02 agosto 2015

Os dois últimos jogos do ICC (Parte 2)


2ª parte da análise aos dois últimos encontros do Benfica na
International Champions Cup de 2015.

Jogo frente ao Club América
O último encontro do Benfica na ICC 2015 foi realizado já em território mexicano, frente a um dos principais clubes do México, o Club de Fútbol América. Jogando num dos maiores palcos do futebol mundial, o mítico estádio Azteca, casa da selecção nacional mexicana e situada na Cidade do México, a mais de 2200 metros de altitude, e perante um adversário que já está em plena competição, o desafio do Benfica previa-se muito complicado.

Onze titular encarnado frente ao América. Da esquerda para a direita: Talisca, Gaitán,
Jardel, André Almeida, Jonas, Luisão, Júlio César, Pizzi, Eliseu, Carcela e Fejsa.

Por isso mesmo, é com naturalidade, que Rui Vitória tenha colocado o que supostamente será o melhor onze encarnado. O internacional canarinho Júlio César foi o guarda-redes. À sua frente um quarteto defensivo formado por André Alemida à direita e Eliseu à esquerda, com Luisão e Jardel ao centro. À sua frente Fejsa e Pizzi. Nas alas, Carcela e Gaitán. E, no ataque, Talisca e Jonas. A primeira parte pode ser dividida em duas sub partes. A primeira, caracterizou-se pela frescura física dos jogadores encarnados. Nesta fase, a equipa conseguia manter-se compacta e com algumas combinações de jogo interessantes, muito embora a qualidade de jogo no último terço do terreno não tenha sido a melhor. A meu ver, a presença de Talisca mais à frente e nas funções de ligação do meio-campo com o ataque, acaba por influenciar essa (falta de) qualidade no ataque. Falta mais qualidade na definição das jogadas. E, isso é algo que o técnico encarnado pode já tirar apontamentos e trabalhar sobre tal.

Na segunda fase da primeira parte, a equipa ressentiu-se imenso a nível físico. É pré-temporada, estavam a jogar a alta altitude, contra um adversário com outro ritmo competitivo, com colegas a perderem muitas bolas lá na frente devido a más decisões, originando transições defensivas,... enfim, podem até servir de desculpas, mas a questão é saber se existia no banco gente em melhor condição física? Na minha opinião, a resposta era sim! Por isso mesmo é que ao intervalo, Vitória procede a duas substituições: Marçal por Eliseu e Nuno Santos por Carcela. Antes de continuar, chamar a atenção que apesar das contrariedades físicas, o Benfica criou oportunidades de golo no primeiro tempo, primeiro por Talisca e depois numa grande penalidade falhada por Jonas. Gaitán foi dos que mais mexeu com a equipa a nível ofensivo.

Disposição táctica e substituições do Benfica
frente ao Club Fútbol América.

Marçal teve alguns bons apontamentos ofensivos. Defensivamente, muitos poderão dizer que esteve mal, mas sinceramente penso que o verdadeiro problema é que os centrais não souberam acompanhar os laterais em muitos momentos na segunda parte, ao contrário do que sucedeu no primeiro tempo. Os desgastados Luisão e Jardel já não subiam e desciam com a mesma rapidez, pelo que os espaços entre meio-campo e defesa continuavam a aumentar. Depois, não nos podemos esquecer que jogando com Nuno Santos e Gaitán como falsos alas, i.e., jogadores que partem das alas para o centro do terreno, é fundamental que os laterais sejam os verdadeiros extremos da equipa e como tal tenham de posicionarem-se mais à frente. Sendo assim, a meu ver o ajustamento posicional não deverá ser feito em referência ao Luisão, mas sim ao médio defensivo ou a um dos laterais. Porquê? Para que a equipa não fique partida, como aconteceu no segundo tempo.

A entrada de Nuno Santos, foi uma lufada de ar fresco na equipa. Se não me falha a memória, penso mesmo que o jovem Português se falhou um ou dois passos em todo o tempo que esteve em campo, foi muito. Excelente na tomada de decisão e sempre com intuito ofensivo e não para trás (como por exemplo faz o Ola John e que muita gente o elogiava por tal). Claramente a dizer ao Vitória, que merece mais minutos de jogo nesta pré-época. Aos 65 minutos, uma revolução no onze: Sílvio por André Almeida, Cristante por Fejsa, Samaris por Pizzi e Jonathan Rodriguez por Jonas. Sinceramente, teria preferido ver Semedo em campo em vez de Sílvio. Por outro lado, teria apostado em Fejsa para o lugar do capitão Luisão com o intuito de fazer com que a tendência do sérvio para procurar zonas do meio-campo puxasse com ele toda a linha defensiva, encurtando assim o espaço entre esta e o meio-campo. Outra opção que gostava de ver, era o André Almeida como médio mais recuado. Depois, no ataque penso que seria um óptimo jogo para Nelson Oliveira devido à sua presença na pequena área.



