12 abril 2016

Por falar em previsões...


... da Luz, gostaria de tecer algumas considerações sobre as mesmas.

A preparação
Exactamente para evitar possíveis dissabores como o
vivido à duas épocas atrás na final da Liga Europa frente
aos espanhóis do Sevilla que a preparação nunca é demais.
«Trabalhámos tudo o que pode acontecer. Concretamente os penáltis, também os trabalhámos, pois é algo que pode acontecer, para definir a eliminatória», disse o Rui Vitória na conferência de imprensa que antecede o importante encontro frente ao Bayern de Munique. Pessoalmente, fico muito contente por estas palavras. Não vejo nelas presunção de que vamos conseguir bater os alemães ou algo do género. Vejo sim, alguém que está a preparar todos os cenários possíveis, inclusive aqueles que muitos pensam estar relacionados com a sorte ou o azar. A verdade é que isto fez-me recordar uma parábola entre dois agricultores que rezavam pedindo a Deus para que fizesse chover sobre as suas colheitas, para que tivessem fruto. Mas, só um deles é que preparou o campo para receber a chuva. Qual deles acham que verdadeiramente confiou que Deus enviaria a chuva?


O substituto
Gaitán e Jiménez poderão ser estes os substitutos
para a posição do Jonas.
Qual será o substituto de Jonas para este encontro? Opções não faltam aos encarnados, se bem que nenhum dê tanta segurança e confiança como o camisola 17. São elas: o Gaitán (se recuperar a tempo do jogo, o que é espectável), sendo que neste caso o seu deslocamento para zonas interiores abriria a entrada de mais um extremo para o onze; o Pizzi, que seria uma solução do tipo Gaitán, ou seja, envolveria a entrada de um jogador para a ala; o Renato Sanches, que envolveria a entrada de mais um médio para jogar na posição "8" libertando o "miúdo" para tarefas mais ofensivas; o Raúl, será a opção mais ofensiva, pois faria com que jogássemos com dois avançados declarados; o Talisca, será talvez a opção teoricamente mais correcta, no entanto o baiano já demonstrou não estar ao nível do que é exigido nestes jogos durante os 90 minutos (apenas aparenta ser uma boa opção vindo do banco); e com alguma boa vontade, ainda há a opção "fora-da-caixa" do jovem Jovic, até porque este tem características futebolísticas semelhantes ao craque brasileiro que estará ausente por acumulação de amarelos. Pessoalmente, estando o Nico recuperado, metia o "10" a jogar a "10". Fazendo entrar o Carcela para o lugar do Gaitán na ala esquerda, podendo ir trocando ao longo do encontro com o Pizzi e, até mesmo, os três irem rodando nas costas do avançado. E, por falar em avançado, penso que começaria o encontro com o Raúl em vez do Mitroglou no ataque. Há três grandes razões para fazer isso. A primeira, é porque o mexicano oferece uma mobilidade e um raio de acção maior que o grego a este tridente ofensivo, que gosta jogar com a bola no pé. Ou seja, com o Mitroglou e estes jogadores correríamos o risco de jogar muito de pé para pé, o que seria um convite ao maior trunfo dos defesas alemães: a sua capacidade de jogar em antecipação. Agora, com o Raúl, não só temos uma carraça lá na frente, como é um jogador que está constantemente a explorar os espaços vazios, sobretudo nas costas da defesa adversária. A segunda razão, é exactamente o trabalho defensivo que ele pode executar, podendo poupar outros jogadores do ataque, podendo inclusive ocupar outras posições que não sejam a dele temporariamente. E, a terceira razão, é que está de pé quente (se bem que o Mitroglou nem se fala). Depois, há uma quarta razão, que tem a ver com a similaridade futebolística do Raúl e do Morata e o dano que este último causou na defesa do Bayern em ambos os embates dos oitavos de final com a equipa da Juventus.


A estratégia
Caso o Benfica chegue à segunda parte e continue a
precisar de golos, estou convencido que esta dupla
mortífera irá entrar em funcionamento.
«Temos de ser uma equipa a jogar nos limites no aspeto da organização defensiva, porque sabemos que vamos encontrar uma equipa tremendamente difícil. São uma das melhores equipas do Mundo, um candidato a vencer a Liga dos Campeões. Jogam praticamente igual, seja em casa ou fora, por isso vão causar-nos muitos problemas. Mas temos de ter essa organização defensiva nos limites, mas temos de ser atrevidos na zona ofensiva. Não vale a pena estar a fazer raciocínios, porque perdemos 1-0, porque o Bayern joga fora. Antes de Munique disse que era um adversário muito difícil. Apesar de jogarmos agora em casa e termos trazido a eliminatória para cá, eles estão habituados e jogam sempre igual. É um jogo muito difícil. Temos de jogar nos limites, no "red line" da intensidade, aplicação e dedicação.» disse também Rui Vitória na conferência de imprensa desta tarde. Por aqui podemos depreender que a estratégia de jogo passará sempre por uma toada mais defensiva, procurando evitar sofrer o golo "fora" dos bávaros, para depois numa fase mais adiantada do jogo podermos balancearmos completamente no ataque. Por entender isso, é que as minhas opções para quem fará a posição de Jonas ter sido as referidas acima. Numa fase mais adiantada, o Rui Vitória poderá preferir colocar em campo mais um ponta-de-lança mais fixo na área, como o Mitroglou, por exemplo, caso o Benfica não consiga aproveitar marcar um golo em contra-ataque. Neste cenário, outra possível substituição será para refrescar os extremos, fazendo entrar um Salvio, por exemplo. Caso o Benfica marque esse golo, estou certo que a entrada de Samaris ou até mesmo de Talisca serão mais que prováveis para reforçar o meio-campo e ataque. Uma coisa é certa e concordo, este vai ser um jogo de alta rotação por parte dos jogadores!

