24 outubro 2015

Do primeiro ao último defesa (Parte 1)


Análise ao primeiro golo sofrido na Turquia, no jogo a meio da semana, frente ao Galatasaray para a Liga dos Campeões.


O primeiro golo do Galatasaray, o golo do empate na partida é marcado através de uma grande penalidade cometida pelo médio encarnado André Almeida. É verdade que toda a gente culpabilizará o internacional Português por ter utilizado o braço. Contudo, penso que esse erro esconde vários erros colectivos e mais graves que originaram a tal cadeia de eventos. A animação em baixo é auto-explicativa. 

A verdade é que defensivamente a equipa encarnada não esteve à altura dos acontecimentos. Não só foi no engodo de jogar o jogo do Galatasaray, abrindo a equipa em largura e comprimento, como também foi muito displicente e desconcentrada no posicionamento e ocupação de espaços, cuja animação salienta.


Chamo particular atenção para dois jogadores: Raúl Jiménez e Luisão. O primeiro e o último defesa. Ao contrário de muita gente que é tentada a culpabilizar o Sílvio por mau posicionamento, na verdade são o internacional mexicano e o capitão dos encarnados que acabam por facilitar/errar. Jiménez poderia não estar a fazer pressão sobre o central adversário, mas teria que cobrir as linhas de passe no corredor central, nomeadamente aquela para o qual o holandês Sneijder desmarcou. Por outro lado, o Luisão como capitão e líder do sector mais recuado deveria ter procurado virar a equipa para o centro de jogo à direita, isto para não falar em algo tão simples como proteger as costas de Sílvio, encurtando a distância entre eles. Se tivesse feito isso, Jardel e Eliseu acompanhavam-no. Com o Eliseu veria o Gaitán, e com este o Jonas, tornando toda a equipa muito mais compacta e delgada.

Toda esta movimentação obrigaria o central a não arriscar o passe para o holandês e ter que recomeçar, passando ao outro central do lado esquerdo (do ataque encarnado). Nessa situação o Benfica se estivesse concentrado e fosse rápido a executar, poderia preparar uma armadilha defensiva quando o adversário virasse à esquerda, executando logo de seguida um contra-ataque rápido.

2 comentários:

  1. desde já muito boa a tua analise.

    eu sempre considerei que o silvio teve alguma culpa não por este momento mas no seguinte em que ele é comido duas vezes pelas fintas do extremo, talvez por ter tido de recuperar como teve, e sobretudo por falta de ritmo e confiança que se notou mais no inicio e que depois se foi esbatendo.

    mas olha que no segundo tambem deve ter sido algo parecido já que foi um passe do central que fez a desmarcação e assistencia para o golo.

    a malta gosta muito de avançados que corram muito e aguerridos mas correr muito e ser aguerrido não quer dizer correr bem e pressionar bem alias existem alguns que parados fazem muito mais que alguns a correr mas o pessoal acha que os que correm é que são bons só por isso.

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    1. Obrigado pelo elogio! Amanhã posto o artigo sobre o 2º golo dos turcos... ;D

      Um avançado deve ser inteligente na forma como deve defender, mas a equipa que está por trás também deve perceber quando ele vai fazer a pressão agressiva, ou quando precisa de respirar para recuperar.

      Houve muita displicência e falta de concentração neste jogo da Champions. Facilmente poderíamos ter ganho, só sendo compactos e aguardando por erro do adversário. Eles muitas vezes tinham apenas dois defesas lá atrás, pois até o médio defensivo ficava no meio-campo.

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