Pouco tempo depois, um jogador mexicano foi expulso e com mais um em campo pensaria-se que o Benfica chegaria mais facilmente ao ataque. Errado! As várias substituições no segundo tempo e também alguns equívocos posicionais, como por exemplo o Talisca, não estavam a surtir efeito. Aos 82 minutos, Vitória faz mais uma série de substituições como tem sido habitual nesta pré-época. Desta feita, entram Ederson por Júlio César, Ola John por Talisca e João Teixeira por Luisão. Até que enfim, dizia eu quando vi esta última substituição. Quanto à de Ola John, teoricamente é correcta, mas sabendo como o holandês está, não teria sido preferível entrar o Gonçalo Guedes? Já agora, a decisão de substituir os guarda-redes acabou por ser uma aposta ganha do treinador, uma vez que a equipa ganhou nas grandes penalidades muito graças às defesas do Ederson. Até que enfim, uma vitória... bem, foi mais um empate com sabor a vitória.

2 comentários:

  1. Não entendo essa "maluqueira" que tens com o N. Oliveira. Nunca será jogador para uma equipa de nível. Duvido até que tivesse lugar num Braga ou num Guimarães.

    E acho que o o Rv tivesse feito aquilo que pretendias de meter o Fejsa de forma ao sérvio subir no terreno ia abrir auto-estrada e lá se ia o "empate com sabor a vitória". Tens uma forma muito estranha de ver o futebol e tens muito a tendência de achar que tudo que é nosso é bom. Não é, infelizmente não é. Este ano não será fácil e temos de ter essa noção. Precisamos mesmo de um defesa direito porque sem Maxi temos um coador na defesa por aquele flanco. Gosto muito de Sílvio mas o homem é feito de cristal e continuamos a ser nós a pagar salários e tratamentos em vez do Atlético de Madrid. Estas negociatas com o Atlético continuam e isso incomodam-me. não sei até que ponto a história que em tempos surgiu da construção do estádio do clube espanhol não terá que ver com tudo isto. André Almeida não serve para a posição. Nem para essa nem para nenhuma. É uma nulidade que que serve para ter no plantem como último recurso e não mais do que isso. N. Semedo tem de comer muita sopa para conseguir o lugar que era do Maxi. Na pré época os miúdos e os fortes fisicamente são todos bons. O problema é depois e o Semedo não mostrou qualidades para ter lugar num plantem de uma equipa que é bicampeã e quer o Tri...nca e cinco!

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    1. Mas que maluqueira? Ainda frente ao Monterrey deu-me razão por o querer vê-lo a titular junto do Jonas.

      Estamos a falar de jogos de pré-época, onde deve-se entre muitas coisas, testar e verificar se certos jogadores podem ou não ser verdadeiras alternativas. Não é jogando 10 ou 15 minutos finais que vamos ver isso. Se nessas condições o Oliveira não rendesse então pronto, ficaríamos todos conscientes do que ele realmente vale. Enquanto isso não acontecer, vai sempre haver dúvidas.

      Relativamente ao Fejsa, é preciso entender a minha forma de ver o jogo. Sou adepto do estilo de jogo que o Barcelona, Bayern Munique, Bayer Leverkusen, Manchester United, entre outros, fazem. Mascherano no Barcelona, ou Blind agora no Man Utd, nem têm mais de 1.80m e nem são centrais de raiz, mas o quanto eles sabem jogar e o quanto eles preenchem o espaço lá atrás é espectacular. A equipa com jogadores desse calibre tornam-se facilmente compactas e esguias. E é aí que está a melhor forma de defender.

      Não tenho tendência a achar que tudo o que é nosso é bom. Ainda nestes textos de pré-época critiquei imenso a exibição do Gonçalo Guedes, que não achei assim tão diferente da do Ola John. A diferença é que conheço bem o que os nossos putos podem fazer e o que os outros também podem fazer. Não vou como a maioria que tende a dizer que o que vem de fora é intrinsecamente melhor do que já existe. Por isso, lamentei a saída de Ivan Cavaleiro e a aposta no Ola John. Aliás, mesmo com estrangeiros versus estrangeiros, já fui muito crítico. Por exemplo, o Ola John sempre antevi que não teria perfil mental para um Benfica ou até mesmo para qualquer clube de elite, apesar de sempre lhe reconhecer talento. Fiquei super chateado quando se preferiu apostar no holandês e desprezou-se o enorme jogador que é Nolito. Esse sim, poderia ter-nos valido uns 30M€ em transferência se fosse um regular titular no Benfica.

      Quanto ao lateral direito, só têm de apostar no Nelson Semedo a titular. Os outros dois, poderão ir jogando os últimos 15 minutos de jogo. O puto é de facto um enorme jogador. Não se atemoriza perante os adversários. Quando perde a bola é o primeiro a fazer pressão ao portador da mesma. Tem o perfil futebolístico desejado para a posição e tem a atitude certa. Que mais precisa? Precisa de jogos e de confiança do treinador.

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