A evolução
Para as críticas maldosas e difamatórias, o mais engraçado
é que no final do campeonato o Renato vai ter de facto 35...
«O Renato é um jogador que tem feito uma evolução tremenda, mas faz parte de um puzzle, que encaixado forma a nossa equipa. Cada um tem as suas missões específicas e ele tem algumas, que tem feito muito bem. Mas é um jogador como qualquer outro, de grande capacidade. Tem feito um desempenho muito bem. É um jovem com um caminho longo pela frente. Se estará cá para o ano ou não, não nos preocupa. Mas muito claramente prevejo que tenha um trajeto muito grande em termos de Europa.» previu o técnico encarnado. Pessoalmente, concordo com estas declarações. Mas, apesar de ser um adepto assumido do futebol do "Bulo", denoto ainda muitas lacunas no mesmo. Aliás, anormal seria mesmo um miúdo com pouco mais de 18 anos e sem sequer ter uma temporada completa ao mais alto nível nos séniores, estar completamente no top do seu futebol. O facto de ainda ter algumas lacunas é demonstrativo da tenra idade que possui e na forma imatura como muitas vezes se movimenta em campo. Eu não estou contra a sua irreverência de levar o jogo para a frente, ou da tentativa de fintar os adversários. Estou sim contra o critério com que ele toma fazer constantemente isso. Uma coisa é fintares o adversário jogando na posição do Messi ou do Ronaldo, em que tens toda uma equipa por detrás de ti caso falhes a finta. Outra é teres menos de metade da equipa. O mesmo poderei falar sobre os passes de risco. Por isso mesmo, não é à toa que quando olho para a estatística do último encontro frente ao Bayern, o Renato aparece como o jogador que mais perdas de bola (4) teve no Benfica. Nem mesmo o Gaitán (3) ou o Pizzi (1) que jogam em posições em que essa tendência é maior, tiveram tais perdas. Do lado do adversário, só o Ribery (4) teve tantas. Mas, o francês joga a extremo e normalmente, quando perde a bola... tem mais de metade da sua equipa atrás para proteger-lhe as costas. E, isto para não falar da zona em que se perde a bola, ou seja, enquanto o Ribery perde a bola na lateral perto da linha de fundo do campo adversário, o Renato tende a perder a bola no corredor central à entrada do nosso meio-campo. O Thiago Alcântara que joga a "8" tal como o Renato teve apenas uma perda de bola em todo o encontro. Isto depois também tem importância na dinâmica do nosso jogo e por conseguinte na condição física e emocional dos jogadores ao longo dos 90 minutos. Por exemplo, estar sempre a perder a bola faz com que os jogadores tenham mais mudanças de ritmo consecutivas (paragens, mudanças de direcção e acelerações) o que provoca maior desgaste físico e por conseguinte mental e emocional, porque as coisas estão de certa maneira relacionadas. Mas, o mais engraçado é que tudo isto tem solução e se há alguém que tenho a certeza que vai evoluir "enormidades" neste aspecto, esse alguém é o Renato. Por isso mesmo, é que no final do jogo de Munique fiquei a pensar com os meus botões em como a história desse encontro teria sido outra se tivéssemos o Renato com mais um ou dois anos de experiência competitiva. É que a sensação que tive foi de que bastaria apenas ter um jogador com a experiência de um Enzo ou de um Matic (porque em termos de qualidade o Renato tem tanto ou mais que estes dois históricos recentes do Benfica), para sairmos da Baviera com um resultado francamente positivo para nós... O que nos vale é que o "Bulo" evolui de jogo para jogo. Portanto, estou muito curioso para ver a sua resposta amanhã.


O inferno
O que o Benfica preparou para os seus adeptos?
Amanhã, pretende-se o regresso do "Inferno da Luz", pois o 12º jogador será preponderante para a nossa equipa. Aliás, estou convencido que qualquer que seja o resultado do encontro, todos nós devemos ir ao estádio da Luz para ver a nossa equipa. Pura e simplesmente isso. É um jogo para apoiar e desfrutar fervorosamente. E, do primeiro ao último minuto. Pois, quando assim o é, nunca perderemos... e raramente perdemos dentro de campo. Estou curioso por ver qual o mosaico que o clube tem preparado para a recepção do Bayern Munique.


O exemplo
Conseguir uma remontada num cenário difícil?
Cristiano Ronaldo explicou bem como fazê-lo esta noite.
Mais que um exemplo, um enorme orgulho enquanto
Português ter um exemplo destes nesta indústria.
Ainda esta noite, Cristiano Ronaldo para além de provar mais uma vez que é um dos melhores jogadores do mundo (senão mesmo o melhor!?), deu mote para o que poderá ser o desfecho da partida de amanhã do Benfica. Tal como o Real Madrid, o Benfica parte em desvantagem no marcador para esta segunda partida desta eliminatória. E, tal como os espanhóis, o Benfica defronta uma equipa germânica... estão a ver onde quero chegar? Pois, bem, é só seguir o exemplo que o craque luso e a sua equipa merengue deu hoje.




P.S.: Quem não deverá estar a gostar nada destas previsões é o Pep Guardiola. Não é à toa que já esteja a olhar de lado para toda esta conjectura que se aproxima da sua equipa...

1 comentário:

  1. Boas, acrescentar um pouco o k se diz do GLORIOSO por aí
    http://www.iambettor.com/football-daily

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