisas são como são. Podes ter uma opinião diferente e se fosses tu farias diferente. Mas, criticar por criticar é que parece um pouco demais.

      Já agora, partilho que não entendo muitas das críticas ao Hélder Cristóvão. Acho mesmo que há muita inveja sobre ele, pois no computo geral tem feito um trabalho espectacular. A malta pensa que a nossa equipa B tem de ser campeã da 2ª Liga. Isso, sinceramente seria o mais fácil para eles. Mas, o mais importante para aquela equipa é dar minutos a todos os jovens jogadores num contexto profissional e daí aferir aqueles que realmente têm o que se requer para uma equipa do nível do Benfica. Estamos a falar de miúdos, por isso, ora hoje jogam bem, ora amanhã não jogam. A preparação e as convocatórias são baseadas em mérito como é óbvio. Mas, os onzes têm por base aquilo que referi. Depois, cultiva-se a mística dentro do balneário, havendo jovens de segundo e terceiro ano que vão acolhendo os meninos mais jovens (16, 17 e 18 anos) que vão chegando.

      Olha que não é nada fácil o trabalho do Hélder se veres as coisas não pelo aspecto resultado desportivo, mas sim pela optimização da evolução de cada jogador. Não é à toa que o Rui Vitória fale em projectos individuais dos jogadores encarnados, porque de facto há.

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  5. «Mas, criticar por criticar é que parece um pouco demais.» - Sim, mas isso é algo que eu não fiz.

    Agora outra coisa, eu à equipa B exijo o mesmo que exijo a qualquer outra equipa que envergue o símbolo do Benfica e isso é que ganhe. Ganhe seja qual for o escalão, seja qual for a modalidade. Isso não quer dizer que vá a correr pedir a cabeça de um qualquer treinador, em especial treinadores da formação, onde compreendo, por ter passado por isso, que o que se ganha nem sempre se vê na tabela.

    E só para que fique claro, porque parece que das anteriores não ficou, o facto de eu ter uma visão diferente para o que eu faria com a B, não quer dizer que eu esteja a criticar o que por lá se faz.

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