09 agosto 2014

O 4-2-4 de Jesus - Parte 1


Versão 2014-2015


A táctica
O 4-2-4 do Benfica, ou 4-4-2 como preferirem, de "Jota-Jota" sofre esta temporada umas ligeiras mudanças que revelam não só a tentativa de mudar algo para a nova época (tentativa de surpreender adversários já velhos conhecidos), como também de integrar melhor o plantel e as principais referências à sua disposição.


As dinâmicas
Na imagem que serve de capa a este artigo, está esquematizado o onze do Benfica, com a numeração por posição dos jogadores e os seus principais vectores de dinâmica de movimentos. Tais dados foram compilados ao longo destes 8 jogos de preparação de pré-época. Obviamente, que alguma coisa poderá ainda mudar, atendendo que vão chegar 3 a 4 reforços. Contudo, penso mesmo que estes possíveis reforços serão escolhidos de forma a complementar e encaixar neste esquema.

Neste 4-2-4, o que salta logo à primeira vista é a dinâmica do duo de meio-campo. Na época passada, a disposição posicional em campo desse duo era de um médio mais defensivo recuado ("6") e outro médio mais ofensivo à sua frente ("8"). Esta temporada, vejo que jogam de perfil um com o outro, partilhando ambos tarefas ofensivas e defensivas, consoante a situação e o posicionamento de cada um em cada momento do jogo. Por exemplo, frente ao Arsenal cheguei a ver o Rúben Amorim a jogar como organizador de jogo ofensivo e o Talisca a vir buscar jogo entre os centrais, e vice-versa. Há pois, uma clara tentativa de criar dinamismo com uma espécie de "carrossel" entre aquela dupla de meio-campo.

Outra dinâmica mais proeminente nesta temporada prende-se com a interiorização dos laterais direitos ("2") e dos extremos esquerdos ("11") e a verticalização dos laterais esquerdos ("5") e extremos direitos ("7"). Por outras palavras, enquanto que os laterais direitos e os extremos esquerdos, são jogadores mais cerebrais no sentido de procurarem o jogo colectivo através de apoios interiores, os laterais esquerdos e os extremos direitos são muito mais desequilibradores tanto em movimentações como no arriscar de jogadas individuais sobre os adversários.

Seguindo a tendência deste último mundial, onde a equipa campeã do mundo, a Alemanha, apostou num bloco defensivo bem subido no terreno e cujo controlo das costas da defesa estava a cargo do guarda-redes ("1"), Jorge Jesus resolveu também ele tentar adoptar essa nuance táctica em muitos dos jogos que fez nesta pré-temporada.

Outras dinâmicas tácticas que se mantêm da época passada são aquelas que exibem as duplas de centrais e de avançados. Quer numa quer noutra dupla há sempre um elemento referência e outro com maior liberdade para avançar (caso do central "4") e para recuar (caso do avançado "10") para entre-linhas. O jogador de referência fica sempre encarregue de dar profundidade (à defesa ou ao ataque, consoante for defesa "3" ou avançado "9" respectivamente).

Para além destas dinâmicas, há outras que se manifestam e que transitam de épocas anteriores, como a troca de posicionamento entre dois jogadores, nos mais variados sectores do terreno. Por exemplo, quando o avançado cai numa ala e o extremo foge para o interior. Quando um médio desce para central e o central sobe, ou descai para a lateral. A troca posicional entre médios, avançados e extremos, são tudo dinâmicas já conhecidas de anos anteriores.

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